Leitor indaga sobre a formação dos clérigos

Bom dia, a Paz de Jesus para todos do VS.
Qual o tipo de formação para que uma pessoa possa ser Sacerdote da Santa Igreja Católica. E para ser Diacono Permanente o que é necessário. Os cursos de Teologia ministrados pelas Igrejas Protestantes tem alguma valia. Pois estava andando de bicicleta próximo ao meu bairro e vi uma lojinha com aspecto deplorável dizendo que ali se ministrava o tal curso. Ou a história é sempre a mesma o individuo diz que foi ungido pelo Espirito Santo que “tocou forte no meu coração então eu abri esta igreja para louvar o nome do Senhor”.
Fiquem no amor e na proteção de Maria Santissima
Eclesio de Sousa Carneiro.


Caríssimo sr. Eclesio, estimado em Cristo,

O seu nome é muito católico. “Ecclesia”, em latim, significa “Igreja”, e vem de “Ekklesia”, do grego, “assembléia”. Que o sr. Eclesio continue servindo à Ecclesia!

Para ser sacerdote é preciso cumprir um programa mínimo de filosofia e teologia. Normalmente, nos seminários diocesanos, esse programa é dado mediante dois cursos superiores, relativos a ambas as matérias, ou então mediante um curso único que contemple as duas áreas. É comum, entretanto, que àqueles que já cursaram outra faculdade, lhes seja dispensada a freqüência à filosofia, estudando o seminarista apenas uma introdução filosófica e indo direto para a teologia. Pode-se ter, de acordo com cada seminário, também um ou dois anos de matérias propedêuticas, antes mesmo da filosofia.

Também é possível ter seminários menores ou escolas apostólicas, para as vocações mais jovens, já no primeiro e segundo graus, onde, desde cedo, os seminaristas aprendem, além das matérias próprias de um curso regular, outras disciplinas que os preparem para a vida sacerdotal, antes de ingressarem no chamado seminário maior (propedêutico, filosófico e teológico).

Os diáconos, se desejam ir até o sacerdócio, fazem a mesma trajetória. E a formação dos permanentes depende de cada Diocese: alguns precisam fazer faculdade de teologia, outros teologia e filosofia, outros, ainda, um curso básico que contemple uma formação menos exigente.

Já nos institutos de vida consagrada (quer religiosa, quer secular) e nas sociedades de vida apostólica, o programa é conforme as constituições de cada uma dessas instituições, de acordo com sua regra de vida, seu carisma. O mínimo (filosofia e teologia), entretanto, deve ser cursado, além dos dois anos de noviciado canônico (que os institutos seculares não precisam ter, ao menos não com esse nome), espécie de introdução à vida própria do instituto: antes de ser sacerdote, é preciso ser consagrado, antes de ser padre, é preciso ser jesuíta, franciscano, capuchinho, beneditino, legionário etc. Além disso, outros cursos podem ser exigidos no programa. Os camilianos, por exemplo, costumam ter um curso obrigatório, superior, em enfermagem ou outra área da saúde. Os legionários, após após o noviciado e antes da filosofia, possuem as chamadas humanidades clássicas, e, antes da teologia, devem fazer dois anos de práticas apostólicas. Os jesuítas possuem, igualmente, diversas etapas e provações após cada ciclo de formação.

Para os diáconos desses institutos, a formação é a mesma, conforme as constituições.

Os cursos protestantes de teologia, se sérios, poderão ter alguma valia, se o sujeito fez sua formação neles e depois viu-se chamado ao sacerdócio. Claro que dependerá do caso concreto, e deverá haver uma complementação que supra as lacunas, corrija as heresias, e sane qualquer outro erro. Dependerá muito da intenção do candidato, das disposições dele, da avaliação do curso, da conveniência e da oportunidade, e do juízo do Bispo.

Claro que esses cursos de teologia de fundo de quintal, que cada seita inventa a cada minuto, nunca servirão para nada, exceto para confirmar quem os faz na danação eterna!

Em Cristo,

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