Gostaria de saber se a Igreja tem uma posição sobre a tatuagem. Estou em dúvida se a tatuagem pode ser vista como mutilação do corpo, caso ela não esteja ligada a uma mentalidade mágica ou à vaidade.
Ivo
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ADVENIAT REGNUM TUUM!
Caríssimo Sr. Ivo, estimado em Cristo,
A Igreja não tem posição sobre a tatuagem. Aliás, a Igreja nem deve ter posição sobre tudo, pois ela é uma sociedade de fins religiosos, fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo para exercer tal papel, bem específico, na salvação da humanidade, comunicando Sua graça conquistada na Cruz. Pensar que a Igreja deva ter uma tabela do tipo “pode, não pode” é algo completamente estranho ao modo de pensar católico, e mais adequado à filosofia calvinista, formadora da cultura típica norte-americana. Não creio que seja esse seu caso, mas desde então vale o alerta.
Não há mal, EM SI, em ser tatuado. Culturas existem em que a tatuagem é um sinal sagrado, noutras mero adereço de embelezamento. O problema que vejo, a princípio, é que a tatuagem, de adorno, pode transformar-se em “filosofia de vida”, implicando em uma série de comportamentos conexos: um jeito deselegante de falar, de andar, de se vestir, que não convêm à sobriedade e à cortesia próprias do cristão, mas que, muitas vezes, acompanha os que se fazem tatuar. Se o senhor souber separar as coisas, tudo bem.
É preciso, outrossim, ter a virtude da temperança. Encher o corpo de tatuagens é algo feio, e, como tal, incompatível com a beleza tão cara ao cristianismo – pois o belo é uma expressão da verdade, e, desse modo, nos leva a Deus. Claro, cultuar a beleza de modo cristão nada tem a ver com a idolatria da beleza que hoje se vê em nosso mundo materialista: para o cristão o belo é um bem que aponta para o transcendente.
Em termos práticos: evite tatuagens feias, indiscretas, contrárias à religião; pondere bem sobre os motivos pelos quais o senhor irá fazer a tatuagem. Como um objeto neutro, a moralidade da tatuagem está na intenção, sobretudo.
Tomara tenha eu ajudado.
Em Cristo,