Leitor pede um posicionamento sobre “o príncipe”

[Leitor autorizou a publicação de seu nome no site] Nome do leitor: Gutemberg A. Souza
Cidade/UF: Brasília/DF
Religião: Católica

Mensagem
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Prezados(as), bom dia.
Gostaria de alguma orientação quanto ao livro “O Príncipe”, de Maquiavel, no que tange às citações sobre a nossa Igreja e os papas.
Tentei encontar algo neste sítio e em pesquisa na internet, mas não obtive êxito.
Parabenizo pelo inestimável trabalho que desempenham, desde a época do sítio Agnus Dei. Deus nos conserve nessa graça.

Cordialmente,
Gutemberg

Caríssimo Gutemberg,

PAX DOMINI

Maquiavel, como fruto da própria concepção filosófica do Renascimento, era um antropocêntrico por natureza, alguns o chamariam de humanista, na real acepção do termo, outros não. O Príncipe, como toda a teoria maquiavélica, se opôs severamente aos ensinamentos papais sobre a origem do poder divino. Maquiavel, primeiramente, negou a dependência do Imperador ao Papa, depois, negou a origem divina do poder temporal e espiritual. Para Maquiavel a fonte do poder era não-divina, seu estabelecimento se dava através da força e da coerção, sendo a virtude apenas a ação dessa força. Vale frisar que em 1559 o Papa Paulo IV proibiu “O Príncipe”, incluindo-o no Index Librorum Prohibitorum, o que foi confirmado pelo Concílio de Trento em 1564. Inclusive, três décadas após a morte de Maquiavel, sua efígie foi queimada por ordem da Santa Sé.

Pedro Ravazzano

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