Veja a contradição que o site Veritatis publicou. Após defender a Missa Nova e dizer sobre a licitude dela (porque ela é válida, isto ninguém nega), foi escrito o seguinte:
Há, portanto, bons e maus motivos para querer a Missa dita tridentina. Quais os bons?
“(…) Os verdadeiros motivo são: por uma questão de melhor e mais precisa expressão da nossa Fé nos dogmas eucarísticos, segurança, proteção contra abusos, benefício para toda a Igreja, contribuição para a reforma da crise litúrgica, riqueza e solenidade dos ritos, maior precisão e rigor nas rubricas (não dando espaço a “ambigüidades, liberdades, criatividades, adaptações, reduções e instrumentalizações”, como lamenta o Papa Ecclesia de Eucharistia, n. 10, 52, 61), senso do sagrado, mais riqueza e precisão nas fórmulas das orações, reverência, humildade ritual e pessoal, elevação e nobreza das cerimônias, respeito, beleza, bom gosto, piedade, língua sagrada, tradição e direito legítimo e reconhecido pela Suprema Autoridade da Igreja.” (Dom Fernando Arêas Rifan. Por que amamos, conservamos e preferimos a forma litúrgica clássica do Rito Romano, a Missa Tradicional? )”.
Portanto, está implícito nesta resposta que a missa nova não expressa de maneira correta a nossa Fé nos dogmas eucarísticos, não nos dá segurança, não protege contra os abusos e não beneficia a toda a Igreja. Está implícito que a missa nova contribuiu com a crise litúrgica pois não mantém a riqueza e solenidade dos ritos de sempre. Está implícito que suas rúbricas são imprecisas e feitas sem o rigor devido. Está implícito que estas rúbricas dão espaço a ambigüidades, liberdades, criatividades, adaptações, reduções e instrumentalizações lamentadas pelo Papa.
Enfim, se vocês fazem suas as palavras de D. Rifan, tem que aceitar que preferir o missal tridentino é assumir que o novo contém graves erros, porque senão ambos protegeriam igualmente o patrimônio da fé, sem ambiguidades. Preferir um em detrimento do outro pelos motivos expostos é assumir que este outro preterido não tem o mesmo peso daquele que é preferível.
E depois, onde está um texto sobre a criação do Instituto do Bom Pastor, onde o Papa manifestou e chamou a plena comunhão exatamente aqueles que apontam erros no concílio e na missa nova, contrariando vocês que dizem que estas pessoas não estão dentro da Igreja?
Aguardando uma análise do Instituto do Bom Pastor, me despeço.
Sandro
Caríssimo sr. Sandro,
Dom Rifan não diz que a Missa nova tem erros. Pelo contrário! Ele fala em bons motivos, entre os quais não está a afirmação de que o novo rito está errado. O que ele fala é que, NA SUA OPINIÃO, a Missa nova não expressa da MELHOR forma os dogmas eucarísticos. Veja: é uma opinião, não a doutrina da Igreja; e não se diz que a Missa nova não expressa de modo correto, mas que a Missa antiga é mais explícita. Bem diferente de sua análise!
Logo em seguida, aliás, mostramos que o Papa pretende dar justamente essa maior precisão nas rubricas do novo Missal. Não é um erro da Missa nova em si, mas de portas que ela, indiretamente, deixa aberta. Leia o artigo em seu contexto.
Não use um texto de um Bispo para fundamentar posições tradicionalistas!
Além disso, o senhor não nega a validade, mas insinua que não é lícita. Então, quatro Papas, todos os Cardeais, e a esmagadora maioria dos Bispos do mundo durante 30 anos celebram uma Missa ilícita?
Sobre o Instituto Bom Pastor, há um artigo pronto para ser publicado. Aguarde. Adianto que, ao contrário, do que alguns afirmaram, o Instituto não aponta erros no Concílio nem na Missa nova, nem tem por missão criticar o Concílio. Seria uma contradição flagrante do Papa!
Em Cristo,