Prezados irmãos do Veritatis Splendor: Desde que li um artigo sobre namoro no site de autoria do Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz ( www.veritatis.com.br/article/3225) fiquei com algumas dúvidas a respeito de como deve ser o namoro entre pessoas católicas que querem viver a santidade. No referido artigo, o autor diz que os namorados em sua relação não devem ir além de dar as mãos e conversar, além de condenar contatos físicos como beijos e abraços. Diante disso, gostaria de saber: é realmente desaconselhável para todos os casais de namorados se beijarem nos lábios e se abraçarem em seu relacionamento? Gostaria que a resposta aprofundasse o assunto, se possível for. Com gratidão no Senhor. Marcos.
Caríssimo sr. Marcos,
O namoro, realmente, deve ser uma preparação ao casamento e um meio de buscar a santidade. As relações sexuais estão excluídas desse período, dado que um casal não comprometido pelo Matrimônio não têm condições de criar os filhos que dessas relações nascerem. Outrossim, a união não é total ainda para que se unam os corpos. O ser humano deve ser visto em sua perspectiva integral, não somente no nível material.
Por outro lado, conselhos concretos sobre “até onde ir” são complicados. A moral católica nem sempre tem respostas específicas para casos concretos. Não tem a Igreja uma espécie de cartilha de “pode e não pode”, pois tal se revela produto de uma mentalidade puritana, protestante. Daí que qualquer especificidade na questão não passa de mera opinião. Mesmo vindo do venerável sacerdote que é o Pe. Lodi, ardoroso combatente pró-vida, e muito fiel à Igreja e ao Papa, discordamos de sua opinião, no que temos direito, visto não ser o ponto definido pelo Magistério. No já definido, unidade; no que é discutível, liberdade; em tudo, caridade.
De qualquer modo, recomendo a leitura de uma preciosa carta do Pe. Marcial Maciel, LC, sobre o assunto, do qual destaco o seguinte trecho:
“Alguns, pensando nas manifestações de afeto adequadas ao período de namoro, costumam-se perguntar: Até onde se pode ir? Esse modo de falar denota já um mal-entendido. A questão não está em saber até onde se pode atuar sem cair no pecado. O amor não é assim. O importante é tratar de basear todas as relações mútuas nessa doação profunda, sobretudo espiritual, do próprio eu ao ser amado. Requer-se logo um pouco de atenção e de sinceridade para se auto-analisar e ver se os próprios gestos afetivos são expressões de verdadeiro amor, ou, antes pelo contrário, busca passional do prazer, ainda que estejam misturados com sentimentos de afeto. Se em suas relações sentem que se ascende e cresce a excitação sexual, podem suspeitar que a intenção não é de todo limpa.”
Para o texto completo, veja: http://www.legionariesofchrist.org/por/articulos/articulo.phtml?id=4866&se=103&ca=313&te=213
Em Cristo,