A Paz de Jesus amado professor e o Amor da Virgem Maria.
Mais uma vez venho pedir auxilio ao senhor.
Eu li a respeito de um bispo falando de uma tal Missa Crioula, dizendo que pelo Vaticano II se pode fazer adaptações na litúrgia. Até ai, tudo ok. Mas fui mais afundo no assunto e achei o tal “rito crioulo”. Heresia pura… Não sou professor de litúrgia, mas sei que no mínimo as palavras da consagração não devem ser mudadas…
Pois então, peço sua ajuda para avaliar tal fato… Alguém além da Santa Sé (algum bispo) pode mudar a litúrgia???
http://www.cnbb.org.br/index.php?op=noticia&subop=16407
http://www.paginadogaucho.com.br/coti/missa-crioula-ctg-barbosa-lessa.pdf
Muito Grato, Deus lhe pague….
Caríssimo,
Essa Missa dos CTGs NÃO é lícita! O Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) inventou um rito, meteu no meio do rito romano e deu nessa palhaçada! A tal “Missa Crioula” dos CTGs é de uma falta de respeito que nunca vi em lugar nenhum! Totalmente sem propósito, além de violar a norma litúrgica, que não confere aos sacerdotes mudar o rito, nem aos Bispos. Só o Papa pode mudar a liturgia. O rito do MTG é ilícito (ainda que a Missa seja válida), suas cerimônias não são coerentes com o rito romano, e sua celebração é totalmente artificial, pois partem do pressuposto de que o verdadeiro gauchismo é fazer tudo “de um modo gaúcho”: ora, isso é artificial, é um gauchismo fictício, industrializado. Digo mais: a tal Missa Crioula é CARICATURIZADA! Se o MTG quer algo que seja tradicional, que represente o Rio Grande na época de ouro (das revoluções, por exemplo, que são sempre por nós cultuadas), então que façam celebrar a Missa tridentina (que era o rito em vigor na época).
Essa celebração atenta contra o rito romano, contra a unidade da Igreja, contra a noção de liturgia, mas também contra o verdadeiro gauchismo. Não se é gaúcho por meter bombacha em tudo… Palavra de quem anda sempre com uma!
Não se confunda, outrossim, a Missa Crioula do MTG (que tem coisas absolutamente bizarras, como mudança dos textos da Bíblia, adaptação do Ordinário, e invenção de um Próprio que não consta do Missal, entre outras coisas das mais esquisitas), com a belíssima Misa Criolla, de Ariel Ramirez, composição sacra com ritmos da pampa (chacarera, milonga, zamba), toda em espanhol, para os textos do Ordinário (Kyrie, Gloria etc), sem alterar a letra e sem palhaçadas.
Acreditem: as palavras acima NÃO foram duras… Foram amorosas, para que os leitores tenham noção do “espetáculo” que é essa tal invenção do MTG. Se alguém de vcs assistir algo assim, garanto que tem um enfarto!
A unidade do rito romano é ferozmente violada pela Missa dos CTGs. Talvez na melhor das intenções, mas o fato é que dessacraliza a cerimônia.
As leituras são mudadas. O texto da Bíblia é mudado. O texto do Ordinário da Missa é mudado. As cerimônias são mudadas, e outras são acrescentadas. Não é respeitado o calendário litúrgico, nem o uso dos paramentos. Um Próprio (a parte que se altera a cada Missa) completamente diverso daqueles previstos no Missal é criado. As adaptações culturais permitidas pelo Vaticano II não devem, segundo texto expresso do próprio Concílio, atentar contra a unidade do rito romano. Ora, mudar os textos, as leituras, as orações, e até os paramentos do padre não é atender contra essa unidade? O rito romano resta preservado? Se mudam as orações, os textos, as leituras, os paramentos e a própria estrutura da Missa (Ordinário), pode-se falar que é o mesmo rito?
Trata-se de uma distorção do rito romano, o que é ÍLÍCITO, ou da criação de um rito novo, o que também é ILÍCITO, dado que só o Papa pode legislar sobre liturgia.
Creiam-me, meus caros, sou gaúcho e cultuador de nossa riquíssima tradição. Ando no dia-a-dia de bombacha, asso meu churrasco, vou a campo a cavalo. Mas cada coisa na sua hora. Como bem disse, tradição por tradição, a Missa crioula de tradicional não tem nada. É uma caricatura, um arremedo, e ouso dizer um deboche da verdadeira cultura gaúcha.