Leitor pergunta sobre big bang & igreja católica; e mulher e filhos de caim

Nome do leitor: Camilo Cândido

Cidade/UF: Belo Horizonte/MG

Religião: Cristã

Confissão: Católico Apostólico Romano

Mensagem
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Irmãos, Desejo a vocês a Paz de Nosso Senhor Jesus Cristo!

Irmãos, sou catequista de Crisma na paróquia de Santa Teresinha, BH, MG, e fui indagado por meus crismandos a respeito do Big Bang e sobre a Mulher de Cain, no qual teve filhos. Não soube responder. Para ficar mais claro, me fizeram estas seguintes perguntas:
Qual a relação da Teoria do BIG BANG e a Igreja católica? e a outra
Adão e Eva tiveram dois filhos, Abel e Caim, Caim matou Abel e recolheu-se, casou e teve filhos. Se eles eram filhos de Adão e Eva, primórdios do paraíso, como ele pode ter outra mulher e ter filhos?

Agradecerei gentilmente pela resposta destas perguntas. E saibam que em todos os temas de formação catequética que realizo com eles, o site de vocês é o mais recomendado, pois trazem com transparência e verdade a fé cristã, respeitando as diferenças e catequizando os servos do Senhor. Sucesso! Forte e fraterno abraço.

Camilo Cândido

 

 

Prezado Camilo Cândido

 

            Agradecemos a sua amável mensagem e também a recomendação de nosso site.

            Como cristãos católicos temos a obrigação de difundir a verdade, sempre em comunhão com o Magistério da Igreja Católica e o papa.

            Respondemos a seguir às suas perguntas.

1) Qual a relação da teoria do Big Bang e a Igreja católica?

            "A teoria do Big Bang é uma teoria cosmológica segundo a qual o Universo, em seu estado inicial, se apresentava sob a forma bastante condensada e sofreu violenta explosão. É a teoria atualmente mais aceita para explicar a formação do Universo. A expressão inglesa big bang, a grande explosão, foi cunhada pela primeira vez pelo astrônomo inglês Fred Hoyle (1915), numa série de palestras radiofônicas sobre astronomia da BBC de Londres, mais tarde publicada sob a forma de livro em The Nature of the Universe (1950)." (cf. Mourão, Ronaldo Rogério de Freitas, O Livro de Ouro do Universo, Ediouro Publicações S.A., Rio de Janeiro, São Paulo, 2001, página 476).

            De acordo com a definição citada acima, percebemos que a teoria do Big Bang não se refere ao que existia antes do estado inicial do Universo, isto é, à sua criação, porque tal questão está totalmente fora do campo de estudo da ciência.

            A teoria do Big Bang não é incompatível com os relatos da criação na Bíblia, em Gênesis 1 e 2, porque, tendo por base os ensinamentos de dom Estêvão Bettencourt, O.S.B. a respeito, a Bíblia em tais relatos não propõe teoria científica sobre as origens do universo e do próprio ser humano. No início houve um ato criador de Deus, que ao criar pode ter inicialmente criado a matéria bastante condensada (que não é eterna), na qual incutiu as leis de sua evolução, que após a sua explosão (big bang), deu origem aos elementos químicos que se reagruparam dando os reinos mineral, monera, vegetal e animal (irracional e racional (o ser humano)). "Quando no decorrer da evolução um organismo animal dito "primata" estava suficientemente organizado para receber a vida humana, Deus criou e infundiu-lhe a alma humana." Para aprofundamento sugerimos a leitura de: 1) o opúsculo: Bettencourt, Estêvão, Criacionismo ou Evolucionismo, Escola Mater Ecclesiae, e 2) o livro: Aquino, Felipe, Ciência e Fé em Harmonia, Editora Cleófas, Lorena, SP, 2004.

            A Igreja Católica não é contrária à teoria do Big Bang porque esta não é incompatível com os relatos da criação na Bíblia, como explicado acima.

            "A fé católica caminha com o auxílio da ciência e lhe é uma gande aliada. Para compreender melhor a Revelação de Deus, seja pelas Sagradas Escrituras, ou pela interpretação da Tradição que a berçou, a Igreja sempre usou a ciência em todos os tempos." (cf. Aquino, Felipe, Ciência e Fé em Harmonia, Editora Cleófas, Lorena, SP, 2004, página 18).

2) Adão e Eva tiveram dois filhos, Abel e Caim, Caim matou Abel e recolheu-se, casou e teve filhos. Se eles eram filhos de Adão e Eva, primórdios do paraíso, como ele pôde ter outra mulher e ter filhos?

            "O primeiro casal humano, conforme Gen 5,4, deu à luz numerosos filhos e filhas, embora de três apenas nos tenham sido transmitidos os nomes: Caim, Abel e Sete (cf. 4,1s; 5,3). Os irmãos e irmãs, filhos de Adão e Eva, se casaram entre si a fim de multiplicar o gênero humano; Deus o permitiu dadas as circunstâncias extraordinárias, únicas, em que se achavam os homens na primeira geração. A permissão, que era necessária e lógica em tal caso, deixaria de o ser logo que houvesse possibilidade de atender à propagação da espécie humana por via mais conforme às leis da natureza. A permissão não se repetiu, pois, nem se repete, após o caso excepcional, irreversível, da primeira geração humana". (cf. Bettencourt, Estêvão, Ciência e Fé na História dos Primórdios, 4a edição, Livraria Agir Editora, Rio de Janeiro, 1962, página 126).

            Sobre Caim e Abel, podemos aprofundar um pouco mais lendo abaixo a explicação de dom Estêvão Bettencourt, O.S.B em a 4a Etapa: Exegese de Textos Seletos, A pré-história bíblica (IV), Módulo IV: Caim e Abel, Cainitas, Setitas e Semitas, do Curso Bíblico por Correspondência, da Escola Mater Eclesiae:

            "Lição 1: Caim e Abel

            Logo após a descrição da queda original, o autor sagrado apresenta o morticínio de Caim que mata seu irmão Abel. Cf. Gn 4, 1-16.

            Quem observa este episódio, verifica que supõe um estado adiantado da cultura humana, ou seja, o período neolítico: os homens já domesticavam os animais, de modo que Abel é pastor, e já cultivavam industriosamente a terra, de modo que Caim é agricultor (4, 2); Caim funda uma cidade (4, 17), tem medo de se encontrar com outros homens (4, 14), sabe que haverá um clã pronto para defendê-lo… Diante destes traços literários, os autores propõem duas maneiras de entender o episódio:

            1) Fato histórico antigo descrito com roupagem da época posterior. O autor sagrado estaria relatando um fratricídio realmente ocorrido nos inícios da pré-história bíblica, mas teria usado linguagem da época neolítica para tornar-se mais compreendido pelos leitores: os atores da cena terão sido apresentados como se fossem homens contemporâneos do escritor sagrado. Esta interpretação é aceitável, mas não parece ser a melhor. É preferível a seguinte:

            2) Fato meta-histórico ou trans-histórico (Meta-histórico ou trans-histórico é o fato histórico que não pertence a um determinado período da história apenas, mas se reproduz em diversas fases da história. Este conceito se esclarecerá no decorrer da nossa explicação). Observemos que houve uma tribo dos quenitas ou quineus ou cineus na época de Moisés (séc. XIII a.C.); tinham por Patriarca fundador um certo Caim. Leiamos, por exemplo, Nm 24, 21: "Balaão viu os quenitas e pronunciou o seu poema. Disse: 'A tua morada está segura, Caim, e o teu ninho firme sobre o rochedo"; os quenitas eram nômades (1Cr 2, 55); tinham relações estreitas com Madiã (Nm 10, 29; Jz 1, 16); ver também 1Sm 15, 4-6; Jz 4, 11.17; 5, 24. Ora pode-se crer que esse patriarca Caim tenha sido um fratricida famoso; o crime de Caim ocorrido nos tempos de Moisés ou pouco antes terá sido tomado como um fato típico da maldade humana. Por isto o autor sagrado haverá colocado esse fato logo no início da pré-história bíblica, querendo assim significar, de maneira muito concreta, que, quando o homem diz Não a Deus, passa a dizer Não também ao seu irmão; a fidelidade a Deus e a fidelidade ao próximo são inseparáveis uma da outra; por isto também o Senhor Jesus quis resumir toda a Lei em dois preceitos: o do amor a Deus e a do amor ao próximo (cf. Mt 22, 40).

            Neste caso não se pode dizer que Caim e Abel foram filhos diretos dos primeiros pais. Nem era a intenção do autor sagrado dizê-lo. Nos onze primeiros capítulos do Gênesis, a Bíblia propõe fatos históricos, sim, dispostos, porém, de maneira a nos fazer compreender o porquê da vocação de Abraão; ela quer mostrar que o primeiro Não dito a Deus desencadeou uma série de outras negações, das quais a primeira é o Não dito ao homem. Segundo tal interpretação, o fratricídio cometido por Caim contra seu irmão Abel é fato histórico, mas um fato que não ocorreu apenas uma vez no século XIII a.C.; ocorre em todas as épocas, a partir da primeira fase da história da humanidade; até hoje há muitos Cains que matam seus irmãos, como houve também um no início da história sagrada.

 

            Quem aceita tal interpretação, já não formula a pergunta tão freqüentemente colocada por leitores da Bíblia: com quem se casou Caim, se Adão e Eva só tiveram dois filhos e Caim matou Abel? Se o episódio de Caim e Abel é datado do século XIII a.C., vê-se que não há por que formular a questão: a população humana já se alastrava sobre a terra. — De passagem, digamos: se alguém não aceita a interpretação proposta, pode-se-lhe responder apontando o texto de Gn 5, 4, onde está dito que Adão e Eva tiveram filhos e filhas; Caim tinha, pois, com quem se casar; o fato de se tratar de uma irmã de sangue, filha de Adão, não era impecilho, porque não havia, naquela primeira geração acúmulo de taras hereditárias. (grifo nosso)

 

            Continuando a ler o texto sagrado, defrontamo-nos com duas listas genealógicas: a dos cainitas e a dos setitas. Examinemos cada qual de per si.

 

            Lição 2: Os cainitas (Gn 4, 17-24)

 

            Nessa tabela ocorrem sete gerações: Caim, Henoque, Irad, Maviael, Matusael, Lameque e seus filhos. Isto quer dizer que o autor sagrado quis propor um todo definido (sete é símbolo de totalidade). Observemos as características dessa lista genealógica:

 

            1) não há menção de um só número de anos (ao contrário do que ocorre na lista dos setitas, toda marcada por números);

            2) os cainitas são todos promotores da civilização e da cultura: fundam uma cidade (4, 17), são pastores de gado (4, 20), trabalham em metalurgia (4, 22), tocam harpa e flauta (4, 21);

            3) são cada vez mais marcados pela vingança e sanguinolência: Caim será vingado sete vezes, mas Lameque, seu descendente, setenta e sete vezes (cf. 4, 24);

            4) a devassidão dos costumes se alastra nessa linhagem, de modo que Lameque tem duas esposas, Ada e Sila, em oposição à imagem do casamento mongâmico proposto em Gn 1-3: "Deixará o homem pai e mãe, e aderirá à sua esposa, e serão dois numa só carne" (Gn 2, 24).

 

            Destas notas se depreende o seguinte: o autor sagrado quis mostrar o progresso do pecado na linhagem do homicida Caim: luxúria e morticínio aí se instalaram. Além do que, associa entre si o pecado e as obras da civilização (cidades, domesticação de animais, metalurgia, cultivo da música…). Com isto o texto bíblico não quer condenar os produtos do engenho humano (estes podem servir à glorificação do Criador), mas quer mostrar como facilmente as conquistas da civilização estão associadas ao pecado e levam ao pecado; elas provocam a ganância do homem, são idolatradas, suscitam rixas e guerras… Era precisamente este o quadro que o autor sagrado podia contemplar quando considerava os grandes impérios da Mesopotâmia (Assíria e Babilônia) e do Egito, que cercavam o povo de Israel: eram impérios de elevada civilização, mas alheios ao verdadeiro Deus, imersos na idolatria e na demanda insaciável do poder.

            A audiência de números na linhagem dos cainitas é precisamente o sinal de que tais homens careciam de harmonia; não estavam inscritos no "livro da vida" (o número é símbolo de ordem e sabedoria, segundo a Bíblia). ("Livro da vida" é expressão figurada da S. Escritura para significar a parte da humanidade que vive a verdadeira vida, a vida conforme o plano de Deus: cf. Ex 32, 32; Sl 68(69), 29).

 

            Lição 3: Os setitas (Gn 5, 1-32)

 

            Na linhagem dos setitas, contam-se dez nomes, desde Adão até Noé. De novo temos uma peça que pretende transmitir uma mensagem definida (dez é também um símbolo de totalidade). Observemos que nessa tabela.

 

            1) os números são muito freqüentes: o autor diz com que idade cada Patriarca gerou o primeiro filho; quantos anos viveu depois disto, e com que idade morreu;

            2) os anos de vida de cada Patriarca são muito elevados, variando entre oitocentos e novecentos;

            3) não se menciona uma obra da civilização realizada pelos setitas. Qual o significado destes traços?

 

            O autor sagrado quis propor a linhagem dos bons; estes têm números, isto é, gozam de ordem e harmonia e estão inscritos no "livro da vida". Diz o livro da Sabedoria que "o Senhor tudo dispõe conforme número, peso e medida" (Sb 11, 20). Não se atribui aos setitas nenhuma obra civilizatória, pois tais obras estavam associadas, na mente do autor, aos impérios pagãos da vizinhança de Israel.

            A grande longevidade assinalada a cada Patriarca setita não quer dizer que, na verdade, viviam séculos; mesmo que entendamos os 930 anos de Adão, os 912 de Sete… como anos lunares (um pouco mais breves do que o ano solar), não estaremos atinando com a mensagem do autor sagrado. Para os antigos, a longevidade era sinal de venerabilidade e respeitabilidade; por conseguinte quando atribuíam a alguém longa duração de vida, queriam apenas dizer que tal pessoa era merecedora de toda estima e consideração. Este modo de falar está documentado, por exemplo, na tabela dos reis pré-diluvianos que o sacerdote Beroso, da Babilônia, nos deixou.

            Abro reinou 36.000 anos; Alaparo 10.800 anos; Almelon 46.800 anos; Amenon 43.200 anos; Amegalaro 64.800 anos; Amenfsino 36.000 anos; Otiartes 28.800 anos; Daono 36.000 anos; Edoranco 64.800 anos; Xisutro 64.800 anos.

            Temos nesta lista dez nomes de reis de elevada longevidade. Também no Egito se encontrou a lista de dez reis que governam o povo nos seus primórdios; os persas conheciam seus dez Patriarcas; os hindus enumeravam nove descendentes de Brama; com os quais Brama completava uma série de dez gerações pré-diluvianas.

            É a luz destes documentos que se deve entender Gn 5, 1-32. Os dez nomes significam os homens que transmitiram a fé e a fidelidade aos seus descendentes; visto que a vida é o bem fundamental, uma longa vida, para os antigos hebreus, era símbolo de bênção divina e honrabilidade; a indicação de que cada Patriarca viveu elevado número de anos após gerar o seu sucessor na lista, significa que esses pais do gênero humano tiveram a possibilidade de manter pura na sua família a revelação primitiva; donde se concluía que a religião que por tal via chegara a Israel, era a religião verdadeira, conservada através de uma série de gerações providencialmente favorecidas por Deus.

            Em síntese, não se deverá crer que os Patriarcas bíblicos viveram séculos. Ao contrário, sabe-se hoje com certeza que a duração da vida humana na pré-história era muito breve: oscilava entre os 20 e 40 anos, os homens não gozavam dos benefícios da medicina e da cirurgia para debelar seus males.

            É difícil explicar o porque de cada uma das cifras atribuídas aos patriarcas setitas. Como quer que seja, em dois caos parece possível uma elucidação:

            Henoque viveu 365 anos e, sem passar pela morte, foi arrebatado por Deus (Gn 5, 21-24). A sua vida é a mais breve na lista setita; não obstante, o número que a acompanha, diz que atingiu a consumação devida; de fato, 365 é o número característico do ano solar; por isto, Henoque é apresentado como um sol que consumou sua trajetória sobre a terra, difundindo luz e calor. Por isto também é o sétimo patriarca da lista setita (cf. Jd 14). Assim Henoque constitui o ponto culminante da tabela de Gn 5: em torno dele, o autor sagrado coloca os dois símbolos máximos de longevidade: seu pai Jared viveu 962, e seu filho Matusalém 969 anos; assim, diríamos, a bênção dada a Henoque se estendeu aos que lhe estão em comunhão. Ótimo comentário da figura de Henoque é a descrição do justo apresentada por Sb 4, 7-15. — À luz do que acaba de ser dito, vê-se que não há motivo para afirmar que Henoque não morreu. Lameque representa, depois de Henoque, a vida menos longa da linhagem setita: 777 anos. Mas também esta vida é tida como perfeita ou consumada, vista a insistência no número 7. Além do que, Lameque, ao gerar Noé (5, 28s), professa esperar deste filho alívio ou repouso, uma espécie de sábado (sétimo dia!).

 

            Lição 4: Os semitas (Gn 11, 10-26)

 

            Em Gn 11, 10-26 outra tabela genealógica ocorre, também está marcada por números: é a descendência dos semitas, com dez gerações. Nesta os números hão de ser entendidos de acordo com a chave acima exposta: são símbolos de bênção divina e de venerabilidade. Esta proposição é confirmada de modo especial por um particular da vida de Sem, que mostra como o autor sagrado não dava importância matemática aos números: conforme 5, 32, Noé gerou Sem aos 500 anos de idade; o dilúvio terminou no ano 601 da vida de Noé (cf. 8, 13s), ou seja, quando Sem devia ter 101 anos completos. Ora, dois anos após o dilúvio, Sem ainda tinha 100 anos (em vez de 103), conforme 11, 10!

            Note-se também que, com o tempo, vai diminuindo a longevidade atribuída pela Bíblia aos Patriarcas: na linhagem dos semitas, Sem, o primeiro, vive 600 anos (é o mais longevo), e Taré, o último, vive 205 anos.

            Abraão viveu 175 anos, divididos em três períodos: chamado por Deus, deixou a terra de Harã aos 75 anos de idade (cf. On 12,4); gerou aos 100 anos (cf. 21, 5) e morreu aos 175 anos (cf. 25, 7). Ora esta distribuição em três períodos mais ou menos simétricos evidencia o artifício dos números.

            José do Egito viveu 110 anos (cf. Gn 50, 26). Moisés chegou a 120 (3 x 40) anos de idade cf. Dt 34, 7). Um salmo atribuído a Moisés reza: "Setenta anos é o tempo da nossa vida; só os mais vigorosos chegam aos oitenta" (Sl 89[90], 10). O salmista já não utilizava linguagem simbolista, mas descrevia a realidade da duração humana em termos que até hoje correspondem à nossa experiência. Poderíamos dizer que, apresentando o decréscimo da longevidade através dos tempos, o autor sagrado queria significar que os homens se iam afastando, cada vez mais, da fonte da bênção largamente concedida às primeiras gerações.

            Para ulterior aprofundamento, veja:

            GRELOT, P., Introdução à Bíblia. Ed. Paulinas 1971.

            GRUEN, W., O tempo que se chama hoje. Ed. Paulinas 1977.

            SCHÕKEL, L. A. e SICRE DIAZ, J. L., Profetas II. Ed. Paulinas 1991.

            VAN DEN BORN, A., Dicionário Enciclopédico da Bíblia. Ed. Vozes 1971."

 

            Espero que a resposta tenha sido útil.

 

            Que Deus o abençoe.

 

            Renato Colonna Rosman

 

            Veritatis Splendor: https://www.veritatis.com.br/

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