Leitor pergunta sobre o Concílio de Niceia

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Mensagem
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Olá pessoal do Veritatis, recentemente estava lendo sobre o Concílio de Niceia e tive algumas duvidas, tenho 5 perguntas:

1 – O Papa é a Pedra da Igreja , por que ele não estava presente ?

2 – Qual a influência de Constantino no Concílio?

3 – Nessa época os bispos já respeitava o Papa?

4 – O Papa da época aceitou ou não?

5 – A igreja aceita esse Concílio, e qual importância?

Caríssimo Amigo,

PAX DOMINI,

Você fez cinco ponderações simples, mas de grande relevância. Primeiramente, o papa Silvestre, não tendo podido  comparecer “em razão de sua  idade avançada”, fez-se representar por dois prelados de sua Igreja [de Roma] Vito e Vicente”. (ROPS, Daniel. A Igreja dos Apóstolos e dos Mártires, Vol I,Quadrante: São Paulo, 1988,p.453). Vale frisar que o Sumo Pontífice aprovou as decisões conciliares. Se Roma não desse seu aval todos os documentos teriam que ser refeitos e revistos.

O Imperador Constantino quisera contribuir para a pacificação da Igreja. Desde o surgimento do arianismo, que ensinava que o Logos era uma criatura subordinada ao Pai, a tensão se instalara no clero. Como se sabe, as discussões teológicas do período patrístico foram essenciais para a estruturação da Verdadeira doutrina, que desde os primórdios fora atacada pelos hereges. Constantino, como relata o historiador santo (e santo historiador) Eusébio de Cesaréia, foi de extrema relevância, inicialmente por seu caráter apaziguador e, em segundo lugar, pelo seu interesse e sinceridade na busca da compreensão ortodoxa. Eusébio ainda disse que foi o Imperador que indicou a utilização do termo “homoousious”, “consubstancial”, no Credo (termo já presente na literatura dos padres apostólicos). Inclusive explanou tão profunda e acertadamente sobre o tema, que demonstrou o erro de Paulo de Samósata, herege adociano que empregou de maneira heterodoxa a palavra “consubstancial”.

O Concílio de Nicéia foi e é essencial para a Igreja. Nele o arianismo foi combatido, o que do contrário poderia acarretar a perdição de muitas almas, e o Credo, a profissão de fé sustentada nos verdadeiros ensinamentos de Cristo, se instituiu, lembrando que posteriormente foi aprofundada, no Concílio de Constantinopla, devido a ação de hereges que pretendiam subverter a Verdade através de suas “cambalhotas” teológicas a procura de brechas para instaurar o erro.

Pedro Ravazzano

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