Leitor pergunta sobre ortodoxos, protestantes, maçons e rosacruzes

Olá Pessoal do Veritatis Splendor!
Graça, Redenção e Paz!
Eu sou da Renovação Carismática Católica e comecei a fazer um estudo bíblico há algum tempo, e fiquei com algumas dúvidas. Vamos a elas:
-> Qual a diferença entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa? Os Ortodoxos devem obediência ao Vaticano?
-> Qual o objetivo da Rosacruz? Como deu o seu surgimento?
-> Quais as igrejas protestantes que podem ser consideradas como seitas?
-> Como faço para reconhecer um maçon?
Por enquanto é só isso, em caso de mais dúvidas, mando outra mensagem.
Muito Obrigado pela paciência! (Gabriel)

Prezado Gabriel,

Suas perguntas, por serem muito “abertas”, renderiam longos tratados, um para cada tema proposto, o que infelizmente não nos é possível fazer devido ao tempo e o escopo do nosso Apostolado.

Tentaremos, assim, oferecer-lhe um resumo bem simples, na intenção de proporcionar alguma orientação:

-> Qual a diferença entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa? Os Ortodoxos devem obediência ao Vaticano?

A maioria das diferenças entre ortodoxos e católicos são de índole disciplinar, plenamente sanáveis… Quanto às questões doutrinárias, no séc. XIX, o papa Leão XIII convidou o patriarca Antimo VII de Constantinopla a retornar à comunhão plena com Roma; o referido patriarca, porém, apontou 10 “dificuldades” colocadas pelos católicos para que se desse o retorno dos ortodoxos à plena comunhão:

(1) a afirmação de que o Espírito Santo procede do Pai e do Filho;

(2) a inserção do termo “Filioque” (=”e do Filho”) no Credo Niceno-Constantinopolitano;

(3) a administração do Batismo por infusão ou aspersão;

(4) a celebração da Eucaristia com pão ázimo (sem fermento);

(5) o não-reconhecimento do valor consecratório da epiclese na oração eucarística;

(6) a comunhão oferecida apenas sob a espécie de pão;

(7) a doutrina referente ao “fogo” do purgatório e a consecução da visão beatífica antes do juízo final;

(8) a definição do dogma da Imaculada Conceição de Maria;

(9) a aceitação do primado do Papa; e

(10) a definição da infalibilidade pontifícia.

Todas essas dificuldades – como se percebe – são, também, de solucionamento relativamente fácil, tanto para latinos quanto para ortodoxos, com exceção apenas das questões ligadas ao primado e à infalibilidade do Papa.

Como quer que seja, parece que também estes dois obstáculos estão no caminho de serem derrubados, como lemos nas seguintes notícias sobre o recente “Documento de Ravena”, aprovado pela Comissão Conjunta Católico-Ortodoxa:

– http://noticias-nsi.blogspot.com/2007/11/ortodoxos-e-catlicos-reconhecem-primado.html

– http://catecumenato.wordpress.com/2007/11/28/igrejas-ortodoxas-reconhecem-primado-do-papa/

– http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2007/11/14/ult1766u24578.jhtm

O texto integral do referido documento pode ser lido, em inglês, neste link:

– http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/chrstuni/ch_orthodox_docs/rc_pc_chrstuni_doc_20071013_documento-ravenna_en.html

Que Deus seja louvado!

-> Qual o objetivo da Rosacruz? Como deu o seu surgimento?

Conforme d. Estêvão Bettencourt[1], “a Rosacruz [que teve sua origem na Alemanha do séc. XVII] se apresenta como herdeira da sabedoria do Egito, reservada a poucos iniciados e portadora de enormes benefícios espirituais e materiais. Ensina que os seus seguidores se tornam grandes pensadores e pessoas bem sucedidas em sua vida privada como também em sua vida profissional, pois aprendem a desenvolver suas faculdades mentais que todos têm, mas que poucos utilizam. Os escritos rosacrucianos enfatizam que a Rosacruz não é religião (…) Esta proposição é falsa, pois a Rosacruz professa dois conceitos que não se coadunam com a mensagem cristã: o panteísmo (segundo o qual Deus, o homem e o mundo se identificam ou são uma grande substância em evolução permanente) e a reencarnação ou a pluralidade de vidas terrestres para um só indivíduo”. Segundo o mesmo autor, a incompatibilidade da Rosacruz com a mensagem cristã pode ser observada inclusive em uma Declaração que o rosacruciano precisará assinar após certo grau de iniciação, em que se lê: “Declaro, de livre e espontânea vontade, que não quero padre ou qualquer sacerdote e nenhuma cerimônia religiosa de emergência ou posterior, ficando esta somente a cargo da Escola …. , Lectorium Rosicrucianum, à qual pertenço. Declaro ainda que não aceito e nem permito transplantes de órgãos ou partes do meu corpo”.

-> Quais as igrejas protestantes que podem ser consideradas como seitas?

Como se sabe, “seita” vem do latim “sectare”, que quer dizer “dividir, cortar, separar”. Logo, seita é tudo aquilo originário de uma divisão. Com efeito, sugerimos a leitura destes artigos:

– https://www.veritatis.com.br/article/279/

– https://www.veritatis.com.br/article/413/

Porém, a questão hoje pode ser melhor formulada nestes termos: pode-se considerar os agrupamentos protestantes como “igrejas” em sentido próprio? A resposta já foi dada oficialmente pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, no ano passado, no documento intitulado “Respostas a questões relativas a alguns aspectos da Doutrina sobre a Igreja” (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20070629_responsa-quaestiones_po.html), mais especificamente ao tratar a 5ª questão. Um maior aprofundamento pode ser dado pela Declaração “Dominus Iesus” (http://www.vatican.va/roman_curia/congregations/cfaith/documents/rc_con_cfaith_doc_20000806_dominus-iesus_po.html).

-> Como faço para reconhecer um maçon?

Não é muito fácil reconhecer um maçon, principalmente quando ele quer ocultar o fato para os não-maçons; é, pois, necessário prestar muita atenção aos detalhes do indivíduo, como observar o uso de alguns sinais ou toques específicos. William Schnoebelen, ex-maçon do 32º grau, relata alguns desses sinais e toques[2]: “Em primeiro lugar, há os famosos anéis, prendedores de gravata e alfinetes de lapela. Alguns deles são óbvios, como o esquadro e o compasso. (…) Outros são mais sutis e alguns são bem demoníacos. (…) Outra jóia mais comum, contudo sinistra, usada pelos maçons é o alfinete do Santuário. (…) Ela vem em vários modelos mas, usualmente, é alguma forma de [lua] crescente combinado com uma cimitarra (…) Para os maçons que querem encobrir o fato de serem membros para os não-maçons, mas ainda fazê-lo conhecido aos seus irmãos da Loja, há um alfinete especial (ou prendedor de gravata) que podem usar. Parece um taco de golfe de cabeça para baixo e com duas bolas ao alto (…). Muitas pessoas [assim] presumem que a pessoa é entusiasta do golfe, mas é realmente um trocadilho visual maçônico. (…) O avental é uma das identificações mais conhecidas dos maçons. Geralmente não é usado em público, exceto em eventos maçônicos como posse pública de oficiais (…), lançamentos de pedras fundamentais ou funerais. (…) Os maçons podem [ainda] identificar-se através de palavras ou gestos secretos que são numerosos demais para serem completamente catalogados. Todavia, pode ser útil conhecer alguns dos básicos. Em primeiro lugar, os maçons geralmente identificam-se pelo aperto de mãos. Uma pressão com o polegar no espaço entre a segunda e a terceira junta da mão da outra pessoa é suficiente para alguém identificar-se como Mestre Maçon. Quando não é possível um aperto de mão (como num tribunal), um maçon [pode fazer alguns movimentos complexos em seu andar que] todo oficial maçônico já fez milhares de vezes, [podendo] fazê-lo parecer tão natural quanto possível. Outra forma é através de frases, simples ou complexas, dependendo das circunstâncias [p. ex.: “no prumo”, “no nível” etc.]. (…) Outra expressão (ou gesto), que só deve ser usada em situações extremas é a Grande Saudação de maçon em dificuldade [p.ex.: “não há ajuda para o filho da viúva?”, geralmente acompanhado pelo gesto de] levantar seus braços acima da cabeça (quase como na posição de “mãos ao alto”) e então abaixá-los em três etapas”.

[]s,
Esperamos tê-lo ajudado!

_________
NOTAS:
[1] BETTENCOURT, Estêvão. “Religiões Não-Cristãs”, Série “Nós e Nós”-ES03. Aparecida: ed. Santuário, 1ª. ed., 1990, pp. 11-12. * [2] SCHNOEBELEN, William. “Maçonaria do Outro Lado da Luz”, Curitiba: ed. Luz e Vida, 6ª ed., 2000, pp. 117ss.

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