LONDRES, 18 Jan. 13 (ACI/EWTN Noticias) .- Mais de mil sacerdotes ingleses assinaram uma carta dirigida ao jornal britânico The Daily Telegraph, exortando aos legisladores locais a “que não tenham medo de rejeitar” uma proposta que permitiria no país o mal chamado “matrimônio” gay.
Em dezembro de 2012, o governo conservador comunicou a proposta para introduzir uma norma que permitiria que as pessoas do mesmo sexo contraíssem “matrimônio” antes de 2015. O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse que os grupos religiosos não estão obrigados a celebrar “matrimônios” gay.
Os 1 067 assinantes representam uma quarta parte dos sacerdotes da Inglaterra e Gales. Incluem-se oito bispos, assim como a ordinária do grupo de conversos anglicanos e quatro monges beneditinos.
Na carta publicada em 12 de janeiro, os sacerdotes explicam que a medida “restringiria severamente” aos católicos a “ensinar a verdade sobre o matrimônio em suas escolas, instituições de beneficência ou nos lugares de culto”.
Os presbíteros dizem na carta que “não tem sentido argumentar que os católicos e pessoas de outras crenças possam ensinar sobre o matrimônio nas escolas e em outros lugares, se em outras instâncias se defende a postura contrária do mesmo”. O matrimônio é o “fundamento e o pilar de nossa sociedade”, porque daí surge o “lar, as crianças e a vida familiar”.
“Se a lei para o matrimônio homossexual for aprovada, haverão muitas consequências legais” advertiram os sacerdotes, da mesma maneira os advogados advertiram que se a norma for aprovada, as escolas católicas poderiam perder os recursos, os professores correm o risco de ser disciplinados ou despedidos por negar-se a promover o “matrimônio” do mesmo sexo, além disso os capelães dos hospitais, das prisões e das bases militares poderiam enfrentar-se a represálias legais.
Os sacerdotes assinalam que a “complementariedade natural” dos sexos masculino e feminino conduz o matrimônio a uma “associação permanente” entre um homem e uma mulher.
O Bispo da diocese de Portsmouth, Monsenhor Philip A. Egan assinou a carta e disse ao The Telegraph que a carta utiliza “linguagem clara” e precisou que de aprovar-se esta norma “o ensino em nossas escolas católicas ou o testemunho da fé cristã sobre o que significa o matrimônio, não vamos poder fazer porque poderíamos ser presos por intolerantes ou homofóbicos”.
O Padre Timothy Finigan, um dos assinantes da carta, disse que “o argumento do ensino de algo como verdadeiro está no centro do debate da liberdade da Igreja para educar”.
O sacerdote também felicitou aos “presbíteros jovens e dinâmicos que organizaram este ato altamente significativo e de testemunho. Este tema, e a assinatura de nossos queridos Bispos, uniu à Igreja Católica em nosso país”.
Segundo o jornal britânico as mais de 1.000 assinaturas foram recolhidas em poucas semanas, e não foi uma iniciativa dos Bispos, mas sim um esforço feito desde “baixo”.
A carta começa lembrando que os católicos foram perseguidos durante séculos na Grã-Bretanha, e recém nos últimos tempos foram capazes de “participar plenamente na vida” do país.
Da época de Isabel I até 1850 a Igreja da Inglaterra ficou sem bispos e até 1829 os católicos foram proibidos de exercer algumas profissões.