No Mosteiro de Itaici, em São Paulo, ocorreu o 12° Encontro Nacional de Presbíteros. Desse encontro saiu uma carta aos padres, e um documento para Roma que pede o fim do celibato sacerdotal. Ao ler a carta e as notícias sobre o documento, refleti sobre algumas questões sobre o sacerdócio.
O que leva uma pessoa a discernir sobre sua vocação, escolher o sacerdócio, estudar em média 10 anos em um seminário, ser ordenado recebendo um sacramento perpétuo, exercer o ministério sacerdotal, para então questionar uma das normas inerentes a seu estado, mesmo tantos anos após saber de sua existência?
Sinceramente lhes digo que não sei. Não estou aqui para analisar as intenções de ninguém. Dissertarei sobre a falta de cabimento do tal pedido.
O documento aprovado pelos 430 delegados, que representam 18.685 padres de todo o Brasil pede alternativas para o celibato sacerdotal, entenda-se: ordenação de sacerdotes casados, casamento de sacerdotes já ordenados e reintegração ao clero de sacerdotes que foram dispensados para contrair matrimônio. Tal pedido vai de encontro às normas da Igreja.
Todos nós temos que fazer escolhas nesse mundo. Essas escolhas implicam em conseqüências. Muitas vezes sabemos das conseqüências de nossas escolhas, outras vezes não. Uma pessoa que escolhe atender o chamado da vocação sacerdotal, em um primeiro momento pode não saber o que lhe espera, mas com todos os anos de estudos e trabalhos pastorais, certamente vai descobrir o que lhe espera. Não admitir isso é loucura.
O celibato foi instituído na Igreja nos primeiros séculos como norma na Igreja Católica de Rito Romano. Os Católicos que estão inseridos na realidade dos Ritos Orientais não possuem o celibato obrigatório como norma para os sacerdotes. Tal norma surgiu para os Católicos Romanos como um meio para que seus vocacionados pudessem dedicar sua vida integralmente ao ministério. Sempre foi assim. Todos eles sempre sabiam o que estavam escolhendo.
Hoje em dia, muitos sacerdotes, após ordenados, começam a questionar várias práticas da Igreja, não só o celibato. O que eles fazem nada mais é do que querer “mudar as regras no meio do jogo”. Uma boa notícia (não é boa para eles) é que isso não vai acontecer. Dom Cláudio Hummes, prefeito da Sagrada Congregação para o Clero já deixou claro que isso não está em discussão.
Os padres também pedem “orientações mais seguras e definidas sobre o acompanhamento pastoral de casais de segunda união”. Esse ponto também já foi finalizado. Além de ser uma questão religiosa, é também uma questão de lógica.
Vamos lá. O Matrimônio é um sacramento da Igreja. Entre suas propriedades está a indissolubilidade. Portanto, uma pessoa que se casou, jamais poderá “descasar”, por mais que hajam leis de divórcio na esfera civil. Tais leis não influenciam no sacramento. Uma pessoa que deixa seu cônjuge, com o qual contraiu o sacramento do Matrimônio e começa a viver com outra pessoa incorre em pecado grave de adultério, que torna-se um impedimento para a recepção da Sagrada Eucaristia. Portanto, tal pessoa fica canonicamente impedida de receber a Comunhão. Simples como dois mais dois são quatro.
Essas pessoas que estão afastadas da Eucaristia não devem, de maneira alguma, ser excluídas da convivência na Igreja. Muito pelo contrário, devem ser acolhidas e amparadas em suas necessidades, mas também devem arcar com as conseqüências de suas escolhas, afinal de contas, todos sabiam onde estavam “se metendo”. Graças a Deus esse é mais um ponto que não está em discussão em Roma, só na cabeça desses padres.
Assumir suas escolhas é um ato de de honestidade consigo mesmo, com o próximo e com a Igreja.
Outro ponto que os padres reivindicam é serem ouvidos durante o processo de escolha de um bispo para uma diocese. Eles alegam que querem uma decisão mais “democrática”. Como se a Igreja fosse uma democracia. Isso é apenas outro ponto descabido do documento. Ao querer opinar na escolha dos bispos, alguns sacerdotes podem querer fazer prevalecer seus pontos de vista contaminados por ideologias incompatíveis com a Fé. Aos padres, resta a obediência.
A carta pode ser encontrado aqui . E o documento foi noticiado em vários jornais. Embora a carta não fale em fim do celibato – só o documento -, ela, ainda assim, é permeada pela teologia da libertação. Não é possível que todos os mais de 19 mil padres do Brasil compactuem com todo esse lixo socialista. Não se vê menção alguma à Eucaristia e à Missa, apenas ecologia, capitalismo e saudações a sacerdotes que não podem ser considerados exemplos de Fé Católica. Muitos dos citados são exemplos de socialismo, não de catolicismo. Queria ver o Santo Padre pegar esse documento, amassar e jogar no lixo (reciclável, é claro, para que os “ecólogos da libertação” não reclamem disso também) bem na frente deles.