Mitos acerca das indulgências

Mito 1: Uma pessoa pode comprar sua saida do inferno mediante indulgências.

Este é um erro habitual, do qual se aproveitam muitos comentaristas anticatólicos, apoiando-se na ignorância tanto dos católicos como dos não-católicos. Porém a afirmação não tem fundamento. Como as indulgências somente apagam penas temporais, não podem apagar a pena eterna do inferno. Uma vez que alguém está no inferno, nenhuma quantidade de indulgências jamais mudará esse desfecho. A única maneira de evitar o inferno é apelando à misericórdia eterna de Deus enquanto estamos em vida. Logo depois da morte, o destino eterno está fixado (Hebreus 9, 27).

Mito 2: Uma pessoa pode comprar indulgências para pecados ainda não cometidos.

A Igreja sempre ensinou que as indulgências não se aplicam a pecados não cometidos. A Enciclopédia Católica diz: “[Uma indulgência] não é uma permissão para pecar, nem um perdão do pecado futuro; tal coisa não poderia ser concedida por poder algum.”

Mito 3: Uma pessoa pode “comprar o perdão” com indulgências.

A definição de indulgências pressupõe que o perdão já tenha seu lugar: “Uma indulgência é a remissão diante de Deus da pena temporal pelos pecados, já perdoados” (Indulgentarium Doctrina norma 1). As indulgências não perdoam pecados em absoluto. Somente concernem às penas que permanecem logo depois que os pecados tenham sido perdoados.

Mito 4: As indulgências foram inventadas para obter dinheiro para a Igreja.

As indulgências se desenvolveram a partir da reflexão sobre o sacramento da reconciliaçãon. São uma maneira de estreitar a penitência da disciplina sacramental e estavam em uso séculos antes de aparecerem problemas relacionados com o dinheiro.

Mito 5: Uma indulgência reduzirá seu tempo no purgatório em um número fixo de dias.

O número de dias que associados às indulgências era uma referência ao período de penitência que alguém poderia realizar durante a vida terrena. A Igreja Católica não pretende saber nada acerca de quão duradouro ou breve é o purgatório em geral, muito menos no caso de uma pessoa específica.

Mito 6: Uma pessoa pode comprar indulgências.

O Concilio de Trento instituiu severas reformas na prática de conceder indulgências, causa de anteriores abusos, “em 1567 o Papa Pio V cancelou todas as concessões de indulgências que tiveram a ver com pagamentos ou outras transações financeiras” (Enciclopédia Católica). Este fato prova a seriedade da Igreja ao eliminar os abusos das indulgências.

Mito 7: Poderia ocorrer que uma pessoa pudesse comprar indulgências.

Nunca se pôde “comprar” indulgências. O escândalo financeiro ao redor das indulgências, o escândalo que deu a Martinho Lutero uma desculpa para sua heterodoxia, tinha a ver com indulgências nas quais a doação de dinheiro para algum fundo de caridade ou alguma fundação era usado como ocasião para conceder a indulgência. Não houve estritamente venda de indulgências. A Enciclopédia Católica afirma: “É fácil ver como foram se introduzindo abusos. Entre as boas obras que podian resultar como condição de uma indulgência, as doações tenderiam naturalmente a um lugar destacado. … É conveniente observar que nestes propósitos não havia nada essencialmente mal. Dar dinheiro a Deus ou aos pobres é um ato de caridade, quando se faz pelos motivos corretos, certamente não restará sem recompensa”.

Fonte: This Rock Magazine, março 1994. Tradução: Rondinelly Ribeiro.

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