• Autor: Israel Octavio Hernandez
  • Fonte: Site “Católico, Defiende tu Fe” (https://www.catolicodefiendetufe.org)
  • Tradução: Apostolado Veritatis Splendor

Nosso Senhor Jesus Cristo foi o primeiro apologeta, pois nada ensinava sem apresentar as provas de sua verdade, seus motivos de credibilidade.

Nos Evangelhos, o vemos debatendo com os fariseus, mostrando-lhes a verdade:

  • “E, partindo dali, chegou à sinagoga deles. E, estava ali um homem que tinha uma das mãos mirrada; e eles, para o acusarem, o interrogaram, dizendo: ‘É lícito curar nos sábados?’ E ele lhes disse: ‘Qual dentre vós será o homem que tendo uma ovelha, se num sábado ela cair numa cova, não lançará mão dela, e a levantará? Pois, quanto mais vale um homem do que uma ovelha? É, por consequência, lícito fazer bem nos sábados’. Então disse àquele homem: ‘Estende a tua mão’. E ele a estendeu e ficou sã como a outra. E os fariseus, tendo saído, formaram conselho contra ele, para o matarem” (Mateus 12,9-14).
  • “Então chegaram ao pé dele os fariseus, tentando-o, e dizendo-lhe: ‘É lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo?’
    Ele, porém, respondendo, disse-lhes: ‘Não tendes lido que aquele que os fez no princípio macho e fêmea os fez. E disse: Portanto, deixará o homem pai e mãe, e se unirá a sua mulher, e serão dois numa só carne? Assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem’. Disseram-lhe eles: ‘Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la?’ Disse-lhes ele: ‘Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas ao princípio não foi assim. Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de fornicação, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada também comete adultério'” (Mateus 19,3-9).

Veja-se ainda: Mateus 16,1-4; 22,15-22.34-46; Marcos 10,2-9; Lucas 10,25-37; João 8,3-11.

Jesus debate até com o Diabo citando as Escrituras:

  • “Então foi conduzido Jesus pelo Espírito ao deserto, para ser tentado pelo diabo. E, tendo jejuado quarenta dias e quarenta noites, depois teve fome; E, chegando-se a ele o tentador, disse: ‘Se tu és o Filho de Deus, manda que estas pedras se tornem em pães’. Ele, porém, respondendo, disse: ‘Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus’. Então o diabo o transportou à cidade santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: ‘Se tu és o Filho de Deus, lança-te de aqui abaixo; porque está escrito: Que aos seus anjos dará ordens a teu respeito; e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra’. Disse-lhe Jesus: ‘Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus’. Novamente o transportou o diabo a um monte muito alto; e mostrou-lhe todos os reinos do mundo, e a glória deles. E disse-lhe: ‘Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares’. Então disse-lhe Jesus: ‘Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás’. Então o diabo o deixou; e, eis que chegaram os anjos, e o serviam” (Mateus 4,1-11).

Mas Jesus também emprega a apológética com os seus próprios discípulos.

Com efeito, se ao lermos os Evangelhos nos focarmos nisso, descobriremos como Nosso Senhor Jesus Cristo apresentava – superabundantemente – as provas necessárias para que as suas doutrinas fossem aceitas.

Desta forma, como prova de que Ele era o Messias e, portanto, da sua autoridade para ensinar, algumas vezes aponta o cumprimento nele das profecias messiânicas:

  • “‘Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?’ Então disse Jesus à multidão: ‘Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as Escrituras dos profetas’. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram” (Mateus 26,54-56).
  • “Então começou a dizer-lhes: ‘Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos'” (Lucas 4,21).

Outras vezes, os milagres que fazia provavam que Ele era o Messias:

  • “‘Mas eu tenho maior testemunho do que o de João; porque as obras que o Pai me deu para realizar, as mesmas obras que eu faço, testificam de mim, que o Pai me enviou'” (João 5,36).

Para provar que tinha o poder para perdoar os pecados, cura um paralítico:

  • “E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico: ‘Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados’. E eis que alguns dos escribas diziam entre si: ‘Ele blasfema’. Mas Jesus, conhecendo os seus pensamentos, disse: ‘Por que pensais mal em vossos corações? Pois, qual é mais fácil? Dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda? Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para tua casa’. E, levantando-se, foi para sua casa. E a multidão, vendo isto, maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens” (Mateus 9,2-8).

Para a sua Presença Real na Sagrada Eucaristia, Ele oferece como prova do seu poder divino a sua então próxima ascensão aos Céus:

  • “Sabendo, pois, Jesus em si mesmo que os seus discípulos murmuravam disto, disse-lhes: ‘Isto escandaliza-vos? Que seria, pois, se vísseis subir o Filho do homem para onde primeiro estava?'” (João 6,61-62).

E não poucas vezes as provas antecederam à sua doutrina. Ele primeiro apresenta as provas e deixa que os seus Apóstolos, seus discípulos, raciocinando, deduzam delas a doutrina que Ele quer estabelecer. Um exemplo disto, certamente de grandiosíssimo valor, encontramos naquela ocasião em que São João Batista, querendo que Nosso Senhor Jesus Cristo se proclamasse logo como o Messias esperado, envia dois de seus discípulos para perguntar-Lhe:

  • “És tu aquele que havia de vir, ou esperamos outro?” (Mateus 11,3).

Pergunta essa a que Nosso Senhor Jesus Cristo não deu uma resposta direta mas, tendo feito muitos milagres perante eles, provou que era o Messias esperado, dizendo-lhes:

  • “E Jesus, respondendo, disse-lhes: ‘Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não se escandalizar em mim'” (Mateus 11,4-6).

Assim, ofereceu primeiro as provas e deixou para João Batista deduzir a doutrina a partir delas.

E todos os Apóstolos, seguindo o exemplo de Nosso Senhor Jesus Cristo, apresentam racionalmente a Religião Cristã e querem que os fiéis a professem por CONVICÇÃO. Assim os exorta o Apóstolo São Pedro:

  • “Antes, santificai ao Senhor Deus em vossos corações; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1Pedro 3,15).

A excelência da Apologética consiste, portanto, em nos levar a sermos católicos por convicção, a professarmos triunfalmente a nossa Religião, por estarmos plenamente convencidos de que o Catolicismo é a verdadeira Religião, de que é a Religião de Deus!

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