O culto aos Santos

Muitas vezes somos abordados por pessoas que deram ouvidos à pregações de falsos pastores, lobos em pele de cordeiro que fundam seitas de perdição. Estes dizem que os católicos, ao venerar os santos, estariam caindo em idolatria, dando a uma criatura (o Santo) algo que é devido somente ao Criador.

O problema. Na verdade, é que os protestantes não entendem o que vem a ser devido ao Criador; eles renegam a veneração devida aos Santos porque negam a adoração devida a Deus, substituindo-a por mera veneração.

O que é venerar?

Venerar é o que fazem os filhos em relação aos pais, ou os discípulos em relação a um mestre querido: louvá-lo por suas qualidades, agradecer-lhe pelos dons que faz e pedir-lhe aquilo de que necessitam.

O que é adorar?

Adorar é oferecer sacrifício à Divindade. Um macumbeiro, por exemplo, realmente adora seus falsos deuses; ele oferece a seus “orixás” e “entidades” sacrifícios de galinhas, bodes, etc.

Os protestantes, porém, não adoram a Deus. Eles Lhe negam o seu culto devido, oferecendo a Ele apenas o culto de veneração, que é o “culto” oferecido pelos filhos a seus pais ou pelos discípulos a seu mestre. Eles, em seus “cultos”, têm apenas palavras a oferecer a Deus: palavras de louvor, palavras de agradecimento, palavras de pedidos. Palavras cantadas, palavras faladas, discursadas, gritadas até.

O católico, por outro lado, adora a Deus. O Sacrifício de Cristo na Cruz é oferecido a Deus na Santa Missa, que é este Sacrifício Perfeito tornado novamente presente (não repetido) de forma incruenta (sem mortes e derramamento de sangue). Há palavras na Missa? Sim, por certo as há. Mas elas não são o centro da Missa, nem poderiam jamais ser. O centro da Missa é o Sacrifício, oferecido pelo sacerdote na Pessoa de Cristo em benefício de toda a Igreja. O Sacrifício é o mesmo, quer seja ele ofertado em voz baixa e inaudível ou em alta voz. A voz não importa, as palavras não são apenas orações, não são apenas palavras de agradecimento, louvor e petição.

Aos Santos, assim como a nossos pais e mestres, prestamos culto de veneração, não de adoração. Não se oferece o Sacrifício a um Santo; a eles oferecemos nossos pedidos em oração, para que eles por sua vez nos incluam em suas orações a Deus. A eles oferecemos nossos agradecimentos em oração, pelas graças que recebemos após termos pedido suas orações, assim como agradecemos a um amigo quando ele reza por nós. A eles expressamos nosso louvor pelas maravilhas que a Graça de Deus fez neles. Mas não oferecemos, repito, nem jamais poderíamos oferecer-lhes, sacrifício. O sacrifício, a adoração, é apenas a Deus devido.

Sabemos, pela Tradição e por Sua filha, a Sagrada Escritura, que os Santos estão junto a Deus (2Cor 5,8) e testemunham por graça de Deus os nossos atos (Hb 12,1). Sabemos também que se ocupam na oração (Ap 5,8), que são, como nós, parte da Igreja (1 Cor 12,12-26), e que a honra deles é também para a nossa alegria (1 Cor 12,26). Afinal, são eles quem, antes de nós, aceitou a Nosso Senhor, que veio nos dar a Vida Eterna!

Dentre todos os Santos, prestamos evidentemente maior veneração àquela que a Sagrada Escritura diz que “Todas as gerações proclamarão Bem-Aventurada” (Lc 1,48): A Santíssima Virgem Maria, Mãe de Deus e nossa. A ela, a quem o próprio Senhor era submisso (Lc 2,51) e em relação a quem Ele cumpriu (Gl 4,4) o Mandamento de “Honrar Pai e Mãe” (Ex 20,12); a ela, que o Senhor nos deu como Mãe (Jo 19,27) e a quem portanto devemos também honrar. A ela, por cuja intercessão Nosso Senhor fez Seu primeiro milagre (Jo 2,1-12), a ela, em suma, que é aquela que Diz “Sim” a Deus (Lc 1,38).

Os Santos, portanto, não são nem poderiam ser “outros deuses”. Eles são pessoas como nós, que aceitaram a graça de Deus e hoje estão junto d’Ele a interceder por nós. A Sagrada Escritura nos proíbe a idolatria, ou seja, colocar outros deuses no lugar de Deus, prestar a falsos deuses a adoração que é devida a Deus. Destes falsos deuses (que são por exemplo os “orixás” e “entidades”, “Budas”, etc.) não podemos fazer imagens (Ex 20,3-5). Imagens de criaturas de Deus que não são postas em Seu lugar, que não são adoradas, podem ser feitas, como o próprio Senhor mandou fazer (Ex 25,18-20; Nm 21,8-9; 1Rs 6,23-35; 1Rs 7 13ss). E a estas imagens, venerando-se nelas o que elas representam, não a madeira ou gesso, que nada são, podemos prestar reverência (Hb 11,21)

Devemos também tratar com carinho as imagens dos santos, por dois motivos:

1 – Elas representam os Santos amados por Deus; assim como não gostaríamos que alguém rasgasse ou escarrasse em uma fotografia de nossos filhos ou de nossa mãe, Deus não gosta que seja maltratada a imagem de Seus Santos, especialmente daquela que Ele escolheu para ser Sua Mãe.

2 – As imagens sacras são objetos separados pela Igreja para o culto a Deus, que não devem ser profanados.

Peçamos portanto sempre aos Santos, especialmente à Santíssima Virgem, que intercedam por nós junto a Deus para que um dia possamos estar, como eles já estão, face-a-face com Ele.

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