O jejum dos Apóstolos (Parte 8): a Igreja dos Apóstolos é Apostólica

A Igreja dos Apóstolos é Apostólica

Há muitas denominações protestantes que foram fundadas com o ideal de que após os dias dos Apóstolos, todos os Cristãos se desviaram do Evangelho (até que seus fundadores o reencontraram). As Igrejas históricas, pelo contrário, sustentam que são fiéis à Tradição Apostólica “que o Verbo nos concedeu, os Apóstolos pregaram e os Padres preservaram. Sobre ela, a Igreja tem seu fundamento” (Santo Atanásio, Primeira Carta a Serapião, 28).

Encontramos o coração da Tradição Apostólica no Novo Testamento, mas mesmo nele vemos que nem todos os aspectos da Tradição foram deixados por escrito. São Paulo diz aos Tessalonicenses “Assim, pois, irmãos, ficai firmes e conservai os ensinamentos que de nós aprendestes, seja por palavras, seja por carta nossa” (2Tessalonicenses 2,15). Isso não significa que fazemos exatamente aquilo que os Apóstolos fizeram, mas o que fazemos está em continuidade com suas práticas e costumes das Igrejas por eles fundadas.

As Igrejas primitivas tinham uma série de costumes que não foram escritos pelos primeiros Cristãos, mas que foram transmitidos pela prática. Assim, São Basílio, o Grande (330-379), identificou o Sinal da Cruz e outras práticas comuns em seus dias como um elemento daquela Tradição, dizendo “Quem ensinou isso nas Escrituras? Qual Escrito nos ensinou que devemos orar voltados orar o Oriente? Qual dos Santos nos deixou por escrito as palavras da invocação durante a transformação do pão da Eucaristia e dos Cálices da Benção?” (Sobre o Espírito Santo, 27).

As Igrejas históricas veem elementos da Tradição Apostólica gravados nos mais antigos escritos Cristãos, nas Liturgias antigas, no rito do Batismo, e em outras orações antigas, e nos escritos dos principais mestres da Igreja, os Padres. Essas Igrejas veem todos esses elementos como tendo sido desenvolvidos sob a influência do mesmo Espírito Santo que inspirou os Apóstolos.

Alguns aspectos desses elementos mudaram através dos séculos. Mesmo São Basílio ou São João Crisóstomo não conheceram Akatistos ou Cânones, por exemplo, mas esses formatos de oração estão em continuidade com as orações da Igreja desde seus primeiros dias.

As práticas que estão em continuidade com as Igrejas Apostólicas refletem a presença do Espírito Santo na Igreja. Cristo havia dito aos Seus discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Paráclito, para que fique eternamente convosco” (João 14,16). Nossa continuidade com a Tradição Apostólica testemunha a presença permanente daquele Paráclito, o Espírito Santo, na Igreja.

  • Nem todas as práticas de nossa Igreja hoje podem ser chamadas de elementos da Sagrada Tradição. Alguns costumes são humanos, como a celebração de Aniversário de Ordenação Sacerdotal. Outros podem ser abusos, tais quais a cobrança de taxas em troca dos Sagrados Mistérios. Revise as práticas de sua Paróquia e os classifique como Sagrada Tradição, costumes ou abusos.
  • Alguns aspectos da Tradição são mais familiares que outros. O que você sabe sobre Ícones, o Triodion ou os Padres do Deserto? O que você fará para aprender mais?
  • Para ajudar as crianças na compreensão do significado de Tradição, conte a elas a história de uma prática que existe na sua família, que é passada de geração em geração, e que elas também receberam: um lugar especial, uma comida preferida, uma expressão para animais de estimação. Essas são suas tradições familiares.
  • Peça ao Senhor que preserve e fortaleça as Igrejas que sofrem no Oriente Médio, que foi Evangelizado pelos Apóstolos.
  • Rezem juntos o seguinte verso: “A Pregação dos Apóstolos e os Ensinamentos dos Padres estabeleceram na Igreja uma Fé Una e Única. Por isso, essa Igreja, revestida na Verdade de sua Teologia inspirada pelo Céu, explica e declara com certeza o grande mistério de Cristo”.
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