São Pedro Apóstolo (? ? 67?)
Como é de conhecimento, em seu nome há duas Cartas Canônicas.
São Lino (67? ? 79?)
São Anacleto (79? ? 90?)
São Clemente I (90? ? 99?)
Do primado do Pontífice Romano
Da carta aos Coríntios
(1) A causa das repentinas e sucessivas calamidades e contratempos que têm vindo sobre nós, irmãos, cremos ter voltado um pouco tardiamente nossa atenção aos assuntos discutidos entre vós. Nos referimos, caríssimos, à revolta, abominável e sacrílega, que uns quantos indivíduos, pessoas audazes e arrogantes, têm chegado a tal ponto de insensatez, que vosso nome, venerável e louvadíssimo, tem sido gravemente ultrajado…
(7) Os escrevemos para admoestá-los…
(57) Vós, pois, que fostes causa da explosão da rebelião, submetam-se a vossos presbíteros e recebam a correção com arrependimento…
(59) Mas se alguns desobedeceram às admoestações que, por meio de Nós, Aquele dirigiu, saibam que serão réus de pecado não leve e se exporão a não pequeno perigo; mas nós seremos inocentes desse pecado…
(63) Porque nos procurarão júbilo e regozijo se, obedecendo ao que pelo Espírito Santo acabamos de escrever, cortarem da raiz a ímpia cólera de vossa inveja, conforme a exortação que nesta carta temos feito sobre a paz e concórdia.
Da hierarquia e do estado secular
[Da mesma Carta aos Coríntios]
(40) …pois os que seguem as ordenações do Senhor, não pecam. E, em efeito, ao Sumo Sacerdote já estão encomendadas suas próprias funções; e seu próprio lugar têm marcado os demais sacerdotes, e ministérios próprios incumbem os levitas; o homem secular, por fim, por preceitos seculares está ligado.
(41) Cada um de vós, irmãos, no lugar que tenha marcado (1Cor.15,23), dê graças a Deus, conservando-se em boa consciência e não transgredindo a regra estabelecida por seu próprio ministério.
(42) Os Apóstolos nos pregaram o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo; Jesus Cristo foi enviado por Deus… Assim, pois, conforme pregavam pelos lugares e cidades a Boa Nova, iam estabelecendo o que eram as premissas, depois de prová-los pelo Espírito, por inspetores e ministros dos que haviam de crer.
São Evaristo (99? ? 107?)
São Alexandre I (107? ? 116?)
São Sixto I (116? ? 125?)
São Telésforo (125? ? 136?)
São Higínio (136? ? 140?)
São Pio I (140? ? 154?)
São Aniceto (154? ? 165?)
São Sotero (165? ? 174?)
São Eleutério (174? ? 189?)
São Victor (189? ? 198?)
São Ceferino (198? ? 217)
ou bem São Calixto I (217-222)
Do Verbo Encarnado
[De PhiZ0501′)hOl~111ena IX, 1l, de São Hipólito, escrito cerca de 230]
E [Calixto] induzia ao mesmo Ceferino, persuadindo-lhe ao que publicamente dissera: ?Eu conheço um só Deus Jesus Cristo, e nenhum outro fora Dele, que seja nascido e pacífico?; outras vezes dizendo: ?Não foi o Pai o que morreu, sim o Filho?, assim mantinha entre o povo contradição interminável.
Nós, que conhecíamos suas tramas, não cedemos, deduzíamos e nos opusemos a ele em favor da verdade. Ele, tomado pela loucura, pois todos se deixavam enganar pela sua hipocrisia, mas não nós, nos chamava de ditheos (de dois deuses), vomitando violentamente o veneno que levava nas entranhas.
Sobre a absolvição dos pecados
[Fragmento da De pudicitia de Tertuliano]
Digo também ter saído um edito e, com certeza, urgente. Não menos que o Pontífice Máximo, ou seja, o bispo dos bispos, proclama: ?Eu perdôo os pecados de adultério e fornicação aos que têm feito penitência.?
São Urbano (222-230)
São Ponciano (230-235)
São Antero (235-236)
São Fabiano (235-250)
São Cornélio I (251-253)
Da constituição monárquica da Igreja
[Da Carta 6 Quantam sollicitudinen a São Cipriano, bispo de Cartago do ano de 252]
Nós sabemos que Cornélio foi eleito bispo da Santíssima Igreja Católica por Deus onipotente e por Cristo Senhor nosso nós confessamos nosso engano. Temos sido vítimas de uma falsidade; temos sido pegos por uma traição e charlatanice capciosa. De fato, até quando parecia que tínhamos alguma comunicação com o homem cismático e herege, nosso coração, todavia, sempre esteve com a Igreja. Porque não ignoramos que há um só Deus e um só Senhor Jesus Cristo, a quem confessamos, um só Espírito Santo e só deve haver um bispo em uma Igreja Católica.
[Sobre a consignação para a entrega do Espírito Santo, v. Kirch 256, R 547, sobre a Trindade, v. R 546]
Sobre a hierarquia eclesiástica
[Da Carta a Fábio, bispo de Antioquia no ano de 251]
Assim, pois, o reivindicador do Evangelho [Novaciano] não sabia que em uma Igreja Católica só deve haver um bispo? E não podia ignorar (de que maneira podia ignorá-lo) que nela [, em Roma,] há quarenta e seis presbíteros, sete diáconos, sete subdiáconos, quarenta e dois acólitos, cinqüenta e dois entre exorcistas, leitores e hostiários, e entre viúvas e pobres mais de mil e quinhentos.
São Lúcio I (253 ? 254)
São Estevão I (254 ? 257)
Sobre o batismo dos hereges
[Fragmento de uma carta a São Cipriano, tomado da Carta 74 deste a Pompeu]
(1)… Assim, pois, se algum de qualquer heresia vier a vós, não se inove nada, fora do que é de tradição; imponham-se as mãos para a penitência, como queira que os mesmos hereges não batizem segundo um rito diferente aos que se passam a eles, de sorte que só os recebem em sua comunhão.
[Fragmento da Carta de Estevão, tomado da Carta 75 de Firmiliano a São Cipriano]
(18) Mas grande vantagem é o nome de Cristo ? disse Estevão ? respeito a fé e a santificação pelo batismo, que quem queira e onde queira tenha sido batizado em nome de Cristo, consiga o ponto da graça de Cristo.
São Sixto II (258)
São Dionísio (259 ? 268)
Sobre a Trindade e a Encarnação
[Fragmento da Carta contra os triteístas e os sabelianos, em cerca de 260]
(1) Este foi o momento oportuno de falar contra os que dividem, cortam e destroem a mais venerada pregação da Igreja, a unidade de princípio em Deus, dividindo-a em três potências separadas e em três divindades; porque é sabido que há entre nós alguns que os pregam e ensinam a palavra divina, maestros de semelhante opinião, os quais se opõem diametralmente, digamos assim, à sentença de Sabelio. Porque este blasfema dizendo que o mesmo Filho é o Pai e vice-versa; aqueles, pelo contrário, pregam, de certo modo, três deuses, pois dividem a Santa Unidade em três absolutamente separadas entre si. Porque é necessário que o Verbo Divino esteja unido com o Deus do universo e que o Espírito Santo habite e permaneça em Deus; e, conseqüentemente, é de toda a necessidade que a divina Trindade se recapitule e reúna, como num vórtice, em um só, ou seja, no Deus onipotente do universo. Porque a doutrina de Marcion, homem de mente vã, que corta e divide em três a unidade de princípio, é ensinamento diabólico e não dos verdadeiros discípulos de Cristo e de quem se compraz nos ensinamentos do Salvador. Estes, de fato, sabem muito bem que a Trindade é pregada pela divina Escritura, e nem o Antigo e nem o Novo Testamento pregam três deuses.
(2) E não são menos de repreender aqueles que alegam que o Filho é uma criatura e crêem que o Senhor foi feito como outra coisa qualquer das que verdadeiramente foram feitas, pois os profetas divinos testemunham um nascimento que com Ele diz e convém, mas sem plasmação ou criação alguma. É, então, blasfêmia e não pouca, mas a maior blasfêmia dizer que o Senhor é de algum modo trabalho de mãos. Porque se o Filho foi feito, houve um tempo em que não foi. Agora bem, Ele foi sempre, se é que está com o Pai, como Ele disse (Jo 14,10). E se Cristo é o Verbo, a sabedoria e a força ? tudo isto, de fato, como sabem, dizem as Divinas Escrituras que é Cristo (cf. Jo 1,14, 1Cor 1,24) ? tudo isto são forças de Deus. Logo, se o Filho foi feito, houve um tempo em que não foi tudo isto; logo, houve um momento que Deus estava sem Ele, o que é a coisa mais absurda.
Tenho que falar mais claramente sobre este assunto a vós, homens pobres de Espírito e que sabem perfeitamente os absurdos que se seguem de dizer que o Filho é uma criatura? Estes absurdos me parecem não ter atendido os seguidores desta opinião e por isso certamente se perderam da verdade, ao interpretar de modo diverso do que significa a divina e profética Escritura: ?O Senhor me criou princípio de seus caminhos? (Prov. 8,22: LXX). Porque, como sabem, não é um só o significado de ?criou?. Porque este ?criou? é o mesmo que o antepor às obras feitas por Ele mesmo, feitas, de certo, pelo mesmo Filho. Porque aqui não há que entender ?criou? como ?fez?; pois ?criar? é diferente de ?fazer?. ?Não é este mesmo teu Pai que te estabeleceu, fez e criou??, disse Moisés no grande canto do Deuteronômio (Deut. 32,6: LXX). Também se poderá dizer: ?Ó homens temerários, do que é feito o primogênito de toda a criação (Col 1,15), ele que foi gerado no ventre, antes da aurora? (Salmos 109,3:LXX), e o que disse como Sabedoria: ?Antes de todos os montes me gerou?? (Prov. 8,25:LXX). E é fácil encontrar em várias partes dos divinos profetas que o Filho disse saber ser gerado, e não feito. Pelo quê evidentemente se deduz que opinam falsamente sobre a geração do Senhor os que se atrevem a chamar de criação a sua divina e inefável geração.
(8) Logo, nem se deve dividir em três partes a admirável e divina unidade, nem diminuir com a idéia de criação a dignidade e suprema grandeza do Senhor; sendo que se deve crer em Deus Pai onipotente e em Jesus Cristo seu Filho e no Espírito Santo, e que ao Deus do universo está unido o Verbo. Porque: ?Eu ? disse ? e o Pai somos um? (Jo 10,30); e ?Eu estou no Pai e o Pai em mim? (Jo 14,10). Porque deste modo é possível manter íntegras tanto a divina Trindade quanto a santa pregação da unidade de princípio.