Não é com palavras mutuamente excludentes que iremos fazer valer o que realmente importa: o amor por Nosso Senhor Jesus Cristo! Diga-se: esse amor não é algo “do sentimento”, como querem uns, ou algo “racionalista”, ao modo dos robôs, como querem outros, mas algo integral que fala a todo o homem; seja esse todo entendida não só a concretude humana, mas a todos os homens, de todas as eras, de todos os lugares, de todas as culturas. Não se trata de algo diluente, mas daquilo que ata as gerações dos homens e os anima num único espírito de verdade e de fé, aquilo que devolve a realidade humana na sua plenitude. O amor, este incompreendido, requer não apenas o sentimento, mas também o amor que conforta e acolhe naquele intimismo de quem O “conhece” corretamente. Esse amor será tão maior na medida individual desse contato
intimo com Deus.
Hodiernamente vemos que essa tentativa de “integração” entre as outras “denominações de fé”, as outras “igrejas”, esse “ecumenismo” sempre é eivado de um rebaixamento da inteligência ao nível do sentimentalismo. Repetidas vezes vemos que aquilo que a Mater et Magista sempre pregou se perde na “tentativa de trazer de volta ao seio comum os irmãos separados”. Não se vê a contrapartida da ascese do “irmão separado” à desfrutar do convite ao ágape: segue-se firmemente atado à terra, a uma existência agônica, desesperada, lançada, com um grito inaudível onde a fé salva pela descarga do medo duma criação congenitamente condenada. Fica difícil chamar alguém a razão quando essa mesma razão é “pestilenta”, “incapaz”, “deficiente”, “pobre”, “impotente”, “prepotente”, “caminho de perdição”, etc, etc, etc, etc…
Vê-se que os estudos dos ditos “modernos cristãos” ou, melhor, dos “cristão reformados”, daqueles que “regressaram a fé original” saltam por dois mil anos de história e vão se abastecer da dispensa “protestante”; sempre refutando, sempre questionando, sempre duvidando, sempre protestando…
Esquecem que a fé sempre foi universal, sempre foi católica. Não é a fé da criação humana, do subjetivismo, do existencialismo insular, do solipsismo, mas aquela que quod semper, quod ubique, quod omnia credita est. Esta irrefutável verdade tem um valor e uma força obrigantes: nos faz mais humildes, nos faz aceitar, nos submeter à objetividade dos fatos, à realidade mesma.
No site Veritatis Splendor há alguns textos sobre o questionamento protestante da Igreja primitiva ser protestante: nada mais absurdo! Vemos sempre essas “releituras”, “novas exegeses”, “neo-hermenêuticas”; triste…
Uma tentativa de deformar o passado, de projetar nele uma imagem do desvio do presente. Porque não deixar o passado nos falar? Porque não sermos fiéis a fé de nossos pais? Porque não beber do doce sumo da reconciliação? Por que essa intransigência? Por que esse ódio, porque essa hostilidade para com a razão das coisas? Porque não viver a plenitude da fé? Porque não deixar que a caridade, a caridade para consigo próprio, comece a escavar funda na alma a ponte do amor e da compreensão?
Eis aí os mistérios da magra semeadura protestante. Porque não querem partilhar da seara universal?… Oremos, pois.
“A verdadeira alegria é rara e difícil, e tão trabalhosa quanto a agricultura”. G. K. Chesterton