O que dizer das acusações do ex-padre Aníbal Pereira dos Reis?

Ave MARIA!
Alguém quer responder a estas acusações contra nossa querida Mãe de DEUS? Li este artigo, “A Senhora Aparecida”, do “ex-“sacerdote (não existe “ex-” pois fica sacerdote “para sempre segunda a ordem de Melquisedec”) Anibal Pereira doe Reis (10ª edição, 1974). Como este padre tão bem formado pode basear-se num único livro escrito só no ano 1905, numa época dum já forte anticlericalismo, deixando ao lado todas as testemunhas dos séculos passados? Para mim é evidente que este livro foi lançado pela maçonaria para destruir o catolicismo no Brasil.

Ele pode basear-se nesse livro de 1905 pois é o único que pode usar (mesmo assim, só a 1ª edição) para justificar seus ataques à Igreja Católica e ao clero. Quer parecer ser a vítima, sem a necessidade de chegar a mártir… 😉

As mesmas acusações que ele faz contra a Igreja Católica (abusos da crença dos fiéis, vícios dos padres, apego ao dinheiro – que verdadeiramente são coisas abomináveis) faz o nosso ex-pastor protestante, agora Diácono Francisco Almeida de Araújo em Anápolis, em relação aos pastores protestantes. O padre confunde a Igreja com os seus membros, a doutrina com a vida dos membros.

Discordo, pois o católico busca a união como foi desejada por Cristo, não abrindo mão, portanto, da doutrina revelada, por mais inconveniente que possa ser para se alcançar essa união (ex.: imagens, Maria, purgatório, indulgências etc.); o protestante, embora não o admita publicamente, somente tende a dividir com base em sua interpretação pessoal da Bíblia, tendo como único ponto comum entre as mais diversas denominações negar a autoridade da Igreja (tanto é que basta uma discordância interna para se fundar uma nova “igreja”). Logo não se pode comparar, de forma alguma, a belíssima obra do diácono Francisco – obediente à Igreja – que busca realmente informar o cristão – católico ou não -, com a reprovável obra do pr. Aníbal – herege – que visa difundir o erro, fazendo uso até mesmo de documentos falsos e de distorções históricas para abrir ainda mais a ferida da divisão da Igreja de Cristo.

É lamentável como ele argumenta: o que não corresponde à Bíblia (milagres feitos por Nossa Senhora), não pode ser de Deus, por isso é do demônio.

Lamentável ao máximo extremo, realmente. De fato, ele não conhece a obra de Deus em sua plenitude.

E depois fala do confessionário como “instrumento infernal da escravização das consciências”. Como a libertação dos pecados pode ser uma escravização? Talvez ele pensa nas orações/atos que o padre impõe por penitência (rezando uma Ave-Maria parece por ele ser idolatria…)

Vai ver que era isso que ele fazia com seus fiéis, pois ninguém deixa de ser padre e vira pastor do dia para noite; é necessário um “tempo de adaptação” (como ocorreu também com Lutero) antes da separação final: é justamente nesse período que os fiéis sob o cuidados destes “sacerdotes de direito, não de fato” correm o maior risco para suas almas.

Me parece que o ponto principal é que ele, semelhante a Lutero, sempre buscava a certeza da sua salvação eterna. Ele mesmo escreve (fim do cap. 3): “Desde a minha tenra infância, ansiei por certeza da minha salvação eterna. Procurei-a em inúmeras devoções a mim sugeridas ou aconselhadas. Busquei-a no exercício do ministério sacerdotal católico. Macerei-me, chicoteei-me, jejuei… Vali-me da prática da caridade, criando e dirigindo obras sociais. Tudo em vão… Tomei-me de esperanças quando cheguei em Guaratinguetá. Imensa era minha expectativa de encontrar na Senhora Aparecida a bênção da certeza da vida eterna. Por isso, ia amiúde à sua igreja rezar longos rosários defronte da sua imagem, no aguardo de uma resposta celestial…” (Nikolauz)

Essa forma emotiva de falar é característica do pr. Aníbal, como veremos adiante, analisando o artigo do pr. Aníbal enviado por você (em vermelho)…

* * *

“DIA 12 DE OUTUBRO
Dia Nacional da Idolatria

Sem comentários…

Esta seção não é um ataque ou desrespeito às pessoas que professam o Catolicismo Romano…

Imagine então se fosse!!! 😉

… mas sim um serviço de utilidade pública, trazendo à luz verdades comprovadas acerca da manipulação exercida sobre o povo brasileiro, que tem o direito de saber dos fatos ocorridos e que ocorrem nos bastidores e que por excusos interesses, tenta-se por todos os meios impedir a sua divulgação.

Traz à luz “verdades comprovadas”??? Ótimo, isto significa que o pr. Aníbal vai fundamentar e justificar todos os seus argumentos com provas materiais… Pelo menos, em tese…

“Tenta-se por todos os meios impedir sua divulgação”? Na era da Internet??? Era só o que faltava…

por Dr. Aníbal Pereira dos Reis, ex-sacerdote católico romano.

O pr. Aníbal Pereira dos Reis – já falecido – de fato foi ordenado padre e converteu-se à denominação batista no ano de 1965. A partir daí passou a combater violentamente a fé católica através de livros e pregações, sempre deixando a paixão sobrepor a razão. Sobre tal figura, bem declarou d. Estevão Bettencourt: “Há, porém, modos diversos de se opor a alguém ou a alguma instituição. Com efeito, existe a polêmica digna, científica, que, por vezes, pode honrar a quem a conduz. Mas também existe a polêmica que, obcecada pela paixão, não recusa a falsificação, a mentira, a calúnia, a sátira e as injúrias. Ora, tal é o modo como o pastor Aníbal se voltou contra a sua Santa Igreja; foi profundamente passional e obcessivo, de tal modo que forjou documento falso (que ainda ousou defender como legítimo, depois de *comprovada* a sua falsidade); além disto usou linguagem da mais incisiva agressividade” (“Cardeal Rossi e Pastor Aníbal Pereira dos Reis”, Revista Pergunte & Responderemos nº 440, jan./1999, pp. 27-31).

O documento comprovadamente falso a que d. Estevão se refere é – sem dúvida alguma – uma *pretensa* carta de autoria do cardeal Agnelo Rossi, datada de 12.Nov.1971, dirigida ao então arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns, sugerindo para que “se desse um jeito” na ação missionária do agora pr. Aníbal. É o que analisaremos nas próximas linhas…

A SENHORA APARECIDA
(A Verdadeira História)

Será que ele foi agraciado por uma aparição da Virgem Santíssima, contando uma nova história – a “verdadeira”, antes de se tornar protestante e virar inimigo público de Maria e da Igreja Católica?? 😉

Teor da carta de 12/11/71 de D.Agnelo Rossi a D.Evaristo Arns.
Firma reconhecida no Cartório do 1º Ofício de Notas – S.Paulo e
Autenticada no 25º Cartório de Notas – Tabelião Milani em 15/12/71:

Firma reconhecida? Carta autenticada?? Hummm… Vamos ler primeiro a carta…

Roma, 12 de Novembro de 1971
Exmo snr. D.Paulo Evaristo Arns,
Pax et bonum
Faço votos de que os seus empreendimentos à frente da saudosa Arquidiocese de São Paulo estejam se concretizando.
Tivemos conhecimento da sentença judicial favorável ao Padre Aníbal Pereira dos Reis. Certamente ele tomará medidas para proclamar e divulgar amplamente essa decisão porque isso lhe interessa. É lamentável que a sorte lhe haja favorecido. Agora, por certo, ele se inflamará ainda mais na sua pertinácia de pregador protestante.
Como seu antigo professor e observador de suas atividades como seu bispo que fui, reconheço ser ele um dos sacerdotes mais cultos do Brasil. É invejável a sua enorme capacidade de trabalho. Inteligente, culto é, ainda, teimosamente trabalhador. No momento é o herege mais em evidência no Brasil e quem mais perturba o avanço do ecumenismo. Não fosse ele e muito mais já se teria conseguido. Os seus livros, além de suas pregações, vêm causando enormes dificuldades para os nossos planos aí no Brasil. Tememos que essa literatura seja traduzida em outras línguas, o que iria alastrar o mal em outros países.
O Santo Padre, informado de tudo e apreensivo, solicita-lhe, por meu intermédio, que insista nas reuniões da CNBB para que se estudem medidas a serem adotadas para coibir e neutralizar os efeitos do trabalho desse sacerdote. Se nós o perdemos, o que foi enorme prejuízo, agora é necessário barrar-lhe a impetuosidade.
O que fazer? Como já disse, é preciso que se estudem medidas adequadas. Talvez promover alguma coisa para desmoralizá-lo entre os próprios protestantes.
Os bispos do Brasil devem se convencer de que o Padre Aníbal é o sacerdote que atualmente mais causa preocupações a Paulo VI, que está sumamente interessado numa urgente solução.
Mande-me sempre notícias, bem como recortes interessantes de jornais e revistas.
Envie-me também informações sobre o exame e as medidas a serem tomadas pela CNBB sobre o assunto Padre Aníbal Pereira dos Reis a fim de manter informado o Santo Padre.
Com um abraço de
+ Agnelo Rossi

Esta carta foi publicada pelo “O Jornal Batista” de 19.Jan.1972, em matéria de primeira página. Vamos agora analisar esta “carta do Cardeal Agnelo Rossi”, parágrafo por parágrafo:

“Roma, 12 de Novembro de 1971”

Note-se, primeiramente, que a data é posterior ao Concílio Vaticano II, que foi encerrado em 1968; isto será importante para se verificar a existência de fraude no documento.

“Exmo snr. D.Paulo Evaristo Arns, PAX ET BONUM. Faço votos de que os seus empreendimentos à frente da saudosa Arquidiocese de São Paulo estejam se concretizando.”

A “carta” seria dirigida a d. Paulo Evaristo Arns, que foi o sucessor de d. Agnelo à frente da Arquidiocese de São Paulo.

“Tivemos conhecimento da sentença judicial favorável ao Padre Aníbal Pereira dos Reis. Certamente ele tomará medidas para proclamar e divulgar amplamente essa decisão porque isso lhe interessa. É lamentável que a sorte lhe haja favorecido. Agora, por certo, ele se inflamará ainda mais na sua pertinácia de pregador protestante.”

Sinceramente desconheço a “sentença judicial favorável ao pe. Aníbal Pereira dos Reis”; tal sentença também não é apresentada nesta carta, mas, seja como for, percebe-se que – caso realmente existisse – não foi de cunho doutrinário, mas secular (pois o Estado não tem como julgar a doutrina da Igreja), de forma que não tocou em termos de fé; por isso, pode ser completamente ignorada, sem prejuízo para nossas almas.

“Como seu antigo professor e observador de suas atividades como seu bispo que fui, reconheço ser ele um dos sacerdotes mais cultos do Brasil. É invejável a sua enorme capacidade de trabalho. Inteligente, culto é, ainda, teimosamente trabalhador. No momento é o herege mais em evidência no Brasil e quem mais perturba o avanço do ecumenismo. Não fosse ele e muito mais já se teria conseguido. Os seus livros, além de suas pregações, vêm causando enormes dificuldades para os nossos planos aí no Brasil. Tememos que essa literatura seja traduzida em outras línguas, o que iria alastrar o mal em outros países.”

Vamos agir com lógica, fazendo uso da razão… Alguém que pretende condenar uma pessoa poderia fazer elogios desta natureza: “Ele [é] um dos sacerdotes mais cultos do Brasil”; “é invejável a sua enorme capacidade de trabalho”; “inteligente, culto … trabalhador”? Apenas um louco se atreveria a elogiar alguém para, a seguir, condená-lo e, pior, fazer elogios por escrito, em missiva assinada, numa época em que as comunicações por carta não tinham a eficiência de hoje, podendo facilmente ser extraviadas… E, curiosamente, – seria intervenção divina??? 🙂 – o “original” da “carta” do card. Rossi caiu justamente nas mãos do pr. Aníbal a ponto deste conseguir “autenticar-lhe o teor”? Certamente, isto exige mais que sorte: má-fé.

“O Santo Padre, informado de tudo e apreensivo, solicita-lhe, por meu intermédio, que insista nas reuniões da CNBB para que se estudem medidas a serem adotadas para coibir e neutralizar os efeitos do trabalho desse sacerdote. Se nós o perdemos, o que foi enorme prejuízo, agora é necessário barrar-lhe a impetuosidade.”

Se o papa realmente ficasse apreensivo – como o teor da “carta” faz questão de revelar – certamente teria agido de outra forma, como fez com Lutero e, mais recentemente, com Leonardo Boff; certamente não se utilizaria de expedientes ou recados indiretos, especialmente via d. Paulo ou CNBB.

“O que fazer? Como já disse, é preciso que se estudem medidas adequadas. Talvez promover alguma coisa para desmoralizá-lo entre os próprios protestantes.”

Afirmação absurda e desprovida de qualquer sentido lógico razoável, já que cada denominação protestante tem seu próprio credo, não formando um corpo doutrinário uno; por mais que se esforçasse em fazer um trabalho de “desmoralização entre os protestantes”, o pr. Aníbal poderia sempre encontrar guarida em outra seita radical (por ex.: Igreja Universal do Reino de Deus) e continuar normalmente sua luta contra o Catolicismo, de forma talvez até mais eficiente…

“Os bispos do Brasil devem se convencer de que o Padre Aníbal é o sacerdote que atualmente mais causa preocupações a Paulo VI, que está sumamente interessado numa urgente solução.”

Sim, Lutero, Calvino, Zwinglio & Cia. foram fichinha perto do pr. Aníbal… Por isso coube a João Paulo II se preocupar com a elaboração do Novo Catecismo e do Novo Código de Direito Canônico, pois Paulo VI teve que se dedicar 24 horas/dia para a questão “pr. Aníbal do Brasil” e não tinha mais tempo para estas coisinhas menos importantes… Isto é uma substima à inteligência do leitor!!!

“Mande-me sempre notícias, bem como recortes interessantes de jornais e revistas.”

Isso… “E – por favor – não esqueça de mandar-me também uma lata de feijoada, pois aqui em Roma não encontro em lugar algum…” 😉

“Envie-me também informações sobre o exame e as medidas a serem tomadas pela CNBB sobre o assunto Padre Aníbal Pereira dos Reis a fim de manter informado o Santo Padre.”

Parece-me que d. Paulo Evaristo Arns esqueceu de cumprir este apelo do cardeal… Será que ele tinha parte com o pr. Aníbal??? Foi ele que “emprestou” o original da carta para a referida autenticação? Simplesmente: sem comentários…

Com um abraço de
+ Agnelo Rossi

É interessante a assinatura encontrada na carta: “+ Agnelo Rossi”; d. Agnelo a usava quando era arcebispo de Ribeirão Preto; quando assumiu a prefeitura da Congregação para a Evangelização dos Povos, em Roma, passou a assinar “Agnelo Card. Rossi. Vê-se, então, que foi forjada. Mas, infelizmente, como veremos, não foi apenas a assinatura de d. Agnelo que foi falsificada…

É nossa intenção tornar de conhecimento público o que realmente aconteceu, conforme o testemunho de um ex-padre, que participou ativamente da administração eclesiástica na época, e foi duramente perseguido após ter largado a batina, para que não divulgasse as terríveis tramas do sistema religioso.

Como costumo a dizer, o verdadeiro cristão busca a verdade; para tanto, em assunto polêmico, não se conforma com a primeira resposta encontrada, principalmente quando esta parece demonstrar certa paixão do autor em detrimento a outras fontes mais sólidas e imparciais. É o que encontramos no presente artigo, onde o autor – certamente anti-católico – busca apenas combater o Catolicismo, fazendo uso dos ácidos escritos do pr. Aníbal, e não se preocupa em apresentar ao público “o que realmente aconteceu” (muito embora afirme que seja essa sua intenção [essa afirmação, aliás, é muito comum aos protestantes; querem sempre divulgar a “verdade”, mas apenas a “verdade abstrata” que se encontra em suas mentes; não, porém, a verdade palpável, concreta, que resista a uma provação mais eficaz]).

Como posso dizer isso??? Simples… O autor tem mesmo a intenção de divulgar ao público o que *realmente* aconteceu? Posso afirmar – *sem medo de errar* – que não! Se tivesse mesmo essa intenção, teria dito também que “O Jornal Batista” publicou, em 05.Mar.1972, também em primeira página, um artigo do card. Agnelo Rossi, exercitando seu direito de resposta (e de forma pacífica, pois não quis apelar – como poderia – diretamente para o Judiciário). Logo, o autor do presente artigo – por amor à Verdade – deveria, além de citar a resposta do card. Rossi, também desmascará-la (se possível fosse), visto que esta contraria inteiramente a carta divulgada por Aníbal. Como não o faz – espero que por ignorância e não por má-fé – faço-o eu… Eis a carta dirigida ao “O Jornal Batista” e por ele publicada:

“SACRA CONGREGATIO
PRO GENTIUM EVANGELIZATIONE
SEU DE PROPAGANDA FIDE

Roma, 7-2-72

A
‘O Jornal Batista’

Tendo ‘O Jornal Batista’ publicado, em destaque, na primeira página, um documento falso de nossa Congregação, com assinatura minha, retirada de qualquer outro documento antes de minha elevação ao cardinalato, espero que, de acordo com a ética jornalística, publique, com o mesmo destaque e no mesmo local, a retratação anexa.

Não lhe faço pedido oficial, formalizado pela Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos ou endereçado ao Ministério da Justiça do Brasil, mas confio na lisura e na seriedade de ‘O Jornal Batista’.

Atenciosamente,

Agnelo Card. Rossi”

Segue agora o artigo de retratação do card. Rossi:

“GROSSEIRA FALSIFICAÇÃO DE DOCUMENTO DA CÚRIA ROMANA

Afortunadamente lembrou-se alguém de me enviar o exemplar de ‘O Jornal Batista’ (19 a 23 de janeiro de 1972, ano LXXII, nº 4), que coloca em destaque na primeira página sob o título ‘A Hierarquia Católica quer Liquidar o ex-Padre Aníbal?’ um documento da Sagrada Congregação de Propaganda Fide, com minha assinatura. Teria eu enviado uma carta a d. Paulo Evaristo Arns em 12 de novembro de 1971, em que, além de descabidos elogios ao pe. Aníbal Pereira dos Reis, hoje pregador batista, reconheceria nele ‘o herege mais em evidência no Brasil’ e, depois de ter auscultado as preocupações do Santo Padre sobre o caso, teria sugerido à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) que ‘se estudem medidas adequadas’ … ‘para desmoralizar’ Aníbal e ‘barrar-lhe a impetuosidade’. Comentando a sibilina carta, ‘O Jornal Batista’ pontifica: ‘Roma é sempre a mesma’.

Evidentemente caí das nuvens… simplesmente porque a carta é apócrifa e o documento é grosseiramente falsificado. Espero, portanto, que, de acordo com a ética jornalística, ‘O Jornal Batista’, com o mesmo destaque, reproduza a devida retratação, se não quiser ser cúmplice de crime contra a verdade e a justiça.

Poderia dissertar longamente sobre o assunto: procurarei, entretanto, ser breve na justificação da minha assertiva, sem descer a comentário sobre a indigna manobra e suas desabonadoras conseqüências.

É apócrifa a carta. A d. Paulo, meu sucessor, escrevo geralmente à mão (parece-me mais familiar e minha letra é legível), mas sempre com algum calor, que traduz meu afeto e apreço a ele e à Arquidiocese de São Paulo. Naquele 12 de novembro, aliás, estava muito ocupado com o Sínodo e, se quisesse tratar de um assunto para a CNBB, tinha aqui em Roma, em pessoa, o seu presidente, d. Aloísio Lorscheider, meu íntimo amigo, e outros prelados brasileiros, delegados ao Sínodo. Com referência à CNBB, esclareço que não sou eu seu embaixador aqui em Roma, nem d. Paulo é meu porta-voz junto à CNBB. Interesso-me naturalmente pela sorte da Igreja no Brasil, mas nem substituo, nem oriento a CNBB, nem sou o porta-voz do Papa para o Brasil, pois não de hoje existem canais competentes para tanto. Como prelado brasileiro, desejando sugerir algo à CNBB, é óbvio, recorro ao seu Presidente ou ao seu Secretário-Geral. E, afinal, devo confessar que, se Aníbal Pereira dos Reis não estivesse agora ligado a esta infeliz e deprimente manobra, talvez, se me lembrasse dele, seria apenas para rezar por ele.

Afirmei que a falsificação do documento é grosseira. Forjaram um papel oficial, que nunca poderia existir em nossa Congregação, pois o escudo é do papa Paulo VI e não da nossa Congregação. O título é anacrônico, de antes do Vaticano II. O documento publicado não é protocolado, o que é absolutamente necessário para indicar sua autenticidade e validade. Não observa a praxe da Cúria quanto ao modo de indicar o destinatário e quanto à conclusão. Reproduz uma assinatura minha, anterior ao meu cardinalato e à minha indicação como Prefeito da Sagrada Congregação para a Evangelização dos Povos. Fotografou-se uma assinatura anterior minha (sic: + Agnelo Rossi), quando hoje, nos documentos oficiais, assino, graças à universalidade de minha missão na Igreja, sem a cruz antecedendo meu nome, com estes dizeres: ‘Agnelo Card. Rossi, Pref.’. Colocaram a tal assinatura abaixo de uma carta que, pelo estilo e conteúdo, nunca poderia escrever. Infeliz manobra!

Porque nada se constrói de bom sobre a falsidade e a mentira… e porque ainda creio que a direção de ‘O Jornal Batista’ tenha sido ludibriada em boa-fé quanto ao documento, ouso esperar o conseqüente e nobilitante gesto de retratação de um jornal que se preza ser órgão oficial da Convenção Batista Brasileira.

Cardeal Agnelo Rossi
Roma, 5-2-1971″

Note-se, enfim, que o autor do presente artigo (ao contrário do pr. Aníbal), omite também o cabeçalho pré-impresso da carta, onde aparecem o escudo de Paulo VI, o nome errado da Congregação romana, a falta do protocolo etc., que evidenciam e atestam a falsificação do documento da Cúria. Percebe-se, portanto, que não foi difícil para o pr. Aníbal obter o reconhecimento de firma (já que a assinatura era usada por d. Agnelo *antes* de ir para Roma) e a autenticação em cartório brasileiro (pois *montou* um documento “original”).

Hoje ele já não mais está entre nós, mas seu nome ainda causa temor nos meios romanistas, pois seus escritos são realmente a expressão comprovada da verdade, e um testemunho sempre presente do poder do Filho do Deus Vivo, o Senhor Jesus Cristo, que lhe deu a certeza da salvação eterna e o libertou das garras do inimigo.

“Seus escritos são realmente a expressão *comprovada* da verdade…”: Isto deveria significar que os escritos do pr. Aníbal são fundamentados em provas. Mas serão mesmo? Será que resistem ao mínimo brilho da luz da Verdade???

Vamos ver, já que – felizmente – o autor do presente artigo deu-nos uma colher de chá (por falta de cuidado), oferecendo a amostra de uma das “obras” do “temido” pastor…

Seu nome:
Dr. Aníbal Pereira Reis

Doutor em quê? Por qual instituição? A biografia do “dr. Aníbal”, apresentada mais abaixo pelo autor, é totalmente omissa nessa questão…

Seu testemunho:
Livro “A Senhora Aparecida”

Conteúdo:
“…porque os costumes dos povos são vaidade; pois cortam do bosque um madeiro, obra das mãos do artífice, com o machado; com prata e ouro o enfeitam, com pregos e martelos o fixam, para que não oscile.
Os ídolos são como um espantalho em pepinal, e não podem falar; necessitam que quem os leve, porquanto não podem andar. Não tenhais receio deles, pois não podem fazer mal, e não está neles o fazer o bem.”
Jeremias 10:1-5

A manjadíssima mania protestante de confundir imagem com ídolo, e veneração com adoração. De fato, fica difícil estabelecer o limite de onde termina a ignorância e onde começa a má-fé…

Prefácio
Capítulo 1 – Devoto da Senhora Aparecida
Capítulo 2 – Fui um padre devoto da Senhora Aparecida
Capítulo 3 – Nem a ganância, meta primordial dos clérigos “aparecidícios”, me abriu os olhos
Capítulo 4 – A surpreendente revelação
Capítulo 5 – A verdadeira história da Senhora Aparecida
Capítulo 6 – A razão do novo surto do “Aparecidismo”
Capítulo 7 – A Santacap, “Capital Mariana” do país
Capítulo 8 – A rosa de ouro
Capítulo 9 – A Santacap, centro de turismo
Capítulo 10 – Os milagres de Aparecida

Bah!

Os direitos autorais e de publicação desta obra, são de propriedade de Edições Caminho de Damasco, que autorizou e aprovou a divulgação nestas páginas.

Sem comentários…

Caso queira conhecer outras publicações do Dr. Aníbal, visite a página da editora.

Uma observação necessária sobre os “temidos” livros do agora “dr. Aníbal”: estes visam mais enaltecer sua figura e fazer auto-promoção do que informar (v. títulos dos capítulos 1 a 3 supra, bem como a pseudo-carta do card. Rossi: um festival de louvação e auto-estima). D. Estevão Bettencourt – pessoa de índole irrepreensível – atesta isto em artigo sobre a famosa falsificação da carta do card. Rossi (v. PR 440, jan./99, p. 28, 5º parágrafo).

Estamos ultimando nossos entendimentos com a Editora para que estejam disponíveis aqui em nossas páginas os demais livros do Dr. Aníbal Pereira Reis. Aguardem!

Ótimo! Pois que venham então… Mas que ao menos sejam *atualizados* com as tão desejáveis provas que o pr. Aníbal “esqueceu” de incluir nas edições originais; afinal, é ele mesmo quem diz (e é ecoado pelo autor do presente artigo) que traz as “verdades comprovadas”…

Abaixo transcrevemos um texto que se encontra na página 20, do capítulo 5, para que tenham uma idéia do que será apresentado. Já está disponível, na íntegra, todos os capítulos deste livro. Posteriormente, serão compactados (ZIP) e estarão disponíveis por FTP.

Passem-me então a url, please!

“…
O Conde de Assumar toparia com uma barreira formidável a lhe embargar a consumação dos seus propósitos.
É que os frades eram “dos elementos mais perniciosos entre os que tinham entrado e continuavam a entrar com as avalanches, que enchiam aqueles distritos, e não só porque se entregavam desenfreadamente ao ganho como todo aquele mundo, mas ainda porque, valendo-se do seu ascendente sobre o espírito da massa, eram quase sempre os promotores de todas as desordens”.

Anticlericalismo barato, talvez baseado nas acusações feitas na época pela Maçonaria, como bem lembrou o remetente deste e-mail.

“Desgraçadamente os compêndios de História do Brasil adotados por nossas escolas aureolam os padres e os frades do tempo da nossa Colonização com as glórias de heróis. Os seus autores sabem que, se disserem a verdade, os seus livros não terão guarida nos ginásios, em grande parte, dirigidos, maquiavelicamente, por padres e freiras, ou deles recebem ‘orientação'”.

A sociedade cada vez mais se afasta da Igreja; seria incompreensível os diversos compêndios de História permanecerem ainda favoráveis aos padres e frades da Igreja Católica se houvessem tantos fatos que os desabonassem por completo. Afirmação ridícula e provocação gratuita, portanto…

Aquelas nossas informações, acima entre-aspeadas, são de Rocha Pombo, registradas em sua História do Brasil (Rio de Janeiro – 1905, vol 6, página 245) cuja primeira edição deveria ser lida por todo intelectual patrício.

1905? Realmente era uma época em que estava em alta a Maçonaria e o Anticlericalismo… A afirmação de Rocha Pombo, então, seria naturalmente compreensível para a época em que foi escrita a primeira edição. E, das centenas de historiadores brasileiros – antigos ou atuais – quantos compartilham desta afirmação de Rocha Pombo? Pouquíssimos mesmo… Estariam todos errados??

Destaco em caixa alta a primeira edição porque as subseqüentes foram criminosamente resumidas e mutiladas. Destas podaram-se todos os informes sobre os latrocínios, extorsões, atrocidades e crimes cometidos pelos clérigos missionários.

“Criminosamente resumidas e mutiladas”: temos aqui uma questão relativa a Direito. Quais são as provas que o “dr. Aníbal” apresenta para afirmar que as edições posteriores da História de Rocha Pombo foram resumidas e mutiladas de maneira criminosa, subentendendo-se ainda a participação da Igreja Católica em tal “crime”? Cadê as provas??? O ônus da prova cabe a quem acusa; sempre foi assim!

A maioria dos brasileiros supõe que naqueles tempos, Portugal açambarcava todo o ouro bateado pelos lavageiros ou garimpado nos veios das rochas. Supõe-se, também, que, em tempos posteriores, a Inglaterra usurpou-o das bruacas lusitanas. Verdade é que o Reino estabelecia impostos, arrecadados pela quintagem, com o fim de beneficiar o seu erário. Os frades, contudo, não vieram para o Brasil com a missão de catequizar.

É. Anchieta e Manoel da Nóbrega que o digam o quanto…

O Historiador Rocha Pombo, no passo já referido, informa-nos que o Conde de Assumar, dentre as questões a enfrentar, tinha de se haver com a da “expulsão de todos os religiosos regulares que não tivessem naquela Província do seu domínio uma função certa, própria do seu apostolado”. Tinham esses “religiosos” (frades cognominados pela legislação romanista de “religiosos regulares”) outra incumbência bem diversa da apregoada e que causou graves prejuízos ao Brasil. Vieram carrear ouro para o papa e para os seus conventos na Europa!

Provas????? Afinal não é esta obra “a expressão *comprovada* da verdade”? Onde estão, pois, as provas?

O ouro do Brasil, em grande parte, encontra-se ainda hoje em poder do Vaticano, que o faz ocupar o segundo lugar mundial no mercado desse valor precioso, cujas reservas o papa deposita no Federal Reserve Bank, em Washington.
…”

Falar é fácil, e sabemos que o pr. Aníbal abusa bastante desse artifício. Mas… Cadê as provas??? Será que o gato comeu? 🙂

ANÍBAL PEREIRA DOS REIS
Nascido aos 9 de março de 1924 em São Joaquim da Barra, no Estado de São Paulo. Filho de católicos: Manoel Pereira dos Reis e Emília Basso Reis, desde a infância aspirou servir a Deus. Com esse propósito, submeteu-se à ordenação sacerdotal aos 8 de dezembro de 1949, em Montes Claros, no Estado de Minas Gerais, depois de haver feito os seus estudos eclesiásticos na Faculdade Teológica da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.

Pelo visto, nada aprendeu; tinha vontade (talvez grande mesmo, assim como Lutero), mas faltava-lhe algo mais importante: a verdadeira vocação sacerdotal.

Naquela cidade do Norte Mineiro, além de professor de literatura portuguesa e de matemática, coadjutor da catedral, confessor do Colégio Imaculada Conceição, Diretor do jornal diocesano “Tribuna do Norte”, Diretor Diocesano do Ensino Religioso, desenvolveu amplas atividades do setor de assitência social, criando e dirigindo o Círculo Operário de Montes Claros. Transferido para o Recife, Capital de Penambuco, em 1952, prosseguiu as mesmas atividades sociais à frente da Companhia de Caridade, que, sob sua administração, chegou a ser, como rede de orfanatos e asilos para velhos, a maior e a mais bem organizada obra social católica do País. Tido como excelente conselheiro, seu confessionário era procuradíssimo por muita gente, inclusive freiras e sacerdotes.

Pelo menos é o que diz o autor; se é verdade ou não são outros quinhentos, já que nenhuma prova concreta traz ao artigo, principalmente quanto às obras do pr. Aníbal em prol da Igreja Católica.

Na aspiração de melhor servir no confessionário, fez curso de neuro-psiquiatria. Vindo para o Estado de São Paulo, em 1960, foi pároco em Guaratinguetá e em Orlândia. Vastíssima folha de serviço deve-lhe o catolicismo.

Como bem disse o card. Rossi: “se Aníbal Pereira dos Reis não estivesse agora ligado a esta infeliz e deprimente manobra, talvez, se me lembrasse dele, seria apenas para rezar por ele”. Em outras palavras: se fosse assim “tão importante”, teriam ao menos sobrado alguns resquícios de suas boas obras. Onde estão mesmo?

Sua ânsia de conhecer sempre mais, levou-o também a fazer o curso de ciências jurídicas. Apesar de ser muito apreciado em seus trabalhos, jamais conseguiu tranquilizar o seu coração anelante. Quanto mais confissões atendia, mais o seu coração se angustiava. Ansiava ter segurança espiritual conseqüente da certeza de sua salvação.

Sim, pois nem mesmo as palavras de São Paulo (realmente inspiradas e dignas de todo o crédito) poderiam dar-lhe tal “certeza da salvação”: “Se morremos com Cristo, também viveremos com Ele; se *perseverarmos*, também reinaremos com Ele” (2Tim 2,11-12); “Considera, pois, a bondade e a severidade do Deus: para os caídos, a severidade; para contigo, a bondade, se *permaneceres* na bondade – caso contrário, *também tu* serás cortado” (Rom. 11,22-23); “Assim, pois, o que acredita estar em pé, cuide para que não caia” (1Cor 10,11-12). Também não encontraria nada a respeito na Bíblia, na Tradição, nem no Magistério… Precisou encontrar sua “certeza de salvação” no único lugar onde poderia ser encontrado (embora abstratamente, como não poderia deixar de ser): fora da única e verdadeira Igreja de Cristo, no protestantismo.

Em 1961, começou, dirigido pelo Espírito Santo, a estudar a Bíblia com toda a sinceridade de alma.

Logo, não era católico, mas protestante, já que adotou a heresia da Sola Scriptura e todas as suas conseqüências.

Deus lhe proporcionou, através do novo nascimento, a alegria perene de possuir segurança inabalável de sua salvação.

Pura miragem! Tal segurança é antibíblica, como vimos, pois o máximo que podemos ter é uma certeza moral quanto à salvação (certeza relativa), desde que certas condições (perseverança até o fim, entre outras) sejam fielmente cumpridas; mas jamais teremos uma garantia nesta vida, uma certeza absoluta…

Com a aceitação de Jesus Cristo, como seu Único e Todo Suficiente Salvador, abandonou a batina e se afastou do catolicismo romano. Em 30 de maio de 1965, fez sua pública decisão por Jesus Cristo e a 13 de junho seguinte desceu às águas, cumprindo uma das ordenanças de Cristo.

É uma pena… Caiu na velha conversa (entenda-se “heresia”) de sempre… Pior: fez outros caírem nessa mesma conversa… Perdeu-se e fez muita gente se perder; certamente, receberá sua paga por isso.

Cumprindo determinações impostas por Deus, em seu coração, tornou-se missionário do Evangelho. Deus vem abençoando ricamente esse ministério. Sua longa experiência de sacerdote angustiado, agora se transformou em instrumento do poder de Deus para a conversão de inúmeras almas.

Como diz o Apóstolo, “para sua própria perdição” (v. 2Ped 3,16).

Foi promovido para junto do Senhor em 30 de maio de 1991.

“Foi promovido para junto do Senhor”: Eis a maior demonstração do pecado do orgulho, comum a maioria dos protestantes… uma falsa garantia da salvação. Somente quem perseverou na fé até ] o fim será salvo (o que não parece, s.m.j., ter sido o caso).

Leia a sua autobiografia: “Este Padre Escapou das Garras do Papa!!!”

Não é nem necessário… Uma má árvore não pode produzir bons frutos. Qualquer cristão (autêntico) sabe disso. Paz para todos!

Facebook Comments

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.