O que são as “seitas”

Por Jaime Francisco de Moura

Chamamos “seita” aos grupos que posteriormente se desprenderam das igrejas Tradicionais Reformadas, e que hoje continuam aparecendo em qualquer parte, às vezes, inclusive, sem nenhuma referência a Jesus Cristo. As seitas hoje aparecem como por gerações espontâneas e são conhecidas também pelo nome de “Movimentos Religiosos Livres e Autônomos”.

É difícil definir as seitas. São muitas e muito variadas. Costumam pregar uma piedade fácil e desencarnada, e sem nenhuma relação com os grandes problemas econômicos, sociais e políticos que afetam o nosso mundo.

As seitas provenientes dos Estados Unidos são agressivas por natureza e não aceitam nenhum tipo de diálogo, talvez porque suas motivações são mais políticas que religiosas.

Como nascem as seitas?

A explosão das seitas em nível latino-americano começou uns 30 anos atrás, quando Rockefeller realizou um giro por todos os países Latino-Americanos, a fim de conseguir informações referente à situação da América Latina e na volta informou ao presidente no congresso dos Estados Unidos que a Igreja Católica já não era sua aliada válida para seus interesses na América Latina, pelo fato de que se interessava pelos pobres, pelo respeito à pessoa humana e porque era “a voz dos que não tinham voz”, defendendo os que eram injustamente perseguidos.

Esta atitude da Igreja, segundo Rockefeller, revoltava as massas e acarretava perigo de revoluções que conspiravam contra os interesses dos Norte-Americanos. Ante esta situação, sugeriu que a infiltração de seitas na América Latina, poderia resistir e debilitar a crescente influência da Igreja Católica sobre as massas. Mais tarde o presidente Nixon, no documento de Santa Fé, insistiu na mesma linha e a partir de então milhares de pastores foram enviados a semear a divisão e o desconcerto nos campos e cidades da América Latina.

E todos lembramos como de repente surgiu grande quantidade de templos Mórmons e dos Testemunhas de Jeová. Esta foi então uma medida premeditada que somada a outras causas arrastou muitos paras as seitas. A isto deve-se acrescentar que esta invasão se produziu quase de repente e a própria Igreja Católica não estava preparada para resistir a sua eficácia. Por outro lado, a Igreja não soube formar, nem delegar a tempo funções aos leigos comprometidos, nem tampouco reinterpretar a tempo a Piedade Popular, o que motivou esta enorme deserção de Cristãos de suas filas.

Como responder a este desafio?

São muitas as pessoas que não tiveram acesso a nenhuma cultura religiosa e à primeira sacudida trocam de religião. As seitas aproveitam, quando a Igreja Católica, que por falta de meios e de pessoas, se vê obrigada a deixar grandes áreas com escassa ou nenhuma atenção religiosa.

Nossa missão hoje em dia é formar agentes multiplicadores de Evangelização e oferecer caminhos aos leigos para que saibam defender sua fé. A isto todos nós estamos chamados. Nesta tarefa devemos evitar os extremos, por um lado a intolerância ou agressividade e, por outro, o derrotismo e uma passiva resignação. É difícil definir as seitas. São muitas e muito variadas. Costumam pregar uma piedade fácil e desencarnada, e sem nenhuma relação com os grandes problemas econômicos, sociais e políticos que afetam nosso continente.

A Voz do Magistério

No ano de 1992, os bispos reunidos em Santo Domingo formularam um chamado a todo o povo de Deus da América Latina onde diziam: ?Deve-se instruir amplamente o Povo de Deus sobre as seitas e sobre suas injustas acusações contra a Igreja? (nº 146). E acrescentavam: ?É urgente capacitar nosso povo para que saiba dar motivo e defender sua fé frente ao proselitismo das seitas?. O Magistério da Igreja também se pronunciou em várias oportunidades, nestes últimos anos, sobre este particular e nos chamam a unir esforços para orientar o povo de Deus na sã doutrina a fim de reduzir e evitar ao máximo esta sangria para as seitas. Eis aqui algumas citações muito significativas:

?O fenômeno das seitas constitui um sério problema e uma situação alarmante?. Muitas seitas foram claras e pertinentes, não só anti-católicas, mas também injustas ao julgar a Igreja e ao tratar de absorver seus membros menos formados? (Puebla, 1972).

“A invasão das seitas é apoiada com recursos econômicos muito grandes. Por trás destas atividades proselitistas das seitas existe um claro propósito de debilitar a unidade da Igreja” (Documento dos Bispos do Paraguai, 1986).

A respeito disso são muito significativas as recomendações que aparecem no livro “As seitas na América Latina” publicado sob o auspício do CELAM: “Cremos que deve ser revitalizada uma sã apologética para que os fiéis estejam bem preparados e possam responder adequadamente aos ataques e objeções das seitas”.

 

Facebook Comments

Deixe um comentário

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.