O sacerdócio comum e específico

Os protestantes dizem que Jesus Cristo aboliu o sacerdócio levitico imperfeito , do Antigo Testamento , com sua morte sacrificial vicária na cruz, e criou um novo sacerdócio universal dos santos, sob a graça santificante.

Todos poderiam, então, ler a biblia, interpretá-la livremente, e todos poderiam ministrar todos os sacramentos.

Em objeção a esses argumentos, devemos observar, em primeiro lugar, que, se assim fosse, não existiriam tantas divergências entre as seitas evangélicas. Qualquer divisão doutrinária, por si só, já é obra do anticristo e no protestantismo elas existem em profusão. Só existe um Deus, uma fé, um Cristo e uma Igreja!

Em segundo lugar, os apóstolos sempre deliberavam doutrinariamente no espírito colegiado, portanto, havia um modo comum e harmônico de exercer o magistério da Igreja sempre sob a ação do Espirito-Santo, garantia da infalibilidade das decisões conciliares.

Nosso Senhor Jesus Cristo escolheu doze apóstolos; destacou e “ungiu” um deles como príncipe, e instituiu uma dignidade especifica sobre esse apóstolo. Estavam criados o colégio episcopal e o papado.

Ao batizarem e pregarem a palavra de Deus os apóstolos transmiam a graça santificante aos gentios e inscreviam neles um sacerdócio.

A Nova Aliança não aboliu o sacerdócio.

No Antigo Testamento houve tres niveis de sacerdócio: o Sumo Sacerdote (Aarão e seus sucessores), os Levitas como sacerdotes ministeriais , e logo todo o povo de Deus com o  sacerdócio universal (Ex 19:6: “”Sereis para Mím um reino de sacerdotes e uma nação santa.

Vemos três níveis de sacerdócio: o Sumo Sacerdote (só um), sacerdócio ministerial (de todos os Levitas) e o sacerdócio universal (todo o povo de Deus).

É o mesmo hoje! O Sumo Sacerdote (Jesus Cristo), sacerdotes ministeriais (os apóstolos e seus sucessores, os bispos e sacerdotes), e o povo de Deus (uma nação de sacerdotes).

Ao longo do tempo foi se desenvolvendo um processo especifico para o crescimento na graça através do sacramento da ordem.

E ,então, apenas aqueles que recebiam as santas ordens poderiam ministrar regularmente todos os sacramentos.

Não obstante, existe um sacerdócio não-sacramental comum – que é acessível a todos os batizados que não tenham recebido as santas ordens.

No AT, apenas os descendentes de Levi poderiam exercer o sacerdócio – com o advento da graça justificadora, na Pessoa do Cristo, todos foram convidados a viver sob a graça e a recebê-las profusamente, exercendo um sacerdócio.

Caiu, assim, parte da Lei antiga no seu aspecto de precessão para a vinda do Cristo e mantiveram-se as Leis de Deus, as leis morais, as leis do Evangelho e as Lei da Igreja, na espera da Segunda Vinda gloriosa do Cristo, a Parusia.

O sacerdócio cristão – o sacramento da ordem – está aberto a todos aqueles que aceitam viver o ritual estabelecido pela sagrada tradição da Igreja sob autoridade do Cristo e conduzidos pelo Espirito Santo.

Na verdade, Nosso Senhor Jesus Cristo ofereceu graças especificas em seus gestos.

A Santa Ceia tinha como convidados apenas os doze apóstolos. A eles foi conferida a graça, o poder e a autoridade para consagrar o pão e o vinho e ministrar o batismo, além dos outros cinco sacramentos. Todos esses sacramentos foram instituidos por Jesus Cristo e são transmissores de graças, mas nem todos os sacramentos são passíveis de serem ministrados por quem não tenha recebido outras graças requeridas previamente.

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