- Fonte: CatolicaNet
A fragilidade humana atinge a todos, ninguém está isento, mesmo que sacerdote, religiosa, pastor, pastora.
No caso da sexualidade, o celibato faz parte das normas de um estilo de vida oferecido pela Igreja a quem quiser assim viver. Não é obrigação alguma por parte da Igreja, mas uma opção de fé e amor, de quem escolhe este estilo de vida. Aos que assim desejam viver a Igreja oferece um processo formativo bem longo, com apoio na psicologia, na teologia, na doação caritativa aos outros. Ninguém assume este estilo de vida sem conhecer muito bem, os compromissos e as conseqüências que deles advém. Todo este investimento formativo, que é de sumo valor, não tira da pessoa a possibilidade de rever a opção tomada, em qualquer momento da vida e, também, de errar.
Quando um sacerdote ou um religioso ou religiosa refazem sua opção, mas permanecem na Igreja, portanto, não abdicam da fé cristã ou mudam de religião, continuam atuando ativamente na Igreja, como leigo ou leiga. Apenas deixaram um determinado estilo de vida oferecido por ela e que livremente haviam abraçado.
Se um sacerdote ou religioso ou religiosa falham a seus compromissos, assumidos em plena liberdade como, por exemplo, o celibato, a instituição Igreja, ao saber da questão, tem diversos caminhos a tomar. Um deles, o primeiro, é o diálogo, para ajudar a ponderar e possibilitar a reconsideração da falha para que a pessoa possa voltar, livremente, ao compromisso ou fazer outra opção deixando o exercício do sacerdócio ou a vida consagrada. No caso de aceitação da emenda, a Igreja possibilita à pessoa os meios para se recuperar tanto em nível psicológico, como espiritual e moral. Ao deixar o sacerdócio ou a vida consagrada esta pessoa, como os(as) leigos(as) pode, na Igreja, assumir outro estilo de vida, compatível com o Evangelho. Em casos excepcionais, esgotados todos os caminhos, pode ocorrer sanções fortes, como a expulsão do quadro da vida sacerdotal ou da vida consagrada.
Se há suspeita, denúncia, provas de que se trata de um crime – como por exemplo, estupro, pederastia, pedofilia – segue-se, obviamente o procedimento jurídico comum de processo criminal, com acusação e defesa, e com as consequências que daí decorrem.
Toda e qualquer instituição tem sua imagem ferida quando um de seus membros se desvia de seus compromissos. Um problema a mais, que surge dos escândalos, é que pessoas não suficientemente maduras humanamente ou na fé, facilmente se sentem abaladas em suas convicções, em sua fé e em seu compromisso com a instituição atingida. E há ainda os que facilmente generalizam, passando a desconfiar e a julgar todos os demais daquela instituição: se um padre erra, todos os padres não prestam; se um advogado erra, todos os advogados não prestam; se um político é corrupto, todos os políticos são corruptos.
Contudo não se pode esquecer, mesmo diante de um escândalo, daqueles sacerdotes que dedicam suas vidas ao outro: muitos morrem em nome de sua missão e, principalmente, em nome de seu fiel povo.