Muitas pessoas devem ter se espantado com o título deste artigo, mas é exatamente sobre ele que iremos falar.
Freqüentemente vemos as acusações vindas de mal-informados – como pessoas em geral, professores de história que seguem uma historiografia marxista, hereges, e protestantes – de que "o Vaticano é muito rico" (nem sequer sabem separar o Papa da Santa Sé, e estes do Estado do Vaticano, pois são coisas diferentes) e que "a Igreja só pensa em dinheiro e não divide nem dá suas riquezas para os pobres". E tem aquele tipo de católico que não dá o dízimo nem nenhum tipo de esmola, achando que "a Igreja é rica" e que seu dinheiro iria parar direto para "engordar os gordos bolsos dos ladrões do Vaticano" (tsk tsk tsk). Isso me lembra a imagem do Tio Patinhas nadando no cofre da sua Caixa Forte, mas realmente não dá pra imaginar Sua Santidade Bento XVI no lugar do velho pato pão-duro…
Pois bem, duas notícias que coincidentemente saíram na imprensa na semana passada me chamaram a atenção para esta matéria, provando que estas afirmações são calúnias e difamações pra lá de mentirosas. A primeira, é um comunicado da própria Santa Sé, o balanço financeiro do ano de 2007:
A grande verdade, é que o "tesouro do Vaticano" é algo que dá despesas (e despesas altas) ao invés de receita. Manter museus e construções do porte da Basílica de São Pedro, e as inúmeras obras de arte sem valor que lá se encontram e que são patrimônio da humanidade, dá um trabalho e gastos com pessoal especializado colossais. O salário mínimo no Estado do Vaticano é o menor em toda a União Européia, em torno de € 60.000 por ano da última vez que consultei.