“É suficiente ser Católico?”
- Quanto ao Público Alvo: “É suficiente ser Católico?” são as únicas palavras que aparecem na capa, escritas em letras suficientemente grandes para serem enxergadas sem a mínima dificuldade, mesmo que o leitor possua problemas mais sérios de visão (exceto cegueira completa!). Observe que o título é bem específico quanto ao público alvo: católicos. Dessa forma, o autor tenta chamar a atenção para o conteúdo interno do folheto, isto é, para o seu artigo. É interessante notar que no primeiro e terceiro parágrafos de seu artigo (veja na próxima seção) Schubert inclui outras religiões: budistas, muçulmanos e até mesmo evangélicos. Mas, na verdade, ele quer e se dirige aos católicos, pois quem for budista, muçulmano ou evangélico e receber na rua um folheto entitulado “É suficiente ser Católico?”, dificilmente perderá seu tempo lendo o folheto já que este não lhe é explicitamente dirigido, não lhe despertando o interesse (da mesma forma como muitíssimas pessoas não perdem tempo lendo as letras miúdas de um contrato). Mas mesmo que parassem para ler, os budistas e muçulmanos não se incomodariam com o conteúdo do artigo, já que não aceitam a autoridade da Bíblia; quanto aos evangélicos, o conteúdo do artigo concorda com o que costumam a pregar e, assim, continuariam a acreditar naquilo que já crêem. Portanto, os únicos que poderiam ser atingidos pelo conteúdo do folheto seriam os católicos.
A Resposta à Pergunta: Quando o autor pergunta se “é suficiente ser Católico?”, ele já espera a resposta negativa do leitor. Isso porque ele enxerga a identificação de católico, evangélico, budista, etc. como simples rótulo, subproduto da religião. De fato, não basta ter o rótulo de Católico para garantir a salvação eterna. Aliás, não basta a pessoa se declarar seguidora de certa religião, seja ela qual for, seja evangélica, ortodoxa ou outra qualquer. Nenhum cristão de sã consciência afirma que sua religião é a salvação; quanto a isto, o próprio Jesus foi bem claro: “nem todo aquele que diz: ‘Senhor, Senhor’ herdará o reino de Deus” (Mt 7,21). Logo, para ser salvo, é necessário ser cristão ou ter suas características, isto é, a essência cristã. Mas o que é ser cristão? Ser cristão não é somente crer em Jesus Cristo – como pregam os protestantes – mas é também viver como Cristo viveu e praticar aquilo que Cristo praticou e ensinou. Isto é ser cristão! (cf. Jo 8,31; 13,35). Com esse pensamento em mente, poderíamos perguntar: é suficiente ser cristão? A resposta é afirmativa: sim, é suficiente ser cristão (caso contrário, do que adiantaria crer em Jesus Cristo?). E se esse cristão for católico, é suficiente ser católico? A resposta também seria afirmativa! Observe a diferença: o que é o suficiente é a essência e não o rótulo. Se a palavra católico for empregada em seu verdadeiro sentido, ou seja, como sinônima do também verdadeiro sentido de cristão, logo haverá suficiência. É por isso que a Igreja Católica, apesar de ser a única Igreja fundada por Cristo, admite que a salvação pode ser possível a pessoas que não estão diretamente ligadas a ela, desde que tenham as mesmas características cristãs.
A Malícia da Pergunta: Como dissemos, a pergunta “é suficiente ser Católico?” encerra uma malícia devido ao publico-alvo a quem o artigo se dirige. Admitindo-se que todo cristão (no sentido real da palavra) obterá a salvação, a pergunta que o autor deveria fazer é: “basta ter uma religião?” ou “é suficiente somente a sua fé ou as suas obras?”. Mas como, na verdade, o autor está interessado em propagar suas falsas doutrinas e converter os católicos para a sua fé, ele prefere perguntar se basta ser católico e enganar os incautos. Nada, nada, conseguindo a conversão do leitor, haverá mais um ajudando a propagar o erro e combater a Verdade!