Os Bispos

Os teólogos e os religiosos protestantes consideram o episcopado católico uma instituição eclesiástica de procedência puramente humana, relacionada às necessidades administrativas da Igreja. Luteranos e anglicanos não aceitam a origem divina do episcopado. Como também, consideram o papado uma instituição humana, o mesmo valendo para os concílios da santa Igreja que, portanto , não seriam infalíveis. Todas essas proposições teológicas foram rejeitadas pelo Concilio de Trento (1545-63) – concílio – que -de certo modo – foi solicitado pelo líder “reformista” alemão , Martinho Lutero, a fim de dirimir as questões teológicas , por ele e seus seguidores levantadas.

Os católicos e os ortodoxos, por seu turno, reconhecem a origem divina do episcopado. O bispado é, assim, o terceiro grau, o nível completo do sacramento da ordem. Os bispos são considerados os sucessores dos apóstolos. O Papa, o bispo de Roma, é sucessor especificamente de Pedro, porque a cátedra do bispo de Roma é o trono de Pedro e de seus sucessores. A Igreja de Roma foi fundada por Pedro, assim como a Igreja de Antioquia na Síria e outras igrejas locais. Os ortodoxos alegam que Pedro fundou muitas igrejas e não haveria razão para Roma ter a primazia sobre as demais. E dizem que Pedro não teria uma primazia de governo sobre toda a Igreja.

Os protestantes, por seu turno, negam a primazia divina de Pedro, ou a interpretam de modo diverso, por isso, consideram o papado uma instituição puramente humana. Em Roma, muitos mártires da fé cristã foram sacrificados. E ,em Roma, morreram são Pedro e são Paulo. Roma é, portanto, uma cidade beata, um sítio sagrado para os cristãos. A Sé romana possui primazia sobre as demais sedes episcopais, o Bispo de Roma , por conseguinte, governa todas as outras sedes da Igreja, conforme definição legal do papa Gelásio (492-496).

Os ortodoxos não aceitam a primazia de Roma, e dizem que a fé de Pedro sobre a qual o Cristo edifica a sua Igreja não é exclusiva do Bispo de Roma mas de todos os apóstolos e conseqüentemente dos patriarcas nacionais e de toda a Igreja de Cristo. O Patriarca de Constantinopla — uma espécie de Papa da Igreja cismática — só tem poder sobre os patriarcados nacionais no que concerne à convocação dos sínodos dessa Igreja que, oficialmente, segundo o Código de Direito Canônico, está em comunhão parcial com a Igreja Católica, visto não se submeter à autoridade do Papa nem à autoridade dos concílios da Igreja.

Os católicos consideram que N. S. Jesus Cristo instituiu, sobre um homem concreto, uma autoridade específica, e também uma posição hierárquica. Pedro é a rocha sobre a qual o Cristo constrói a sua Igreja em alicerces que jamais cederão, e que mantêm a construção erguida e intacta através dos séculos. A primazia de Pedro está comprovada exaustivamente nos textos sagrados do Novo Testamento.

O bispo é a autoridade máxima da Igreja, em termos de ordem, jurisdição e magistério nas suas dioceses, e os bispos auxiliares só se subordinam ao bispo diocesano em termos de jurisdição. O Arcebispo, por seu turno, é um bispo supervisor de uma província eclesiástica que atua de modo a coordenar a linha pastoral das dioceses que compõem a respectiva província. Em nível universal, os bispos só se submetem ao Papa e ao colégio de bispos.

O Papa governa a Igreja em comunhão com o colégio de bispos. O bispo deve atuar, sempre, em espírito de colegiado, nas discussões concernentes a decisões e a diretrizes pastorais tomadas pela Igreja no exercício de seu sagrado magistério, em harmonia portanto com todo o corpo episcopal, e com a “Cabeça Visível”, o Papa, conforme propôs, mais recentemente, o Concílio Vaticano II.

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