Por Jaime Francisco de Moura
Os protestantes ensinam que os mortos estão “dormindo” e que somente na volta de Jesus haverá a ressurreição de todos; portanto, para eles, não há ninguém no Céu ainda, mesmo que seja apenas com a alma. Por isso não acreditam na intercessão dos Santos. Vejamos como isso é falso.
De imediato, é bom lembrar que Cristo levou no mesmo instante o bom ladrão. Pois ele disse: “hoje estarás comigo no paraíso”. (Lucas 23,43). Aqui podemos ver que o ladrão não ficou dormindo. Ele foi direto para o Céu com Jesus.
A Carta aos Hebreus diz claramente, “está determinado que os homens morram uma só vez, e logo em seguida vem o juízo” (Hb 9,27). Por esta passagem já podemos concluir que os mortos não vão dormir, não é mesmo?
Em Apocalipse (6, 9-11), vemos também que as almas do justos martirizados aspiram, na presença de Deus, à plena restauração da ordem e da justiça violadas pelo pecado; e assim, esperam algo que ainda não aconteceu, e que vai acontecer só na Parusia. Embora elas já estejam revestidas de vestes brancas, que é símbolo da vitória final e da bem-aventurança, estas almas continuam a acompanhar a nossa história, aguardando com expectativa o julgamento do Senhor.
Vamos acompanhar na Bíblia (Apocalipse 6,9-11)! “Quando abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos homens imolados por causa da palavra de Deus e por causa do testemunho de que eram depositários. E clamavam em alta voz, dizendo: Até quando tu, que és o Senhor, o Santo, o verdadeiro, ficarás sem fazer justiça e sem vingar o nosso sangue contra os habitantes da terra? Foi então dada a cada um deles uma veste branca, e foi-lhes dito que aguardassem ainda um pouco, até que se completasse o número dos companheiros de serviço e irmãos que estavam com eles para ser mortos”.
Após a morte, sobrevive a nossa alma imortal, criada à imagem de Deus, e é nela que estão as nossas faculdades, como a Inteligência, a vontade, a memória e a consciência. O nosso “eu humano” subsiste. Portanto, ninguém permanece “dormindo” após a morte.
Os que morrem na amizade de Deus e estão perfeitamente purificados, imediatamente vão para o céu e participam da visão beatifica de Deus, na companhia da Virgem Maria, dos anjos e dos santos. E é por isso que a Intercessão dos Santos é real, verdadeira e podemos apresentar os versículos Bíblicos daqueles que já faleceram. Vamos para a Bíblia novamente! “Cantavam um cântico novo, dizendo: “Tu és digno de receber o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste imolado e resgataste para Deus, ao preço de teu sangue, homens de toda tribo, língua, povo e raça;” (Apocalipse 5,9)
“Cantavam o cântico de Moisés, o servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus dominador. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!” (Apocalipse 15,3)
Lendo todas esta passagens Bíblicas podemos ver que os mártires estão bem acordadões, não é mesmo? E que Jesus não está mais sozinho no Paraíso. Na parábola do rico e de Lázaro, observamos também que não dormem.
Os que já estão na glória de Deus podem interceder junto a Cristo por nós. É o que veremos de agora em diante.
Explicando a Intercessão dos Anjos, Maria e dos Santos dentro das Escrituras.
Os Santos no céu estão na mesma condição dos Anjos, pois conservam as suas naturezas individuais e intelectuais, e possuem a mesma Luz divina na qual vêem a Deus, e em Deus e tudo que a sua mente pode conhecer “Na tua Luz veremos a Luz” (Salmos 35,10). Por isso, a Bíblia afirma que os Santos “julgarão o mundo” (1Coríntios 6,2). Para fazerem esse julgamento devem conhecer os atos nele praticados. Portanto, os Santos conhecem as nossas precisões e intercedem por nós como nossos amigos junto de Deus.
É o que lemos em várias passagens da Bíblia:
a) Em Jeremias lemos: “E o Senhor me disse: ainda que Moisés e Samuel se apresentassem diante de mim, o meu coração não se voltaria para esse povo” (Jeremias 15,1). Ora, Moisés e Samuel já não eram do número dos vivos, e podiam, no entanto, interceder pelo povo.
Note-se que em (2 Macabeus 15,14), o próprio Jeremias, já falecido, é apresentado como, quem “muito ora pelo povo e pela cidade santa”.
b) No Apocalipse São João narra a visão que teve de Jesus Cristo em seu trono de glória, e como, diante dEle, se apresentavam anciãos “com taças cheias de perfume, que são as orações dos santos” (Apocalipse 5,8) (Apocalipse 8,4). Esses anciãos significam os Santos da glória ao apresentarem a Jesus as orações dos “santos da terra”, ou seja, os fiéis de Cristo nesse mundo. Trata-se de uma forma de mediação secundária dos Santos entre Cristo e os seus fiéis.
c) No 1º livro dos Reis lemos que Deus prometeu a Salomão conservar para seu filho (Davi) a tribo ou reino de Judá, “em atenção” e “por amor ao seu servo Davi” (já morto) (1Reis 11,11-13). Isso significa que Deus toma em consideração os pedidos dos seus amigos também do Céu, os Santos.
d) Igual sentido tem a oração de Moisés pedindo a Deus que poupasse o povo culpado em atenção aos patriarcas Abraão, Isaac e Jacó, todos já falecidos (Êxodo 32,11-14).
e) Ainda no 2º livro dos Reis a Bíblia narra o milagre da ressurreição de um morto, ao contato com os ossos do profeta Eliseu (2 Reis 13,21).
Note-se que nesse texto está divinamente aprovada ainda a prática católica de se guardarem com respeito as relíquias dos Santos, pois, também através delas Deus pode nos conceder graças e favores.