A Patrologia inicia sua exposição normalmente com os escritos dos chamados “Padres Apostólicos”. A literatura pós-apostólica que se estende de 90 a 160 dC deu surgimento a quatro gêneros literários que são uma continuidade das formas do NT. Inicia-se com cartas autênticas que eram endereçadas a comunidades inteiras e tinham o objetivo de serem divulgadas a outras comunidades. A liturgia, a vida em comunidade produziram novas formas de ensino, homilias e as primeiras produções poéticas cristãs.
Estas obras respiravam plenamente o espírito do cristianismo primitivo, na medida em que foram compostas por discípulos dos apóstolos ou por autores mais próximos do tempo apostólico, invocando a Tradição Apostólica direta. “Os autores procuram mostrar aos fiéis com palavras simples o sentido da salvação revelada em Cristo, e fortalecê-los na esperança da volta do Senhor. Exortam a obedecer os pastores das comunidades e advertem contra as heresias e cismas. Não lhes interessa muito uma justificação científica do cristianismo ou de determinadas doutrinas teológicas, como acontecerá no séc. II com os apologetas” (Altaner/Stuiber 1978,43).
Normalmente se incluiu entre os “Padres Apostólicos” sete autores ou escritos. Jean-Baptiste Cotelier em 1672 publicou uma coletânea dos Padres da Igreja “que floreceram nos tempos apostólicos”. Continha a Carta de Barnabé (normalmente considerada como apócrifo e não como escrito patrístico), as cartas de Clemente Romano, Inácio de Antioquia, Policarpo de Esmirna e o Pastor de Hermas. Depois foram acrescentados os fragmentos de Pápias de Hierápolis e a Carta a Diogneto (normalmente classificada entre os “Padres Apologistas”), a Didaqué ou Doutrina dos Doze Apóstolos e o fragmento de Quadrato (também normalmente encontrada entre os “Padres Apologistas”).