A utilidade do Magistério em relação à interpretação das Escrituras não se baseia em quantas interpretações definitivas de passagens bíblicas, individualmente consideradas, ela forneceu. Sempre que a Igreja rejeita uma heresia ou define uma doutrina, estará também interpretando a mensagem bíblica, mesmo se o sentido de uma determinada passagem não for definido.
Por exemplo, a interpretação das Testemunhas de Jeová de João 1,1; Colossenses 1,15 e Apocalipse 3,14 – de que Jesus seria uma mera criatura e não o próprio Deus – foi descartada pela Igreja Católica quando ela definiu a divindade de Cristo e a existência da Trindade (nos Concílios de Nicéia e Constantinopla, ambos no século IV). E isto permanece assim apesar da inexistência de uma definição ex-catedra oriunda de um Papa ou de um decreto conciliar definindo precisamente o sentido de cada uma dessas passagens bíblicas. A Igreja tem o poder de ensinar a todos, infalivelmente, o sentido doutrinário da revelação bíblica, bem como a interpretação de versículos em particular.