Pedro como primeiro Papa

(Respostas ao protestante Gelton Junior)

PEDRO COMO PRIMEIRO PAPA: Agora veremos que a própria existência do papado é uma deturpação das Escrituras.

Deturpação é o surgimento do protestantismo e a Solla Scriptura.

É impossível abordar este assunto sem falar a respeito do trecho bíblico em que os católicos se baseiam para firmar a doutrina do papado: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt. 16.13-20). Os católicos pegam esta afirmação de Cristo para afirmar que Pedro é a pedra ou rocha em que Cristo fundamentou a sua igreja, sendo assim o primeiro papa da igreja.

Cristo muda o nome de Simão, em pedra (aramaico: Kephas, significa pedra e Pedro, numa única palavra, como em francês Pierre é o nome de uma pessoa e o nome do minério pedra). Deus fez diversas vezes tais mudanças, para que o nome exprimisse o papel especial que deve representar a pessoa. Assim mudou o nome de Abrão em Abraão (Gênesis 17,5), para exprimir que devia ser pai de muitos povos. Mudou ainda o nome de Jacó em Israel (Gênesis 32,28) Mudou também o nome de Sarai para Sara. Assim Jesus Cristo mudou o nome de Simão em Pedro, sobre a qual estará fundada a Igreja, sendo o seu construtor o próprio Cristo.

Quando Cristo falou “…esta pedra…” não estava se referindo a Pedro, mas sim à anterior declaração de Pedro a respeito de Jesus – “Tu és o Cristo, O Filho do Deus vivo”. Cristo é a pedra fundamental da igreja. Paulo afirmou: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já esta posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3.11). A pedra fundamental e principal da Igreja, evidentemente, é Cristo (1 Coríntios 10,4) (Efésios 2,20) (1 Pedro 2,7-8). “Ninguém pode colocar outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo” (1Coríntios 3,11)

Ninguém pode pôr outro fundamento. Mas o Senhor Jesus pode, livremente, confiar esse fundamento a alguém, ou ampliá-lo a quem ele quiser, como na verdade, o fez, quando disse a Simão: “Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18-19). Cristo, de fato se revelou: “Eu sou a luz do mundo” (Jo 8,12) mas disse também: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5,14). E disse mais: “Eu sou o bom pastor” (Jo 10,11) no entanto, ordenou a Pedro: “Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21,15).

Em resumo, o fundamento verdadeiro, como vimos, é Cristo. Esse fundamento, no entanto, foi como que delegado a todos os Apóstolos e profetas (Efésios 2,20) pois todos são co-responsáveis. De modo especial, e solenemente, foi no entanto, entregue, estendido e confiado a Pedro, a quem Jesus falou, franca e pessoalmente, em (Mt 16,18); assim como afirmou-lhe: “Dar-te-ei as chaves do reino dos céus” (Mt 16,19) e ordenou-lhe, também: “Apascenta as minhas ovelhas” (Jo 21,15); “Confirma teus irmãos na fé” (Lc 22,32).

No grego, a palavra Pedro é petros, do gênero masculino, enquanto pedra ou rocha é petra, do gênero feminino. O que Cristo disse: “Tu és Petros (masculino), e sobre esta petra (feminino) eu edificarei a minha igreja.” Mostra-se assim que Cristo não estava falando de Pedro como a pedra ou rocha, mas sim a respeito da declaração de Pedro – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Se Pedro fosse a rocha, Cristo teria dito: “sobre ti edificarei a minha igreja”, mas não disse.

Em todo o trecho em que Nosso Senhor confirma como primeiro Papa, fica evidente que ele se dirige, exclusivamente a Pedro, sem um mínimo desvio: “Eu te digo…Tu és Pedro…Sobre esta pedra edificarei…Eu te darei…O que desatares…” Ele não fala aos outros Apóstolos, somente a Pedro. Pedro é a pessoa a quem tudo é dirigido…é ele o centro de todo este texto. Este ponto é muito importante, pois a interpretação truncada dos protestantes quer admitir o absurdo de que Nosso Senhor não sabia se exprimir corretamente. Vocês dizem que Cristo queria dizer: “Simão, tu és pedra, mas não edificarei sobre ti a minha Igreja, por que não és pedra, senão sobre mim” Ora, é uma contradição, pois Nosso Senhor alterou o nome de Simão para “Kephas”, deixando claro que seria a “pedra” visível de sua Igreja.

É interessante observar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30).

Sua observação não tem nenhum fundamento, pois todos nós sabemos que os quatro Evangelhos não estão escritos da mesma forma ou de uma maneira repetitiva.

Há também a afirmação católica que Pedro teria recebido as chaves do céu. É outra deturpação das Escrituras, baseada em Mateus 16.19: “Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Não podemos entender a declaração de Cristo como se esta fosse somente dirigida a Pedro, mas esta é dirigida a toda igreja.

Como você distorce as coisas hein?. Jesus faz uma pergunta direcionada a todos os Apóstolos, mas quem responde é somente Pedro. Por esse fato ele entrega a autoridade a esse que o reconheceu. Ademais a frase é bem clara, “Eu te darei as chaves do reino dos céus”. Jesus não fala isso a todos os Apóstolos. Você é bem ruim de interpretação, hein?

A igreja Católica está totalmente contrária às Escrituras. Jorge Buarque Lyra (in: Catolicismo Romano) argumentou muito bem: “Poderia, acaso, de alguma forma, um homem ser fundamento de uma obra divina? Se pudesse (admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de ser divina.” Vejamos as seguintes características de Pedro:

O fundamento é Cristo, mas ele passa esse fundamento a uma Igreja visível com o seu representante Pedro. Os textos Bíblicos são bem claros, vocês protestantes vêem mas não querem enxergar.

Pedro não era celibatário. Tanto que teve sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). O papa é celibatário, sendo o celibato uma imposição a todo o clero. Em I Timóteo está escrito: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios; …proibindo o casamento.”

Pedro era realmente casado, mas ao seguir Jesus ele não levou sua esposa e família, portanto, se tornou celibatário. Os outros Apóstolos também não casaram. 1 Timóteo não tem nada a ver com o celibato, você está usando um texto para caluniar a Igreja Católica. Se o celibato vem dos apóstatas, como você diz, então Paulo é um impostor, pois era celibatário e aconselha o celibato. Segundo sua teoria, Jesus também é outro enganador, pois não se casou e ainda falou… “e há eunucos (aqueles que não se casam) que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino do Céus. Quem puder compreender, compreenda.” (Mateus 19,12). Veja o que diz (Apocalipse 14,4-5) “Estes são os que não se contaminam com mulheres, pois são virgens. São aqueles que acompanham o Cordeiro por onde quer que se vá; foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas a Deus e ao Cordeiro”.

Pedro era pobre. “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro…” (At 3.6). O papa está cercado de riquezas.

Certamente você deve estar falando do Vaticano. Não podemos negar que o vaticano tem uma grande riqueza. Temos que entender que essa riqueza não é do Papa e nem dos Bispos, e sim um patrimônio da Humanidade, pois ali tem um patrimônio histórico que não pode ser desfeito, como pensam os protestantes. Você quer um exemplo? Você acha que o Presidente da República pode vender o museu nacional do Rio de Janeiro? Não porque pertence a todos nós. Concluindo: O Papa não tem nenhuma propriedade, e quando morre, deixa apenas o bom exemplo e os ensinamentos para todos. O que é diferente dos pastores, quando morrem deixam propriedades, riquezas para esposa filhos e netos.

Pedro nunca esteve em Roma. Não é interessante observar que o chefe da igreja de Roma nunca esteve em Roma? Os católicos lançam mão de fontes extra-bíblicas para afirmar que Pedro esteve em Roma.

E qual é a fonte que você usa para dizer que não esteve? Você não está apresentando nenhuma! Suas afirmações são secundárias e subjetivas. Existe uma série ininterrupta de testemunhos da era Apostólica até o século III e isso sem uma voz discorde. Em Cartago e em Corinto, em Alexandria e Roma, na Gália como na África, no Oriente como no Ocidente, a viagem de Pedro a Roma é afirmada unanimemente, como fato sobre o qual não pairou nunca a mínima dúvida.

Orígenes (+ 254) diz “São Pedro, ao ser martirizado em Roma, pediu que fosse crucificado de cabeça para baixo” (Com.in Genes,t.3)

Clemente de Alexandria (+ 215) diz “Marcos escreveu o seu Evangelho a pedido dos Romanos que ouviram a pregação de Pedro” (Hist. Ecl. VI, 14)

Tertuliano (+ c. 222) por sua vez, diz “Nero foi o primeiro a banhar no sangue o berço da fé. Pedro então, segundo a promessa de Cristo, foi por outrem cingido quando o suspenderam na Cruz” (Scorp. c. 15)

No século II:

Santo Irineu (+ 202) escreve na sua grande obra “Contra as Heresias”: “Mateus, achando-se entre os hebreus, escreveu o Evangelho na língua deles, enquanto Pedro e Paulo evangelizavam em Roma e fundavam a Igreja” (L.3,c 1,n 1, v.4)

Dionísio (+ 171) escreve ao Papa Sotero: “Pedro e Paulo foram à Itália, onde doutrinaram sofreram o martírio no mesmo tempo” (Evas. Hist., Eccl. II 25)

No século I:

Santo Inácio (+ 107), bispo de Antioquia, que conviveu longos anos com os Apóstolos. Condenado por Trajano, fez viagem para Roma, onde foi supliciado, tendo escrito antes uma carta aos Romanos onde diz: “tudo isso eu não vos ordeno como Pedro e Paulo; eles eram Apóstolos, e eu sou um condenado” (Rom. c IV)

Clemente Romano (+ 101) terceiro sucessor de Pedro, conheceu-o pessoalmente em Roma. E por isso, autoridade de valor excepcional. Eis o que escreve: “Ponhamos diante dos olhos os bons Apóstolos Pedro e Paulo. Pedro que, pelo ódio iníquo, sofreu; e depois do martírio, foi-se para a mansão da glória. A estes Santos varões, que ensinavam a Santidade, associou-se grande multidão de eleitos, que, supliciados pelo ódio, foram entre nós de ótimo exemplo”.

Note que só estão citados autores do início do Cristianismo, para que não fique dúvida acerca da idoneidade dos testemunhos, que poderiam ser objeto de dúvida dos protestantes…É bom revelar que nenhum protestante imparcial teve a ousadia de contestar esses historiadores.

É portanto, um fato certo que Pedro esteve em Roma e foi ali martirizado sob o reinado de Nero. Nenhum historiador, até os protestantes, isto é, durante 1500 anos, o contesta; ao contrário: para todos eles é fato notório e público.

Agora vamos a uma fonte Arqueológica:

Por: Toni Lopes
Na década de 50 alguns geólogos, historiadores e outros pesquisadores escavaram na região do Vaticano, mais exatamente, no subsolo da Basílica de São Pedro. Dados históricos informavam que a Basílica foi construída, em homenagem a São Pedro, sobre um cemitério de cristãos que se localizava na chamada “Colina Vaticana”. Para tirar a dúvida se a tumba do Apóstolo Pedro se encontrava ali, estes homens e mulheres passaram muito tempo escavando e pesquisando. Qual foi a surpresa quando, a vários metros de profundidade, o que era história, se tornou realidade: O cemitério foi encontrado.
O foco das escavações foi centrado em encontrar uma tumba que pertencesse ao Primeiro Apóstolo. Em certo ponto da escavação se encontra uma tumba diferente, protegida por um muro de pedra e com muitas inscrições e pinturas. Um escrito neste muro, em tinta vermelha, tinha a seguinte inscrição: PETRUS ENI que significa: PEDRO ESTÁ AQUI
Ora, o nome PETRUS (pedra ou rocha) não existia na antiguidade, o primeiro a ser chamado assim foi Simão Barjona (filho de Jonas), por Jesus Cristo.
Lê-se em outra inscrição: “Pedro, pede a Cristo Jesus pelas almas dos santos cristãos sepultados junto do teu corpo”
O historiador Eusébio de Cesárea (falecido em 313) afirma que aquele local (o Vaticano), ou seja, o cemitério cristão, era visitado por milhares e milhares de peregrinos, que vinham orar na sepultura de Pedro.
Após aproximados seis anos de escavações e estudos, os peritos concluíram que, REALMENTE , no cemitério da colina Vaticana se encontra o tumulo de S. Pedro.
O PRIMADO DE PEDRO – O escrito PETRUS ENI = “Pedro está aqui”, parece ser a chancela colocada pelos construtores do referido muro para servir à identificação daquele local.
No mesmo muro achou-se outro grafito, mutilado, que, também em grego, diz “Salve, Apóstolo”.Ainda na mesma região outros grafitos existem datados de 290-313. O grande número destes confirma a noticia de Eusébio, segundo o qual uma multidão de visitantes ia ter ao referido cemitério. Essas inscrições são freqüentemente criptogramas, isto é, modos de escrever enigmáticos, não compreensíveis aos não cristãos. Tais criptogramas jogam com o sinal P, que em grego soa como o nosso R e em latim equivale a P.
Isto significa: “Cristo Pedro”. Com efeito, o sinal P é lido ora como R grego, que, junto ao X, insinua CHRISTÓS; ora o mesmo sinal é lido como P que, junto com E, significa PE(TRUS). Não é preciso nem dizer que os primeiros cristãos escreviam de modo cifrado pois, no Império Romano dos século I ao século IV, se dizer abertamente cristão era pedir a morte.
Pode-se confirmar que PE significa PETRUS pelo fato de que existem semelhantes abreviaturas no mesmo local: PET, PE, e simplesmente P. A insistência demonstra suficientemente tratar-se de PETRUS. Ademais alguns criptogramas apresentam também as chaves entregues por Jesus a Pedro, conforme Mt 16,17-19; assim os símbolos, abaixo encontrados, representam PETRUS e a CHAVE DO REINO DOS CÉUS.
As três figuras, encontradas na sepultura, são compostas de duas letras: “P” e “E”, formando a figura de uma chave..”eu te (a Pedro) darei as chaves do reino dos céus..” Mt 16,18..
Isto significa: “viva (o defunto no qual pensava quem escrevia) em Cristo e em Pedro”. Sabe-se, aliás, que os antigos cristãos faziam grande empenho por ser sepultados junto aos túmulos dos mártires.
Encontra-se, outrossim, nos grafitos a aclamação: “Vitória a Cristo, a Maria e a Pedro”. Esta inscrição também merece atenção por testemunhar o culto de veneração a Maria Santíssima, mais de um século antes do Concílio de Éfeso (ano 431), que enfatizou a Maternidade Divina de Maria.
Vê-se, pois, que a epigrafia confirma a presença de Pedro no cemitério do Vaticano desde a época pré-constantiniana.
Pois bem, muitos se referem à Tradição Católica (até de modo agressivo). Esta Tradição (TRADERE) é tão comum no antigo e mesmo no novo testamento, é só ler com espírito desprendido e sem recorrer a Tradição Protestante (ou Evangélica, Crente…). A livre interpretação da Bíblia proposta pelos primeiros reformistas, que viveram no século XVI, deve ser tomada com reservas se exclui a vida dos primeiros cristãos. Deve ficar claro que não foram um, uma dúzia, uma centena, mas milhares e milhares de cristãos que Veneravam (NÃO ADORAVAM) a memória de São Pedro Apóstolo (em seu túmulo), pediam a este (morto para este mundo, mas Vivo junto de Deus) a interseção pelas almas dos mortos (crendo assim no Purgatório), Veneravam o nome e a pessoa de Maria, Mãe de Jesus, e viam em São Pedro a figura do Primado autorizado e sagrado por Cristo Jesus. Dizer que TODOS aqueles milhares e milhares de cristão eram idólatras e pagãos (por venerar, pedir interseção e orar aos “mortos”, que estão vivos em Cristo), é condenar todos os Presbíteros, diáconos, escritores, e todo o “clero” daquela época, que professavam a mesma Doutrina e o mesmo pensamento, seria como condenar a própria Igreja de Cristo. Uma grande maioria dos que dividiam este pensamento foram mártires da fé, morreram nas mãos dos romanos.
A Tradição da Igreja Católica é pautada em 2000 anos de história e vivência cristã; Não podemos simplesmente ignorar a história do cristianismo, para crer em interpretações “livres” da Palavra Santa e Perpétua de Deus: A Bíblia. Esta é fonte e fundamento de toda a Tradição, mas antes de ser escrita por pessoas escolhidas por Deus, os hagiógrafos (escritores sagrados), foi transmitida oralmente (Tradição) pelo povo Hebreu por séculos e também pelos primeiros cristão do século I.

Pedro nunca consentiu que ninguém se ajoelhasse a seus pés. “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” (At 10.25 e 26). O papa constantemente recebe este tipo de reverência e adoração.

Aqui fica bem claro que Cornélio ajoelhou-se com intenção de adorar, como se explica nesta passagem Bíblica. Quanto ao Papa, ninguém o adora e o sentido de prostar-se, é de homenagem, respeito, saudação. Não seja incoerente com essas absurdas acusações. Como tenho notado até agora, os protestantes só sabem falar abobrinhas.

Pedro não era infalível. “E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartando deles, temendo os que eram da circuncisão.” (Gl 2.11 e 12). O papa é considerado infalível. A infalibilidade papal foi definida e aceita oficialmente em 1870 no Concílio do Vaticano I. A Igreja Católica demorou 1870 anos para considerar o papa infalível. É importante observar que não foi Deus que decidiu mas foram homens pecadores reunidos que chegaram a conclusão que o papa era infalível. Na Bíblia está escrito: “porque todos pecaram e destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23) e ainda está escrito que quando dizemos que não temos pecado fazemos a Deus mentiroso. Veja: “Se dissermos que não pecamos fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós.” (I Jo 1.10).

Caro irmão, a palavra “repreensível” aí mencionada se refere a uma atitude pessoal, que não é o mesmo que infalibilidade Papal. O Papa só é infalível quando ele fala ao seu rebanho em nome de Cristo. Ele pode errar em algumas atitudes pessoais, ou quando falar de ciência, de política, por exemplo, mas nunca errar ao definir um dogma dentro da palavra de Deus, pois Cristo prometeu o Espírito Santo a sua Igreja sobre a autoridade de Pedro e a seus sucessores que são os Papas. Você mais uma vez confundiu INFALIBILIDADE com erros pessoais. Vamos ver a Existência da Infalibilidade segundo a Razão, a Revelação e a Tradição:

Argumento de razão: Não se justifica que Deus possa ter deixado os homens à sua própria sorte tocante à doutrina. O “livre Exame” Protestante gera o subjetivismo e as divisões, condenadas pela Sagrada Escritura. A autoridade de um corpo de Apóstolos é necessária, racionalmente, para a realização dos planos de Deus na terra, sob pena de aceitarmos a tese de que Deus não guia seu povo.

Argumento histórico: Somos chegados ao campo positivo da história. Afinal, o que Jesus devia fazer, segundo a razão, te-lo-ia feito? Terá instituído uma autoridade viva e infalível encarregada de guardar e ensinar a sua doutrina? O primeiro ponto, de que Nosso Senhor instituiu uma Igreja hierárquica, com chefes a quem concedeu o poder de ensinar, já está demonstrado anteriormente. Resta agora examinar o segundo ponto no qual provaremos que o poder de ensinar comporta o privilégio da “Infalibilidade”

a) Nos textos da escritura:

A S. Pedro, em especial, prometeu Jesus Cristo que “as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja” (Mateus 16,18). E a todos os Apóstolos prometeu, por duas vezes, enviar-lhes o Espírito de verdade (João 14,15) (João 15,26); e ficar com eles até ao fim do mundo (Mateus 28,20). Estas promessas significam claramente que a Igreja é indefectível, que os Apóstolos e os seus sucessores não poderão errar, quando ensinarem a doutrina de Jesus; porque a assistência de Cristo não pode ser em vão, nem o erro estar onde se encontra o Espírito de verdade.

b) No Modo de Proceder dos Apóstolos

Do seu ensino se depreende que tinham consciência de ser assistidos pelo Espírito Santo. O decreto do concílio de Jerusalém termina com estas palavras: “Assim pareceu ao Espírito Santo e a nós” (Atos 15,28). Os Apóstolos pregam a doutrina “não como palavra de homens, mas como palavra de Deus, que na verdade o é” (1 Tes 2,13), a que é necessário dar pleno assentimento (2 Coríntios 10,5) e cujo depósito convém guardar cuidadosamente (1 Tim 6,20). Além disso, confirmam a verdade de sua doutrina com muitos milagres (Atos 2,43) etc: prova evidente de que eram intérpretes infalíveis da doutrina de Cristo, de outro modo Deus não a confirmaria com o seu poder.

c) Na Crença da Antiguidade Cristã

Concedem os protestantes, que a crença na existência dum magistério vivo e infalível existia já no século III. Basta, portanto, aduzir testemunhos anteriores.

Na primeira metade do século III, Orígenes, aos hereges que alegam as Escrituras, responde que é necessário atender à Tradição Eclesiástica e crer no que foi transmitido pela sucessão da Igreja de Deus. Tertuliano, no tratado “Da prescrição”, opõe aos hereges o “argumento da prescrição” (condenando o que contraria o ensinado pelos Apóstolos) e afirma que a regra de fé é a doutrina que a Igreja recebeu do Apóstolos.

Nos fins do século II, S. Irineu, na carta a Florino e no “Tratado contra as heresias”, apresenta a Tradição Apostólica como a sã doutrina, como uma tradição que “não é meramente humana”. Donde se segue que não há motivo para discutir com hereges e que estão condenados pelo fato de discordarem desta tradição.

Pelo ano de 160, Hegesipo apresenta, como critério da fé ortodoxa, a conformidade com a “doutrina” dos Apóstolos “transmitida” por meio dos Bispos, e por esse motivo redige a lista dos Bispos na primeira metade do século II, Policarpo e Papias apresentam a doutrina dos Apóstolos como a única verdadeira, como uma regra segura de Fé. Nos princípios do mesmo século, temos o testemunho de Santo Inácio. Afirma este Santo que a Igreja é “infalível” e que a incorporação nela é necessária a quem se quer salvar.

Conclusão: Tanto através da razão como da história, provamos que o poder de ensinar, conferido por Nosso Senhor Cristo à Igreja docente, traz consigo o privilégio da “Infalibilidade”, isto é, que Igreja não pode errar quando expõe a doutrina de Jesus Cristo.

Agora Devemos Analisar: Sobre Quem Recai a “Infalibilidade”

Pelo exposto, fica claro que a “Infalibilidade” é privilégio daqueles a quem compete “Ensinar”, isso é, os Apóstolos e, de modo especial, a Pedro e seus sucessores.

A infalibilidade do colégio Apostólico provém, portanto:

a) da missão conferida a “todos os Apóstolos” de “ensinar todas as nações” (Mateus 28,20)

b) da “promessa de estar com eles até à consumação dos séculos” (Mateus 28,20) e de lhes “enviar o consolador, o Espírito Santo que lhes há de ensinar toda a verdade” (Jo 14,26). Estas passagens mostram com evidência que o privilégio da “infalibilidade” foi concedido ao “corpo docente” tomado coletivamente.

A sucessão desse poder deve ser entendida no sentido de que o colégio Apostólico, atualmente composto pelos Bispos, é “Infalível” não individualmente em cada Bispo, mas no conjunto deles. No caso de Pedro e seus sucessores, a infalibilidade é pessoal. Provaremos isso com argumentos tirados dos textos Evangélicos e da história.

O argumento escriturístico deriva dos mesmos textos que demonstram o primado de Pedro: “Tu és Pedro…” pois é incontestável que a estabilidade do edifício lhe vem dos alicerces. Se Pedro, que deve sustentar o edifício Cristão, pudesse ensinar o erro, a Igreja estaria construída sobre um fundamento inseguro e já se não poderia dizer “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Depois, com o “Confirma frates” (confirma os irmãos), Nosso Senhor assegurou a Pedro que pedira de modo especial por ele, “para que sua fé não desfaleça” (Lucas 22,32). É evidente que esta prece feita em circunstância tão solenes e tão e tão graves (o momento da paixão de Nosso Senhor) não pode ser frustrada.

Finalmente, com o “Pasce Oves” (apascenta as minhas ovelhas), foi confiada a Pedro a guarda, o governo, de todo o rebanho. Ora, não se pode supor que Jesus Cristo tenha entregue o cuidado do seu rebanho, colocando Pedro como pastor, a um pastor que pudesse desencaminhar as ovelhas eternamente, ensinando o erro.

O Argumento histórico da Infalibilidade de Pedro

A crença da Igreja não se manifestou da mesma forma em todos os séculos. Houve, na verdade, certo desenvolvimento na exposição do dogma e até no uso da infalibilidade pontifícia; mas nem por isso o dogma deixa de remontar aos primeiros tempos, e de fato já o encontramos em germe na Tradição mais afastada, como se demonstra pelo sentir dos Padres da Igreja e dos concílios, e pelos fatos.

No século II, S. Irineu afirmava que todas as Igrejas se devem conformar com a de Roma, pois só ela possui a verdade integral. S. Cipriano dizia que os Romanos estão “garantidos na sua fé pela pregação do Apóstolo e são inacessíveis à perfídia do erro” (O Apóstolo dos romanos é Pedro).

S. Jerônimo, para por termo às controvérsias que afligiam o Oriente, escreveu ao Papa S. Damaso nos seguintes termos: “Julguei que devia consultar a este respeito a cadeira de Pedro e a fé Apostólica, pois só em vós está ao abrigo da corrupção o legado de nossos pais”.

S. Agostinho diz a propósito do pelagianismo: “Os decretos de dois concílios relativos ao assunto foram submetidos à Sé Apostólica; já chegou a resposta, a causa está julgada”, “Roma locuta est, causa finita est”. O testemunho de S. Pedro Crisólogo não é menos explícito: “Exortamo-vos, veneráveis irmãos, a receber com docilidade os escritos do santo Papa da cidade de Roma, porque Pedro, sempre presente na sua sede, oferece a fé verdadeira aos que a procuram”.

O que fica dito anteriormente acerca do primado do Bispo de Roma, aplica-se com a mesma propriedade ao reconhecimento de sua infalibilidade. No século II, o Papa Victor excomungou Teódoto que negava a divindade de Cristo, com uma sentença tida por todos como definitiva. Zeferino condenou os Montanistas, Calisto os Sabelianos, e a partir destas condenações, foram considerados como hereges. Em 417, o Papa Inocêncio I proscreveu o pelagianismo, e a Igreja reconheceu o decreto como definitivo. Em 430, o Papa Celestino condenou a doutrina de Nestório, e os Padres do Concílio de Éfeso seguiram a sua opnião.

Em At 8.14 está escrito: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.” Note bem: não foi Pedro que enviou alguns dos apóstolos, mas foram os apóstolos que lhe enviaram. Onde está a primazia de Pedro?

Esta afirmação só vem comprovar a função do Papa. Tudo que é definido na Igreja, ele não o faz sozinho, e sim em comunhão com os outros Bispos. Sobre a primazia de Pedro, como você questiona, veja as explicações: “Eu te darei as chaves do Reino dos Céus” (Mt 16,17-19) – Primazia de jurisdição sobre todos, pois é a ele que a sentença é dita. O primado de Pedro sobre os outros fica claramente expresso quando ele:

1 – Preside e dirige a escolha de Matias para o lugar de Judas (At 1,1-25)

2 – É o primeiro a anunciar o evangelho no dia de pentecostes (At 2,14)

3 – Testemunha diante do sinédrio, a mensagem de Cristo (At 10,1)

4 – Acolhe na Igreja o primeiro Pagão (At 10,1)

5 – Fala primeiro no concílio dos Apóstolos, em Jerusalém, e decide sobre a questão da circuncisão: “Então toda a assembléia silenciou” (At 15,7-12) etc.

Todos os sucessores dos Apóstolos atestam o primado de Pedro e dos seus sucessores, como, por exemplo:

1 – Tertuliano: “A Igreja foi construída sobre Pedro”

2 – S. Cipriano: “Sobre um só foi construída a Igreja: Pedro”

3 – S. Ambrósio: “Onde há Pedro, aí há a Igreja de Jesus Cristo”

Mateus enumerando os Apóstolos, confirma o primado de Pedro: “O primeiro, Simão, que se chama Pedro” (Mt 10,2)

No século I, o Bispo de Roma, Clemente, escrevendo aos Coríntios, para chamar à ordem os que injustamente tinham demitido os presbíteros, Declara-lhes que serão réus de falta grave se não lhe obedecerem. O procedimento de Clemente de Roma tem maior importância, se considerarmos que nessa época ainda vivia o apóstolo João que não deixaria de intervir se o Bispo de Roma estivesse no mesmo plano dos outros bispos.

No princípio de Século II, Santo Inácio escreve aos romanos que a Igreja de Roma preside a todas as demais. S Irineu diz ser a Igreja Romana a “máxima” e fundada pelos Apóstolos Pedro e Paulo. Traz mais a lista dos dirigentes da Igreja Romana desde Pedro até o Papa reinante no tempo dele, que era S. Eleutério. Ao todo eram só dozes. Eis a lista de modo ascencional: Eleutério, Sotero, Aniceto, Pio I, Higino, Telésforo, Xisto I, Alexandre I, Evaristo, Clemente I, Anacleto, Lino, Pedro. (Veja que S. Irineu deve ter vivido entre o ano 100 e 200 depois de Cristo). S. Jerônimo escrevendo a S. Damaso, Papa, diz: “Eu me estreito a Vossa Santidade que equivale a Cátedra de Pedro. E esta a pedra sobre a qual Jesus Cristo fundou a sua Igreja. Seguro em vossa cátedra eu sigo a Jesus Cristo”. Fala nisto direta ou indiretamente, diversos Santos Cristãos dos primeiros séculos, formando a mais universal das Tradições, a mais firme convicção histórica. Só para citar alguns: S. Epifânio, Osório Pedro de Alexandria, Dionísio de Corinto, João Crisóstomo, Papias, etc.

Nosso Senhor: “Simão, eis que satanás vos pediu com instância para vos joeirar como trigo; mas eu roguei por ti, para que não desfaleça a tua fé; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos” (Lucas 22,31-32). Ou seja, é Pedro que tem a missão, dada pelo próprio messias, de confirmar seus irmãos. Essa missão supõe, evidentemente, o primado de jurisdição.

Pedro é nomeado pastor das ovelhas de Cristo. Após a ressurreição, Jesus confia a Pedro a guarda de seu rebanho, isto é, confia-lhe o cuidado de toda a cristandade, dos cordeiros e das ovelhas: “Apascenta os meus cordeiros”, repete-lhe duas vezes; e à terceira: “Apascenta as minhas ovelhas” ( Jó 21,15-17). Ora, conforme o uso corrente das línguas orientais, a palavra apascentar significa “governar”. Apascentar os cordeiros e as ovelhas é, portanto, governar com autoridade soberana a Igreja de Cristo; é ser o chefe supremo; é ter o primado. Além do que a imagem de “pastor” designa, na Sagrada Escritura, o Messias e sua obra. Confira na Bíblia :

“Irá à sua frente aquele que fez a brecha, lançar-se-ão para passar pela porta e sairão. Seu rei passará diante deles e o Senhor irá à sua frente” (Mq 2,13)

“Naquele dia-oráculo do Senhor, recolherei os coxos, reunirei os dispersos, e os que eu tinha afligido”. (Mq 4,6)

“Como num dia de festa, suprimirei os que te feriram, tirarei a vergonha que pesa sobre ti” (Sf 3,18)

“Reunirei o que restar das minhas ovelhas, espalhadas pelos países em que as exilei e as trarei para as pastagens em que se hão de multiplicar” (Jeremias 23,3)

Ora, confiando a Pedro a missão de Pastor, Cristo o constituiu seu representante visível na terra. Em (Mateus 10,2-4) (Marcos 3,16-19) (Lucas 6,16) (Atos 1,13) Pedro sempre é colocado em primeiro lugar. Em (Mateus 10,2) lê-se que Pedro é o primeiro (“Prótos”). Ora, “Prótos” tanto quer dizer o primeiro numericamente como o primeiro em dignidade e honra. Conferir com (Mateus 20,2) (Marcos 12,28) (Atos 13,50) (Atos 28,17). Em (Mateus 17,24-27), curiosamente, Cristo mandou pagar o tributo ao templo em nome dele, de Pedro, demonstrando a importância daquele que seria o seu representante visível. Ele não manda que se pague em nome dos outros Apóstolos, apenas a Pedro. EIS AÍ A PRIMAZIA de PEDRO irmão.

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