Pedro ou Cristo: quem é a pedra?

  • Autor: Pe. Arthur W. Terminiello
  • Fonte: Livro “The 40 Questions Most Frequently Asked about the Catholic Church by Non-Catholics” (1956) / Site “Una Fides, One Faith” (http://net2.netacc.net/~mafg)
  • Tradução: Carlos Martins Nabeto

– Cristo fez de Si mesmo pedra de fundação em Mateus 16,18… A Igreja não usurpa o poder de Cristo alegando que Pedro era a pedra de fundação, bem como os Papas, seus sucessores?

Uma leitura cuidadosa de Mateus 16,18 à luz de São João 1,41 deve nos mostrar que Cristo, ao falar da pedra, estava se referindo a Pedro e NÃO de Si mesmo. É claro que todos nós admitimos que Cristo é o fundador da sua Igreja, mas São Pedro foi escolhido para ser o governante temporal desta Igreja. São João conta a história do encontro de Nosso Senhor com São Pedro em 1,42, quando Cristo lhe diz:

– “Tu és Simão, filho de Jonas: serás chamado ‘Cefas’ (que quer dizer ‘Pedro’)”.

A palavra “Pedro” em aramaico, que era o idioma que Cristo empregava, significa “uma pedra”. Cristo estava seguindo a prática oriental de alterar o nome de uma pessoa para vir a significar sua nova função. Dois anos depois, Cristo alterará realmente o nome de Simão e prometerá edificar a sua Igreja sobre PEDRO:

– “Tu és Pedro (ou seja, uma pedra) e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (S. Mateus 16,18).

Uma leitura deste capítulo, versículos 13 a 20, mostrará que a pedra seria PEDRO. O Senhor primeiramente pede um sinal de fé a Pedro. Pedro diz: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então o recompensa: “Bendito és tu Simão Barjona porque a carne e o sangue não te revelaram isso, mas o meu Pai no céu”. E então Ele muda o seu nome: “E eu te digo: tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (S. Mateus 16,18-20).

Certamente Cristo não confundiria a construção gramatical dizendo: “E eu te digo (falando com PEDRO): tu és Pedro (e então muda na mesma frase) e sobre esta pedra (isto é, sobre Mim) edificarei a minha Igreja”. E aí, no versículo seguinte, Ele volta para PEDRO: “E eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na terra será ligado no céu, e tudo o que desligares na terra será desligado no céu”.

Ele então cumpre essa promessa após a ressurreição, quando ordena a Pedro apascentar Seus cordeiros e também suas ovelhas (cf. São João 21,15-17).

Pedro EXERCEU essa jurisdição:

a) Seu nome sempre é o primeiro da lista dos Apóstolos;

b) Ele propõe a eleição de um Apóstolo para suceder Judas (Atos 1,21-26);

c) Ele prega o primeiro sermão, no domingo de Pentecostes (Atos 2);

d) Ele realiza o primeiro milagre (Atos 3,6-8);

e) No Concílio de Jerusalém, todos os Apóstolos se submetem à sua autoridade (Atos 15,7-12).

A história prova que a partir de então, tanto no Oriente quanto no Ocidente, o sucessor de Pedro foi reconhecido como o chefe supremo da Igreja. Desde aquele dia, existiram [mais de] 265 sucessores de São Pedro. O fato de esse ser o plano de Cristo [isto é, a sucessão apostólica] encontra-se no mesmo capítulo em que Ele diz que a Igreja fundada sobre ESTA pedra de fundação deveria perdurar até o fim dos tempos e que as portas do inferno NÃO prevaleceriam contra ela: a Igreja deverá ter o mesmo fundamento pois, para continuar, deve haver sucessores que deem continuidade à obra de Pedro, a pedra.

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