Por que a esquerda política não pode suportar a liberdade nos países em desenvolvimento?

Desde as minhas primeiras curiosidades em políticas, sempre tive um interesse oculto que acreditei que todos compartilhassem: Qual é o sistema social, político, e econômico consistente com o florescimento, a justiça, e a moralidade humanos?

Depois que um longo esforço intelectual, achei a resposta: a sociedade tende a prosperar sob a liberdade ? liberdade econômica, cultural e política.

Quando vejo países lentamente deixar para trás o despotismo desumano e abraçar a liberdade, o que posso fazer senão me alegrar? Na China, na Indonésia, na Índia e na América Latina, onde havia pobreza, ditaduras e morte, está agora surgindo prosperidade, esperança e vida.

Estranhamente, a esquerda política não compartilha desta alegria. Ela a maldiz e a deprecia.

Ao ler os programas de cursos, os jornais, as revistas e os ?blogs?, encontramos sempre um retorno aos mesmos assuntos: o ambiente está sendo mal utilizado; há carros demais; a população está crescendo rápido demais; a distribuição da riqueza é desigual; as tradições estão sendo perdidas.

Algumas preocupações possuem legitimidade, mas outras são absurdas, tais como a preocupação com a população. Por que lamentar que mais pessoas vivam por mais tempo com melhor assistência médica e melhor nutrição? Por que lamentar a perda do regime coercitivo que exige somente uma criança por a família? Por que lamentar a presença do maior recurso econômico de todos: a saber, as pessoas? Mao Tse Tung (1893-1976) assassinou milhões. A China ?capitalista? está permitindo que os milhões vivam.

Quanto à desigualdade, essa é uma parte da liberdade. Nem todos podem se tornar ricos da mesma maneira e ao mesmo tempo. O progresso social consiste em aumentar a riqueza para todos, não obstante o lugar onde ela se inicia. Sob a liberdade, os pobres podem tornar-se ricos ? e o rico, com uma tomada de decisão errada, pode tornar-se pobre. O ponto-chave aqui é a oportunidade de exercitar a capacidade de escolha humana.

Nem vejo razão para defender romanticamente às bicicletas aos carros. Os carros são mais móveis e aumentam a eficiência econômica. Permitem que as pessoas cheguem onde precisam chegar, seja para ir ao médico, para visitar a família ou para chegar ao seu trabalho bem remunerado.

Também há preocupações válidas. Os problemas ambientais precisam ser debatidos. Mas, uma vez que olhemos os casos individuais, a deterioração ambiental na maioria das vezes é resultado da falta de severas leis de responsabilidade e da ausência de projetos públicos de infra-estrutura, nem tanto culpa dos mercados. A solução à deterioração ambiental está na definição clara de direitos de propriedade.

Temo que muitas pessoas na esquerda sejam escravos involuntários de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), o filósofo francês que escreveu que os povos são mais felizes nas condições do estado primitivo de natureza. A civilização é o que introduz a mancha do pecado.

A conseqüência perversa é que os liberais e os socialistas lamentam a prosperidade e se esforçam por encontrarem falhas no progresso social.

Assim, volto aos princípios básicos. A liberdade, a prosperidade, as pessoas e o progresso são coisas, dignas de se lutar por elas e merecem ser celebradas.

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