Quais os 3 múnus dos Bispos? Qual a origem da homilia e da oração consacratória da ordenação?

Saudações!
Preciso um esclarecimento ou local que possa encontrar algo que fale sobre:
(a) o Presbítero e os três múnus;

Caro Ricardo,

Quanto aos múnus do presbítero, são três:

– Munus Docendi (Ensino): refere-se à pregação do Evangelho, devendo ensinar como mestre.

– Munus Regendi (Governo): deve o presbítero apascentar o seu rebanho, governando os fiéis como Pastor.

– Munus Liturgicum (Celebração): trata-se da celebração do culto divino, oferecendo o sacrificío eucarístico como Pontífice.

Ensina o Catecismo da Igreja Católica, em seu parágrafo 1592: “O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis porque confere um poder sacrado para o serviço dos fiéis. Os ministros ordenados exercem seu serviço junto ao povo de Deus através do ensinamento (munus docendi), do culto divino (munus liturgicum) e do governo pastoral (munus regendi).”

Maiores informações a respeito podem ser retiradas da Constituição “Lumen Gentium” e do decreto “Presbyterorum Ordinis”.

(b) fontes ou origens da Homilia e da Oração Consecratória (da ordenação). Grato pela compreensão e pela ajuda. (Ricardo)

A homilia tem como objetivo prolongar a proclamação da Palavra de Deus, feita durante o Rito da Palavra. Já escrevia São Justino Mártir por volta de 155 dC:

“No dia dito ‘do Sol’, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes das cidades e dos campos. São lidas, na medida do possível, ou os comentários dos Apóstolos ou os escritos dos Profetas. Depois, terminada a leitura, aquele que preside toma a palavra e começa a aconselhar e exortar para que todos imitem tão sublimes ensinamentos” (Apologia I,65).

Já a oração consecratória, juntamente com a imposição das mãos feitas pelo bispo, caracterizam o sinal visível do santo sacramento da ordem. Este rito é essencial.

A origem certamente remonta aos tempos apostólicos, como bem demonstra At 6,5-6: “A proposta agradou a toda a multidão. E escolheram Estevão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timon, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia. E os apresentaram perante os apóstolos; estes, tendo * orado *, lhes impuseram as mãos.” – Eis como se deu a ordenação dos sete diáconos helenistas!

Na oração consecratória, de acordo com o grau da sacramento (isto é: episcopado, presbiterato, ou diaconato), pede-se a Deus a efusão do Espírito Santo e de seus dons, também apropriados ao ministério do ordenando. No prefácio dessa oração a Igreja latina reza:

– Para a consagração dos Bispos: “Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo… pela vossa palavra estabelecestes leis na Igreja; e escolhestes desde o princípio um povo santo, descendente de Abraão, dando-lhe chefes e sacerdotes, e jamais deixastes sem ministros o vosso santuário…”

– Para a consagração dos Presbíteros: “Assisti-nos, Senhor, Pai santo… Já no Antigo Testamento, em sinais prefigurativos, surgiram vários ofícios por vós instituídos, de modo que, tendo à frente Aarão, para guiar e santificar o vosso povo, lhes destes colaboradores de menor ordem e dignidade. Assim, no deserto, comunicastes a 70 homens prudentes o Espírito dado a Moisés que, com o auxílio deles, pôde mais facilmente governar o vosso povo. Do mesmo modo, derramastes copiosamente sobre os filhos de Aarão da plenitude concedida a seu pai, para que o serviço dos sacerdotes segundo a Lei fosse suficiente para os sacrifícios do tabernáculo.”

– Para a consagração dos Diáconos: “Ó Deus todo-poderoso… fazeis crescer… a vossa Igreja. Para a edificação do novo templo, constituístes 3 ordens de ministros para servirem ao vosso nome, como outrora escolhestes a filhos de Levi para o serviço do antigo santuário.”

Analisando as introduções acima, percebemos que o sacerdócio da Nova Aliança já estava prefigurado desde o Antigo Testamento…

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