Esta é uma refutação do artigo do site protestante CACP. O texto original está em preto e minhas respostas em azul. Só vou citar aqui as partes que achei necessárias refutar, senão o artigo iria ficar enorme.
O bispo Fulton Sheen disse uma vez que há poucas pessoas na América que odeiam a religião católica, mas há muitos que odeiam o que eles erradamente acreditam ser a Igreja católica – e que se o que eles realmente odeiam fosse a religião católica, os católicos a odiariam também. Listas altamente inexatas e inflamatórias, como o publicadas pelo CACP, Mary Schultze, Hélio de Menezes e o livro “Catolicismo Romano”, de Boettner, fizeram muito para nutrir este tipo de ódio. Até pior, eles desencorajaram os fundamentalistas de descobrirem o que REALMENTE é a religião católica, e isso é um desserviço tanto para os protestantes quanto aos católicos.
Como outros antes dele, Loraine Boettner (e o CACP) acharam um inimigo que eles próprios criaram. Eles o castigaram, falsearam, e ridicularizaram; mas verdadeiramente esta não é a religião católica, e a "história" que eles apresentam não é a história da Igreja católica. Os fundamentalistas que são curiosos sobre a religião católica não fazem bem a si mesmos permitindo serem enganados por essas listas de "invenções". Se eles querem saber realmente o que aconteceu, como surgiram as crenças e práticas católicas, eles terão que procurar escritores mais cuidadosos e bem-informados.
Novamente, quero agradecer a colaboração de meu amigo Alessandro Lima em parte das respostas aqui.——————————————————————————————————- INTRODUÇÃO
“Mas o Espírito expressamente diz que em tempos posteriores alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios, pela hipocrisia de homens que falam mentiras e têm a sua própria consciência cauterizada, proibindo o casamento, e ordenando a abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos com ações de graças pelos que são fiéis e que conhecem bem a verdade.” (1 Tm 4.1-3)
É incrível como esses que se dizem ‘seguidores da Bíblia’ gostam de citar versículos não para o fim a que foram originalmente propostos, mas para defenderem sua própria teologia falha. O anticatolicismo falha logo no início, pois este versículo tem que se entender em seu devido e próprio contexto, não tendo nada a ver, como veremos nesta refutação, com a Igreja católica.
A palavra – “católico”, vem do grego katholikos, que quer dizer “universal”. No nome catolicismo romano já observamos uma contradição. Lorraine Boetner, em seu livro “Catolicismo Romano”, cita o Dr. John Gerstner que escreveu: “… rigorosamente falando, católica romana é uma contradição de termos. Católico significa universal; romano significa particular”.
Loraine Boettner? Dá pra ver a ‘confiabilidade’ das fontes do CACP. São anticatólicos puros. ele e seu livro "Catolicismo Romano" é realmente a origem da maioria dos argumentos que os fundamentalistas anticatólicos utilizam uma e outra vez. A esse respeito, comenta Karl Keating em sua obra "Catolicismo e Fundamentalismo":
"Pegue um argumento anticatólico. Depois, procure o mesmo tema em 'Catolicismo Romano'. Muito provavelmente as palavras serão iguais, como que um simples plágio. No mundo do fanatismo religioso, parece que todos os caminhos levam ao livro 'Catolicismo Romano'" (Karl Keating, "Catholicism and Fundamentalism", pág. 29).
Quanto à alegação de ser romano e universal ao mesmo tempo, nada contraditório. O título "romana" não implica nacionalismo nem particularismo. É apenas o título que indica o endereço da sede primacial da Igreja. Na verdade, a Igreja, atuando neste mundo, precisa ter seu endereço ou seu referencial postal, que é o do Bispo de Roma, feito Chefe visível por Cristo. Por conseguinte a Igreja Católica recebe o título de "Romana" sem prejuízo para a sua catolicidade ou universalidade. De modo semelhante, Jesus, Salvador de todos os homens, foi dito "Nazareno", porque, convivendo com os homens, precisava de um endereço, que foi a cidade de Nazaré.
Quero, neste estudo, analisar as principais doutrinas católicas com as Escrituras e mostrar a total incompatibilidade que existe entre a fé dos evangélicos e a fé dos católicos. O profeta Amós perguntou: “Andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Am 3.3) Não estou pregando a intolerância religiosa, o respeito pelo próximo é uma marca cristã, o direito a escolha religiosa é um direito inegociável.
Mas está espalhando hoaxes e táticas anticatólicas, como idéias de Boettner, por exemplo. Seu livro “Catolicismo Romano” é uma das fontes mais perniciosas e falaciosas de distorções das crenças católicas. Seria mais honesto se você procurasse realmente saber O QUE É a Igreja católica realmente e não as distorções que dela se publicam. Como disse o bispo Fulton Sheen: “Nos Estados Unidos não há cem pessoas que odeiam a Igreja católica, mas há milhões que odeiam o que eles PENSAM ser a Igreja católica”. E Karl Keating, em "Catholicism and Fundamentalism": "O fundamentalista comprometido, que muitas vezes é um ex-católico, ACHA que a religião católica está errada e pensa que pode provar isto da Bíblia. O primeiro passo é demonstrar-lhe que muito do que ele sabe simplesmente não é assim. As barreiras emocionais serão superadas depois, e elas cairão quando ele percebe que não lhe contaram toda a história inteira”.
A meta do ecumenismo é a união de todas as igrejas em uma só Igreja Mundial. É impossível aceitar essa proposta sem abrir mão daquilo que é básico em nossa fé. Sabemos, pelas Escrituras, que o Anticristo virá sobre as asas do ecumenismo se colocando como líder religioso mundial dizendo ser o Cristo.
A Igreja católica é a Igreja que Cristo deixou. Nós podemos começar a responder estas perguntas perguntando outra: Como a Igreja católica define o ecumenismo? O Decreto sobre o ecumenismo (Unitatis Redintegratio) do Concílio Vaticano II diz que “as iniciativas e atividades encorajadas e organizadas para promover a unidade cristã” constituem o movimento ecumênico (UR 4). Deus deseja a unidade de seu povo. A desunião cristã dificulta grandemente a proclamação do Evangelho para um mundo desesperadamente necessitado. E assim, a Igreja católica é comprometida a continuar ecumenismo. De fato, este compromisso é explícito e firme. Mas isto é outro assunto.
PEQUENO HISTÓRICO
A igreja católica, que conhecemos hoje, é o resultado de alterações feitas a partir da igreja primitiva.
Alegação sem qualquer prova, como é típico de sites desse tipo. Não existe uma “Igreja católica original que é diferente da atual” pois a Igreja sempre foi, desde sua fundação por Cristo, a mesma. O que é preciso esclarecer desde o início é o apego errôneo desse autor ao sola Scriptura (doravante SS).A expressão "Igreja Católica" não tem origem no fim do século IV, mas encontra-se sob a pena de S. Inácio, Bispo de Antioquia (+107 aproximadamente), que nos primeiros anos do século II escrevia: "Onde quer que se apresente o Bispo, ali esteja também a comunidade, assim como a presença de Cristo Jesus nos assegura a presença da Igreja Católica" (Aos Esmirnenses 8,2).Os protestantes acham que Jesus foi um tremendo mentiroso ao prometer o Espírito da Verdade: “quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir.” (Jo. 16.13) A expressão “vos guiará” indica uma revelação progressiva de um nível para um nível maior; e assim, a revelação e com suas profecias do futuro excede o que os apóstolos souberam no princípio.
Jesus não disse que logo que ascendesse ao céu iria “tirar umas férias de 1500 anos” e voltar somente quando surgissem Martinho Lutero e seus amigos para “restaurar” a Igreja católica ou Igreja primitiva de outrora. Não! Jesus prometeu estar com Sua Igreja TODOS OS DIAS, significando que Ele nunca deixaria de guiar Sua Igreja. Segundo Aurélio, “…o catolicismo romano é a religião que reconhece o Papa como autoridade máxima, que se expande por meio de sacramentos, que venera a virgem Maria e os santos, que aceita os dogmas como verdades incontestáveis e fundamentais e que tem como ato litúrgico mais importante a missa”. O que essa igreja tem em comum com a igreja primitiva? Nada! Pelo contrário, tem TUDO a ver. Somente uma mente com preconcepção cega e muito desafeto pela Igreja católica não veria as pesadas evidências históricas que comprovam que a Igreja sempre foi católica. Um exemplo é a Eucaristia. A Igreja sempre creu que a Eucaristia É o corpo e o sangue de Cristo, enquanto o protestantismo vê nisto somente um símbolo. Cabe o caso de perguntarmos o mesmo do protestantismo: “o que ele tem em comum com a igreja primitiva? Nada!”
Durante os primeiros séculos cristãos ocorreram muitas perseguições, isto cooperou para que a igreja se mantivesse fiel as Escrituras. Este período é chamado de era patrística, ou era dos pais da igreja. Halley fala de Policarpo (69-156 d.C.), discípulo de apóstolo João que foi queimado vivo por se recusar a amaldiçoar a Cristo. Policarpo falou: “oitenta e seis anos faz que sirvo a Cristo e Ele só me tem feito bem, como podia eu, agora, amaldiçoá-lo, sendo Ele meu Senhor e Salvador?”
Pena que o autor não menciona o testemunho destes homens, que tinham devoção
pela Virgem Maria, sabiam que o batismo também é para as crianças, sabiam que Jesus está verdadeiramente presente em corpo e sangue na Eucaristia, que guardavam o sacramento da confissão e tudo mais que a Igreja até hoje ensina.
"Esses mestres [Policarpo, Ireneu, Pápias, Justino, Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, entre outros pois a lista é grande], que guardaram a verdadeira tradição da feliz doutrina recebida, como que transmitida de pai a filho, oriunda imediatamente dos santos Apóstolos Pedro e Tiago, João e Paulo (poucos são, contudo os filhos semelhantes aos pais), chegaram até nossos dias, por dom de Deus, a fim de lançar as sementes de seus antepassados e dos apóstolos em nossos corações" (História Eclesiástica Livro V, 11,5. Eusébio de Cesaréia, + ou – 317 d.C).
A corrupção no cristianismo começou já em meados do século III, onde houve o primeiro rompimento sério dos cristãos, por causa da introdução dos batismos de crianças. O rompimento foi chamado de “desfraternização”. A “corrupção” do cristianismo? Essas e outras lendas protestantes, como a mítica Grande Apostasia que os mórmons pregam, não passam de balelas históricas propagadas por desinformados. Cabe ao protestante aceitar se Jesus falou a verdade ou não ao prometer que “as portas do Inferno não prevaleceriam contra ela” (Mt.16.18).Agora, vemos que existem várias teorias sobre esta “apostasia” NA Igreja (não DA Igreja). Note que Paulo falou “alguns” apostarão da fé, não a Igreja. QUANDO e COMO surgiu esta “apostasia” os protestantes não estão completamente de acordo. No século IV, Constantino ascendeu ao posto de Imperador. Este apoiou o cristianismo e seu sucessor Teodósio (378/95) transformou o cristianismo em religião oficial do Império Romano. Assim sendo, muitos ímpios se tornaram cristãos por motivos políticos e escusos. Tal tese é muito simplista. Como a maioria das pessoas da sua época, Constantino tinha obsessão pelo sobrenatural e era muito crédulo. Talvez tenha sido movido pelo medo de um fim trágico, que aguardava todos os que se opunham ao cristianismo. De qualquer jeito, nunca saberemos com certeza o que levou o jovem e impetuoso soldado a render-se diante do crucificado. Resta-nos apenas a constatação dos fatos e de suas conseqüências.Constantino não inventou o catolicismo, ele simplesmente o reconheceu e deixou legalmente que as pessoas fossem cristãs. Os cristãos já estavam tendo "missas católicas" muito tempo antes desta "legalização" do cristianismo. Trezentos anos antes de Constantino, os cristãos já acreditavam na real presença de Jesus na Eucaristia, honravam a Maria, tinham cerimônias elaboradas, acreditavam no Purgatório, respeitaram a hierarquia da Igreja, batizavam bebês, Pedro era reconhecido como a Rocha, construíram a Igreja nele com sucessores e seguiram uma Tradição rica do cristianismo. Isso era o cristianismo nos primeiros dias do cristianismo e essa é a Igreja católica de hoje. Católico significa "universal".
Constantino convocou em 325 d.C. o Concílio de Nicéia onde começou a surgir o catolicismo romano influenciado por doutrinas pagãs, embora ainda houvesse muita pureza na maioria dos cristãos. Novamente alegações puramente falsas e sem base. Como podemos provar, o catolicismo já era praticado BEM ANTES de Constantino organizar o Concílio. Susan Fortin explica que a palavra católico era usada antes do fim do primeiro século. Ela escreve: S. Inácio de Antioquia, Pai apostólico e bispo. Ele era um discípulo de S. João, junto com S. Policarpo. Teodoreto, o historiador da Igreja, diz que ele foi consagrado bispo por S. Pedro, que no princípio era bispo de Antioquia antes de ir para Roma. Inácio foi martirizado em Roma sob o reino do Imperador Trajano. Foi durante a jornada para Roma que ele escreveu as famosas cartas que contêm valiosa informação sobre a Igreja primitiva. Ele foi o primeiro em usar o termo "católico" para descrever a Igreja. Como pôde haver essa junção entre o cristianismo e Roma? Roma que sempre foi centro de idolatria em que seus imperadores eram considerados deuses. Alcides Peres conta que em 326 d.C., um ano depois do Concílio, Constantino vai a Roma para celebrar o vigésimo ano de seu reinado. Por intriga palaciana, manda prender seu filho Crispo, que é logo julgado, condenado e morto pelo próprio pai… Foi esse homem que deu origem a esta junção do catolicismo com o romanismo. É claro que, como podemos ver, muitas das teorias anticatólicas mirabolantes do CACP são pegas de Alexander Hislop, o homem que disseminou o mito de que muitas das práticas católica vêm do paganismo. É claro que isso não resiste ao escrutínio histórico. Interessante que Hislop também é muito usado pelas TJ e portanto podemos ver a “qualidade” do nível das fontes de referência do CACP.A alegação do paganismo no catolicismo não é nova, mas é muito usada pelos anticatólicos. Foi Hislop que introduziu a teoria de que o catolicismo é a Grande Babilônia do Apocalipse.Agostinho escreveu A Cidade de Deus em 413-426. Agostinho responde para os pagãos que atribuíram a queda de Roma (410) para a abolição da adoração pagã. Se os pagãos estavam bravos que o catolicismo aboliu a adoração pagã, seria difícil imaginar que a Igreja adotou o paganismo. Como um suposto “pequeno histórico” esse início só demonstrou uma total falta de profundidade do autor, além de um preconceito descabido que o faz cometer alegações sem fundamento algum.
Muitas doutrinas estranhas continuaram a penetrar no catolicismo romano. Fazendo que cada vez mais a igreja católica se distanciasse de sua origem. Citarei alguns exemplos dando datas aproximadas. “Examinar todas as coisas”. Este será o tema desta resposta. Vamos nos lembrar da ordem do apóstolo para “examinar todas as coisas” (1 Ts. 5:21). Infelizmente, nem uma única acusação nestes pontos anti-católicos do CACP foi testada e quase não há qualquer verdade nelas. Agora, é preciso esclarecer algo: o CACP confunde os termos “dogma” e “doutrina”. Para católicos e protestantes, “DOUTRINA” simplesmente significa “ensino” e é derivado da palavra grega didache, denotando o que é ensinado (Mt. 7:28; 2 Tim 4:2; Tito 1:9) ou o ato de ensinar ou instruir (Mc. 4:2; Rom 16:17). A doutrina pode ser verdadeira ou falsa (2 Tim 4:1-4; 2 Pedro 2:1), entretanto a Escritura acentua a “sã doutrina” (1 Tim 4:6; Tito 2:1) ensinada pelos apóstolos e passada em e guardada por seus sucessores, os bispos, como Timóteo e Tito (1 Tim 3:2; 4:11-16; 6:20-21; 2 Tim 1:13-14; 2:2) que ensinaram com a própria autoridade de Cristo (Mt. 10:19-20,40; 16:18-19; 18:17-18; 28:18-20; Lc. 10:16; Jn 20:21-23).
O termo católico “DOGMA” se refere a uma verdadeira doutrina que foi definida solenemente por um Concílio de Bispos (cf. At. 15) ou um Papa. A data atual da definição não significa que é quando o dogma foi INVENTADO mas que é quando foi solenemente DEFINIDO. Citando o estudioso católico Ludwig Ott, de uma fonte de referência padrão, FUNDAMENTOS DO DOGMA CATÓLICO (Tan Books, 1974):
“Por DOGMA, no sentido estrito, é imediatamente compreendido uma verdade (formalmente) revelada por Deus que foi proposta pela Autoridade Pedagógica [ou Magistério] da Igreja para ser crida como tal”. 1. A oração pelos mortos começou a ser aceita por volta de 300 d.C. A primeira menção bíblica de orações para os mortos acontece no livro deuterocanônico de 2 Macabeus, capítulo 12, versículos 39 ao 46, nos quais Judas Macabeu e seus homens rezam por seus camaradas caídos, para que Deus perdoasse os pecados dos homens mortos. 2 Macabeus foi escrito algum tempo depois de 124 a.C., que dista da data de Boettner (e do CACP) mais de 400 anos.Exemplos de cristãos oferecendo súplicas aos mortos são encontrados em inscrições tumulares como o Epitáfio de Abércio, bispo de Hierápolis, escrito em 180 d.C. Neste marcador de sepulcro, Abércio pede a todos que lerem a inscrição que rezem por ele.
Podem ser achados outros exemplos nas obras do apologista cristão Tertuliano, que viveu de 155 a 250 d.C. Em sua obra, A Coroa (211 d.C.), Tertuliano menciona cristãos oferecendo sacrifícios para os mortos no aniversário de suas mortes, e faz uma referência semelhante em sua obra Monogamia (213 d.C.), onde ele menciona viúvas oferecendo orações e sacrifícios para seus maridos falecidos.
2. O começo da exaltação a Maria onde o termo “mãe de Deus” surgiu pela primeira vez em 431 d.C.
Verdade. Maria foi oficialmente proclamada Mãe de Deus (Theotokos = “portadora de Deus” ou Mãe de Deus) no Concílio de Éfeso, em 431. Incrivelmente, neste ponto, Boettner está certo. Theotokos tinha a intenção de salvaguardar a divindade-humanidade de Cristo contra os nestorianos, que negaram o título para Maria e também ensinaram que Cristo era duas pessoas.Mas o CACP deixa de mostrar dados importantíssimos. Muito antes de 431 já se venerava Maria. Gregório Taumaturgo já dizia em sua obra Quatro Homilias (em 262):
“Para Lucas, nas narrativas inspiradas do Evangelho, um testemunho não é entregue só a José, mas também para Maria, a Mãe de Deus, e dá este relato com referência para a mesma família e casa de Davi"; "É nosso dever apresentar a Deus, como sacrifícios, todas as festas e celebrações de cântico; e em primeiro lugar, [a festa da] Proclamação para a santa Mãe de Deus, isto é, a saudação feita a ela pelo anjo, ‘Salve, cheia de graça!” (grifo nosso)
3. A doutrina do purgatório em 593 d.C. O purgatório é outro assunto e falaremos disso depois. Basta dizer que esses anti-católicos como Boettner não têm nenhuma idéia do que é o purgatório. As datas estão aproximadamente corretas, mas deve ser entendido corretamente. Gregório, o Grande, normalmente é chamado o “inventor” do purgatório em 590 d.C.. Mas Agostinho certamente acreditou na doutrina já em 400 e nós daremos suas citações e o que a Bíblia diz depois.
Muitos dos grandes Pais e Doutores da Igreja sobre a eficácia de rezar pelos mortos um estado de purificação depois da morte, começando com Tertuliano, Orígenes, Cipriano, Lactâncio, Eusébio, Cirilo de Jerusalém, Gregório de Nissa, Epifânio, Jerônimo, Ambrósio, Crisóstomo, Agostinho, como também o Gregório, o Grande e mais recentes teólogos católicos como Anselmo, Bernardo, Aquino e Bonaventura apoiaram a doutrina. O Concílio de Florença (1438) somente definiu como dogma o que tinha sido anteriormente crido universalmente na Igreja. A adoração da cruz, imagens e relíquias em 786 d.C. O CACP parece obter esta data do 2º Concílio de Nicéia, embora eles errem por um ano (o concílio na verdade aconteceu em 787). O concílio estipulou que a Cruz deveria receber uma “adoração de honra” {Catholic Encyclopedia, Vol. 4; "Cruz", pg 524.}. Porém, a reverência da Cruz é mencionada desde 380 d.C. em documentos como o Peregrinatio Etheriae, fazendo a afirmação do CACP distar 400 anos dela.. A veneração das relíquias de santos é mencionada muito antes que o CACP alega; O Martírio de S. Policarpo, escrito em 155 d.C., menciona que os ossos de Policarpo, “mais precioso que caras pedras preciosas e melhor que ouro”, foram recolhidos cuidadosamente depois de sua execução e postos “em um lugar adequado”.
4. A canonização dos santos mortos em 995 d.C. De novo, percebam a falácia do CACP, que quer que o leitor seja levado a pensar (falácia de indução) que a PRÁTICA começou nesse ano. Mentira! Muitos séculos antes a Igreja já praticava o reconhecimento de santos (tanto é que orava a eles por intercessão, como fazia a Igreja primitiva). Hb. 12.1 diz: “Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão grande nuvem de testemunhas”. Ora, nós só vimos a Deus ou nós também entramos na assembléia dos santos no céu?
Veja Hb. 12.22-23: “Mas tendes chegado ao monte Sião e à cidade do Deus vivo, a Jerusalém celestial, e a incontáveis hostes de anjos, e à universal assembléia e igreja dos primogênitos arrolados nos céus, e a Deus, o Juiz de todos, e aos espíritos dos justos aperfeiçoados”. Paulo diz que nós não vamos só diretamente a Deus, mas também para uma assembléia de santos no céu (os justos aperfeiçoados. A versão The New Testament: An Understandable Version, diz aqui: “aquela grande companhia do povo de Deus que FOI para sua recompensa celestial”) exatamente no contexto de Jesus sendo o mediador! Devemos ignorá-los? A Bíblia diz não!! Jesus é único mediador. Porém, é exatamente por Ele ser um mediador que torna as outras mediações possíveis.
E a data da primeira canonização papal foi em 973 e não em 995, como diz o CACP. Nos primeiros séculos a fama popular ou o ‘vox populi’ representou em prática o único critério pelo qual a santidade de uma pessoa era averiguada. Um elemento novo foi gradualmente introduzido, a intervenção da autoridade eclesiástica, i.e., do bispo competente. Porém, a fama de santidade, resultando com que o crente piamente visitasse a tumba da pessoa, invocando sua intercessão, e proclamando os efeitos taumatúrgicos [milagrosos], permaneceram o ponto de partida das investigações que culminaram com um pronunciamento definido por parte do bispo. Uma biografia da pessoa falecida e uma história de seus alegados milagres era apresentada ao bispo. Seguindo um julgamento de aprovação, o corpo era exumado e transferido a um altar. Finalmente, nomeava-se um dia para a celebração da festa litúrgica dentro da diocese ou província. E muito antes de 995 também os cristãos já pediam intercessão aos santos, como nos diz Hilário de Poitiers:
"Então [durante a oração da Eucarística] nós fazemos também menção daqueles que já dormiram: primeiro, os patriarcas, profetas, apóstolos, e mártires para que, por suas orações e súplicas, Deus receba nossa petição…" (Leituras catequéticas 23:9 [350 d.C.]). O celibato do sacerdócio em 1079 d.C. Os anti-católicos deleitam-se em notar que alguns dos apóstolos, inclusive Pedro, eram casados e que durante séculos os padres eram permitidos se casarem.
Os católicos não negam que alguns dos primeiros Papas foram casados ou que o celibato, para padres no rito ocidental (latino), não ficou obrigatório até a Alta Idade Média. Os escritores anti-católicos geralmente não notam que hoje muitos padres católicos no rito oriental são casados, e que sempre foram deste modo. O celibato no rito latino é puramente uma questão de disciplina. Pensou-se que os padres pudessem cumprir melhor seus deveres se permanecessem solteiros.
E esta não é uma noção antibíblica; é o conselho de Paulo. Depois de dizer que ele desejava que aqueles a quem ele escrevia fossem como ele, solteiros (1 Cor. 7:7–9), Paulo diz que ele pensou que o celibato era o estado mais perfeito (1 Cor 7:28b), notando que “o que realmente eu quero é que estejais livres de preocupações. Quem não é casado cuida das coisas do Senhor, de como agradar ao Senhor; mas o que se casou cuida das coisas do mundo, de como agradar à esposa” (1 Cor. 7:32–33). E assim em diante… Até o descalabro da suposta assunção de Maria em 1950. Interessante que o “assim por diante” é tão superficialmente analisado, forçando o leitor a pensar que tudo não passa de “invenção antibíblica”. Não é assim tão simples, CACP.Como se ninguém antes de 1950 pensasse na assunção de Nossa Senhora… Como explica o padre Reginald Garriou-Lagrange:
"É provável que a revelação feita aos Apóstolos, ou para um deles, foi até mesmo explícita, caso contrário é difícil explicar a tradição universal no oriente e no ocidente do séc. VII que até hoje que manifesta-se na celebração da Festa (Pe. Reginald Garrigou-Lagrange, A Mãe do Salvador e Nossa Vida Interior (Golden Eagle Books, Dublin, 1948, pág. 164). Embora provavelmente não desconhecida na Igreja primitiva, as referências mais antigas para a Assunção de Maria aparecem nos séc. IV (ou já no séc.III) em Liber Requiei Mariae (O Livro do Repouso de Maria), e nos escritos de um bispo Melitão. Alguns dos Pais da Igreja acreditavam que a Virgem Maria foi assunta enquanto ainda viva, outros que ela foi assunta depois que ela tivesse morrido. As duas interpretações são válidas sob a definição infalível de Pio XII. S. João Damasceno relaciona uma tradição onde, durante o Concílio de Calcedônia (451), o imperador Marciano e sua esposa desejaram encontrar o corpo de Maria. Ele conta como todos os apóstolos tinham visto a morte, mas sua tumba estava vazia em inspeção.
No século XVI ocorreu a tão conhecida reforma protestante que é sempre lembrada no dia 31 de outubro por ser a data que Lutero em 1517 d.C. colocou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Há muita coisa para se falar sobre isso. Para começar, não foram 95 e nem foram “teses”. Isso é uma lenda. Ninguém mencionou tal fato enquanto Lutero viveu. Foi Melanchton o primeiro a afirmá-lo no Prefácio que colocou no segundo volume das obras do reformador (Wittenberg 1546). De onde tirou essa notícia, não o sabemos, nem ele dá fonte alguna. Em 1517 Melanchton se encontrava na Turíngia e, portanto, não foi testemunha do fato. Historiadores como Gottfried Fitzer, Erwin Iserloh e Klemens Houselmann, contestaram essa versão e disseram que não houve de fato a fixação das 95 teses em Wittemberg. Do relato de Johannes Schneider, um criado de Lutero, é que se extraiu a notícia da afixação das teses. Essas teses combatiam principalmente a compra de indulgências. Será que o CACP é HONESTO em pelo menos ensinar o que eram REALMENTE as indulgências e não o que a distorcida propaganda protestante prega? Não, infelizmente. Só continuam com sua “história”… Segundo Earle E. Cairns: “A indulgência era um documento que se adquiria por uma importância em dinheiro e que livrava aquele que a comprasse da pena do pecado”. ‘Earle Cairns’? Por que recorrer a alguém assim para falar sobre um assunto católico? Ora, se quiser saber REALMENTE, vá à fonte.
Sobre as indulgências, assim diz o Catecismo da Igreja Católica:
"X. AS INDULGÊNCIAS
“A doutrina e a prática das indulgências na Igreja estão estreitamente ligadas aos efeitos do sacramento da Penitência" (Catecismo da Igreja Católica, cân. 1471)
Como o próprio Catecismo diz, indulgência está estritamente ligada ao Sacramento da Penitência, e não ao contrário como diz o CACP.
Mais uma vez o CACP difama a Igreja gratuitamente, afirmando que a vista dos fiéis à Praça de São Pedro trará lucro para o Vaticano por causa das indulgências, como se estas fossem cobradas, ou como se fosse preciso pagar para ir à Praça de São Pedro. O pecador deveria arrependendo-se, confessar o seu pecado ao sacerdote, e ainda pagar uma certa quantia para assim obter o perdão, tratando desta forma o sacrifício na cruz como nada.
A doutrina das indulgências é simplesmente o perdão do castigo temporal para pecado (penitência), pela Igreja (aqui na terra, Mt 16,19; 18,18, e Jo 20,23). Isso não é diferente do que São Paulo fez em relação a um irmão errante na Igreja de Corinto. Primeiro, ele impôs uma penitência a ele (1 Cor 5,3-5) (2 Cor 2, 6-11). Só porque aconteceram alguns abusos antes da Revolta protestante (admitida e retificada pela Igreja católica), não tem nenhuma razão para lançar fora contudo outra doutrina bíblica. É típico do Protestantismo queimar completamente uma casa no lugar de limpá-la, "joga-se fora o bebê com a água de banho?.
A definição de indulgências pressupõe que o perdão já aconteceu: "Uma indulgência é uma remissão diante de Deus do castigo temporal devido a pecados cuja culpabilidade já foi perdoada" (Indulgentarium Doctrina 1, grifo nosso). As indulgências não perdoam pecados de maneira alguma. Elas só lidam com castigos que permanecem depois dos pecados serem perdoados.
Lutero combateu isto com veemência baseando-se em Romanos 1:17, ensinando que só a fé em Cristo justifica. A Reforma protestante começou quando um monge católico redescobriu uma doutrina católica em um católico livro. O monge, é claro, era Lutero; a doutrina era a justificação pela fé; e o livro era a Bíblia. A contra-senha da Reforma se tornou o resumo de S. Paulo do Evangelho (Rm.1.17).Mas o escândalo de vender indulgências foi só o catalisador, não a causa, da Reforma. A Igreja logo corrigiu alguns abusos logo e proibiu a venda de indulgências no Concílio de Trento e concordou com Lutero neste ponto. Mas a pessoa não divide a Igreja por causa de uma prática; a pessoa divide a Igreja por causa de uma doutrina, pois a Igreja pode mudar sua prática mas nunca sua doutrina. Para mudar uma prática, a pessoa fica na Igreja; para mudar uma doutrina, a pessoa tem que começar uma nova Igreja.Pois tudo está em jogo aqui. A questão não é nada menos de como chegar ao céu. Lutero pensou que a Igreja católica não só estava ensinando heresia (a propósito, os hereges sempre chamam ortodoxia de heresia) mas outra religião, outro modo de salvação, “outro evangelho” (Gl. 1.6). Isso é muito sério. Nós precisamos examinar esta acusação muito cuidadosamente para justificar a surpreendente afirmação que a questão fundamental entre os protestantes e católicos foi devido a um engano. Quando Lutero ensinou que somos salvados só pela fé, por salvação ele quis dizer apenas o passo inicial, a justificação, para sermos corretos com Deus. Mas quando Trento disse que somos salvos através de boas obras e pela fé, por salvação eles quiseram dizer o inteiro processo pelo qual Deus nos traz para nosso destino eterno e este processo inclui arrependimento, fé, esperança e caridade, as obras de amor.Esta “fé”, apesar de incitada pela vontade, é um ato do intelecto. Embora necessária para salvação, não é suficiente. Até mesmo o diabo tem esta fé, como São Tiago escreve: “Crês que há só um Deus? Bom! Os demônios também crêem – e tremem” (Tiago 2: 19). Por isso Tiago diz, “verificais que uma pessoa é justificada por obras e não por fé somente” (Tiago 2.24). Lutero, porém, chamou a epístola de Tiago de “epístola de palha”. Ele não entendeu a intenção de Tiago (aplicada à fé de Abraão): “Vês como a fé operava juntamente com as suas obras; com efeito, foi pelas obras que a fé se consumou” (Tiago 2.22).
Os católicos precisam ser ensinados que a frase protestante "só pela fé" é equivalente ao que eles querem dizer por "fé, esperança e caridade" e os protestantes precisam aprender que a frase católica "salvação pela fé, esperança e caridade” é equivalente ao que eles querem dizer “só pela fé”. Com a reforma a Bíblia foi traduzida para a língua do povo. Mentira! Muito antes da “reforma” a Bíblia já estava disposta em vernáculo ao povo. O medievalistas tiveram o conhecimento de Deus em suas almas e por isso o estudioso protestante, dr. Maitland, elogia tanto a Idade Média. Seu livro sobre a Idade Média mostra que foi a idade média uma era fechada aos protestantes. Seus estudos imparciais mostram os tesouros dessa época. Na pág. 469 de seu livro "Dark Ages" (Era das Trevas) ele escreve: "O fato é… os escritos da Idade Média são, se eu posso usar a expressão, feitos das Escrituras". Outro historiador protestante diz, "a noção que a leitura da Bíblia era vista com desagrado pelas autoridades eclesiásticas daquela época é bastante infundada".
Antes que a Bíblia de Lutero aparecesse havia 104 edições da Bíblia em latim; havia 9 em alemão antes dele nascer, e havia 27 em alemão antes que a Bíblia luterana aparecesse. Antes de a Bíblia protestante aparecer já havia na Itália mais de 40 edições e 25 destas estavam na língua italiano com a permissão expressa de Roma. Na França havia 18 edições antes de 1547. Antes a Bíblia era negada ao povo sob a desculpa que só o sacerdote podia interpretá-la corretamente. Alegação ridícula e mentirosa. A Igreja NÃO NEGOU a Bíblia ao povo. O erro do CACP é PENSAR que todo mundo na Idade Média falava língua vernácula. Não. Era o LATIMA idéia comum é que a Igreja manteve a Bíblia em latim de forma que as pessoas não podiam lê-la, e assim não deixar que elas descobrissem a verdade. Que ninguém podia ler a Bíblia senão só os padres é tolice. Havia duas classes de pessoas na Idade Média: as que podiam ler e quem não podia ler. Os que podiam ler liam em latim e estavam bem felizes com a Bíblia em latim e os que não podiam ler o latim não podiam ler. Assim, por que a Igreja daquela época deveria traduzir a Bíblia para a linguagem das pessoas? O latim era a linguagem de todos os homens cultos e o idioma da Europa. Conseqüentemente, o latim não era um idioma morto mas vivo. Se a Igreja desejasse manter a Bíblia então das pessoas por que a Igreja traduziu a Bíblia do grego ao latim no séc. IV, chamando a Vulgata de "Bíblia do povo"? A supremacia da Bíblia em todas as questões de fé e prática foi enfatizada (sola scriptura) assim combatendo a idéia que a tradição e as interpretações dos clérigos teriam o mesmo valor que as Escrituras.
Esse foi o pior erro da Reforma. Não houve “retorno” nenhum ao cristianismo primitivo, pois nem Bíblia aprova o sola Scriptura (SS – At. 8.30-31) como também nem a Igreja primitiva ou os Pais da Igreja acreditavam nessa tolice. Au contraire, a Bíblia ensina que a Tradição e o Magistério são também necessárias à revelação (IIJo. 1.12; Ef. 3.5; ITs. 5.21; IITs. 2.15).
Lorraine Boettiner escreveu: “O protestantismo como surgiu no século dezesseis não foi o começo de alguma coisa nova, mas o retorno ao cristianismo bíblico e à simplicidade da igreja apostólica da qual a igreja católica se afastou há muito tempo.” Loraine Boettner e não Lorraine. Pelo menos escrevam direito o nome de sua “fidedigna” fonte. Boettner, como vimos, foi um ativista anticatólico, não tendo valor nenhum em estudos eruditos e acadêmicos. Ele não é usado (assim como outras fontes chulas do protestantismo como Jack Chick e Dave Hunt) pelos estudiosos protestantes sérios. Infelizmente, o protestantismo brasileiro está muito infectado e poluído por esses americanos (mais uma dessas “coisas boas” que vieram de lá). O protestantismo brasileiro é muito influenciado pelo catolicismo que eles inventam e não o que é o VERDADEIRO catolicismo.Agora, “retorno”, Boettner? Isso é ridículo. Como vimos acima, a Reforma não foi retorno nenhum a Igreja primitiva pois muitos de seus ensinos não eram compartilhados pela Igreja. E o CACP chama Jesus de mentiroso ainda por cima pois ele disse:
”quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo.16.13) E como disse S. Afonso de Ligório, em sua obra contra os reformadores: Os inovadores não negam que a Igreja romana foi a primeira a qual Jesus Cristo fundou… porém, eles dizem… que ela foi a verdadeira Igreja até o quinto século, e depois caiu, porque tinha sido corrompida pelos católicos… Mas como aquela Igreja que S. Paulo chamou de "pilar e coluna da verdade" (ITm. 3:15) poderia cair?… Não. A Igreja não falhou… A verdade é que todas as falsas igrejas que se separaram da Igreja romana é que caíram e erraram…” A AUTORIDADE DAS ESCRITURAS
Para começo de conversa é bom falarmos sobre a autoridade da Bíblia segundo o catolicismo. Segundo o catolicismo existem três grandes autoridades para o ensino: a tradição da igreja, o magistério e as Escrituras Sagradas. Correto. O Depósito da Fé da Igreja Católica consiste na Sagrada Escritura, na Santa Tradição e no Magistério em união com nosso Santo Padre o Papa. Podemos compará-lo com um banquinho de três pés, no qual cada pé tem sua função própria e específica. Este banquinho de três pés está firmemente fincado na rocha sólida da Igreja Católica. Leia Mat 16,18, João 1,42, Ef 2,20, 1Ped 2,4-8. Para eles a Bíblia sozinha não é suficiente. Como disse Bob Stanley: Durante a Reforma Protestante, os reformadores se separaram de um daqueles três pés de estabilidade. Eles rejeitaram o Papa e o Magistério, a autoridade docente da Igreja Católica. Eles amputaram um pé do banquinho de propósito e, ao fazer isso, perderam toda a autoridade. Perderam o árbitro das disputas entre pontos de vista opostos a respeito de fé e moral.
Leia Mat 18,15-18.
Eles amputaram a si mesmos da Coluna e Sustentáculo da Verdade que é a Igreja Católica.
Eles também criaram para si mesmos um banquinho instável, que balançava e estava sujeito facilmente a tombar e se despedaçar. E em nenhum lugar da própria Bíblia afirma que ela é a única regra de fé ou ela mesma explica o que é a Bíblia. Os protestantes só sabem hoje o que é a Bíblia porque a Igreja católica a definiu assim. Raimundo F. de Oliveira cita o Padre Benhard que em 1929 escreveu: “A Bíblia não é a única fonte de fé, como Lutero ensinou no séc. XVI, porque sem a interpretação de um apostolado divino e infalível, separado da Bíblia, jamais poderemos saber, com certeza, quais são os livros que constituem as Escrituras inspiradas, ou se as cópias que hoje possuímos concordam com os originais. A Bíblia em si mesma, não é mais do que letra morta, esperando por um intérprete divino… Certo número de verdades reveladas têm chegado a nós, somente por meio da tradição divina.” Os protestantes dizem que seguem o SS mas não seguem. Senão veriam que essa doutrina antibíblica nem está na Bíblia. A Bíblia em nenhum lugar afirma isso. Au contraire, ela ensina que, além das Escrituras, existem a Tradição e o Magistério. É a Tradição Sagrada, Tradição Apostólica, Tradições de DEUS que a Igreja foi ordenada a manter e que ela já tem protegido e preservado por quase 1500 anos no tempo da reforma.
Leia Salmo 44,1, Isa 40,8, ***Isa 59,21, ***João 15,20, Atos 20,35, 1 Cor 2,13, ***1Cor 11,2,
Phil 2,16, ***Fl. 4,9, ***2 Ts. 2,15. ***2Tim 1,13-14, ***2Tim 2,2, ***2Tim 3,14,
***2Tim 4,3, e 1Pd. 1,25.
“Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; e se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, e da cidade santa, que estão escritas neste livro.” (Ap. 22.18 e 19) Errado. A maldição não se refere aos outros livros da Bíblia, mas só ao Apocalipse. Aliás, a Igreja católica nunca acrescentou a Bíblia. Quem subtraiu foram os protestantes com suas falsas traduções e faltas dos livros deuterocanônicos. Para irmos mais longe é só ver as falsas versões como a Tradução do Novo Mundo das Testemunhas de Jeová e a Clear Word, dos adventistas do Sétimo Dia. Enquanto a Igreja preservava a pura Palavra de Deus, o protestantismo naufragou em traduções próprias não autorizadas.
Conforme temos visto, para o catolicismo romano, a Bíblia não é a única regra de fé. Não é só para “o catolicismo” mas os verdadeiros cristãos mesmo. Em nenhum lugar na Bíblia tem essa falsa doutrina. A revelação, segundo eles, está apoiada no seguinte tripé: as escrituras, a tradição da Igreja e o magistério. Ainda tiram da Bíblia o valor de ser a autoridade final. E novamente NENHUM protestante pode nos dar alguma evidência de a Bíblia ensinar isso. Fato: se não fosse a Igreja católica, o CACP não teria/não saberia os livros que têm que constar na Bíblia. Agradecemos ao Concílio de Roma em 382 e ao Papa Damaso I. Observe a declaração do catecismo de 1994: “O ofício de interpretar autenticamente a Palavra de Deus escrita ou transmitida (tradição) foi confiado unicamente ao magistério vivo da Igreja, cuja autoridade se exerce em nome de Jesus Cristo, isto é, aos bispos em comunhão com o sucessor de Pedro, o bispo de Roma”. Os não-Católicos não conseguem perceber que a Bíblia nada mais é do que Tradição escrita. Nos primeiros 200 anos do Cristianismo, não havia Novo Testamento como o conhecemos agora. Jesus não fundou um livro. Ele fundou uma Igreja Docente. Ou seja, para os católicos, a interpretação dos magistrados é superior as Escrituras Sagradas. Olhem como nasce uma mentira! Percebam a nuança traiçoeira do CACP induzindo o leitor a pensar que a Igreja é uma ditatura que pensa o que quer da Bíblia. Quem faz isso são os protestantes, com sua falsa teoria do livre exame e interpretação, gerando a babel de mais de 33.000 mil denominações e seitas, que pensam cada um de modo diferente. O protestante sim é que se faz seu próprio “Papa” ao não aceitar a Tradição e o Magistério da Igreja. Paulo nos advertiu: “Mas ainda a que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já tenho anunciado, seja anátema.” (Gl 1.8).
O “outro evangelho” são realmente os “cinco pontos da Reforma” e muitas outras distorções do protestantismo. E em Rm 3.4 está escrito “…sempre seja Deus verdadeiro e todo o homem mentiroso.” E ainda em I Cor. 4:6: “…Ora, irmãos, estas coisas eu as apliquei figuradamente a mim e a Apolo, por amor de vós; para que em nós aprendais a não ir além do que está escrito…” Que interessante. Parece tentar convencer alguém sem o mínimo de conhecimento de exegese, mas não alguém mais avisado. Além dos textos não estarem falando nada contra Tradição e Magistério (péssima exegese, CACP). ICo.4.6 diz somente para não ir além do que Paulo havia escrito. Nada de SS aqui, rapazes. Além disso poderia acrescentar:– Jo. 21:25… nem tudo está na Bíblia. – 2 Ts. 2:15; 2 Tim 2:2; 1 Cor 11:2; 1 Ts. 2:13…Paulo fala da Tradição oral. At. 2:42… os cristãos primitivos seguiram a Tradição apostólica. – 2 Pd. 3:16… A Bíblia é difícil de entender, pode ser distorcida. 2 Jo. 1:12; 3 Jo. 1:13-14… mais Tradição oral.– 2 Pd. 1:20-21… contra a interpretação pessoal. At. 8:30-31…é necessária direção para interpretar as Escrituras. Hb. 5:12… precisa ser ensinada.
Além desse tripé errôneo, existe o fato da Igreja Católica possuir livros apócrifos em sua Bíblia. A palavra “apócrifo” vem do grego apokrupha que significa “coisas ocultas”. Quer dizer, isso só engana Porém com o decorrer do tempo foi adquirindo o significado de “espúrio” e “não-puro”. Os livros apócrifos estão inseridos no Velho Testamento fazendo que o Velho Testamento deles tenham 46 livros enquanto o nosso têm 39 livros. Os apócrifos são: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. Foi no Concílio de Trento em 15 de abril de 1546, em sua quarta sessão que a Igreja Católica declarou estes livros sagrados. Na tradução Católica “A Bíblia de Jerusalém” – Ed. Paulinas, na página 11 é mostrado e confirmado a lista de apócrifos. Na Bíblia Católica das Edições Ave Maria” encontra o seguinte: “… Alguns escritos recentes lhe foram acrescentados (Os Apócrifos no Velho Testamento) sem que os judeus de Jerusalém os reconhecessem como inspirados. São os seguintes livros: Tobias, Judite, Sabedoria, Eclesiástico, Baruque, 1º e 2º de Macabeus, seis capítulos e dez versículos acrescentados no livro de Ester e dois capítulos de Daniel. A Igreja Cristã (Católica Romana) admitiu-os como inspirados da mesma forma que os outros livros”. (Pág.15 – parênteses do autor).
Quero dar quatro razões para não aceitarmos esses livros como inspirados por Deus.
1ª) Esses livros não estão no cânon hebraico. A palavra “cânon” significa literalmente “cana” ou “vara de medir”. Esta palavra, com o tempo, passou a classificar os livros que são considerados genuínos e inspirados por Deus. Sendo assim os hebreus consideram os livros apócrifos como não inspirados por Deus.
2ª) Não há no Novo Testamento nenhuma citação desses livros. Jesus e os apóstolos não citaram uma vez sequer um trecho incluído nesses livros. Assim mostrando que não eram considerados genuínos por Cristo ou pelos apóstolos.
3ª) Doutrinas contrárias às escrituras são baseadas nesses livros, tais como: a intercessão pelos mortos, a intercessão dos santos, a salvação pelas obras, etc.
4ª) Os católicos não foram unânimes quanto à inspiração divina nesses livros. No Concílio de Trento houve luta corporal quando este assunto foi tratado. Lorraine Boetner (in Catolicismo Romano) cita o seguinte: “O papa Gregório, o grande, declarou que primeiro Macabeus, um livro apócrifo, não é canônico. O cardeal Ximenes, em sua Bíblia poliglota, exatamente antes do Concílio de Trento, exclui os apócrifos e sua obra foi aprovada pelo papa Leão X. Será que estes papas se enganaram? Se eles estavam certos, a decisão do Concílio de Trento estava errada. Se eles estavam errados, onde fica a infalibilidade do papa como mestre da doutrina?”
SALVAÇÃO
Como o Catolicismo Romano vê a salvação? Adolfo Robleto (in: O Catolicismo Romano) destaca: “Na Igreja Católica, no entanto, o tema da salvação não ocupa um lugar proeminente. Os esforços se encaminham para o sentido de que o povo católico, não falte à igreja e faça obras de caridade.” Segundo o catolicismo a salvação é adquirida de três formas básicas: 1ª) graça de Deus, 2ª) fé e obras e 3ª) a igreja e seus sacramentos.
1ª) Graça de Deus – A palavra graça significa favor imerecido e gratuito. É algo concedido por Deus de forma gratuita sem qualquer mérito humano. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras para que ninguém se glorie.” (Ef 2.8 e 9). Por sua vez, a Igreja Católica não vê a graça como um favor gratuito e imerecido. O fiel para receber a graça de Deus precisa ser ligado a Igreja Católica e participar dos sacramentos, sendo só desta forma que Ele pode receber a graça de Deus. Caso não receba a graça, o fiel não poderá ser salvo. Mas as Escrituras deixam bem claro que sendo a salvação pela graça, não pode ser ao mesmo tempo pelas obras. “E se é pela graça, já não é pelas obras; do contrário, a graça já não é graça.” (Rm 11.6).
2ª) Fé e obras – Segundo o catolicismo a fé em Cristo não é suficiente para se adquirir a salvação. É necessário também realizar caridades, esmolas e participar dos sacramentos. No Concílio de Trento (1546-1563) saiu o seguinte decreto: “Se alguém disser que a fé é justificadora não é nada mais que confiança na misericórdia divina que cancela o pecado em nome de Cristo somente; ou que esta confiança sozinha basta para sermos justificados, que seja anátema.” O catolicismo chama de maldito aquele que crê que a fé em Cristo sozinha é suficiente para justificá-lo diante de Deus. Mas nas Escrituras está escrito: “Sendo, pois justificados pela fé, tenhamos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo.”(Rm.5:1) Cristo pouco antes de morrer na cruz disse: “…está tudo consumado”. Mostrando assim que o homem não precisaria fazer mais nada para adquirir a salvação. Pois Ele “veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10).
A salvação não pode ser comprada pelas obras humanas. “Ou quem lhe deu primeiro a Ele, para que seja recompensado?” (Rm 11.35). Quem crê na salvação pela fé em obras está dizendo que Cristo morreu em vão (Gl 2.21).
3ª) A igreja e seus sacramentos – No catecismo de 1994 está escrito: “Toda salvação vem de Cristo–cabeça, através da igreja, a qual é o seu corpo; apoiado na Sagrada Escritura e na tradição (o Concílio) ensina que esta igreja, agora peregrina na terra, é necessária a salvação… Por isso não podem salvar-se, aqueles que, sabendo que a igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo, como instituição necessária, apesar disso não quiserem entrar nela ou perseverar.”
Nas Escrituras não há nenhuma indicação que alguém deve entrar numa igreja para obter salvação. A salvação só é por meio de Cristo (At 4.12; Jo 3.36; Jo 5.24; Jo 20.31; At 10.43; I Ts 5.9 etc.). Depois de salvo o cristão deve se ligar a uma igreja realmente cristã para ter comunhão com seus irmãos em Cristo (Hb 10.25, I Jo 1.5-7 e I Jo 4.20 e 21).
A palavra sacramento vem do latim sacramentum que antigamente tinha dois significados básicos:
1.º) Algo que era separado para um propósito sagrado.
2.º) Era um juramento que o soldado fazia ao Imperador de Roma ao ingressar no exército. No século V, Agostinho começou a elaborar as doutrinas dos sacramentos, que ele definiu como “a forma visível de uma graça invisível” (signum visible de gratia invisible). Só no ano de 1439, no Concílio de Florença, foi que os sete sacramentos foram oficializados pelo catolicismo. Sendo os sete sacramentos: batismo, crisma ou confirmação, penitência, eucaristia ou missa, matrimônio, unção de enfermos ou extrema-unção e santas ordens. Segundo o catecismo de 1994, “a Igreja afirma que para os crentes os sacramentos da nova aliança são necessários à salvação.” Os sete sacramentos são nada menos que uma séria de boas obras que os católicos crêem que precisam fazer para alcançar a salvação. Mas em Rm 3.20 está escrito: “Por isso nenhuma carne será justificada diante Dele pelas obras…”
Ao criar esta doutrina o catolicismo forma uma espécie de salvação sacerdotal, pois os sacramentos só podem ser ministrados pelos “sacerdotes” católicos. Transformando os sacerdotes católicos em mediadores entre Deus e os homens. O que é uma tremenda heresia: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.”(I Tm. 2:5) Analisaremos brevemente cada sacramento.
O BATISMO
Os católicos crêem que o batismo é necessário a salvação, que sem o batismo a pessoa está condenada ao inferno. No concílio de Trento foi decretado: “As crianças se não forem regeneradas para Deus através da graça do batismo, quer seus pais sejam cristãos ou infiéis, nascem para miséria e perdição eternas.” Quão terrível é esta doutrina! Já nós, evangélicos, cremos que estando a criança na fase da inocência vindo falecer esta irá para o céu. “Por que dos tais é o reino dos céus.” (Mt 19.14). O batismo é para quem crê. Enquanto a criança não tiver como decidir sobre a sua fé em Cristo, esta não pode ser batizada. A afirmação que o batismo salva é totalmente equivocada. O batismo é para os salvos e só a ausência de fé em Cristo é que condena. “Quem crer e for batizado será salvo, quem não crê será condenado.”(Mc 16.16)
CRISMA OU CONFIRMAÇÃO
Segundo eles, é um ato de aprofundamento em Cristo para todos aqueles que já foram batizados. No catecismo de 1994 está escrito: “a confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para enraizar-nos mais profundamente na filiação divina; incorporar-nos mais firmemente a Cristo, tornar mais sólida a nossa vinculação com a Igreja…” Preste atenção! Segundo eles, este sacramento concede o Espírito Santo. Por isto no crisma o bispo impõe suas mãos sobre a cabeça da pessoa com o propósito de transmitir o Espírito Santo. Não existem nenhum ritual, nas Escrituras, que aprofunde alguém espiritualmente. A filiação divina não é aprofundada por um ritual mas é conseguida plenamente no momento em que se crê em Cristo. É o que está escrito em João 1.12: “Mas a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus; aos que crêem no Seu nome.” E é neste momento que recebemos o Espírito Santo. “Pois todos nós fomos batizados em um Espírito formando um corpo, quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres e todos temos bebidos de um Espírito.”
PENITÊNCIA
Segundo o catolicismo é a maneira de remover a penalidade dos pecados cometidos depois do batismo e crisma. O padre depois de ouvir a confissão dos pecados recomenda aos fiéis penitências como: orações, ofertas, ajuda ao próximo ou algum tipo de privação. No catecismo de 1994 está escrito: “A absolvição tira o pecado, mas não remedia todas as desordens que ele causou. Liberto do pecado, o pecador deve ainda recobrar a plena saúde espiritual. Deve, portanto, fazer alguma coisa mais para reparar seus pecados; deve satisfazer de modo apropriado ou expiar seus pecados. Esta satisfação chama-se também penitência.” Esta doutrina é uma verdadeira aberração. O sacrifício de cristo é único e suficiente (Hb 10.12).
EUCARISTIA OU MISSA
Lorraine Boetner cita o catecismo de Nova York que diz o seguinte:
“Jesus Cristo nos deu o sacrifício na cruz da missa para que a sua Igreja tenha um sacrifício visível que prolongue o Seu sacrifício na cruz até o fim dos tempos. A missa é o mesmo sacrifício que o sacrifício da cruz. A santa comunhão é participar do corpo e do sangue de Jesus Cristo sob a aparência de pão e vinho”.
Vemos que para os católicos a eucaristia ou missa é onde Cristo volta a ser crucificado para que os benefícios da cruz se apliquem continuamente aos seus participantes. Na epístola aos Hebreus capítulo 9 vemos Jesus sendo comparado aos sacerdotes no templo. Porém o autor mostra que Cristo é superior aos sacerdotes, sendo Ele o Sumo Sacerdote perfeito que ofereceu-se uma vez. Observe:
“Nem também para si mesmo oferecer muitas vezes, como o sumo sacerdote cada ano entra no santuário com sangue alheio. Doutra maneira, necessário lhe fora padecer desde a fundação do mundo; mas agora na consumação dos séculos uma vez se manifestou, para aniquilar o pecado pelo sacrifício de si mesmo. E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos…” (Hb 9.25-28).
No versículo 12 afirma que entrou “uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção.” A redenção é eterna então não há necessidade de rituais para que a redenção continue.
Ensina a teologia católica à transubstanciação (alteração de substância) durante a eucaristia. Após a consagração dos elementos, pão e vinho, e a recita feita pelo padre das palavras de Cristo, “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”, o pão se transforma na carne de Cristo e o vinho no sangue de Cristo. Esquecem os católicos que Jesus Cristo, em pessoa, institui a ceia do Senhor e pronunciou as palavras: “isto é o meu corpo e o meu sangue.” Se a transubstanciação fosse verdadeira, Cristo teria comido a sua própria carne e bebido do seu próprio sangue. Isso seria impossível, pois Cristo estava em pessoa celebrando a ceia e seria um absurdo comer o próprio corpo e beber do próprio sangue. Cristo foi bem claro “fazei isto em memória de mim”. Se é “em memória” é forçoso admitir que Cristo não estava presente nos elementos: pão e vinho. (Lc 22.19 e 20).
Paulo ao instruir sobre a ceia do Senhor chamou o pão de pão e vinho de vinho. Note bem: “Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha” (I Co 11.26). E ainda, em algumas passagens da Bíblia vemos a ceia do Senhor sendo chamada de “o partir do pão” e não o partir do corpo (At 2. 46). Os católicos costumam usar como base bíblica para a eucaristia, as seguintes palavras de Cristo: “Porque a minha carne verdadeiramente é comida e o meu sangue verdadeiramente é bebida” (Jo 6.55). É claro que Cristo falou estas palavras no sentido figurado, ou será, que Cristo pregou o canibalismo. Mas os católicos, ainda insistem, pois Cristo falou “verdadeiramente”. Como Cristo também falou: “Eu sou a videira verdadeira e meu Pai é o lavrador.” (Jo 15.1) Cristo é uma planta? Não. Fica evidente que Ele usou o sentido figurado como usou em Jo 6.55. O capítulo 6 de João é o registro da multiplicação de pães. A multidão começou a seguir a Jesus por causa do pão terreno. Mas Cristo queria lhes oferecer o pão espiritual: “Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome; e quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6.35). É claro que Jesus falou no sentido espiritual como também falou em Jo 6.55.
Os católicos ainda crêem que ao participar da eucaristia os fiéis têm a purificação dos pecados presentes, preservação dos pecados futuros e ainda ajudam os mortos. No catecismo de 1994 está escrito: “O sacrifício eucarístico é também oferecido pelos fiéis defuntos que morreram em Cristo e não estão ainda plenamente purificados, para que possam entrar na luz e na paz de Cristo.” As Escrituras são claras ao dizer que todos os pecados são removidos através do sangue de Cristo (veja I Jo 1.7 e Ap 1.5.)
MATRIMÔNIO
Sem dúvida alguma Deus institui o casamento, sendo este a primeira instituição divina, quando uniu Adão e Eva (Gn 2.23 e 24). Uma coisa é considerar o casamento uma instituição divina. Outra coisa, totalmente diferente, é considerar o casamento como sacramento (meio de graça). Os católicos crêem que quando seus “sacerdotes” realizam seus casamentos, a graça de Deus vem através dos mesmos.
Com este tipo de pensamento, os católicos só consideram os casamentos realizados pelos seus sacerdotes. O erro de considerar o casamento como um sacramento se deu por um erro de tradução da Vulgata (versão latina das Escrituras, traduzida por Jerônimo) que traduziu Efésios 5.32 como “Este é um grande sacramento” enquanto a tradução correta é “Este é um grande mistério”. Sabemos que a Igreja Católica costuma cobrar uma taxa para realizar casamentos.
UNÇÃO DOS ENFERMOS OU EXTREMA UNÇÃO
Segundo o catolicismo, é um meio de conferir graças aos enfermos, anciãos e moribundos, ajudando assim no perdão dos pecados. Normalmente é ministrado pelo “sacerdote” a pessoa que está à beira da morte. O “sacerdote” unge os olhos, nariz, mãos e pés enquanto recita uma “oração especial” em latim. Este ritual visa diminuir a quantidade de pecados da pessoa devendo o restante ser “pago” pelos parentes através das missas.
Em nenhum lugar das Escrituras vemos a recomendação para a realização desse ritual. O sangue de Cristo é suficiente para perdoar os pecados e não precisa de “óleo sagrado” para aperfeiçoar este. Na Bíblia, existe a recomendação de orar pelo enfermo com o uso do óleo (sendo o óleo apenas um símbolo do Espírito Santo), mas não para o perdão dos pecados, e sim, para cura do corpo. (Tg 5.14-16)
SANTAS ORDENS
Segundo o catolicismo é ato de conferir graça especial e poder espiritual aos padres, bispos, arcebispos, cardeais e papas. Fazendo destes sacerdotes, portanto, representantes de Cristo na terra. A idéia do sacerdócio é do Antigo testamento, onde os sacerdotes basicamente exerciam três funções:
1.ª) Ofereciam sacrifícios no santuário diante de Deus em benefício do povo.
2.ª) Ensinavam a lei de Deus.
3.ª) Buscavam a vontade de Deus.
O sacerdócio era uma sombra ou tipo daquele que haveria de vir – Cristo. Com a vinda de Cristo não há necessidade nenhuma de sacerdotes. Em Hb 9.11 e 12 está escrito: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito de mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue dos bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção”. E em Hb 9.24 está escrito: “Porque Cristo não entrou num santuário feito por mãos de homens, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para comparecer por nós perante a face de Deus.”
O sacerdote era uma espécie de mediador dos homens diante de Deus. Hoje temos um único mediador: “Porque há um só Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” (I Tm 2.5). Hoje cada crente pode ir a Deus através de Cristo. “Pedi e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e o que busca, encontra; e o que bate, se abre.” (Mt 7. 7 e 8). E Cada crente é um sacerdote (Ap.1:6). Diante dessas irrevogáveis verdades bíblicas, pasmem com que está escrito no Concílio de Trento:
“O sacerdote é o homem de Deus, o ministro de Deus… Aquele que despreza o sacerdote despreza Deus; aquele que o ouve, ouve a Deus. O sacerdote perdoa pecados como Deus, e aquilo que ele chama de seu corpo no altar é adorado como Deus por ele mesmo e pela congregação… Está claro que a sua função é tal que não se pode conceber nenhuma maior. Portanto, eles não são simplesmente chamados de anjos, mas também de Deus, mantendo como fazer o poder e autoridade do Deus imortal em nós.”
Pura blasfêmia! Ainda leia o que está escrito num livro romano citado por Lorraine Boettner:
“Sem o sacerdote, a morte e a paixão de nosso Senhor não teria nenhum valor para nós. Veja o poder do sacerdote! Através de uma palavra dos seus lábios ele transforma um pedaço de pão em Deus! Um fato maior que a criação do mundo. Se eu me encontrasse com um sacerdote e um anjo, eu saudaria o sacerdote antes de saudar o anjo. O sacerdote ocupa o lugar de Deus.” – Pura blasfêmia!
PURGATÓRIO
A doutrina do purgatório teve o seu início no Concílio de Florença (1439). Lá foi estabelecida a diferença entre o pecado cometido e a tendência inata para o pecado. Chegando-se a conclusão que o perdão (conseguido através da confissão ao sacerdote e a participação dos sacramentos) acaba com o pecado, mas não acaba com a má tendência. Há, portanto, a necessidade do purgatório, um lugar intermediário entre o céu e a terra, onde os fiéis que ainda tenham alguma dívida e a má tendência para o pecado, irão sofrer no fogo do purgatório, até a purificação completa.
O autor John M. Haffert (livro: Saturday in Purgatory) escreveu: “Não há menor dúvida que os sofrimentos do purgatório em alguns casos duram através de séculos inteiros.” Sobre o sofrimento do purgatório, o manual da sociedade do purgatório registra: “Segundo os santos padres da igreja, o fogo do purgatório não difere do fogo do inferno, exceto quanto à sua duração. É o mesmo fogo, diz S. Tomás de Aquino, que atormenta os réprobos no inferno e o justo no purgatório. A dor mais amena no purgatório, ele diz, ultrapassa os maiores sofrimentos desta vida. Nada além da duração eterna torna o fogo do inferno mais terrível do que o purgatório.” Segundo os católicos as orações e esmolas dos vivos e o “sacrifício da missa” ajudam a diminuir o tormento do purgatório. Como será que os católicos encaram a morte? Se eles pensam que depois da morte vão encarar o purgatório.
Os teólogos tentam basear a doutrina do purgatório nos livros de Macabeus e em algumas passagens das Escrituras. Sabemos que Macabeus é um livro apócrifo e espúrio. Quanto às passagens das Escrituras, os católicos usam o fato de existir um pecado imperdoável (blasfêmia contra o Espírito Santo) e a passagem de I Co 3.15. Quando Cristo chama a blasfêmia contra o Espírito Santo de pecado imperdoável, não faz referência nenhuma ao purgatório, que segundo os católicos seria, o lugar onde este pecado seria perdoado. Pelo contrário, Jesus disse: “Não lhe será perdoado, nem neste século nem no futuro” (Mt 12.32) e “nunca obterá perdão, mas será réu do eterno juízo.” (Mc 3.29). Quanto à passagem de Coríntios, Paulo trata da questão dos galardões e não da salvação. Tanto que mesmo que as obras se queimem “o tal será salvo, todavia como pelo fogo.”
Quero destacar três argumentos bíblicos que liquidam a doutrina do purgatório:
1.º) A suficiência do sacrifício de Cristo.
Não há como crer na suficiência do sacrifício de Cristo e na doutrina do purgatório ao mesmo tempo. Só pode se crer em um e descartar o outro. Cristo falou: “Porque o filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido” (Lc 19.10). Ele veio salvar, não se tem nenhuma necessidade do purgatório para aperfeiçoar a salvação que Cristo trouxe. Paulo escreveu: “Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal.” (I Tm 1.15). Cristo na cruz disse: “Está tudo consumado”, mostrando assim que cumpriu a sua missão.
2.º) Nenhuma condenação há para os que estão em Cristo (Rm 8.1 e Jo 3.18).
3.º) É na presente vida que a salvação ou a condenação é definida (Hb 9.27).
Observamos que o catolicismo não fica satisfeito com nada. Não crê que o sacrifício de Cristo foi o suficiente para a nossa salvação, nem fica satisfeito com a sua própria mirabolante doutrina dos sacramentos. Para
eles há necessidade do purgatório, enquanto a Bíblia é bem mais simples afirmando que Cristo satisfez a justiça divina (Rm 3.21-26), não havendo necessidade de mais nada.
O PAPADO
Os primeiros aspectos que quero analisar sobre o papado são os títulos que estes carregam e as reivindicações que fazem para si. A palavra “papa” vem do latim papa que significa “pai”. Cristo foi bem claro que ninguém poderia ser chamado de pai espiritual a não ser Deus: “E a ninguém na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso pai, o qual está nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso mestre, que é o Cristo.” (Mt 23.9 e 10).
O papa também é chamado de “doutor supremo de todos os fiéis”, o que vai contra o que Cristo ordenou, citado logo acima. São muitos títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega em seus ombros. Estarei comentando mais alguns, tais como: “vigário de Cristo”, “sumo-pontífice” e “santo padre”.
A palavra “vigário” quer dizer “substituto”. O papa é chamado de “vigário de Cristo”, ou seja, “substituto de Cristo”. Cristo afirmou claramente que o seu substituto na terra seria a pessoa do Espírito Santo (Jo 14.16-18, Jo 15.26 e Jo 16.7 e 13). O título “pontífice”, que quer dizer literalmente “construtor de pontes”, não veio da Bíblia, mas do romanismo, onde o imperador declarava-se o elo de ligação a Deus. O papa é chamado de sumo-pontífice, ou seja, o máximo elo de ligação a Deus. É uma blasfêmia e arrogância um homem se colocar nesta posição. Só Cristo é a ponte para Deus (Jo 14.6 e I Tm 2.5) e o cabeça da Igreja (Ef 1.22 e 23 e Cl 1.18). O título “santo padre” quer dizer “santo pai”, ou obviamente “pai santo”. Sem dúvida alguma este título só deve ser dado a Deus (Ap 15.4). Pois Deus não divide a Sua glória com ninguém (Is 42.8). Para resumir as pretensões papais, quero citar o catecismo de New York citado por Lorraine Boettner:
“O papa assume o lugar de Jesus Cristo sobre a terra… Por direito divino o papa tem poder supremo e total na fé e na moral sobre cada e todo pastor e seu rebanho. Ele é o verdadeiro vigário de Cristo, o cabeça de toda a igreja, o pai e o mestre de todos os cristãos. Ele é o governador infalível, o instituidor dos dogmas, o autor e o juiz dos concílios; o soberano universal da verdade, o árbitro do mundo, o supremo juiz do céu e da terra, o juiz de todos, sendo julgado apenas por um, o próprio Deus na terra.”
No apogeu do papado, foi “consagrado” ao papado o monge Hildebrando que exerceu o papado no período de 1073 a 1075 como título de Gregório VII. Assim que assumiu, Gregório VII publicou as suas máximas que ficaram sendo conhecidas como “máximas de Hildebrando”. Segundo o autor Abraão de Almeida (in: Lições da História) essas máximas são consideradas a essência do papado. Este mesmo autor cita as máximas das quais transcrevi algumas:
Nenhuma pessoa pode viver debaixo do mesmo teto com outra excomungada pelo papa.
É o papa a única pessoa cujos pés devem ser beijados por príncipes e soberanos.
A sua decisão não pode ser contestada por ninguém e que somente ele pode revisar.
A Igreja Romana nunca errou nem jamais errará, como as Escrituras testifica (Leia Obadias nos versículos 3 e 4).
PEDRO COMO PRIMEIRO PAPA
Vimos os títulos equivocados e arrogantes que o papa carrega sobre si. Agora veremos que a própria existência do papado é uma deturpação das Escrituras. É impossível abordar este assunto sem falar a respeito do trecho bíblico em que os católicos se baseiam para firmar a doutrina do papado: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja” (Mt. 16.13-20). Os católicos pegam esta afirmação de Cristo para afirmar que Pedro é a pedra ou rocha em que Cristo fundamentou a sua igreja, sendo assim o primeiro papa da igreja. Quando Cristo falou “…esta pedra…” não estava se referindo a Pedro, mas sim à anterior declaração de Pedro a respeito de Jesus – “Tu és o Cristo, O Filho do Deus vivo”. Cristo é a pedra fundamental da igreja. Paulo afirmou: “Porque ninguém pode pôr outro fundamento, além do que já esta posto, o qual é Jesus Cristo.” (I Co 3.11). No grego, a palavra Pedro é petros, do gênero masculino, enquanto pedra ou rocha é petra, do gênero feminino. O que Cristo disse: “Tu és Petros (masculino), e sobre esta petra (feminino) eu edificarei a minha igreja.”
Mostra-se assim que Cristo não estava falando de Pedro como a pedra ou rocha, mas sim a respeito da declaração de Pedro – “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.” Se Pedro fosse a rocha, Cristo teria dito: “sobre ti edificarei a minha igreja”, mas não disse. É interessante observar que na narrativa de Marcos a frase de Cristo: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja”, é omitida (Mc 8.27-30). Marcos por muito tempo foi companheiro de Pedro e no seu evangelho há uma profunda influência do mesmo. Pedro chamava Marcos de filho (I Pe 5.13). Pedro em nenhum momento disse de si mesmo como a rocha ou pedra da igreja. Pelo contrário, sempre mostrou a Cristo como a pedra: “Ele é a pedra que foi rejeitada por vós, os edificadores, a qual foi posto como cabeça de esquina” (At 4.11). Veja também I Pe 2.4-8.
Há também a afirmação católica que Pedro teria recebido as chaves do céu. É outra deturpação das Escrituras, baseada em Mateus 16.19: “Eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus.” Não podemos entender a declaração de Cristo como se esta fosse somente dirigida a Pedro, mas esta é dirigida a toda igreja. Veja Mateus 18.15 a 18. Fica então patente aos nossos olhos que o ligar e desligar não refere-se apenas a um homem, mas à toda igreja, que têm a Cristo como cabeça , “…o que tem a chave de Davi; o que abre, e ninguém fecha; e fecha, e ninguém abre” (Ap 3.7). O que seria abrir e fechar ou ligar e desligar que Cristo fala que a igreja realizaria com respeito às pessoas? O que se segue: quando a igreja prega o evangelho, abre o reino; quando deixa de pregar, o fecha. Isto fica bem claro quando observamos o “ai” de Cristo a respeito dos fariseus. “Mais ai de vós escribas e fariseus, hipócritas! Pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando.” (Mt 23.13). Porque os fariseus fechavam o reino? Por não divulgarem corretamente as Escrituras, o Antigo Testamento, naquela época. Veja: “ai de vós, doutores da lei, que tiraste a chave da ciência; vós mesmos não entrastes, e impedistes os que entravam.” (Lc 11.52). Assim observamos que quando a igreja prega o evangelho genuíno esta abre o reino dos céus, quando não, fecha o reino.
Ao analisarmos o trecho bíblico de Mt 16.13-20, devemos partir para a análise da afirmação católica que Pedro foi o primeiro papa. Se ele realmente foi o primeiro papa, o foi de maneira totalmente diferente dos padrões papais. Há um abismo enorme entre Pedro e os seus pretensos sucessores. A verdade é que Pedro não foi o primeiro papa e a ordenação de um dirigente humano universal para a igreja está totalmente contrária às Escrituras.
Jorge Buarque Lyra (in: Catolicismo Romano) argumentou muito bem: “Poderia, acaso, de alguma forma, um homem ser fundamento de uma obra divina? Se pudesse (admitindo-se o absurdo), tal obra deixaria de ser divina.”
Vejamos as seguintes características de Pedro:
1.ª) Pedro não era celibatário. Tanto que teve sogra curada por Cristo (Mc 1.29-31). O papa é celibatário, sendo o celibato uma imposição a todo o clero. Em I Timóteo está escrito: “Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e doutrinas de demônios; …proibindo o casamento.”
2.ª) Pedro era pobre. “E disse Pedro: Não tenho prata nem ouro…” (At 3.6). O papa está cercado de riquezas.
3.ª) Pedro nunca esteve em Roma. Não é interessante observar que o chefe da igreja de Roma nunca esteve em Roma? Os católicos lançam mão de fontes extrabíblicas para afirmar que Pedro esteve em Roma. E mesmo que Pedro tenha estado em Roma ele não fundou ali a Igreja.
4.ª) Pedro nunca consentiu que ninguém se ajoelhasse a seus pés. “E aconteceu que, entrando Pedro, saiu Cornélio a recebê-lo, e, prostrando-se a seus pés, o adorou. Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem.” (At 10.25 e 26). O papa constantemente recebe este tipo de reverência e adoração.
5.ª) Pedro não era infalível. “E, chegando Pedro a Antioquia, lhe resisti na cara, porque era repreensível. Porque antes que alguns tivessem chegado da parte de Tiago, comia com os gentios; mas, depois que chegaram, se foi retirando, e se apartando deles, temendo os que eram da circuncisão.” (Gl 2.11 e 12). O papa é considerado infalível. A infalibilidade papal foi definida e aceita oficialmente em 1870 no Concílio do Vaticano I. A Igreja Católica demorou 1870 anos para considerar o papa infalível. É importante observar que não foi Deus que decidiu, mas foram homens pecadores reunidos que chegaram a conclusão que o papa era infalível. Na Bíblia está escrito: “porque todos pecaram e destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23) e ainda está escrito que quando dizemos que não temos pecado fazemos a Deus mentiroso. Veja: “Se dissermos que não pecamos fazemo-lo mentiroso, e a Sua palavra não está em nós.” (I Jo 1.10).
6.ª) Pedro não tinha a primazia na igreja. Observe o que Pedro escreveu: “Aos presbíteros, que estão entre vós, que sou também presbítero como eles e testemunha das aflições de Cristo…” (I Pe 5.1). Em At 8.14 está escrito: “Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João.” Note bem: não foi Pedro que enviou alguns dos apóstolos, mas foram os apóstolos que lhe enviaram. Onde está a primazia de Pedro? Em At 11.1-18 vemos Pedro justificando-se perante a igreja. Quero destacar principalmente o versículo 2: “E subindo Pedro a Jerusalém, disputavam com ele os que eram da circuncisão.” Enquanto que a igreja Católica afirma que as decisões do papa não podem ser questionadas.
MARIOLATRIA
Entre os inúmeros pontos de divergências que existem entre Católicos Romanos e Evangélicos, um se destaca: Maria. Os católicos praticam a adoração à Maria, dando um maior destaque à mesma do que a Cristo. Já os evangélicos a consideram como um exemplo de vida cristã e humildade. Paulo deixou a advertência: “Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém.” (Rm 1.25) Maria é criatura. Cristo é Criador. “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam povos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado para Ele e por Ele.” (Cl 1.16)
Veremos, neste estudo que as doutrinas católicas em relação à Maria carecem totalmente de base nas Escrituras. São doutrinas criadas por homens influenciados pelo paganismo. Adolfo Robleto escreveu bem: “Os egípcios tinham sua deusa Ísis; os fenícios, sua Astarte; os caldeus, sua Semíramis; os gregos, sua Ártemis; de maneira que o romanismo escolheu sua deusa feminina, e Maria foi a mais adequada para o caso.”
A Mariolatria católica está sustentada no seguinte tripé:
1.ª) Imaculada Conceição de Maria,
2.ª) Perpétua virgindade de Maria
3.ª) Assunção de Maria.
IMACULADA CONCEIÇÃO DE MARIA
Este dogma afirma que Maria nasceu sem pecado, ou seja, ela não herdou a mancha do pecado original, e ainda se manteve sem pecado por toda a sua vida. Atribuem assim à Maria um atributo divino – a impecabilidade. Maria não poderia pecar e nunca pecou, segundo o catolicismo.
Este dogma só foi aceito oficialmente em 8 de dezembro de 1854, quando o papa Pio IX proferiu o seguinte:
“Declaramos e definimos que a bem-aventurada virgem Maria desde o primeiro momento de sua concepção, foi reservada imaculada de toda mancha do pecado original, por graça singular e privilégio do Deus Onipotente, em virtude dos méritos de Jesus Cristo, o Salvador da humanidade, e que esta doutrina foi revelada por Deus e, portanto, deve ser firmemente e constantemente crida por todos os fiéis.” Com base neste dogma, a Igreja Católica celebra a festa da Imaculada Conceição.
É interessante observar que nem Maria sabia dessa sua suposta imaculada conceição. No seu cântico diz: “e o meu Espírito se alegra em Deus, meu Salvador.” (Lc 1.47). Só um pecador é que necessita de um Salvador. Ela falou “…Deus meu Salvador”. Quando depois do nascimento de Cristo, Maria levou as duas ofertas que a lei mandava, a oferta queimada e a oferta pelo pecado. (Lc 2.22-24 e Lv 12.6-8). Mas se não tinha pecado, para que levar as ofertas? Nas Escrituras, em nenhum momento, se afirma que Maria não cometeu pecado. Pelo contrário: “Pois todos pecaram e destituídos da glória de Deus.” (Rm 3.23); “Não há um justo, nem sequer um.” (Rm 3.10). Só Cristo é identificado como o único sem pecado. “Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós: para que nele fossemos feitos justiça de Deus.” (II Co 5.21).
Os católicos gostam de usar o texto de Gn 3.15: “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar”, para afirmar que Maria pisou a cabeça da serpente, ou seja, a cabeça do Diabo. Quando a promessa fala que é a semente da mulher (Jesus Cristo) que pisaria a cabeça da serpente. Veja Hb 2.14: “…para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o Diabo.” E I Jo 3.8: “…para isto o Filho de Deus se manifestou: para desfazer as obras do diabo.” Fica claro que a promessa de Gn 3.15 refere-se a Cristo, e não à Maria. Cristo é o que pisaria a cabeça da serpente.
A PERPÉTUA VIRGINDADE DE MARIA
O segundo pé de apoio à doutrina católica sobre Maria é a sua perpétua virgindade. Os católicos afirmam que Maria, em toda sua vida, nunca conheceu sexualmente o seu esposo José. Fica evidenciado, nas Escrituras, que até o nascimento de Jesus, Maria foi virgem. Mas afirmar que ficou sempre assim é afirmar o que a Bíblia não afirma.
Em Mt 1.24 e 25 está escrito: “E José, despertando do sonho, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher: e não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.” Há dois aspectos interessantes nestes versículos: 1º) O “…até…”; mostra que José conheceu sexualmente Maria depois do nascimento de Cristo; e 2º) Jesus é chamado de primogênito, ou seja, Jesus é chamado de o primeiro filho gerado por Maria, mostrando que Maria gerou outros filhos. Deus chama Jesus de unigênito (Jo 3:16), ou seja, o único filho gerado. Fica claro que Jesus é o único filho gerado por Deus e o primeiro filho entre os filhos de Maria.
Em diversas passagens vemos que Jesus teve irmãos e irmãs. “Não é este o carpinteiro, filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? E não estão aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele.” (Mc 6.3). Veja também Mt 13.54-56. Paulo chegou a afirmar que os irmãos do Senhor eram casados (I Co 9.5). Por sua vez, os católicos crêem que quando se fala em irmãos, na verdade, está se referindo aos primos de Cristo, e que estes são filhos de uma irmã de Maria. Os católicos identificam três dos irmãos de Jesus com três dos discípulos que tinham os mesmos nomes: Tiago, filho de Alfeu; Simão, o Zelote; e Judas, filho de Tiago (Lc 6.15 e 16). O que é um tremendo equívoco, porque as Escrituras sempre mostram diferenças entre os discípulos e os irmãos do Senhor (Jo 2.12, Mt 12.46 e 47 e At 1.14) e a mais clara diferença está em Jo 7.5: “Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Isto é um cumprimento da profecia messiânica em Sl 69.8: “Tenho-me tornado como um estranho para com meus irmãos, e um desconhecido para com os filhos de minha mãe.” Como pessoas que eram os discípulos do Senhor não iriam crer no Senhor? Mostra-se assim que estes discípulos não eram irmãos do Senhor.
Nas referências do N. T. sobre os irmãos de Cristo, a palavra grega que sempre é usada é adelfoV, adelphos (irmão), nunca se usou sungeneV, sungenes (parente) ou anhyioV, anepsiós (primos), sexual entre o casal durasse pouco tempo, em I Co 7.5: “Não vos defraudeis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás vos não tente pela vossa incontinência.”
A ASSUNÇÃO DE MARIA
A teologia católica é uma verdadeira colcha de retalhos, um remendo leva a outro. Como consideram que Maria foi concebida sem pecado, e ainda que viveu sem pecar, chegaram a mirabolante conclusão que seu corpo na morte não experimentou a decomposição e nem permaneceu na sepultura. “Um abismo chama outro abismo.” Enquanto a profecia a respeito de Cristo diz: “Nem permitiras que o teu santo veja corrupção” (Sl 16.11) com referências em At 2.27-32 e At 13.33-37, fala a respeito do santo não ver a corrupção e nunca a uma santa não ver a corrupção.
Os católicos crêem que:
“No terceiro dia depois da morte de Maria, quando os apóstolos se reuniram ao redor de sua sepultura, eles a encontraram vazia. O sagrado corpo fora levado para o paraíso celestial. O próprio Jesus veio para levá-la até lá, toda a corte dos céus veio para receber com hinos de triunfo a mãe do divino Senhor. Que coro de exultação! Ouçam como eles cantam: Levantai-vos as vossas portas, ó príncipes, ó portas eternas para que a Rainha da Glória possa entrar.” (descrição da tradição católica citada por Lorraine Boettner).
É de deixar pasmo o fato da Igreja Católica criar um dogma sem nenhuma base nas Escrituras. Nenhum dos apóstolos citam essa criação fraudulenta. Depois de At 1.14 há um profundo silêncio nas Escrituras a respeito de Maria, não se fala na morte e muito menos na assunção de Maria. Como pode criar-se um dogma sem base nas Escrituras? Um dogma que só foi elaborado em 1º de novembro de 1950 pelo mariólatra Papa Pio XII. As Escrituras deixam claro que a glorificação dos santos só acontecerá depois da volta de Cristo e não fala que Maria seria uma exceção. Veja I Co 15.20-23:
“Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque, assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo na sua vinda.”
Os católicos ainda crêem que ao chegar aos céus Maria foi coroada “Rainha dos céus”. Este título nunca foi dado à Maria nas Escrituras. Pelo contrário, a Bíblia condena este título, que tinha sido dado a uma falsa deusa. “Os filhos apanham a lenha, e os pais ascendem o fogo, e as mulheres amassam a farinha, para fazerem bolos à rainha dos céus, e oferecem libações a outros deuses, para me provocarem à ira.” (Jr 7.18) Veja também Jr 44.17-23. Observamos que esse título mariano foi tirado de uma prática pagã totalmente condenada pela Bíblia.