A Igreja Católica valoriza a vocação para o celibato, assim como para o matrimônio, ambas igualmente santas, desde que sejam vividas com amor e como uma consagração a Deus.
A Igreja reconhece que a exigência do celibato dos padres não é lei divina, mas lei eclesial, que em circunstâncias especiais poderia ser abolida, mas opta pela maior perfeição, já que por este motivo os Apóstolos de Jesus deixaram a convivência matrimonial e familiar, para se propagar o reino de Deus. Conferir na Bíblia:
“Vê, nós abandonamos tudo e te seguimos? Jesus respondeu: Em verdade vos declaro, ninguém há que tenha abandonado, por amor do reino de Deus, sua casa, sua mulher, seus irmãos, seus pais, ou seus filhos, que não receba muito mais neste mundo, e no mundo vindouro a vida eterna” (Lucas 18,28-30).
Assumindo livremente o celibato, o sacerdote imita os Apóstolos e a Jesus. Mas já sabemos que o celibato é aconselhado.
“Seus discípulos disseram-lhe: ‘Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não casar’ Respondeu ele: “Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda” (Mateus 19, 10-12).
“Agora, a respeito das coisas que me escrevestes. Penso que seria bom ao homem não tocar mulher alguma. Todavia, considerando o perigo da incontinência, cada um tenha uma mulher, e cada mulher tenha seu marido. O marido cumpra o seu dever para com a sua esposa e da mesma forma também a esposa o cumpra para com o marido. A mulher não pode dispor de seu corpo: ele pertence ao seu marido. E da mesma forma o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa. Não vos recuseis um ao outro, a não ser de comum acordo, por algum tempo, para vos aplicardes a oração; e depois retornai novamente um para o outro, para que não vos tente satanás por vossa incontinência. Isto digo como concessão, não como ordem. Pois quereria que todos fossem como eu; mas cada um tem de Deus um dom particular, uns este, outros aquele” (1 Coríntios 7,1-7).
E com o auxílio de Deus é possível:
“Deus é fiel: não permitrá que sejais tentados além das vossa forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suporta-la e sairdes dela” (1 Coríntios 10,3)
“Jesus olhou para eles e disse: ‘Aos homens isto é impossível, mas para Deus tudo é possível'” (Mateus 19,26)
“Se o espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, ele que ressuscitou Jesus Cristo dos mortos, também dará a vida aos vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós” (Romanos 8,11). Leia ainda: (2 Coríntios 12,7-10).
O celibato tem uma tríplice dimensão, a saber.
– Dimensão cristológica: porque os vocacionados querem melhor e em tudo imitarem ao seu Senhor que nunca casou.
– Dimensão eclesiológica: “…e há eunucos (aqueles que não se casam) que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino do Céus. Quem puder compreender, compreenda” (Mateus 19,12).
– Dimensão escatológica: ?estes são os que não se contaminam com mulheres, pois são virgens. São aqueles que acompanham o Cordeiro por onde quer que se vá; foram resgatados dentre os homens, como primícias oferecidas à Deus e ao Cordeiro?. (Apocalipse 14,4)
São Paulo aconselha o celibato (I Coríntios 7,1-8; 25,32; 35-38): Receberão uma grande recompensa os que se mantiverem no celibato.
“Pedro começou a dizer-lhe: ‘Eis que deixamos tudo e te seguimos’. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade vos digo, ninguém há que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou filhos, ou terras, por causa de mim e por causa do Evangelho, que não receba, já neste século, cem vezes mais casas, irmãos, irmãs, mães, filhos, e terras, com perseguições, e no século vindouro a vida eterna'” (Marcos 10,28- 29).
Conclusão: Quando Jesus formava seu ministério, ele dizia aos Apóstolos: “Largue tudo o que tem e segue-me”. Ora, sabemos que os apóstolos não levaram mulheres, filhos e bens materiais para seguir Jesus.
- Fonte: Veritatis Splendor