Resumo da vida católica

UM PLANO PARA A VIDA

Eis alguns bons propósitos que o levarão a relacionar-se continuamente com Deus e a cumprir com suas obrigações de família, de trabalho e de sociedade com uma enorme alegria.

A prática de certos atos de piedade nos levam, sem que percebamos, a possuir uma vida contemplativa em meio aos afazeres cotidianos.

A primeira coisa que devemos fazer para ser bons cristãos é procurar viver na graça de Deus, evitando assim todo pecado mortal; e como queremos amar a Deus sobre todas as coisas, devemos também procurar evitar, inclusive, todo pecado venial.

Um plano de vida cristã vivido com seriedade e interesse pode ser o meio para conseguirmos que nossa vida não seja inútil nem estéril, de tal maneira que viveremos como verdadeiros filhos de Deus

Todo Dia[1]

– Ter uma hora certa para dormir e acordar.
– Oferecer a Deus o trabalho do dia sob a intercessão da Virgem Maria.
– Realizar um instante de oração mental (15 minutos), de preferência antes da Missa.
– Assistir a Santa Missa e receber a comunhão sempre que for possível; é o melhor sacrifício que se pode oferecer a Deus.
– Ao meio-dia, rezar o “Angelus” (e, durante o tempo pascal, o “Regina Caeli”).
– Rezar o Santo Rosário, se possível em família.
– Ler e meditar, durante alguns minutos, o Novo Testamento ou algum livro de espiritualidade.
– Antes de ir descansar, dedicar alguns minutos para refletir rapidamente sobre como vai indo o dia.
– Trabalhar intensamente; a santificação do trabalho cotidiano é a meta primordial do cristão.
– O domingo é o Dia do Senhor: a Santa Missa deve ser o centro da jornada; é também um dia dedicado especialmente à família, ao descanso e ao próprio enriquecimento espiritual.
– Se durante a semana não foi possível receber a comunhão, é bom ao menos fazê-lo aos domingos e dias de preceito.

Todo Mês

– Confessar-se, com verdadeiro arrependimento, ainda que não possua pecados mortais, para receber a graça sacramental.
– Receber direção espiritual de algum sacerdote sábio, prudente e experiente[2].
– Realizar um dia de retiro espiritual: dedicar algumas horas para refletir sobre a relação com Deus (diante do Santíssimo Sacramento sempre que isto for possível).

Todo Ano

– Dedicar alguns dias de retiro ou exercícios espirituais: dois ou três dias em silêncio, conversando apenas com Deus (o que proporciona uma grande oportunidade para uma nova conversão; a alma, assim como o corpo, precisa de férias).

A Todo Instante

– Manter a presença de Deus mediante jaculatórias, comunhões espirituais e atos de amor e reparação.
– Considerar que somos filhos de Deus, de modo a agradar-lhe em tudo o que fazemos (assim como uma criança tenta agradar o seu pai).
– Agradecer a Deus tudo o que Ele nos dá.
– Fazer tudo por amor a Deus: purificar nossa intenção através de atos de contrição e desagravo pelos próprios pecados e também os alheios.
– Tentar viver como gostaríamos de fazê-lo na hora da morte (assim, não teremos medo da morte e morreremos da mesma maneira com que vivemos).

Devoções para a Semana

Domingo: a Santíssima Trindade
Assistir com fervor a Santa Missa e receber a comunhão se possível.

2ª-Feira: as almas do Purgatório
Rogar pelas almas dos seus parentes, amigos e benfeitores.

3ª-Feira: os anjos protetores
Aproximar-se dos anjos protetores, pedindo-lhes auxílio. Rezar especialmente ao anjo da guarda.

4ª-Feira: São José
Invocá-lo como patrono da boa morte.

5ª-Feira: a Santíssima Eucaristia
Fazer frequentes comunhões espirituais ao longo do dia e, se for possível, uma visita ao Santíssimo.

6ª-Feira: a Paixão e morte de Jesus Cristo
Refletir sobre a Paixão e morte do Senhor, utilizando, por exemplo, a Via Sacra.

Sábado: a Santíssima Virgem Maria
Rezar a “Salve Rainha” ou outra devoção mariana.

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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2659-2660.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2690.

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A ORAÇÃO

A oração[1] nem sempre surge fácil e com freqüência não sabemos fazê-la. Aqui você encontrará os tipos de oração, oração vocal, oração meditada, oração contemplativa e o combate na oração.

A oração e a vida crista são inseparáveis, porque se trata do próprio amor e da própria renúncia que procede do amor. “Orai continuamente” (1Tessalonicenses 5,17). Orar é sempre possível. É, inclusive, uma necessidade vital.

Tipos de Oração

A Igreja convida os fiéis a uma oração regrada: orações diárias, liturgia das horas, Eucaristia dominical, solenidades do ano litúrgico.

A tradição cristã contém três importantes expressões da vida de oração. As três têm em comum o recolhimento do coração:

1. Oração vocal
Fundamentada na união do corpo com o espírito na natureza humana, associa o corpo à oração interior do coração a exemplo de Cristo que ora a seu Pai e ensina o “Pai Nosso” aos seus discípulos.

2. Meditação
É uma busca orante, que faz intervir o pensamento, a imaginação, a emoção, o desejo. Tem por objeto a apropriação fiel da realidade considerada, que é confrontada com a realidade da nossa vida.

3. Oração contemplativa[2]
É a expressão simples do mistério da oração. É um olhar de fé, fixado em Jesus; uma escuta da Palavra de Deus; um amor silencioso. Realiza a união com a oração de Cristo à medida que nos faz participar de seu mistério.

Recordai o que narram os Evangelhos acerca de Jesus: às vezes, passava a noite inteira ocupado em colóquio íntimo com seu Pai. Como os primeiros discípulos amavam a figura do Cristo orante!

São Lucas rapidamente retrata o comportamento dos primeiros fiéis: animados por um mesmo espírito, perseveravam unidos na oração.

O templo de bom cristão se adquire, com a graça, na forja da oração. E este alimento da prece, por ser vida, não se desenvolve de uma hora para outra. O coração se desafogará habitualmente com palavras nessas orações vocais ensinadas pelo próprio Deus (o Pai Nosso) ou seus anjos (a Ave Maria). Outras vezes nos utilizaremos das orações transmitidas pelo tempo, as quais se converteram em piedade de milhões de irmãos na fé: as da liturgia (Lex orandi), as que nasceram da paixão de um coração apaixonado, como tantas antífonas marianas (Sub tuum praesidium, Memorare, Salve Regina…).

Em outras ocasiões, nos bastarão duas ou três expressões, lançadas ao Senhor como Saeta, Iaculata: jaculatórias, que aprendemos na leitura atenta da história de Cristo: “Domine, si vis, potes me mundare” – “Senhor, se queres, podes me curar”; “Domine, tu omnia nosti, tu scis quia amo te” – “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”; “Credo, Domine, sed adiuva incredulitatem meam” – “Creio, Senhor; porém ajuda na minha incredulidade, fortalece a minha fé”; “Domine, non sum dignus” – “Senhor, eu não sou digno”; “Dominus meus et Deus meus” – “Meu Senhor e meu Deus”… ou outras frases, breves e afetuosas, que brotam do fervor íntimo da alma, e respondem a uma circunstância concreta.

Graças a esses momentos de meditação – às orações vocais, às jaculatórias – saberemos converter nossa jornada, com naturalidade e sem espetáculo, em um contínuo louvor a Deus. Nos manteremos em sua presença, como os apaixonados dirigem continuamente seu pensamento à pessoa que amam; e todas as nossas ações – mesmo as mais pequeninas – se encherão de eficácia espiritual.

Por isso, quando um cristão segue por este caminho de relação ininterrupta com o Senhor – e é um caminho disponível para todos e não apenas um grupo de privilegiados – a vida interior cresce, segura e firme; e se afiança no homem esta luta, amável e exigente por sua vez, para se realizar até o fundo a vontade de Deus.

Orar nos acontecimentos de cada dia e de cada instante é um dos segredos o Reino revelados aos “pequeninos”, aos servidores de Cristo, aos pobres das bem-aventuranças. É justo e bom orar para que a vinda do Reino de justiça e paz influa na marcha da História; porém, também é importante impregnar de oração as humildes situações cotidianas. Todas as formas  de oração podem ser o fermento com que o Senhor compara o Reino (cf. Lucas 13,20-21).

O Combate da Oração

A oração supõe um esforço e uma luta contra nós mesmos e contra as astúcias do Tentador. O combate da oração é inseparável do “combate espiritual” necessário para agir habitualmente segundo o Espírito de Cristo: ora-se como se vive porque vive-se como se ora.

As principais dificuldades que encontramos no exercício da oração são:

– A distração;
– A frieza.

O remédio para isto encontra-se na fé, na conversão e na vigilância do coração:

As tentações que frequentemente ameaçam a oração são:

– A falta de fé
– A acídia, que é uma espécie de depressão ou de preguiça devida ao relaxamento da ascese e que leva ao desânimo.
– Devemos também combater as concepções errôneas, as diversas correntes de mentalidade e a experiência de nossos fracassos.

A estas tentações, que colocam em dúvida a utilidade ou a própria possibilidade da oração, convém responder com humildade, confiança e perseverança.

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Notas:
[1] [1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 720-1724; 2752-2755; 2760;
[2] Cf. FG, 119.

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DIAS DE PENITÊNCIA

São os dias mais apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, e a comunicação cristã de bens (obras de caridade e missionárias).

“A conversão se realiza na vida cotidiana mediante atos de reconciliação, a atenção aos pobres, o exercício e a defesa da justiça e do direito, pelo reconhecimento de nossas faltas ante os irmãos, a correção fraterna, a revisão de vida, o exame de consciência, a direção espiritual, a aceitação dos sofrimentos e o padecer a perseguição por causa da justiça. Tomar a cruz de cada dia e seguir a Jesus é o caminho mais seguro da penitência”[1].

Os tempos e os dias de penitência ao longo do ano litúrgico (o tempo da Quaresma, todas as 6ª-feiras em memória da morte do Senhor), são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Estes tempos são particularmente apropriados para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações como sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola e a comunicação cristã de bens (obras caritativas e missionárias).

Todos os fiéis, cada um a seu modo, estão obrigados por Lei Divina a fazer penitência; no entanto, para que todos se unam em alguma prática comum de penitência, foram fixados alguns dias penitenciais, nos quais os fiéis se dedicam de maneira especial à oração, realizam obras de piedade e caridade, e se negam a si mesmos, cumrindo com maior fidelidade as suas próprias obrigações e, sobretudo, observando o jejum e a abstinência[2].

Na Igreja universal, são dias e tempos penitenciais todas as 6ª-feiras do ano e o tempo da Quaresma.

Nesses dias, deve-se guardar

1. Abstinência de comer carne
Todas as 6ª-feiras, a não ser que coincidam com alguma solenidade, devemos guardar a abstinência de carne. A Conferência Episcopal pode substituir isto por outro sacrifício.

2. Jejum e abstinência
A 4ª-Feira de Cinzas e a 6ª-Feira Santa
A Lei eclesiástica obriga a guardar abstinência aqueles que já completaram 14 anos de idade e a praticar o jejum todos os maiores de idade (18 anos) até que completem 60 anos.

Os pastores de almas e os padres cuidarão para que também se forme um autêntico espírito de penitência naqueles que, por ainda não terem atingido a idade, não estão ainda obrigados ao jejum e à penitência.

Os bispos diocesanos podem assinalar dias especiais de festa ou de penitência para as suas dioceses ou lugares, porém mediante apenas por ato (em ocasiões especiais).

A Conferência Episcopal pode determinar em maiores detalhes o modo de se observar o jejum e a abstinência, assim como substituí-los no todo ou em parte por outras formas de penitência, sobretudo por obras de caridade e práticas de piedade.

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Notas:
[1] Catec. Igr. Cat. §§ 1435, 1438; cf. Amós 5,24, Isaías 1,17, Lucas 9:23.
[2] Cf. Cód. Dir. Can. 1244-1245, 1249-1253

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AS INDULGÊNCIAS

O que são as indulgências? O que é a “remissão temporal” das penas? “O que é “lucrar”? Eis aqui um guia básico acerca das indulgências[1].

A doutrina das indulgências na Igreja está estreitamente ligada aos efeitos do sacramento da Penitência.

O que são as Indulgências

A indulgência é a remissão, perante Deus, da pena temporal pelos pecados já perdoados – enquanto culpa – que um fiel disposto e cumprindo certas condições consegue por intermédio da Igreja, a qual, como administradora da redenção, distribui e aplica com autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos.

A indulgência é parcial ou plenária segundo libere em parte ou totalmente a pena temporal devida aos pecados.

Todo fiel pode lucrar para si mesmo ou aplicar pelos defuntos, à maneira de sufrágio, as indulgências tanto parciais quanto plenárias.

 

A Remissão Temporal das Penas do Pecado

Para entender esta doutrina e prática da Igreja, é preciso recordar que o pecado acarreta uma dupla conseqüência:

1. O pecado grave nos priva da comunhão com Deus e, por isso, nos torna incapazes da vida eterna, cuja privação se chama “a pena eterna do pecado”.

2. Por outro lado, todo pecado, inclusive venial, implica em apego desordenado às criaturas, as quais têm necessidade de purificarem-se, seja aqui nesta terra, seja depois da morte, no estado chamado “Purgatório”. Esta purificação liberta do que se chama “pena temporal do pecado”.

Estas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida exteriormente por Deus, mas como algo que brota da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma calorosa caridade pode chegar à total purificação do pecados, de modo que não subsistiria pena alguma.

Condições para Lucrar Indulgências

As indulgências se obtêm pela Igreja que, em virtude do poder de ligar e desligar que lhe foi concedido por Cristo, intervém em favor de um cristão e lhe abre o tesouro dos méritos de Cristo e dos santos, para obter do Pai da misericórdia a remissão das penas temporais devidas pelos seus pecados.

A Igreja não quer apenas acudir em ajudar este cristão, mas também impulsioná-lo a fazer obras de piedade, de penitência e de caridade.

Para ser capaz de lucrar indulgências, é necessário ser batizado, não ter sido excomungado e encontrar-se em estado de graça ao final das obras prescritas.

No entanto, para que o sujeito capaz as lucre, deve ter ao menos intenção de consegui-las, cumprir as obras prescritas dentro do tempo determinado e da maneira devida segundo o teor da concessão.

Requisitos para a Indulgência Plenária

1. Realização da obra enriquecida com a indulgência
– Exceto em caso de morte, só é possível lucrar uma indulgência plenária por dia.

2. Confissão sacramental, comunhão eucarísticas e oração pelas intenções do Papa (Pai Nosso e Ave Maria)
– Embora possam ser cumpridas alguns dias antes ou depois da realização da obra prescrita, é conveniente que sejam efetuadas no mesmo dia em que se concluiu a obra.
– Com uma única confissão é possível lucrar muitas indulgências plenárias; cada comunhão eucarística oferece lucro de apenas uma única indulgência plenária.

3. Exclusão de todo afeto ao pecado, inclusive venial.

Algumas Concessões de Indulgência Plenária

– Adoração ao Santíssimo Sacramento por pelo menos meia-hora.
– Bênção apostólica para o momento da morte.
– Fazer a primeira comunhão ou assisti-la recebendo piedosamente a Sagrada Eucaristia.
– Rezar o Santo Rosário em alguma igreja, em um oratório ou em família.
– Leitura espiritual da Sagrada Escritura por pelo menos meia-hora.
– Exercício da Via Sacra, percorrendo as 14 estações e meditando a Paixão e morte do Senhor; os doentes ou impedidos podem simplesmente ler e meditar cada uma das estações.
– Visitar qualquer igreja ou oratório no dia 2 de novembro (aplicável somente em favor dos defuntos). Na visita, deve-se recitar o Pai Nosso e o Credo.
– Visitar a igreja paroquial no dia de festa do padroeiro, ou no dia 2 de agosto (quando se celebra a indulgência da “Porciúncula”), ou em outro dia mais oportuno estabelecido pelo Ordinário. Tais indulgências, desde que tenham a permissão do Ordinário, podem ser lucradas no domingo anterior ou posterior. Na visita, deve-se recitar o Pai Nosso e o Credo.
– Dias de retiro espiritual (pelo menos três dias inteiros).

Algumas Concessões de Indulgência Parcial

– O emprego, com devoção, de algum objeto de piedade (crucifixo, cruz, rosário, escapulário ou medalhas), devidamente abençoado por qualquer sacerdote. Se for abençoado pelo Sumo Pontífice ou qualquer bispos, pode-se lucrar uma indulgência plenária na festa dos Apóstolos Pedro e Paulo (29 de junho) se acrescido pela reza do Credo.

– A reza de orações vocais como:
1. Adoro te Devote — Orações jaculatórias
2. Angelus ou Regina Caeli — Comunhões espirituais
3. Acordaos — Oração mental
4. Símbolo dos Apóstolos — uma litania aprovada
etc.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 992-994; 996; 1471-1473; 1478; cf. Cód. Dir. Can. 1135-1136 .

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OBRAS DE MISERICÓRDIA

São as obras com as quais ajudamos nossos próximo em suas necessidades corporais e espirituais.

As obras de misericórdia são ações caritativas mediante as quais ajudas nosso próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Entre estas obras, a esmola dada aos pobres é um dos principais testemunhos da caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a Deus:

“Aquele que tem duas túnicas, que as reparta com quem não tem; o que tem para comer, que faça o mesmo. Dai em esmola o que tens e assim todas as coisas vos serão puras. Se um irmão ou irmã estão desnudos e carecem do sustento diário e algum de vós lhes disser: ‘Ide em paz, vos esquentai e fartai-vos’, mas não lhe derdes o necessário para o corpo, de que adiantará?”[1].

Obras Espirituais

 

– Ensinar aquele que não sabe.
– Dar bom conselho ao que necessita.
– Corrigir ao que erra.
– Perdoar as injúrias.
– Consolar o triste.
– Sofrer com paciência os defeitos do próximo.
– Rogar a Deus pelos vivos e defuntos.

Obras Corporais

 

– Visitar e cuidar dos enfermos.
– Dar de comer a quem tem fome.
– Dar de beber a quem tem sede.
– Oferecer pousada ao peregrino.
– Vestir o desnudo.
– Redimir o cativo.
– Enterrar os mortos.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2447; Lucas 3,11; 11,41; Tiago 2,15-16; 1João 3,17.

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CHAMAMENTO À SANTIDADE

“Todos os fiéis, de qualquer estado ou regime de vida, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade”. Todos somos chamados à santidade: “Sede perfeitos como vosso Pai do céu é perfeito”[1]. Se queremos corresponder ao chamamento universal à santidade, devemos colocar empenho em ser piedosos, com um plano concreto de orações e devoções que nos levará, sem percebermos, a ter uma vida contemplativa.

“Os leigos, entregues a Cristo e ungidos pelo Espírito Santo, estão maravilhosamente chamados e preparados para produzir sempre os frutos mais abundantes do Espírito. Com efeito, todas as suas obras, orações, tarefas apostólicas, a vida conjugal e familiar, o trabalho diário, o descanso espiritual e corporal, se realizadas no Espírito – inclusive as moléstias da vida, se assumidas com paciência – se convertem em sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo, que são oferecidas com toda piedade a Deus Pai na celebração da Eucaristia, unindo-se à oferenda do Corpo do Senhor”. Desta forma, também os leigos dão glória a Deus em todas as partes, por meio de seu bom exemplo, “consagrando o proprio mundo a Deus”[2].

De maneira particular, os pais participal da missão de santificação “impregnando de espírito cristão a vida conjugal e procurando dar educação cristã aos filhos”[3].

Para nos santificar em nossa vida cotidiana, precisamos crescer na vida espiritual, sobretudo através da oração, mortificação e trabalho.

Vida de Oração

Convém orar todo tempo e não desanimar[4]

1.  “Se Deus é vida para nós, não devemos estranhar que nossa existência de cristãos seja entretida com a oração. Porém não penseis que a oração é um ato que se cumpre e logo se abandona.

O justo encontra na lei de Javé sua complacência e tende a acomodar-se a essa lei durante o dia e durante a noite. Pela manhã penso em ti; e pela tarde se dirige até ti a minha oração como o incenso. Toda a jornada pode ser tempo de oração: da noite à manhã e da manhã à noite. Mais ainda: como nos recorda a Sagrada Escritura, também o sono deve ser oração.

A vida de oração deve se fundamentar, ademais, em alguns momentos diários, dedicados exclusivamente à relação com Deus; momentos de colóquio sem ruído de palavras, junto ao Sacrário sempre que possível, para agradecer ao Senhor essa espera – e tão somente – de 21 séculos. Oração mental é esse diálogo com Deus, de coração a coração, em que intervém toda a alma: a inteligência e a imaginação, a memória e a vontade. Uma meditação que contribui para dar valor sobrenatural à nossa pobre vida humana, nossa vida diária corrente”[5]

2. “Aprendemos a orar em certos momentos escutando a Palavra do Senhor e participando de seu Mistério Pascal; porém, a todo momento, nos acontecimentos de cada dia, seu Espírito nos oferece para que faça brotar a oração.

O ensinamento de Jesus sobre a oração dirigida ao nosso Pai está na mesma linha que a da Providência: o tempo está nas mãos do Pai; o encontramos no presente; nem ontem nem amanhã, mas apenas hoje: Oxalá ouvireis hoje a sua voz: ‘não endureçais vosso coração'”[6].

Vida de Sacrifício

“Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e me siga”[7].

1. “O caminho da perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. O progresso espiritual implica luta e mortificação, que conduzem gradualmente a viver em paz e no gozo das bem-aventuranças: ‘Aquele que sobe não cessa nunca de ir de começo em começo, mediante começos que não têm fim. Jamais o que sobe deixa de desejar o que já conhece'”[8].

2. “Ouçamos o Senhor que nos diz: quem é fiel no pouco, também o é no muito; e quem é injusto no pouco, também o é no muito. É como se Deus nos recordasse: luta a todo instante nesses detalhes, pequenos em aparência, mas grandes perante os meus olhos; vive com pontualidade o cumprimento do dever; agrade a quem precisa, mesmo que tenhas a alma dolorida; dedica, sem desvios, o tempo necessário para a oração; socorre quem te procura; pratica a justiça, ampliando-a com a graça da caridade”[9].

Vida de Trabalho

 

O homem foi criado para trabalhar:

1. “O trabalho humano procede diretamente de pessoas criadas à imagem de Deus e chamadas a prolongar, unidas e para mútuo benefício, a obra da criação, dominando a terra. O trabalho é, portanto, um dever: ‘Se alguém não quer trabalhar, que também não coma’. O trabalho honra os dons do Criador e os talentos recebidos. Pode ser também redentor. Suportando o peso do trabalho, em união com Jesus, o carpinteiro de Nazaré e o crucificado do Calvário, o homem colabora de certa menira com o Filho de Deus em sua obra redentora. Mostra-se como discípulo de Cristo carregando a cruz de cada dia, na atividade que foi chamado a realizar. O trabalho pode ser um meio de santificação e de animação das realidades terrenas no Espírito de Cristo”.

2. “No trabalho, a pessoa exerce e aplica uma parte das capacidades inscritas em sua natureza. O valor primordial do trabalho pertence ao próprio home, que é seu autor e destinatário. O trabalho é para o homem e não o homem para o trabalho”[10].

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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2013.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 901.
[3] Cf. Catec. Igr. Cat. § 902.
[4] Lucas 18,1.
[5] Josemaría Escrivá de Balaguer, “É Cristo que Passa” 119, Editoriall Rialp, Madrid.
[6] Cf. Catec. Igr. Cat. § 2659.
[7] Mateus 16,24.
[8] Catec. Igr. Cat. § 2015.
[9] Cf. Josemaría Escrivá, obra citada, 77.
[10] Catec. Igr. Cat. §§ 2427-2428.

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OS DEZ MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS

“Que deverei fazer de bom para obter a vida eterna? – Se queres entrar na vida, guarda os mandamentos”[1].

Por seu modo de agir e pregar, Jesus testemunhou o valor perene do Decálogo. O Decálogo contém uma expressão privilegiada da Lei Natural. O reconhecemos pela Revelação Divina e pela razão humana.

Os Dez Mandamentos, em seu conteúdo fundamental, enunciam obrigações graves. No entanto, a obediência a estes preceitos implica também obrigações cuja matéria é, por si mesma, leve.

1. Amarás a Deus sobre todas as coisas.
2. Não usarás o nome de Deus em vão.
3. Santificarás os dias de guarda.
4. Honrarás o teu pai e a tua mãe.
5. Não matarás.
6. Não cometerás atos impuros.
7. Não roubarás.
8. Não prestarás falso testemunho nem mentiras.
9. Não consentirás pensamentos nem desejos impuros.
10. Não cobiçarás os bens alheios.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2075-2081.

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O QUE TODO CATÓLICO DEVE CRER

Estamos obrigados a conhecer e crer que:

– Existe um Deus, criador do céu e da terra; que é eterno, supremo e infinito.
– Há um céu e um inferno, conforme foi revelado por Jesus Cristo.
– Os justos serão recompensados por Ele com a vida eterna e os pecadores que não se arrependam antes de morrer serão castigados para sempre no inferno.
– Na Santíssima Trindade há três Pessoas, coeternas e coiguais.

Estamos também obrigados a:

– Conhecer o Símbolo dos Apóstolos.
– Conhecer os Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja; e os Sacramentos, especialmente da necessidade do Batismo para a salvação e da Eucaristia como garantia da glória futura.
– Crer na Sagrada Tradição e na Sagrada Escritura, que formam um único depósito sagrado da Palavra de Deus.
– Conhecer o Pai Nosso e a Ave Maria.
– Crer em tudo o que Deus nos ensina através da Santa Madre Igreja, que não pode se enganar nem nos enganar. “O Romano Pontífice, cabeça do Colégio Episcopal, goza desta infalibilidade em virtude de seu ministério quando, como Pastor e Mestre de todos os fiéis que confirma na fé, proclama, por um ato definitivo, a doutrina em questões de fé e moral (…) A infalibilidade prometida à Igreja reside também no Corpo Episcopal, quando exerce o magistério com o sucessor de Pedro, sobretudo em um Concílio Ecumênico”[1].

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 261 e 265.

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AS VIRTUDES TEOLOGAIS

As virtudes teologais[1] referem-se diretamente a Deus. Dispõem os cristãos a viver em relação com a Santíssima Trindade. Têm como origem, razão e objeto a Deus, conhecido pela fé, esperado e amado por Ele mesmo. Fundam, animam e caracterizam o comportamento moral do cristão. Informam e vivificam todas as virtudes morais. São infundidas por Deus na alma dos fiéis para torná-los capazes de agir como seus filhos e merecer a vida eterna. São a garantia da presença e ação do Espírito Santo nas faculdades do ser humano.


Por ela, cremos em Deus e em tudo o que Ele nos disse e revelou, e que a Santa Igreja nos propõe como objeto de fé, porque Ele é a própria verdade.

Esperança
Por ela, aspiramos ao Reino dos Céus e à vida eterna como felicidade nossa, colocando nossa confiança nas promessas de Cristo e apoiando-nos não em nossas forças, mas nos auxílios da graça do Espírito Santo. Pela virtude da esperança, desejamos e esperamos de Deus, com uma firme confiança, a vida eterna e as graças para merecê-la.

Caridade
Por ela, amamos a Deus sobre todas as coisas e a nosso próximo como a nós mesmos, por amor a Deus. É o “vínculo da peerfeição” e a forma de todas as virtudes.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1813-1814; 1817; 1842-1844.

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OS MANDAMENTOS DA IGREJA

Os mandamentos da Igreja se situam na linha de uma vida moral referente à vida litúrgica e que se alimenta dela. O caráter obrigatório destas leis positivas promulgadas pela autoridade eclesiástica tem por finalidade garantir aos fiéis o mínimo indispensável no espírito de oração e no esforço moral, no crescimento do amor a Deus e ao próximo.

Os mandamentos mais gerais são cinco:

1. Ouvir Missa inteira aos domingos e festas de preceito
Exige que os fiéis participem da celebração eucarística, em que se reúne a comunidade cristã, no dia em que se comemora a Ressurreição do Senhor e nas principais solenidades litúrgicas em que se comemoram os mistérios do Senhor, da Virgem Maria e dos santos.

2. Confessar os pecados mortais pelo menos uma vez ao ano; em perigo de morte; e se quer comungar.
Assegura a preparação para a Eucaristia através da recepção do sacramento da reconciliação, que continua a obra de conversão e perdão obtidas pelo Batismo.

3. Comungar por ocasião da Páscoa da Ressurreição.
Garante um mínimo para a recepção do Corpo e do Sangue do Senhor em relação ao tempo pascal, origem e centro da liturgia cristã.

4. Jejuar e abster-se de comer carne quando manda a Santa Madre Igreja
Assegura os tempos de ascese e penitência que nos preparam para as solenidades litúrgicas; contibuem para que possamos adquirir o domínio sobre os nossos instintos e a liberdade do coração.

5. Ajudar a Igreja em suas necessidades
Assinala a obrigação de ajudar, cada um conforme as suas possibilidades, a subvencionar as necessidades materiais da Igreja.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 2041-2043.

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OS DONS DO ESPÍRITO SANTO

São os dons que pertencem em plenitude a Cristo e que nos levam a cumprir com amor a vontade de Deus.

Os sete dons do Espírito Santo pertecem em plenitude a Cristo, Filho de Davi. Completam e levam à perfeição as virtudes daqueles que as recebem. Tornam os fiéis dóceis para obedecer com prontidão às inspirações divinas.

1. Sabedoria
Nos faz compreender a maravilha insondável de Deus e nos impulsiona a buscá-lo sobre todas as coisas, em meio ao nosso trabalho e obrigações.

2. Inteligência
Nos apresenta, com maior clareza, as riquezas da fé.

3. Conselho
Nos assinala os caminhos da santidade, o querer de Deus em nossa vida diária, nos animando a seguir a solução que mais concorda com a glória de Deus e o bem dos demais irmãos.

4. Fortaleza
Nos alenta continuamente e nos ajuda a superar as dificuldades que sem dúvida encontramos em nosso caminho para Deus.

5. Ciência
Nos leva a julgar retamente as coisas criadas e a manter nosso coração em Deus e naquilo que foi criado, à medida que nos conduz até Ele.

6. Piedade
Nos move a tratar Deus com a mesma confiança que um filho trata seu Pai.

7. Temor de Deus
Nos induz a fugir das ocasições de pecar, a não ceder à tentação, a evitar todo mal que possa entristecer o Espírito Santo, a temer radicalmente a separação d’Aquele a quem amamos e constitui nossa razão de ser e viver.

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VIRTUDES CARDEAIS

As virtudes humanas se arraigam nas virtudes teologais que adaptas as faculdades do homem à participação da natureza divina. São disposições estáveis do entendimento e da vontade que regulam nossos atos, ordenam nossas paixões e guiam nossa conduta segundo a razão e a fé.

As virtudes morais crescem mediante a educação, mediante os atos deliberados e esforço perseverante. A graça divina as purifica e eleva. São quatro:

1. Prudência
Dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância, nosso verdadeiro bem e eleger os meios justos para realizá-lo.

2. Justiça
Consiste na constante e firme vontade de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido.

3. Fortaleza
Assegura, nas dificuldades, a firmeza e a constância na prática do bem.

4. Temperança
Modera a atração pelos prazeres sensíveis e procura a moderação no uso dos bens criados.

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OS FRUTOS DO ESPÍRITO SANTO

São perfeições que formam em nós o Espírito Santo como primícias da glória eterna. A tradição da Igreja enumera doze:

1. Caridade
2. Benignidade
3. Gozo
4. Mansidão
5. Paz
6. Fidelidade
7. Paciência
8. Modéstia
9. Longanimidade
10. Continência
11. Bondade
12. Castidade

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BEM-AVENTURANÇAS

As bem-aventuranças[1] respondem ao desejo natural de felicidade. Este desejo é de origem divina: Deus o colocou no coração do homem a fim de atraí-lo até Ele, o único que pode satisfazer. Nos ensinam o fim último a que Deus nos chama: o Reino, a visão de Deus, a participação na natureza divina, a vida eterna, a filiação, o descanso em Deus. Também nos colocam diante das opções decisivas em relação aos bens terrenos e purificam nosso coração para ensinar-nos a amar a Deus sobre todas as coisas.

1. Bem-aventurados os pobres de espírito porque deles é o Reino dos céus.
2  Bem-aventurados os mansos porque possuirão a terra por herança.
3. Bem-aventurados os que choram porque serão consolados.
4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque serão saciados.
5. Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão misericórdia.
6. Bem-aventurados os puros de coração porque verão a Deus.
7. Bem-aventurados os que buscam a paz porque serão chamados filhos de Deus.
8. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça porque deles é o Reino dos céus.
9. Bem-aventurados sereis quando vos injuriarem, perseguirem e afirmarem com mentira toda espécie de mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e regozijai-vos porque vossa recompensa será grande nos céus.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1716; 1718; 1726; cf. Mateus 5,3-12.

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SACRAMENTAIS

Os sacramentais não conferem a graça do Espírito Santo da maneira como os sacramentos, porém, pela oração da Igreja, preparam para recebê-la e dispõem a cooperar com ela.

Chamam-se sacramentais os sinais sagrados instituídos pela Igreja, cujo fim é preparar os homens para receber os frutos dos sacramentos e santificar as diversas circunstâncias da vida. Por meio deles, e à imitação de certo modo dos sacramentos, têm significado e são obtidos alguns efeitos, por intercessão da Igreja, principalmente espirituais.

Entre os sacramentais, figuram:

1. As Bênçãos
Toda bênção é louvor a Deus e oração para obter seus dons. Em Cristo, os cristãos são abençoados por Deus Pai “com toda classe de bênçãos espirituais” (Efésios 1,3). Por isso, a Igreja dá a bênção invocando o nome de Jesus e fazendo habitualmente o sinal santo da cruz de Cristo.

2. Os Exorcismos
Quando a Igreja pede publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou um objeto seja protegido contra as armadilhas do maligno e subtraído de seu domínio, fala-se de exorcismo. Jesus o praticou e dele a Igreja obteve o poder e o ofício de exorcizar. O exorcismo expulsa os demônios ou liberta do domínio demoníaco graças à autoridade espiritual que Jesus confiou à sua igreja. Muito diverso é o caso das enfermidades, sobretudo psíquicas, cujo cuidado pertence à ciência médica. Portanto, é importante assegurar, antes de se celebrar o exorcismo, que se trata mesmo da presença do maligno e não de uma enfermidade.

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OS SETE SACRAMENTOS DA IGREJA

Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Cristo e confiados à Igreja, pelos quais nos é dispensada a vida divina. Frutificam naqueles que os recebem com as disposições requeridas. Os ritos visíveis sob os quais os sacramentos são celebrados significam e realizam as graças próprias de cada sacramento[1].

Batismo[2]

Nos faz nascer para a vida divina: nos torna herdeiros do céu.

O fruto do Batismo, ou graça batismal, é uma realidade rica que compreende:

1. O perdão do pecado original e de todos os pecados pessoais.
2. O nascimento para a vida nova, pela qual o homem é feito filho adotivo do Pai, membro de Cristo, templo do Espírito Santo.
3. A incorporação à Igreja, Corpo de Cristo, e a participação no sacerdócio de Cristo.

Confirmação[3]

Fortalece e adiciona à vida divina: nos converte em soldados de Cristo.

A Confirmação aperfeiçoa a graça batismal; é o sacramento que dá o Espírito Santo para:

1. Nos enraizar mais profundamente na filiação divina.
2. Nos incorporar mais firmemente em Cristo.
3. Tornar mais sólido o nosso vínculo com a Igreja, associando-nos mais à sua missão.
4. Nos ajudar a dar testemunho da fé cristã pela palavra acompanhada pelas obras.

Eucaristia[4]

Alimenta a vida divina.

A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo, isto é, da obra da salvação realizada pela vida, morte e ressurreição de Cristo, obra que se torna presente pela ação litúrgica.

Pela consagração se realiza a transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e Sangue de Cristo. Sob as espécies consagradas do pão e do vinho, o próprio Cristo, vivo e glorioso, encontra-se presente de maneira verdadeira, real e substancial, com seu Corpo, seu Sangue, sua alma e sua divindade.

A Comunhão do Corpo e Sangue de Cristo:

1. Acrescenta a união do comungante com o Senhor.
2. Lhe perdoa os pecados veniais e o preserva dos pecados graves.
3. Visto que os laços de caridade entre o comungante e Cristo são reforçados, a recepção deste sacramento fortalece a unidade da Igreja, corpo místico de Cristo.

Reconciliação ou Penitência[5]

Nos devolve a vida divina perdida pelo pecado.

A confissão individual e integral dos pecados graves seguida da absolvição é o único meio ordinário para a reconciliação com Deus e com a Igreja.

Os efeitos espirituais deste sacramento são:

1. A reconciliação com Deus, pelo que o penitente recupera a graça.
2. A reconciliação com a Igreja.
3. A remissão da pena eterna contraída pelos pecados mortais.
4. A remissão, ao menos em parte, das penas temporais, conseqüência do pecado.
5. A paz e a serenidade de consciência e o consolo espiritual.
6. O aumento das forças espirituais para o combate cristão.

Unção dos Enfermos[6]

Mantém a vida divina nos sofrimentos oriundos de enfermidade grave ou velhice.

A graça especial do sacramento da Unção dos Enfermos tem como efeitos:

1. A união do enfermo à Paixão de Cristo, para seu bem e o de toda a Igreja.
2. O consolo, a paz e o ânimo para suportar cristãmente os sofrimentos da enfermidade ou da velhice.
3. O perdão dos pecados se o enfermo não pôde obtê-lo pelo sacramento da Penitência.
4. O restabelecimento da saúde corporal, se convier à saúde espiritual.
5. A preparação para a passagem para a vida eterna.

Ordem[7]

Perpetua os ministros que transmitem a vida divina.

A Ordem é o sacramento pelo qual a missão confirmada por Cristo aos seus Apóstolos continua sendo exercida na Igreja até o fim dos tempos: é, pois, o sacramento do ministério apostólico.

Compreende três graus: o episcopado, o presbiterato e o diaconato.

A Igreja confere o sacramento da Ordem unicamente a homens batizados, cujas aptidões para o exercício do ministério tenham sido devidamente reconhecidas. À autoridade da Igreja corresponde a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber a ordenação.

“Portanto, com o fim de afastar toda dúvida acerca de uma questão de grande importância, que liga a própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar na Fé aos irmãos (cf. Lucas 22,32), declaro que a Igreja não tem de modo algum a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres e que este ditame deve ser considerado como definitivo por todos os fiéis da Igreja”[8].

 

Matrimônio[9]

Aperfeiçoa o amor humano dos esposos e lhes confere a graça para se santificarem no caminho para a vida divina.

A aliança matrimonial, pela qual um homem e uma mulher contituem uma íntima comunidade de vida e amor, foi fundada e dotada de leis próprias pelo Criador.

Os efeitos do matrimônio são:

1. Origina entre os cônjuges um vínculo perpétuo e exclusivo, de modo que o matrimônio validamente celebrado e consumado entre batizados não pode jamais ser dissolvido.
2. Os cônjuges recebem uma graça própria do sacramento, pela qual:
a. Tornam-se consagrados, por um sacramento peculiar, para os deveres e a dignidade de seu estado.
b. Se fortalece sua unidade indissolúvel.
c. Se ajudam mutuamente a santificar-se com a vida matrimonial conjugal e na acolhida e educação dos filhos.

Entre batizados, o matrimônio foi elevado por Cristo Senhor à dignidade de sacramento[10].

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Notas:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1131.
[2] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1279.
[3] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1316.
[4] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1409; 1413; 1416.
[5] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1496-1497.
[6] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1532.
[7] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1536; 1598.
[8] João Paulo II, Carta Apostólica, 22 de maio de 1994.
[9] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1638-1640; 1660..
[10] Cf. Gaudium et Spes (=GS) 48,1; Cód. Dir. Can. 1055,1.

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PECADOS MORTAIS E VENIAIS[1]

O pecado é “uma palavra, um ato ou um desejo contrários à lei eterna”. É uma ofensa a Deus. Se levanta contra Deus mediante uma desobediência contrária à obediência de Cristo.

Fazer deliberadamente, isto é, sabendo e querendo, uma coisa gravemente contrária à lei divina e ao fim último do homem, é cometer um pecado mortal. Este nos destrói a caridade, sem a qual a bem-aventurança eterna é impossível. Sem arrependimento, tal pecado conduz à morte eterna.

“O pecado mortal destrói a caridade no homem por uma infração grave da lei de Deus; afasta o homem de Deus, que é seu último fim e bem-aventurança, preferindo um bem interior. Para que um pecado seja mortal, requer-se três condições:

1. Matéria grave

É definida pela lei divina (os Dez Mandamentos) e o fim último do homem.
2. Pleno conhecimentoÉ o conhecimento do caráter pecaminoso do ato, de sua oposição à lei de Deus (…) A ignorância involuntária pode reduzir, se não excusar, a imputabilidade de uma falta grave, porém não se supõe que alguém ignore os princípios da lei moral que estão inscritos na consciência de cada homem”.
3. Consentimento deliberado

Implica um consentimento suficientemente deliberado para ser uma escolha pessoal (…) Os impulsos da sensibilidade e as paixões podem igualmente reduzir o caráter voluntário e livre da falta, da mesma forma que as pressões exteriores e os transtornos psicológicos. O pecado mais grave é o que se comete por malícia, por escolha deliberada do mal”.

Comete-se um pecado venial quando não se observa, em uma matéria leve, a medida prescrita pela lei moral ou quando se desobedece a lei moral em matéria grave, mas sem pleno consentimento ou sem inteiro consentimento.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. §§ 1857; 1862;1871; 1874-1875.

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PECADOS CONTRA O ESPÍRITO SANTO[1]

Não há limites para a misericórdia de Deus, porém que se nega deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus mediante o arrependimento rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode conduzir à condenação final e à perdição eterna.

“Aquele que blasfema contra o Espírito Santo não terá perdão nunca; ao contrário, será réu de pecado eterno” (Marcos 3,29; cf. Mateus 12,32; Lucas 12,10).

Tradicionalmente, são os seguintes:

1. Desesperar-se da misericórdia de Deus.
2. Presunção de se salvar sem nenhum mérito.
3. Impugnar as verdades da religião.
4. Invejar as graças concedidas por Deus a outros.
5. Obstinar-se nos próprios pecados.
6. Impenitência final.

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 186

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PECADOS QUE BRADAM AO CÉU[1]

A tradição catequética nos recorda que existem “pecados que bradam ao céu”:

1. Homicídio voluntário
O sangue de Abel (cf. Gênese 4,10)

2. Pecado carnal contra a natureza
O pecado dos sodomitas (cf. Gênese 18,20; 19,13)

3. Oprimir o pobre
O clamor do povo oprimido no Egito (cf. Êxodo 3,7-10)

4. O lamento do estrangeiro, da viúva e do órfão
(cf. Êxodo 22,20-22)

5. A injustiça com o assalariado
(cf. Deuteronômio 24,14-15; Juízes 5,4)

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Nota:
[1] Cf. Catec. Igr. Cat. § 1867.

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