Santa Missa: remédio para as perseguições dos tempos modernos

Como nos primeiros tempos

Assim como nas primeiras épocas da era cristã, a Igreja de Cristo vem enfrentando enorme martírio. Nos séculos primeiros, sofria nas mãos do paganismo persecutório que a queria impedir de levar a Boa-Nova de Cristo aos homens e assim salvá-los.

Hoje a Igreja sofre diante de um neo-paganismo levado à cabo pelo liberalismo e pelo marxismo no mundo, mas especialmente pelo Modernismo, que alimenta e dá vigor a estas pragas das épocas hodiernas.

Por todos os lados se quer impedir a Igreja de falar e levantar sua voz em nome da justiça e do Evangelho, baseando-se para isto na liberdade de religião (liberdade mal entendida) e na laicidade do Estado (outro conceito mal compreendido e distorcido pelos liberais). Se quer legitimar o aborto, a manipulação do ser humano em idade embrionária como se fosse mero objeto, quer-se impedir o cristão de realizar seu culto público, de pregar o Evangelho aos homens, de combater os erros do Modernismo, do liberalismo e de todas as suas crias (o ativismo homossexual, o abortismo, a new age, etc). Critica-se, julga-se, ironiza-se, satiriza-se, desrespeita-se o Romano Pontífice como se não fosse o representante de Deus na terra, como se não fizesse as vezes de Cristo neste mundo. Dentro da Igreja mesmo os modernistas (hereges disfarçados de católicos, lobos em pele de cordeiro) perseguem os verdadeiros católicos, rechaçam-lhes, procuram calar-lhes e suprimir-lhes. Na África e na Ásia, os missionários são mortos, fuzilados, queimados no interior de suas igrejas, as missionárias são violadas e depois mortas.

A perseguição dos tempos atuais, silenciosa, apóstata, possui proporções tão grande ou maiores que aquela dos primeiros tempos.

Remédio para todos estes males: a Santa Missa

Sigamos, portanto, o exemplo dos primeiros cristãos. Eles conseguiram vencer todas as perseguições e sofrimentos, levantando com valentia a Cruz de Cristo, proclamando com bravura o Santo Evangelho.

Faziam-no por possuírem um alimento sólido, um refúgio seguro: a Eucaristia.

Em Nosso Senhor Jesus Cristo realmente presente na Eucaristia encontravam a força necessária para sobrepor-se a todos os males, a todas as perseguições e incoerências do mundo. Encontravam ali, aos pés de Cristo Eucarístico, a bravura precisa para prosseguirem sua jornada portando em seu coração a sabedoria da Cruz, a sabedoria de Deus, mesmo que ela significasse a loucura para o mundo. “Nós pregamos Cristo crucificado, escândalo para os judeus e loucura para os pagãos. Pois a loucura de Deus é mais sábia do que os homens, e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens” (I Coríntios 1,23.25).

Na Santa Missa, na renovação do Sacrifício incruento de Nosso Senhor, reafirmavam-se como filhos de Cristo, filhos da Luz, e assumiam com valentia sua missão de cristãos – homens de Cristo! –, mesmo que isso significasse sofrer o martírio e a morte como Ele.

Quantos morreram para poder usufruir das delícias da Santa Missa! Quantos!

E hoje uma casta de falsos cristãos, covardes e moleques, não consegue enfrentar sequer uma chuva para ir à igreja mais próxima participar do culto àquele que chamam de Senhor e provar das delícias da Eucaristia!

Destes falsos, inermes, moleques, covardes, pusilânimes, que acham por bem sustentar o nome cristão, mas nada fazem para sustentá-lo de fato, foi que falou Nosso Senhor ao dizer: “Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos” (Mateus 25,41); “Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus” (Mateus 10,33).

Somente na Santa Missa os cristãos encontrarão a força para enfrentar e os meios de solucionar a crise e os males dos tempos modernos.

Somente na Santa Missa obterão o poder necessário para mudar o mundo. Em nada mais poderão obtê-lo. Todo o resto será infrutífero, se não possuir seu alicerce na Eucaristia: todas as pregações, todas as penitências, todas as mortificações… Nada, absolutamente nada disso dará frutos se sua base, se seu fundamento não está na Eucaristia, na Santa Missa. “Se o Senhor não edificar a casa,em vão trabalham os que a constroem. Se o Senhor não guardar a cidade, debalde vigiam as sentinelas” (Salmos 126,1). Pois o Sacrifício Eucarístico de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrado, renovado e de fato realizado na Santa Missa, é “fonte e centro de toda a vida crist㔠(Conc. Ecum. Vaticano II, Const. Dogm. Lumen Gentium, n.11)

Beleza e Sacralidade na celebração da Missa: uma necessidade premente!

Mas que desgosto seria para Deus se o culto a Ele prestado fosse feio, sem qualquer sacralidade, sem a dignidade que é própria e devida a Nosso Senhor! Que desgosto teria o Senhor Deus se em lugar de um culto a Si visse, na realidade, uma celebração estapafúrdia, sem sacralidade, sem beleza, uma festança – um show! – e não a atualização de Seu Sacrifício! Que desgosto para Deus! E em sua tristeza, em sua ira, não deveria Ele nos punir pelo nosso relaxo, pela nossa indignidade, pela nossa negligência a sua Santidade e Divindade – sim, pois oferecer a Deus um culto indigno e feio é negligenciar a sua inestimável glória! –, pela nossa imprudência, pela nossa hipocrisia de levantar o rosto diante Dele na Eucaristia mesmo oferecendo-lhe um culto tão indigno de sua realeza?

A beleza é digna de Deus, pois a Ele tudo deve ser oferecido com o máximo de perfeição possível. Nada que façamos a Deus, nada que ofereçamos a Cristo, deve ser oferecido sem amor, sem respeito, sem reverência a Sua Santidade, a Sua Realeza, a Sua Divindade. Tudo que lhe ofereçamos a Deus deve ser oferecido buscando-se a perfeição, a plenitude de beleza e sacralidade que é devida a Deus.

Por isso o católico deve repudiar e nutrir asco pelos abusos litúrgicos, pelas profanações à Eucaristia, pelo sentimento errôneo e muito propagado hoje em dia de que Jesus Eucarístico nada mais é que um símbolo, ou por qualquer ato que induza, indique ou meramente sugira que o centro da Santa Missa não é a Eucaristia. Qualquer coisa, por ínfima que seja, que vise descentralizar a Eucaristia na Santa Missa deve ser repudiada pelo bom católico, pelo cristão de verdade. Por isso o bom católico deve combater vivamente os abusos litúrgicos, o desamor à Eucaristia e à Santa Missa, o desrespeito à Liturgia e qualquer tipo de irreverência a Nosso Senhor no culto a Ele oferecido.

Nada há de mais sujo, pecaminoso, vil e desprezível que oferecer a Deus um culto indigno e irreverente a Sua Majestade.

A beleza e sacralidade na Santa Missa são necessidades prementes! É preciso que haja beleza, que haja dignidade, que se respeite a Divindade e a santidade de Deus no culto a Ele (e somente a Ele!) prestado. Ao Deus que é sumamente Belo, Ele que é o Belo em si, não podemos oferecer nada que seja feio ou pouco bonito: devemos oferecer o que é belo, o que é bonito ao máximo – dentro de nossas pobres limitações humanas –, e assim reconhecer-Lhe a Beleza inigualável!

Somente assim poderemos agradar a Deus, produzir gerações de bons, valentes e fidelíssimos católicos (como no passado), e obter de Nosso Senhor Jesus Cristo sua intervenção na História, livrando a Igreja de todos os males, perseguições e injúrias, e garantindo-lhe a perpétua paz e felicidade.

Por que os modernistas não o desejam

Os hereges modernistas infiltrados na Igreja e ansiosos por destruí-La não se cansam de profanar a Eucaristia, de abusar da Liturgia, de desrespeitar as normas do culto santo, de afrontar a Santidade e a Majestade de Nosso Senhor Jesus Cristo com Missas feias, esdrúxulas, festeiras, pouco ou nada sacrais, profanadoras até.

Os modernistas sabem que destruir a Santa Missa, destruir o senso litúrgico, promover o desamor a Eucaristia entre os cristãos e sacerdotes é o modo mais eficaz de também destruir a Santa Igreja Católica – como se isto fosse possível, como se Cristo não tivesse prometido guardá-la e protegê-la!

Por isso os modernistas estimulam abusos litúrgicos, profanam a Eucaristia, promovem Missas horríveis, feias ao extremo, indignas de serem oferecidas a Deus, pois que atuam mais para sua tristeza e ira do que para seu culto e felicidade.

Os modernistas querem destruir a Igreja e a Santa Missa. Para fazer frente a estes inimigos de Deus e defender a dignidade da Eucaristia e da Igreja de Cristo, é sumamente necessário que os católicos se ponham corajosamente em defesa da Santa Missa, da Santa Eucaristia, combatendo profanações, abusos litúrgicos e despeitos à Majestade de Deus.

Apelo aos Bispos

Apelamos, por fim, aos Sucessores dos Apóstolos e Pastores da Igreja. A eles cabe, em primeiro lugar, a defesa da Eucaristia e a garantia de um culto digno e belo a Nosso Senhor Jesus Cristo, um culto que O agrade, que O adore, que O deixe feliz.

Apelamos para que combatam os modernistas litúrgicos nas Igrejas particulares que lhes foram confiadas. Apelamos para que promovam sempre mais celebrações belas e dignas de Nosso Senhor. Apelamos para que abram mais espaços para a Missa Tridentina – uma Missa bela, uma Missa de tantos santos! – e que nas Missas segundo o Novus Ordo  estimulem o uso do latim, da posição versus Deum, de paramentos dignos, do canto gregoriano, do silêncio necessário à oração e adoração.

Apelamos aos Bispos para que, exercendo seu papel de Sucessores dos Apóstolos e em estrita fidelidade ao Santo Padre, o Papa, Príncipe dos Apóstolos, ofereçam a Deus a beleza e a sacralidade de culto que lhe são dignas, que lhe são devidas, que lhe são prementes, necessárias, urgentes!

Somente ofertando a Deus um culto digno e belo, repleto de sacralidade e reconhecedor de Sua Divindade e Beleza inigualáveis, poderemos encontrar forças para vencer os males dos tempos modernos, e também obter de Deus, agradando-Lhe, que atue em nosso favor o quanto antes, garantindo-nos mais rápido a vitória frente as perseguições e investidas dos inimigos de Deus e da Igreja.

Taiguara Fernandes de Sousa.

“Omnes cum Petro, ad Iesum, per Mariam”

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