As listas autênticas são catálogos administrativos expedidos por Papas ou autoridades da Cúria Romana que apontam o preço que os escrivães responsáveis pela emissão de documentos deveriam cobrar do requerente caso ocorresse o cancelamento de alguma sanção eclesiástica e tal documento fosse de alguma forma solicitado. De maneira nenhuma se referiam ao Sacramento da Penitência, único meio ordinário pelo qual a Igreja Católica, através de seus sacerdotes, administra o perdão dos pecados após o Batismo (e o outro meio, este extraordinário, seria através do Sacramento da Unção dos Enfermos).
A “Taxa Camarae” e demais listas falsas, ao contrário, querem dar a falsa impressão de que o requerente está pagando para comprar a própria absolvição dos pecados, por um terceiro meio – impossível e inexistente – além dos Sacramentos da Penitência e da Unção dos Enfermos.
Ademais, a legislação pontifícia apenava com excomunhão qualquer tentativa de se receber dinheiro pelo perdão dos pecados, mesmo sob a forma de esmola dada por iniciativa do próprio penitente, como se constata por documentos da mesma época e também em outros ainda mais antigos.