Sobre citação da RCC em artigo sobre apostasia católica

Semana passada o artigo “A Debandada Católica e a Apostasia dos Últimos Tempos” de autoria do Prof. Alessandro Lima, causou certa indignação e dúvida por parte de várias integrantes da RCC, conforme atestamos nas mensagens recebidas.

Temos de matizar, como, aliás, é próprio do católico. Analisar tudo e reter o que é bom, conforme nos ensina São Paulo.

Muitos grupos, movimentos (num sentido amplo, não só as associações de fiéis) surgem fora da Igreja, e, após um tempo, nela ingressam. Foi assim com os movimentos de pobreza da Idade Média. Surgiram no meio dos hereges, dos espirituais. Aos poucos, alguns católicos começavam a se interessar por eles, mas não foi fácil a “descontaminação”, se é que podemos dizer assim. Precisou vir um São Francisco e um São Domingos para “purificar” esses movimentos de pobreza, surgidos fora da Igreja e que nela agora ingressavam, pedindo cidadania católica.

Caso semelhante é o da RCC. O movimento pentecostal surgiu fora da Igreja, entre protestantes no fim do século XIX, início do XX. Aos poucos, alguns católicos (antes de Duquesne mesmo) foram se interessando pela explosão carismática/pentecostal, através do contato com os protestantes. Não demorou para que esses católicos aderissem ao pentecostalismo (como os católicos medievais que aderiram ao movimento de pobreza).

Como todo movimento surgido fora da Igreja, é possível que haja coisas boas nele, que devem ser aproveitadas. Mas, imitando São Francisco, é preciso purificar esses movimentos, pois, ao lado do trigo, há muito joio.

Assim entendo a RCC. Por ter surgido fora da Igreja, nem por isso temos de descartar. Porém, pelo mesmo motivo, é preciso purificá-la. É um processo lento, demorado, cauteloso. Os Papas estão fazendo isso. E a RCC, no geral, está cada vez mais católica.

É normal, entretanto, que alguns ambientes da RCC não consigam se purificar tanto, e seja difícil para eles livrar-se da herança protestante (que se manifesta de modo inconsciente, por vezes, na maior boa vontade e na melhor das intenções). Se a RCC for humilde (e seus líderes o são!), aceitará ser corrigida, para sua purificação.

Fosse um movimento surgido exclusivamente dentro da Igreja, não seria preciso tamanho trabalho. Mas Deus tem seus caminhos…

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