Três Papas

Na primeira epístola aos Coríntios, o Apóstolo Paulo dá uma “bronca” na comunidade, pois havia divisões entre eles:

– “Refiro-me ao fato de que entre vós se usa esta linguagem: Eu sou discípulo de Paulo; eu, de Apolo; eu, de Cefas; eu, de Cristo. Então estaria Cristo dividido? É Paulo quem foi crucificado por vós? É em nome de Paulo que fostes batizados?” (1Coríntios 1,12-13).

– “Pois que é Apolo? E que é Paulo? Simples servos, por cujo intermédio abraçastes a fé, […] Quanto ao fundamento, ninguém pode pôr outro diverso daquele que já foi posto: Jesus Cristo” (1Coríntios 3,5.11).

Infelizmente, nesse momento em que assistimos à renúncia do Papa Bento XVI e à eleição do Papa Francisco, é possível ouvir comparações e manifestações de partidarismo, havendo aqueles que são “de Bento” e aqueles que são “de Francisco”.

Impressionante como hoje, tanto tempo depois, a “bronca” de Paulo ainda é tão necessária… Continuamos com uma mentalidade mundana e pouco espiritual… É sabido que o Espírito Santo manda o Papa que a Igreja precisa em cada momento da história.

Em 1978, com o geopolítica bipolar da guerra fria, a tensão e ameaça permanentes diante do avanço do comunismo e dos regimes ditatoriais, ao Espírito Santo aprouve mandar-nos João Paulo II, que segurou o leme da Barca de Pedro com firmeza, mantendo-a aprumada no meio das tempestades, sempre mantendo a unidade e mirando em um futuro melhor. Foi o Papa da Esperança.

Em 2005 os desafios eram outros, com o relativismo e vários ventos de doutrina soprando, o Espírito Santo nos manda Bento XVI, que estudou os mapas, traçou as rotas, instruiu a tripulação… foi o Papa da Fé.

Em 2013, com a Barca de Pedro estável e com a rota traçada e estudada, o Espírito Santo nos manda Francisco, que movimentará os motores e nos guiará na missão urgente que é a Nova Evangelização. Seu jeito de pregar cativa os simples e seus gestos nos ensinam a humildade pelo exemplo. É o Papa da Caridade.

Três momentos, três virtudes, três faces do Cristo. Não sejamos a juventude do Papa A ou B, mas a juventude do Papa, a juventude de Cristo! Não há descontinuidade ou contradição entre o magistério dos Papas. A doutrina é una!

Somos uma juventude privilegiada, podemos amar nossos três Papas: um no céu, como intercessor, já beatificado; um Papa emérito; e um Papa reinante.

Habemus Papam!

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