Virtude e boa ciência

“Non vogliate negar l’esperienza di retro al sol, del mondo sanza gente. Considerate la vostra semenza fatti non foste a viver come bruti ma per seguir virtute e canoscenza”[1].

Uma das características do “novo ateísmo” é a falta de rigor científico de seus promotores. Dawkins, Hitchens e não nos esqueçamos do cômico Odifreddi, atacam a crença em Deus com armas e argumentos que não serviram a Anatole France há cerca de um século. E acrescento que tanto Anatole France quanto Bertrand Russell ficariam vermelhos de vergonha por ver a pobreza intelectual que a causa atéia representa atualmente. Sim, atualmente, quase um século depois da publicação de “La Revolte des Anges” (A Revolta dos Anjos) e “Why I Am not a Christian” (Porque não sou Cristão), os últimos autores ateus vêm disparando um ataque desordenado que evidencia uma notável falta de rigor filosófico que só pode ser explicada como uma cegueira abismal ou uma absoluta má vontade.

Uma das colunas deste ácido movimento, o italianíssimo professor de matemática Piergiorgio Odifreddi, foi recentemente entrevistado pelo “El País”, um jornal de Madri. Cito a parte da entrevista que nos interessa, para observar a involução dos argumentos do Ateísmo dos últimos cem anos. Referindo-se à crença em Deus, o jornalista lhe pergunta:

– Porém, como um matemático formula algo que carece de toda lógica?

[Responde o professor Odifreddi]:

– Este livro possui duas inspirações claras: a obra “Porque não sou Cristão”, de Bertrand Russell, e aquela de Benedetto Croce, “Porque não Podemos nos Considerar Cristãos”. A idéia nasceu porque todo ano editamos um livro de Russell e deveríamos então fazer isso. Relí o livro e pareceu-me que, devido o passar do tempo, estava ultrapassado. Disse isso ao editor e ele me propôs que eu fizesse uma interpretação minha…”[2].

O que salta à vista neste sincero comentário do professor Odifreddi é justamente a sua franca confissão de que a obra de seu colega matemático estava ultrapassada. E concordo com ele: muitas das ideias de Russell eram ultrapassadas e algumas chegaram a ser ultrpassadas mais rápido do que outras. Algumas dessas ideias ainda correm o mundo, como a mula-sem-cabeça, dando voltas na escuridão após terem sido devidamente refutadas há muitos e muitos anos. Esses conceitos errados vivem sua vida antinatural às custas da ignorância de pessoas que ainda hoje os aceitam. Entretanto, retornemos a Bertrand Russell…

A minha afeição à matemática pode levar-me a escrever demais e avançar sobre temas que, em geral, são chatos. Porém, peço paciência e asseguro desde já que o leitor não cairá frustrado.

Odifreddi admite que a obra anticristã de Bertrand Russel está ultrassada e as razões disso analisaremos mais a frente. O que desejo acrescentar por ora é que houve outras ideias de Bertrand Russell – conclusões matemáticas – que duraram menos que um suspiro.

BERTRAND RUSSELL

Bertrand Russell iniciou sua carreira como matemático mas logo foi distraído pela filosofia ou, melhor dizendo, pela má filosofia. Foi uma espécie de João Crisóstomo ao contrário e sua retórica dourada foi colocada a serviço das piores espécies de Humanismo – aquelas que logo degeneraram nas ideias de Hitler e seus amigos. Russell dedicou-se ao estudo dos paradoxos de Georg Cantor, que então havia produzido uma série de obras acerca do estudo da infinitude. Não contente em estudar no silêncio os paradoxos da obra de Cantor, Russell passou a atacar a própria Lógica. E por breve tempo obteve certa fama, já que as suas conclusões pareciam ser bastante razoáveis.

No entanto, como às vezes ocorre, os que conheciam seriamente a Matemática passaram a sentir um mau cheiro no ar, algo estava obviamente errado nas assertivas de Russell. Uma dessas afirmações era relacionada à Teoria dos Conjuntos. Explicada em termos bastante simples, o Paradoxo de Russell propõe uma contradição (não vou explicar isto aqui, pois encontra-se em qualquer livro de Matemática) que já tinha sido apresentada por Epimênides há cerca de 25 séculos antes: trata-se do paradoxo do mentiroso que afirma: “O que eu digo é falso”; mas como é claro, se o que o mentiroso disse é verdade, então é falso! Não importa como se considere isto, a situação parece desarmar as próprias bases que sustentam toda a ordem lógica. Desde logo tudo é suspeito!

Muitos ficaram quebrando a cabeça. Muitos, com exceção de um jovem matemático da cidade de Brno, situada no que era então o Império Austro-Húngaro. Este rapaz, que rapidamente tornou-se um dos poucos amigos íntimos de Albert Einstein, chamava-se Kurt Gödel. Seus restos mortais descansam nos fundos de uma casa que ele morou em Princeton, Nova Jersei, não muito longe de onde escrevo estas linhas. Refletindo sobre este paradoxo de 25 séculos, Gödel produziu o seu Teorema do Incompleto[3] que assombrou a todos, especialmente aquelas pessoas que podiam compreendê-lo.

Naqueles dias, Bertrand Russell afirmava que o trabalho de respeitáveis matemáticos como David Hilbert logo acabaria com as poucas áreas da Matemática que ainda restavam a ser exploradas. Em suma, Hilbert acreditava que era possível construir um sistema axiomático que regeria toda a Matemática; este sistema iria permitir afirmar com certeza se uma assertiva matemática era correta ou não. Russell era um daqueles que esperavam ansiosamente que Hilbert concluísse seu trabalho para, assim, poder declarar que já se conhecia toda a Matemática que havia para se conhecer.

KURT GÖDEL

O trabalho de Gödel lançou por terra as especulações de Russell, provando que Hilbert estava errado de uma extremidade à outra.

O que Gödel fez para prová-lo? Gödel desenvolveu uma alternativa para a paradoxa afirmação de Epimênides. Começou com a famosa assertiva “esta afirmação é falsa” e a transformou em “esta afirmação não pode ser provada”. Para fazê-lo, Gödel precisou desenvolver uma nova disciplina matemática que algumas décadas depois seria aplicada no desenvolvimento de linguagens cibernéticas de inteligência artificial. Mas a nós o que importa é que Bertrand Russell estava equivocado. Sei que soa um pouco contencioso, mas seria necessário escrever um livro de Matemática para explicar a revolução causada por Gödel e não podemos nos dar esse luxo aqui neste artigo. Creio que seja o suficiente resumí-lo assim: Gödel provou que existe a verdade na Matemática (uma certeza objetiva que sustenta tudo e que existe independente do pensamento humano). As conclusões positivistas e pós-modernistas restaram destruídas apesar disso não deter o seu avanço.

A ciência passou os próximos 20 anos olhando com preocupação a genial prova de Gödel. Bertrand Russell continuou sendo ateu e seguiu debatendo com G. K. Chesterton, mas se absteve de fazer previsões pelo resto da sua vida. No entanto, o episódio evidenciou a sua falta de rigor científico e a sua parcialidade, pois o homem de ciência, ateu ou crente, deveria antes de mais nada ser honesto e seguir a evidência, nada importando aonde irá parar. Russell – como os ateus de hoje – apostava apaixonadamente em um resultado guiado pelo seu desejo interior de declarar a rainha das ciências como um terreno totalmente conquistado pelo homem. Deus parece ter-lhe pregado uma peça: até hoje a Matemática continua crescendo em extensão, indo bem além da teoria dos conjuntos.

Mais ou menos na época em que Gödel exercitava o cérebro tentando colocar em ordem o seu Teorema, um veterano da I Guerra Mundial era professor de Literatura Inglesa em Oxford; seus amigos o conheciam como Jack Lewis. A morte de sua mãe, quando tinha apenas 9 anos de idade e alguns estudos de esoterismo em sua juventude inicial, impulsionaram o jovem C. S. Lewis ao Ateísmo. Por anos sua pluma destilava um elegante desprezo por todas as “religiões, ainda que devessem ser chamadas por seu [verdadeiro] nome – mitos -, das quais o Cristianismo não é nada mais que a mais recente…” etc. etc. Mas Deus tinha reservado a este Saulo de Tarso moderno o papel de apóstolo cristão do século XX aos povos de língua inglesa. Porém isto não se deu senão alguns anos depois que Lewis, de uma maneira quase milagrosa, se entregou a Deus e, mesmo assim, não sem alguma resistência.

Lewis tinha a vantagem de ter aprendido todos os dialetos do grego antigo desde a tenra idade. Pertencia à última geração formada na rígida disciplina clássica. Conhecia bem os mitos da humanidade, especialmente os mitos teutônicos, dos quais desfrutava desde a sua infância. Ao relatar a história de sua conversão, Lewis recorda que primeiro reconheceu a existência de Deus, mas não chegou a aceitar a Encarnação de Deus em Jesus Cristo, embora a ideia não lhe desagradasse. Também se sentia atraído pelas religiões do Indostão. Lewis não achava que o Cristianismo fosse suficientemente original.

A MORTE DE SIGFRIDO

Em Cristo estavam presentes todos os elementos do mito solar que antes tinha encontrado em Balder, Sigfrido, Osíris, Marduk e tantos outros. Lewis entendia que essa falta de “originalidade” do Cristianismo era um defeito e que todos estes mitos análogos podiam ser explicados como parte da psicologia humana. O que Lewis não sabia nessa época é que já Santo Agostinho de Hipona tinha observado que a alma do homem fora feita para Cristo e que não encontra paz até repousar n’Ele. A razão da similaridade de tantos mitos antigos com a história de Jesus é justamente esta: fomos feitos para Cristo e, se não o conhecemos, temos que inventar algo que o substitua. Essa é a origem de todos os mitos; de fato, a origem de todas as inquietudes humanas transcedentais. Lewis estava observando o problema a partir do extremo oposto. Cristo não é a sublimação de uma necessidade psicológica humana que faz uso do mito, mas justamente o contrário: o mito é a versão limitada que a humanidade perdida precisa construir para preencher o vazio que a ausência de Cristo deixa.

Foi realmente lendo os Evangelhos com um amigo ateu – cujo nome nunca revelou – que Lewis enfrentou finalmente o poder do “mito cristão”. Enquanto ambos faziam uma comparação informal da história cristã com a de mitos pagãos análogos, o seu amigo ateu exclamou: “Puxa! Parece que isto realmente ocorreu pelo menos uma vez!”[4]. Lewis era crítico literário dos melhores, talvez o melhor da sua geração. Comentando sobre a sua experiência ao ler os Evangelhos, disse:

“Conheço um mito quando o vejo; conheço uma lenda quando a vejo; e conheço um testemunho vivo quando o vejo. Reconheço uma metáfora quando a encontro. Tudo isto encontra-se na Bíblia; tudo é inspirado. Porém, acima de tudo, isso é História”.

Lewis não queria ser cristão, mas tampouco era capaz de viver uma mentira. Em seu interior havia ocorrido uma descoberta fundamental: havia percebido que ele próprio não era Deus. Algo forçava o seu intelecto a partir de fora; algo o procurava e ele se sentia como a raposa perseguida por dezenas de cachorros, que sabe perfeitamente que o fim é apenas uma questão de tempo. Aterrorizado diante da ideia de ter sido encontrado por Deus, Lewis aguardava o xeque-mate final. Nesse estado mental, leu a obra de Chesterton, “The Everlasting Man” (O Homem Eterno):

“Um grande homem sabe que ele mesmo não é Deus e quanto maior ele é, melhor o sabe. Os Evangelhos declaram que este misterioso Criador do mundo nos visitou pessoalmente. O máximo que qualquer dos profetas havia feito até então era se declarar como fiel servidor desse Ser. Contudo, se o Criador esteve presente na vida diária do Império Romano, isso é algo ímpar e sem paralelo na natureza. É a mais assombrosa declaração que um homem havia feito desde que articulou sua primeira palavra. Reduz ao pó e à falta de sentido qualquer comparação entre as religiões”[5].

Aí estava tudo: nos Evangelhos. Era possível enxergar os elementos míticos, a ascensão de Cristo desde a sua obscura aldeia na Galiléia até a cena do Calvário. A penetrante sabedoria dos seus ditos concentrava e refinava os pensamentos de todos os filósofos e os elevava a alturas majestosas sem perder por isso a linguagem simples e camponesa. As metáforas estavam ali, mas não eram simples invenções literárias como as de Kenningar der Skalden, que Lewis estudava com os seus alunos. Aquelas eram metáforas feitas com vidas de homens e mulheres entrelaçadas com seus nomes próprios e os nomes de cidades e regiões que tinham existido por séculos antes que o evento dos Evangelhos ocorresse. Uma mão sobrenatural parecia dispor tudo sem que nada sobrasse ou faltasse. Era Deus! Era esse Deus feito homem que havia preparado Lewis por anos, moldando suas emoções, sua mente e seus estudos, para que lhe servissem um dia para buscá-Lo.

C. S. LEWIS

Finalmente, em uma caminhada depois da ceia com Hugo Dyson e J. R. R. Tolkien, seus amigos lhe apontaram que a única diferença entre os vários mitos e o Cristianismo era a de que nunca tivéramos notícia de que Osíris tinha caminhado na terra, mas Jesus, ao contrário, tinha deixado pegadas; houve gente que falou com Ele, que o viu e comentou o que Jesus havia feito. Lewis acaba descrevendo a cena em poucas mas arrepiantes linhas:

“Enquanto continuávamos caminhando, fomos interrompidos por uma rajada de vento que ocorreu tão subitamente nessa quente e calma tarde, lançando em cascata tantas folhas, que imaginamos que estava chovendo. Todos nós contivemos o fôlego, apreciando a êxtase desse momento”.

Parece que Deus se fez presente na vida de Lewis desde então. Chegou a ser um dos grandes defensores da fé cristã e suas obras continuam gerando conversões até hoje. O autor destas linhas pode atestar isso com sua experiência pessoal.

O mundo no qual Lewis brilhou acabava de perder G. K. Chesterton. Eram os anos da II Guerra Mundial, quando ainda os Estados Unidos e a Inglaterra podiam ser considerados nações cristãs enfrentando a realidade de dois regimes ateus e anticristãos: a Alemanha nazista e a União Soviética.

A vitória dos Aliados não trouxe como consequência um ressurgimento das ideias cristãs; muito pelo contrário. Lewis enfrenta a realidade por vir em uma das suas obras-primas, “The Abolition of Man” (A Abolição do Homem).

Tendo conhecido a vida de ambos os lados da controvérsia, ateus x crentes, Lewis sabia que no centro da negação atéia estavam duas coisas fundamentais: a primeira é o desejo de ver-se livre dos laços da moral; a segunda, instigada pela primeira, é uma forma de reducionismo deliberado que tenta demolir a razão, já que todo homem sabe em seu íntimo que a razão é a ordem natural dos pensamentos e que, por detrás de toda ordem natural, encontra-se Deus.

A minha frase favorita nessa obra, “The Abolition of Man”, é esta:

“Talvez eu esteja pedindo algo impossível. Talvez na natureza das coisas, a compreensão analítica deve ser um basilisco que mata tudo o que vê e que só pode ver através do matar. Porém, se os próprios cientistas não podem deter esse processo antes que alcance e mate também a Razão, então alguém precisa detê-la”.

Este livro é talvez uma das mais claras defesas da Lei Natural que se pode ler. Logo Lewis transportaria as ideias deste livro para o terceiro livro de sua trilogia de ficção científica, “That Hideous Strength” (Aquela Força Medonha). O que me interessa extrair da obra de Lewis em geral e deste livro em particular é a sua visão quase profética do futuro da educação e das ciências. Este livro analisa valentemente o que já havia ocorrido em 1944 na sociedade e, de fato, o que iria ocorrer com a nossa forma de entender o universo. Lewis despreza as vozes de pessoas como Bertrand Russell, que consideram ter atingido o fim da História ou o início de um novo mundo onde o homem transforma a si mesmo em um deus e começa a mudar a própria trama da Lei Natural. Lewis deduz que a última conquista do homem resulta na abolição do homem: ao concentrar toda a sua atenção em si mesmo e subjetivizar todas as suas experiências, o homem deve obrigatoriamente destruir a razão que é a última parcela de divindade que todavia vive nele. As experiências genéticas dos nazistas já tinham oferecido um adiantamento das tétricas maravilhas que estavam por vir. Hoje o confirmamos: o aborto legalizado nos Estados Unidos já matou muito mais americanos que todas as guerras juntas desde a II Guerra Mundial. O que o odioso fragor da guerra não conseguiu obter foi tarefa fácil para as ideologias da morte que provêm justamente da negação de Deus e da noite da razão que permanece, uma vez que afastamos Deus do nosso meio.

A obra de Lewis começa como uma crítica a um livro usado nas escolas do seu tempo, “Reflections on education with special reference to the teaching of English in the upper forms of schools”. Este livro é, talvez, um dos primeiros ataques contra a verdade objetiva nas escolas inglesas do século XX.

Se Gödel tinha provado a existência de uma verdade objetiva no mundo abstrato da Matemática, Lewis provava em “The Abolition of Man” que a Lei Natural é a sua equivalente moral, existente fora do homem e não como uma “construção” que os homens podem modificar ao seu bel-prazer.

As conclusões de Gödel e Lewis em suas respectivas áreas de conhecimento foram mal-entendidas e principalmente ignoradas. O pós-modernismo continuou avançando tal como um câncer maligno que se espalha pouco a pouco por todo o corpo.

Hoje vivemos no mundo criado em sua maior parte por esses educadores que começaram subjetivizando toda verdade. Vivemos na cultura que aceita que a mulher mate o seu próprio filho apresentando como única justificativa: “é o meu corpo”, muito embora, ao mesmo tempo, considera que aqueles que crêem na transubstanciação baseada nas palavras de Cristo, “Isto é o meu Corpo”, estão expostos a uma perigosa superstição.

As coisas chegaram a tal ponto que o próprio Papa precisa investir tempo e consideráveis argumentos filosóficos para desbancar o relativismo, uma das ideias mais próximas ao sem-sentido absoluto que se tem produzido neste mundo desordenado… Um mundo que chegou a aceitar que “tudo é relativo” – exceto este axioma que, longe de ser relativo, é aplicado com força absoluta buscando a destruição da razão. O Paradoxo de Russell volta a se apresentar disfarçadamente, aumentando o perigo mortal que representa viver a vida e organizar a sociedade humana com base em uma falsidade manifesta que foi escolhida para substituir a verdade.

No início deste artigo eu disse que os ateus profissionais que encontramos ultimamente apresentam argumentos, provas e raciocínios totalmente carentes de rigor filosófico e científico, quando não privados de qualquer sentido comum. Pois então, senhores, isto não é algo que surgiu da noite para o dia. Como Lewis bem apontou em 1944, podemos dizer que investimos tempo e esforço educando várias gerações nas particularidades da sem-razão subjetiva. Portanto, não devemos agora nos surpreender que pessoas como Bertrand Russel, Dawkins, Hitchen e Odifreddi surjam com um mundo de ideias afastadas das razões que enriqueceram a nossa civilização desde os tempos de Epimênides.

Analisaremos isso em nosso próximo artigo.

_________
NOTAS:

[1] “Não vos empenheis em negar a experiência
De costas para o sol, o mundo inabitado
Considerai essa semente vossa,
Que não fostes criados para viver como feras
Mas para seguir a virtude e a ciência”
(Dante Alighieri, Divina Commedia, Inferno, canto XXVI,116-120).
Tradução do Autor. Aceitam-se correções de quem conheça melhor o italiano clássico.
[2] “Se leram bem a Bíblia, deveriam crer”. Entrevista de Jesús Ruiz Mantilla a Piergiorgio Odifreddi, publicado pelo jornal El País Semanal. Madri, 6 de junho de 2008.
[3] “Godel’s Proof” (A Prova de Gödel). Ernest Nagel, James Newman, Douglas R. Hofstadter. Publicado por New York University Press, Nova Iorque, 1958.
[4] “Rum thing. Seems to have really happened once”.
[5] “The Everlasting Man”. G. K. Chesterton.

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