O sacrifício sob a Lei Antiga e sob a Nova Lei

Na lei mosaica havia os seguintes sacrifícios cruentos sob incumbência dos membros da tribo de Levi:

HOLOCAUSTO

As vítimas eram oferecidas ao domínio de Deus em reconhecimento por seu poder sobre todas as criaturas. Queimava-se a vítima de tal modo que ninguém a pudesse comer, para prestar , por essa consumação , uma homenagem plena ao soberano domínio de Deus.

Era um sacrifício de latria, nesta imolação a vítima era totalmente consumida no fogo, como um reconhecimento do absoluto domínio de Deus, prestando-lhe, assim, o culto de latria (de adoração)

SACRIFÍCIO PROPICIATÓRIO

O sacrifício propiciatório era oferecido para a expiação dos pecado , de modo a tornar Deus propício. Este sacrifício era também chamado “hóstia pelo pecado”, sendo a vítima unida ao holocausto, e essa vítima era então dividida em três partes, sendo que uma parte era consumida sobre o altar dos holocaustos, a outra era queimada fora do acampamento, e a terceira era comida pelos sacerdotes. Aqueles que ofereciam as vítimas pelos seus pecados não as podiam comer; e quando os sacerdotes ofereciam por eles mesmos , ninguém as consumia.

SACRIFÍCIO EUCARÍSTICO

O sacrifício eucarístico era oferecido para agradecer a Deus qualquer favor recebido. Eram sacrifícios de ação de graças.

SACRIFÍCIO IMPETRATÓRIO

O sacrifício impetratório era feito para pedir a Deus qualquer graça importante.

Os sacrifícios eucarísticos e impetratórios, também chamados de “pacíficos”, se distinguiam da “hóstia pelo pecado” pelo fato de que o povo e os sacerdotes deviam participar , consumindo uma parte da vítima.

O sacrifício de impetração ou hóstias pacíficas: esta hóstia eucarística, ou impetratória, era oferecida para agradecer a Deus por todos os bens recebidos e pedir graças, para a vida, a saúde,

SACRIFÍCIO EXTERIOR:

O sacrifício exterior era um oferecimento a Deus de uma coisa sensível e exterior para ser destruída ou sofrer mudanças , o que era feito por quatro razões :

– reconhecer o domínio soberano de Deus 

– reconhecer a nossa dívida para com a justiça suprema de Deus e obter o perdão ; 

– agradecer as graças 

– pedir a graça necessitada

Catecismo da Santa Missa sob o Sacrificio da Lei Antiga.

Havia sacrifícios incruentos na Antiga Lei?

Sim, havia, também, os seguintes sacrifícios incruentos na Antiga Lei:

1 – A oferenda da flor de farinha, misturada ao azeite e incenso, queimada no altar dos holocaustos;

2 – O sacrifício do bode expiatório: na festa da expiação solene o povo apresentava dois bodes, embora um fosse degolado, o outro era oferecido vivo. O sacerdote impunha suas mãos na cabeça da vítima, confessava os pecados da nação, carregava-os no animal imundo e lançava-o no deserto.

3 – O sacrifício do pássaro posto em liberdade: para purificar uma casa infestada pela lepra, tomavam-se dois pássaros puros; imolava-se um num vaso cheio de água, no qual se vertia seu sangue, e, o outro, era imerso até a cabeça na água misturada com sangue, com um madeiro de cedro, hissopo e púrpura; após espargir a água, soltava-se o pássaro puro, livremente.

Que significavam estes sacrifícios da lei mosaica?

Facilmente se compreenderá que todas estes sacrifícios e cerimônias da lei mosaica eram figuras vivas do sacrifício de Jesus Cristo e dos frutos que deles resultariam aos homens para sua salvação.

Que méritos havia naquelas oferendas imperfeitas?

Embora imperfeitas, todo o mérito daquelas oferendas se baseava na obediência à ordem divina que as havia prescrito, e na fé e nas disposições interiores dos que

O SACRIFÍCIO DA MISSA É PREFIGURADO DOIS MIL ANOS do Cristo institui-lo

A Sagrada Escritura relaciona a oblação vicária que Jesus fez de seu Corpo e Sangue, na Última Ceia, com o fato de ser Ele sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, como O chamou o rei David.

Diz o Livro do Gênesis:

“18-Então, Melquisedeque, monarca de Salem, tomou pão e vinho, pois era sacerdote do Deus Altíssimo, 19 os benzeu, exclamando: ‘Bendito Abraão do Deus Altíssimo, criador do céu e da terra, 20 e bendito seja Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos em tuas mãos!’ Depois do que Abraão lhe deu o dízimo de tudo”

O SACRIFÍCIO DA MISSA POR DAVID

O rei David dá a Jesus Cristo, no salmo 109, o título de Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque, porque nosso divino Salvador irá empregar o pão e o vinho no Sacrifício da Nova Aliança, como outrora o havia feito Melquisedeque.

O rei profeta O chama Padre eterno porque pai Ele sempre será e porque o sacrifício que Ele irá instituir e existirá até o fim dos tempos graças ao sacerdócio católico.

MALAQUIAS

Malaquias diz, no primeiro capítulo, versículo 11, que “depois do nascer e até o pôr do sol, será oferecido, em toda parte (em todo lugar um sacrifício puro e sem mancha à majestade do Altíssimo”.

POR JEREMIAS

O profeta Jeremias, no capítulo 33, versículo 18, profetiza que “nunca se verá faltar os sacerdotes e os sacrifícios”.

E é a Igreja Católica, pelo ministério dos seus sacerdotes, que oferecerá até o fim dos tempos, em todos os lugares, o Sacrifício da Cruz, perpetuado pelo santo Sacrifício da Missa, conforme as profecias de David, Malaquias e Jeremias.

O sacrifício também prefigurado em Abraão e Isaac foi concretizado no Sacrifício da Cruz e é continuado pelo Sacrifício da Missa, que é o Sacrifício da Nova Lei.

Catecismo da Missa sobre o Sacrifício Antigo e o Novo

Que dizia o profeta Davi sobre os sacerdotes do Antigo Testamento?

Nossos sacerdotes, dizia Davi, são conforme a ordem de Aarão; sucedem-se e substituem-se quando a morte os arrebata; porém virá outro pontífice que é o meu Senhor, a quem disse Deus: “Tu és sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque” (Sl 109, 4).

Que disse Davi sobre os holocaustos?

“Escuta Israel e entende o que diz este celeste pontífice pela boca de um dos seus enviados: os holocaustos, ainda que ordenados por Vós, Senhor, não lhes são agradáveis, mas Vós me destes um corpo para Vos oferecer e eu disse: “eis que eu venho” (Sl, 39, 8).

Que disse o profeta Malaquias sobre o sacrifício prometido?

Disse Malaquias:

1 – “A glória do segundo templo apagará o esplendor do templo erigido por Salomão” porque eu nele aparecerei para começar meu sacrifício.

2 – Finalmente, eu “não receberei mais vítimas de vossas mãos; meu nome não só será conhecido na Judéia, mas será grande entre todos os povos da terra, porque desde o “ocaso até a aurora, e em todo lugar se sacrifica e se oferece uma oblação pura em meu nome. Parece que já vejo esta oblação, e os tempos em que ela será oferecida não estão distantes” (Mal 1, 10 -11).

Santo Agostinho, no seu décimo-sétimo Livro da Cidade de Deus, referindo-se ao santo Sacrifício da Missa, diz: “Este Sacrifício foi estabelecido para tomar o lugar de todos os sacrifícios do Antigo Testamento”, para tomar o lugar dos sacrifícios da Antiga

O sacrifício de Cristo veio em substituição aos anteriores.

E o Sacrifício da Missa, será oferecido, até o fim dos tempos, “em toda parte” pelo “sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque”, a Deus:

– para adorá-Lo, e sob este aspecto o sacrifício é LATRÊUTICO;

– para Lhe dar graças pelas merces alcançadas, neste caso remete ao aspecto EUCARÍSTICO;

– para aplacá-Lo, dar-Lhe satisfação pelos nossos pecados, para sufragar as almas do Purgatório, e sob esta perspectiva o sacrifício é PROPICIATÓRIO como no AT e

– para alcançar todas as graças que nos são necessárias, e sob este ponto de vista o sacrifício é IMPETRATÓRIO como no AT

Temos, assim, o único Sacrifício da Nova Aliança substituindo todos os sacrifícios da Antiga Aliança, os quais não agradavam a plenamente Deus.

Diz o Catecismo do Concilio de Trento sobre o Sacrificio da Missa

Sessão XXII (17-9-1562)

Cap. 2. — O sacrifício visível é propiciatório pelos vivos e defuntos

940. E como neste divino sacrifício, que se realiza na Missa, se encerra e é sacrificado incruentamente aquele mesmo Cristo que uma só vez cruentamente no altar da cruz se ofereceu a si mesmo (Heb 9, 27), ensina o santo Concilio que este sacrifício é verdadeiramente propiciatório [cân. 3], e que, se com coração sincero e fé verdadeira, com temor e reverência, contritos e penitentes nos achegarmos a Deus, conseguiremos misericórdia e acharemos graça no auxilio oportuno (Heb 14, 16). Porquanto, aplacado o Senhor com a oblação dele e concedendo o dom da graça e da penitência, perdoa os maiores delitos e pecados. Pois uma e mesma é a vítima: e aquele que agora oferece pelo ministério dos sacerdotes é o mesmo que, outrora, se ofereceu na Cruz, divergindo, apenas, o modo de oferecer. Os frutos da oblação cruenta se recebem abundantemente por meio desta oblação incruenta, nem tão pouco esta derroga aquela [cân. 4]. Por isso, com razão se oferece, consoante a Tradição apostólica, este sacrifício incruento, não só pelos pecados, pelas penas, pelas satisfações e por outras necessidades dos fiéis vivos, mas também pelos que morreram em Cristo, e que não estão plenamente purificados [cân. 3].

Cap. 3. — As missas em honra dos santos

941. Ainda que a Igreja costume celebrar às vezes algumas missas em honra e memória dos Santos, contudo não diz que se lhes oferecem sacrifícios, mas unicamente a Deus, que os coroou [cân. 5]. É “por isso que o sacerdote não costuma dizer: Ofereço-vos este sacrifício, S. Pedro ou S. Paulo”, mas, dando graças a Deus pelas vitórias dos Santos, implora o patrocínio deles para que se dignem interceder por nós nos céus aqueles, cuja memória celebramos na terra [Missal].

(16) S. Agostinho, C. Faustum, 20, 21 (PL 42, 384).

950. Cân. 3. Se alguém disser que o sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera comemoração do sacrifício consumado na cruz, mas que não é propiciatório, ou que só aproveita ao que comunga, e que não se deve oferecer pelos vivos e defuntos, pelos pecados, penas, satisfações e outras necessidades — seja excomungado [cfr. n° 940].

Fontes de pesquisa:

Catecismo do Concilio de Trento

Catecismo da Santa Missa

O Santo Sacrifício da Missa pelas origens da santa missa de Francisco Lafayette de Moraes

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