Fonte: Livro “Curso de Catequesis” do Editorial Palavra, España
Traduzido por Pe. Antônio Carlos Rossi Keller
02 – A REVELAÇÃO
DEUS VEM AO ENCONTRO DO HOMEM: A REVELAÇÃO.
Introdução
Santo Agostinho é um dos santos mais notáveis que a Igreja já teve, e um dos homens mais sábios do cristianismo. Depois de uma vida separada de Deus foi batizado, chegando a ser bispo da cidade de Hipona, no norte da África. E escreveu muito e tem um livro especialmente sugestivo: As Confissões,onde conta a sua conversão e proclama o desejo de Deus inscrito no coração da criatura:
"Tu és grande, Senhor, e muito digno de louvor: grande é o teu poder, e tua sabedoria não tem medida. E o homem, pequena parte da tua criação, quer louvar-Te. Tu mesmo o incitas a isso, fazendo que encontre suas delícias em seu louvor, porque nos fizestes, Senhor, para ti e nosso coração está inquieto até que descanse em ti".
Idéias principais
1. O desejo de Deus no coração humano
O desejo de Deus está inscrito no coração do homem, que foi criado por Deus e para Deus ; Deus não deixa de atrair o homem para si, e só em Deus encontra a paz, a verdade e a alegria, que não cessa de buscar. O homem é um ser religioso . Como dizia São Paulo na cidade de Atenas, " em Deus vivemos, nos movemos e existimos" (Atos 17,28).
2. O esquecimento ou negação de Deus
Mas o homem pode esquecer-se de Deus, e inclusive recusá-Lo ou negar Sua existência. Motivos? A ignorância, o rebelar-se contra o mal que se sofre ou se vê, as preocupações do mundo e das riquezas, o mau exemplo de alguns que se chamam cristãos, as idéias contrárias à religião… e a atitude do pecador que – por medo – se oculta de Deus e foge de seu chamado. Nenhum desses pretextos justifica o esquecimento ou a negação de Deus .
3. É possível conhecer a existência de Deus por meio da razão natural
O homem pode conhecer a existência de Deus por dois caminhos: um, natural, e o outro sobrenatural. O caminho natural para conhecer a Deus tem como ponto de partida a criação, quer dizer, as coisas que nos rodeiam. Somente com a luz da razão, o homem sabe que nem as coisas nem ele tem em si mesmos a razão de ser, porque tiveram princípio e terão fim: são seres contingentes, seres criados e dependentes. Por isso, através do que foi criado, o homem pode chegar ao conhecimento da existência de Deus, Criador, Ser necessário e eterno, causa primeira e fim último de tudo.
4. Deus vem ao encontro do homem
Deus, além disso, por amor, revelou-se ao homem, vindo ao seu encontro; desta forma, lhe oferece uma resposta definitiva às perguntas que se faz sobre o sentido e o fim da vida humana. Deu-Se a conhecer em primeiro lugar, aos primeiros pais, Adão e Eva, depois da queda pelo pecado original, não os abandonou mas prometeu a salvação e ofereceu a sua aliança. Logo, com Abraão, elegeu o povo de Israel. Por fim, Deus se revelou plenamente enviando o seu próprio Filho, Jesus Cristo.
5. Jesus Cristo, Palavra de Deus Pai
Jesus Cristo é o Filho de Deus que se fez homem. É a palavra única, perfeita e definitiva de Deus Pai. Jesus Cristo já disse tudo o que Deus queria dizer a nós homens, de maneira que já há não existirá outra Revelação depois de Cristo.
6. As fontes da Revelação: Sagrada Escritura e Tradição
A Revelação de Deus pode ser encontrada na Sagrada Escritura e na Tradição divina. A sagrada Escritura é a Palavra de Deus transmitida por escrito, e consta nos livros inspirados por Deus que formam a Bíblia: 45 livros do Antigo Testamento ( antes da vinda de Jesus Cristo à terra) e 27 do Novo Testamento. A Tradição é a revelação divina encomendada por Cristo e o Espírito Santo aos Apóstolos, e transmitida íntegra, de viva voz à Igreja.
7. A Igreja, custodia e intérprete do depósito da fé
Cristo confiou à sua igreja a Revelação de Deus, contida na Sagrada Escritura e na Tradição. A este tesouro nós o chamamos de depósito da fé. Cristo o confiou à Igreja para que o custodie, interprete, professe e pregue a todo mundo. Esta é a doutrina cristã, que a Igreja não cansa nunca de ensinar aos homens e mulheres de todas as idades e de todas as épocas.
8. Conhecer a Bíblia