Estudos em Liturgia Romana – Parte I

Por Rafael Vitola Brodbeck

ESTUDOS EM LITURGIA ROMANA – PARTE I

I PARTE

– ESTUDOS EM LITURGIA ROMANA

 

 

PREÂMBULO

 

“Cantai ao Senhor um cântico novo. Cantai ao Senhor, terra inteira. Em seu semblante, a majestade e a beleza; em seu santuário, o poder e o esplendor. Tributai ao Senhor, famílias dos povos, tributai ao Senhor a glória e a honra, tributai ao Senhor a glória devida ao seu nome. Trazei oferendas e entrai nos seus átrios. Adorai o Senhor, com ornamentos sagrados. Diante dele estremece a terra inteira. Dizei às nações: ‘O Senhor é rei.’ E a terra não vacila, porque ele a sustém e governa os povos com justiça.” (Sl 95,1.6-10)

 

“Depois disso, tive uma visão: vi uma porta aberta no céu, e a voz que falara comigo, como uma trombeta, dizia: ‘Sobe aqui e mostrar-te-ei o que está para acontecer depois disso.’ Imediatamente, fui arrebatado em espírito; no céu havia um trono, e nesse trono estava sentado um Ser. E quem estava assentado assemelhava-se pelo aspecto a uma pedra de jaspe e de sardônica. Um halo, semelhante à esmeralda, nimbava o trono. Ao redor havia vinte e quatro tronos, e neles, sentados, vinte e quatro Anciãos vestidos de vestes brancas e com coroas de ouro na cabeça. Do trono saíam relâmpagos, vozes e trovões. Diante do trono ardiam sete tochas de fogo, que são os sete Espíritos de Deus. Havia ainda diante do trono um mar límpido como cristal. Diante do trono e ao redor, quatro Animais vivos cheios de olhos na frente e atrás. O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era semelhante a uma águia em pleno vôo. Estes Animais tinham cada um seis asas cobertas de olhos por dentro e por fora. Não cessavam de clamar dia e noite: ‘Santo, Santo, Santo é o Senhor, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar.’ E cada vez que aqueles Animais rendiam glória, honra e ação de graças àquele que vive pelos séculos dos séculos, os vinte e quatro Anciãos inclinavam-se profundamente diante daquele que estava no trono e prostravam-se diante daquele que vive pelos séculos dos séculos, e depunham suas coroas diante do trono, dizendo: ‘ Tu és digno Senhor, nosso Deus, de receber a honra, a glória e a majestade, porque criaste todas as coisas, e por tua vontade é que existem e foram criadas.'” (Ap 4,1-11)

 

“Na minha visão ouvi também, ao redor do trono, dos Animais e dos Anciãos, a voz de muitos anjos, em número de miríades de miríades e de milhares de milhares, bradando em alta voz: ‘Digno é o Cordeiro imolado de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a glória, a honra e o louvor.’ E todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo que contém, eu as ouvi clamar: ‘Àquele que assenta no trono e ao Cordeiro, louvor, honra, glória e poder pelos séculos dos séculos.’ E os quatro Animais diziam: ‘Amém!’ Os Anciãos prostravam-se e adoravam.” (Ap 5,11-14)

 

“Depois recomeçaram: ‘Aleluia! Sua fumaça sobe pelos séculos dos séculos.’ Então os vinte e quatro Anciãos e os quatro Animais prostraram-se e adoraram a Deus que se assenta no trono, dizendo: ‘Amém! Aleluia!’ Do trono, saiu uma voz que dizia: ‘Cantai ao nosso Deus, vós todos, seus servos que o temeis, pequenos e grandes.’ Nisto ouvi como que um imenso coro, sonoro como o ruído das grandes águas e como o ribombar de possantes trovões, que cantava: ‘Aleluia! Eis que reina o Senhor, nosso Deus, o Dominador! Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe glória, porque se aproximam as núpcias do Cordeiro. Sua Esposa está preparada. Foi-lhe dado revestir-se de linho puríssimo e resplandecente.’ (Pois o linho são as boas obras dos santos.) Ele me diz, então: ‘Escreve: Felizes os convidados para a ceia das núpcias do Cordeiro.’ Disse-me ainda: ‘Estas são palavras autênticas de Deus.'” (Ap 19,3-9)

 

Na liturgia, a Igreja de Cristo, Una, Santa, Católica e Apostólica, se une ao coro dos anjos e santos, para celebrar a vitória de Deus sobre o pecado, e render-Lhe glória e ação de graças para sempre. Através da adoração que sai do coração do crente, “em espírito e em verdade.” (Jo 4,24), sabemos ser parte do Corpo do Senhor Jesus, salvos pelo Seu sangue e em eterno louvor ao Deus que é Uno e Trino. E essa adoração é espiritual e verdadeira porque é a única que agrada ao Pai, a Cruz, novamente sendo realizada diante dos olhos de todos, sobre o altar de uma igreja. Não é um símbolo de uma adoração, mas uma adoração em verdade! Não um arremedo de adoração piedosa, mas uma adoração em espírito!

 

O Espírito Santo, autor da liturgia, prepara o Povo de Deus, de reis, sacerdotes e profetas, para, diuturnamente, celebrar a perene adoração de Cristo, morto, ressuscitado e glorificado no céu. Por nossa participação nela, antegozamos a liturgia celeste, modelo para nosso culto na terra.

 

Deus, do alto dos céus, contempla a Igreja Militante, Triunfante e Padecente que, poderosamente avança em Sua direção, para prestar-Lhe um culto excelente: “quem é essa que surge como a aurora, bela como a lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha?” (Ct 6,10)

 

Todos os povos, na História, quaisquer sejam suas crenças, manifestaram sua gratidão e temor diante do transcendente. Movidos pelo sentimento de perda do divino, que lhe é intrínseco desde a queda original, o homem tem buscado agradar a divindade e dar-lhe culto, mesmo que imperfeito.

 

Desde a revelação a Abraão, porém, Deus se torna amigo do homem e dá regras claras de como celebrar Sua majestade. Pela aliança com nosso pai na fé, o Senhor pede, como prova de que ele o ama, a entrega de seu próprio filho, como vítima sacrificial. É pela confiança no Deus que não falha, que Abraão toma Isaac, o filho prometido, e o encaminha para o grande altar onde o oferecerá em sacrifício.

 

Todos conhecemos o final da história. O anjo intervém, dizendo-lhe que sua fé foi testada e aprovada. E a entrega de seu filho se torna um tipo da expiação que nos dará a Nova Aliança: um Pai que não hesita em oferecer o Filho Unigênito, Jesus Cristo, que dá seu precioso Sangue para remissão dos pecados (cf. Ef 1,7). Pela sua morte, o Cordeiro, como é chamado em alusão às ofertas realizadas no rito mosaico, nos abre as portas do Paraíso. Rasgando, em duas partes, o véu do Templo (cf. Mc 15,38), o sacrifício de Cristo nos garante a vitória e realiza todos os símbolos do sacerdócio levítico. É Ele, agora, o novo Sumo Sacerdote, Aquele que entra no Santo dos Santos, e, tornando a Cruz um novo e perfeito altar, se oferece, de uma vez por todas (cf. Hb 10,12) por nossos pecados. Morrendo nossa morte, para que vivamos Sua vida, “temos ampla confiança para entrar no santuário eterno, em virtude do sangue de Jesus, pelo caminho novo e vivo que nos abriu através do véu, isto é, o caminho de seu próprio corpo.” (Hb 10,19-20)

 

A liturgia, que se realiza, de modo mais especial na celebração da Santa Missa – a Liturgia Eucarística -, mais do que um simples culto, é a memória desse sacrifício de Cristo, que nos merece a salvação a todos os que se achegam a Seu trono. Pois, se “é gratuitamente que fostes salvos, mediante a fé” (Ef 2,8), temos a certeza de que, uma vez arrependidos de nossos pecados, e vivendo por Ele e como Ele viveu, crendo-O nosso único e suficiente Salvador, temos a vida eterna em nós. Se essa salvação se deu através do oferecimento de Jesus no Calvário, é a Cruz a causa da nossa alegria. “A linguagem da cruz é loucura para os que se perdem, mas, para os que foram salvos, para nós, é uma força divina.” (I Co 18). A Cruz é a porta estreita (cf. Lc 13,24), por cuja entrada somos salvos.

 

Ora, essa memória da Cruz, perpetuada pela liturgia, não é apenas uma lembrança do sacrifício. Se é verdade que o sacrifício foi único, também é verdade que esse sacrifício é lembrado, sendo tornado presente. Esse é o sentido do termo grego anamnesis, traduzido em nossas Bíblias por “memória”. É mais do que memória! É um verdadeiro “recordar tornando presente”.

 

Nos cultos protestantes, há uma memória através da Santa Ceia. Nós, ao invés, não fazemos apenas menção. Não é uma festa nostálgica, mas uma festa onde Cristo, nosso Sumo Sacerdote, está presente de forma real.

 

O sacrifício de Cristo, tornado presente na Liturgia Eucarística, é descrito na oração inicial da Santa Missa em Rito Armênio:

 

“Ó mistério profundo, inescrutável e sem princípio: Vós que ornastes Vosso Reino Celeste dentro da luz inacessível com a excelsa glória dos coros angélicos.

 

Com o poder indizivelmente miraculoso criastes Adão, segundo Vossa imagem divina, revestindo-o de glória graciosa, no paraíso do Éden, lugar de encantos.

 

Pelos sofrimentos do Vosso Santo Unigênito, toda a criação foi renovada, e de novo o homem se tornou imortal, adornando-se com vestimenta inviolável.

 

Rei Celestial, guardai Vossa Igreja inabalável, e aos adoradores do Vosso nome guardai-os na paz.” (Oração dos Clérigos, Santa Missa em Rito Armênio)

 

Tal prece, reveladora de toda a beleza das liturgias orientais, ressalta o aspecto sacrificial da Missa, mas também evoca assembléia dos coros celestiais, da qual a adoração terrena é imagem. Da mesma tradição armênia é a prece, recitada nas Missas de Domingo e de Festas da Igreja:

 

“Deus, com disciplina angélica, encheste de alegria a Tua Santa Igreja. Milhares de milhares de arcanjos estão perante Ti e miríades de miríades de anjos Te adoram, Senhor. E dignaste-Te receber o louvor dos homens num canto místico: Santo! Santo! Santo! Senhor dos Exércitos.” (Hagiodia, Santa Missa em Rito Armênio)

 

De igual forma, a Santa Missa em Rito Romano:

 

“Na verdade é justo e necessário, é nosso dever e salvação dar-vos graças, sempre em todo o lugar, Senhor, Pai Santo, Deus eterno e todo-poderoso, por Cristo, Senhor nosso, Ele é a vossa palavra viva, pela qual tudo criastes. Ele é nosso Salvador e Redentor, verdadeiro homem, concebido do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria. Ele, para cumprir a vossa vontade, e reunir um povo santo em vosso louvor, estendeu os braços na hora da sua paixão a fim de vencer a morte e manifestar a ressurreição. Por ele os anjos celebram vossa grandeza e os santos proclamam vossa glória. Concedei-nos também a nós associar-nos a seus louvores, cantando a uma só voz: Santo, Santo, Santo, Senhor, Deus do universo! O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!” (Oração Eucarística II, Novus Ordo Missae – Missal Romano de 1970)

 

Novamente, vemos os dois grandes temas: a associação entre as liturgias terrena e celeste; e o sacrifício vicário de Jesus Cristo para nos dar a vida eterna. Naquela associação entre os coros dos santos da terra e do céu, tornamos presente essa única e verdadeira entrega de Nosso Senhor na Cruz do Calvário. Essa associação, outrossim, demonstra como viveremos, na glória, quando da Volta de Jesus ao mundo, para julgar os vivos e os mortos. É o caráter escatológico da Liturgia Eucarística.

 

A Santa Missa em Rito Bizantino, chamada, acertadamente de Divina Liturgia, nos dá o exemplo da adoração ao Filho de Deus por causa de Sua morte e ressurreição, mostrando que as duas idéias (sacrifício e adoração) estão sempre ligadas:

 

“Glorifiquemos todos e adoremos

O Verbo divino eterno com o Pai e o Espírito,

Nascido da Virgem para a nossa salvação,

Pois Ele livremente deixou-se levantar na cruz e padeceu a morte,

E com a sua gloriosa ressurreição deu vida aos mortos.” (Tropárion, Tom 5, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

 

Aliás, é na Missa Bizantina, que encontramos uma das mais belas orações litúrgicas da Igreja: o Cheruvicon, o Hino Querubínico. Nele, o povo canta, representando esse coro angélico, e ao mesmo tempo, testemunhando que a liturgia da terra reflete a liturgia do céu. Cristo é proclamado Rei do Universo, o Pantocrátor, que se ofereceu por nós e ressuscitou para nossa justificação, e que hoje reina na glória.

 

“Unidos com os bem-aventurados poderes celestes, também nós, Senhor, ó Deus do amor, clamamos e dizemos: Santo, Santíssimo sois Vós, Pai, o Vosso Filho Unigênito e o Espírito Santo. Santo, Santíssimo sois Vós e imensa é a Vossa glória. Vós amastes tanto o mundo que enviastes o Vosso Filho Unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.

 

Ele veio ao mundo e cumpriu toda a obra da nossa salvação.” (Anáfora Eucarística, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

 

Novamente, a união entre sacrifício e liturgia celeste. Essa união, diz o Catecismo da Igreja Católica, a partir do cânon 1099, é feita pelo Espírito Santo. “O Espírito Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e o louvor (doxologia)” (Cat. 1103)

 

Não só os textos litúrgicos refletem sua essência. Também o Magistério da Santa Igreja se pronuncia e interpreta:

 

“Na Liturgia terrena, antegozando, participamos da Liturgia celeste, que se celebra na cidade santa de Jerusalém, para a qual, peregrinos, nos encaminhamos. Lá, Cristo está sentado à direita de Deus, ministro do santuário e do tabernáculo verdadeiro; com toda a milícia do exército celestial entoamos um hino de glória ao Senhor e, venerando a memória dos Santos, esperamos fazer parte da sociedade deles; suspiramos pelo Salvador, Nosso Senhor Jesus Cristo, até que Ele, nossa vida, Se manifeste, e nós apareçamos com Ela na glória.” (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição “Sacrosanctum Concilium”, 8)

 

Ocorre que a Missa não é apenas a associação terrena com as potestades celestiais, tampouco somente a renovação do Calvário. Ela é a conversão do pão e do vinho em Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, a mudança da substância dos elementos oferecidos. “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Pois a minha carne é verdadeiramente uma comida e o meu sangue, verdadeiramente uma bebida.” (Jo 6,54-55)

 

Nosso Senhor mesmo estabeleceu o sacrifício da Missa, como memória e presença real de Seu sacrifício na Cruz:

 

“Na Última Ceia, na noite em que foi entregue, nosso Salvador instituiu o Sacrifício Eucarístico de Seu Corpo e Sangue. Por ele, perpetua pelos séculos, até que volte, o Sacrifício da Cruz, confiando destarte à Igreja, Sua dileta Esposa, o memorial de Sua Morte e Ressurreição: sacramento de piedade, sinal de unidade, vínculo de caridade, banquete pascal, em que Cristo nos é comunicado em alimento, o espírito é repleto de graça e nos é dado o penhor da futura glória.” (Concílio Ecumênico Vaticano II, Constituição “Sacrosanctum Concilium”, 47)

 

Os Padres já ensinaram:

 

“Perguntas como o pão se converte no Corpo de Cristo e o vinho… em Sangue de Cristo. Respondo-te: o Espírito Santo irrompe e realiza aquilo que ultrapassa toda palavra e todo pensamento… Acontenta-te com saber que isso acontece por obra do Espírito Santo, do mesmo modo que, da Santíssima Virgem e pelo mesmo Espírito Santo, o Senhor por si mesmo e em si mesmo assumiu a nossa carne.” (São João Damasceno, f.o. 4, 13)

 

Ajuda na resposta, o Doutor Angélico, São Tomás de Aquino:

 

“No Sacramento da Eucaristia, em virtude das palavras da instituição, as espécies simbólicas se mudam em corpo e sangue; seus acidentes subsistem no sujeito; e nele, pela consagração, sem violação das leis da natureza, o Cristo único e inteiro existe Ele próprio em diversos lugares, assim como uma voz é ouvida e existe em vários lugares, continuando inalterado e permanecendo inviolável quando dividido, sem sofrer diminuição alguma. Cristo, de fato, está inteira perfeitamente em cada e em todo fragmento de hóstia, assim como as aparências visíveis que se multiplicam em centenas de espelhos.” (Summa Theologiae, IIIa Pars, Qs. 79)

 

E as orações das duas liturgias do rito bizantino:

 

“Enviai o vosso Espírito Santo sobre nós e sobre estes dons aqui presentes… transformando-os pelo vosso Espírito Santo.” (Oração antes da Epíclese, Divina Liturgia de São João Crisóstomo)

 

“Nós vos rogamos, vos suplicamos, ó Santo dos Santos: apraz a vossa bondade que venha vosso Espírito Santo sobre nós e sobre esses dons aqui oferecidos; que os abençoe, santifique-os e manifeste este pão como o venerável e próprio corpo de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo; e este cálice como o venerável e próprio sangue de Nosso Senhor, Deus e Salvador, Jesus Cristo.” (Epíclese, Divina Liturgia Bizantina de São Basílio)

 

Por causa de tão solenes e distintivas marcas, a Liturgia da Igreja Católica, especialmente a Santa Missa (que nos recorda o sacrifício, une anjos, santos e seres humanos, e converte pão e vinho em Corpo e Sangue de Cristo), merece destacado estudo para conhecermos como está ela sendo celebrada em nossas paróquias.

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