Mani ou Manes nasceu na Pérsia em torno do ano 215. Seu pai era da seita judaico-cristã dos alexeítas. Segundo seus seguidores, aos 24 anos começou a ensinar uma doutrina dualista: existem dois princípios, um bom e outro mal, que travam um combate eterno e se personificam em Deus e no demônio. O demônio é um ser divino em pé de igualdade com Deus (influência do Zoroastrismo). Da tradição indiana, Mani aproveitou o dogma da reencarnação ou transmigração das almas. Jesus Cristo era Deus, um mensageiro da luz, a força divina que veio auxiliar o homem na luta contra o mal.
Seus discípulos seguiam uma disciplina rígida. Proclamavam-se “eleitos” e “santos”. O maniqueísmo se espalhou logo, com a proteção do rei Sapor II, e chegou ao Império Romano em meados do século III. O imperador Diocleciano teve de tomar providências para inibir sua propagação.
Mani morreu no ano 270, na Pérsia, depois de julgado como herege pelo clero zoroastriano. Segundo alguns acabou seus dias na prisão, segundo outros foi crucificado e esfolado, tendo sua pele posta como ornamento em um templo iraniano.
Onde chegou, o maniqueísmo foi perseguido. Nos últimos anos do século III, começou a se tornar um perigo para a Igreja.