Por Jaime Francisco de Moura
A Igreja Católica batiza crianças para lembrar que as crianças dos Judeus eram consagradas a Deus, sobretudo os primogênitos, pela circuncisão. Na Nova e Eterna Aliança o Batismo substituiu a circuncisão da Antiga Aliança, como rito da entrada para o Povo escolhido de Deus. Este batismo é então uma circuncisão nova, que agrega ao novo Povo de Deus (Colossenses 2,11; Efésios 2,11-22) unido à Páscoa de Cristo por esforços e por uma fidelidade generosa. O batizado se prepara para entrar no seu reino glorioso (Colossenses 1,12) e na posse da celeste herança da qual tem as primícias pelo dom do Espírito (2Coríntios 1,22; Efésios 1,14).
Em 1Coríntios 10,2 Paulo mostra que todos os Israelitas foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar (como símbolo do batismo Cristão). Sabemos, porém, que este batismo não aconteceu por imersão, pois os Israelitas, junto com todas as crianças passaram o mar vermelho a pé enxuto, tocando apenas a areia úmida do mar.
Outro texto Bíblico confirmando o Batismo de crianças:
– “Nele também fostes circuncidados com circuncisão não feita por mão de homem, mas com a circuncisão de Cristo, que consiste no despojamento do vosso ser carnal. Sepultados com Ele no Batismo, com Ele também ressuscitastes por vossa fé no poder de Deus, que O ressuscitou dos mortos” (Colossenses 2,11-12).
Consta nos Atos dos Apóstolos que São Paulo batizou famílias inteiras. Ora, se foi dito famílias é de se supor que havia crianças considerando-se que, naquela época, as famílias eram muito numerosas e nenhum deles foi excluído do sacramento ministrado pelo Apóstolo. Conferir Atos 16,14-15.32-33; 1Coríntios 1,16; Atos 9,18-19; Colossenses 2,11-14; Atos 2,38-39; 1Pedro 3,20-21; Atos 16,31-32.
Os protestantes por desconhecerem estas passagens na Bíblia, dizem que a Igreja Católica peca em batizar crianças, porque elas não teriam consciência dos seus pecados e não teriam condições de se arrependerem dos seus atos; por isso deve-se batizar somente os adultos. Os protestantes se baseiam nestas palavras: Ele percorria toda a região do Jordão, pregando o batismo de arrependimento para a remissão dos pecados (Lucas 3,3).
Como esta interpretação está equivocada!
No Evangelho de Lucas, João Batista batizava os que vinham ao seu encontro, mas o batismo não era regenerador já que sua mensagem tinha somente caráter messiânico. O batismo de João era provisório e diferente daquele que o Mestre instituiria. Logo ele anunciaria o batismo definitivo que viria através do próprio Jesus:
– “E João responde: ‘Eu batizo vocês com água, mas chegará alguém mais forte do que eu. Eu não sou digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele. Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com o fogo'” (Lucas 3,16)
Além do mais é necessário lembrar que Jesus, não possuindo qualquer pecado, não precisava se arrepender e não necessitava receber o batismo de conversão que João Batista administrava. No entanto, ao entrar no rio Jordão, Jesus deu a força santificadora para toda a água que se utilizaria no sacramento do batismo. Ao ser batizado, Ele assume a missão para a qual o Pai o havia enviado e Ele é reconhecido como Filho eterno no homem Jesus e o verdadeiro Messias: Tu és o meu Filho amado; em Ti encontro o meu agrado (Marcos 1,11). Além disso, Jesus recebe também o Espírito Santo em plenitude.
Outra frase utilizada pelos protestantes contra o batismo de crianças, está em Marcos 16,16 que diz: Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado. Na primeira parte desta frase, os protestantes dizem que as crianças não tem condições de crer e isso cabe somente aos adultos. E como ficaria a segunda parte: quem não crer será condenado? Se a primeira parte deste versículo mostrasse o batismo dos adultos, automaticamente a segunda parte condenaria todas as crianças ao inferno.
Conclusão: O batismo realizado na Igreja Católica está fundamentado na pessoa de Jesus Cristo (Batismo através do Espírito Santo). O batismo nas igrejas protestantes está fundamentado na pessoa de João Batista (batismo de arrependimento). Eis a diferença!
Ao batizar uma criança, a Igreja Católica batiza através do fogo e do Espírito Santo e não por arrependimento, como ensinam os protestantes.