No Novo Testamento existem numerosas profissões de fé (cfr. At 8,37; 1Cor 12,13; Rm 10,9; Fl 2,11; 1Cor 15,3s; 1Cor 8,6; 2Cor 13,14; 1Cor 12,4) resumindo pontos essenciais do cristianismo. Os primeiros símbolos datados da metade do século II se inspiram no mandamento de Jesus acerca do batismo em nome da Santíssima Trindade (Mt 28,19). Antes do batismo os catecúmenos eram interrogados pelo ministro, fazendo sua profissão de fé no Pai, no Filho e no Espírito Santo.
Inúmeras homilias e atas de martírios são conhecidas deste período. Destaques: a Homilia de Melitão sobre a Páscoa, o Martírio de Policarpo, a Carta das Igrejas de Viena e Lyon às igrejas da Ásia e da Frígia, as Atas dos mártires de Scili.
O epitáfio de Abércio de Hierápolis, do final do século II, é o monumento de pedra mais antigo que se refere à eucaristia. Abércio tinha sido bispo de Hierápolis, na Frígia. Aos 72 anos de idade mandou fazer a inscrição, na qual fala, entre outras coisas, do seu envio a Roma pelo Pastor, encontrando por toda parte irmãos na fé, dos quais recebeu o “peixe” (ICHTHYS, em grego, abreviação de “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador” – a iconografia cristã aproveitará esta simbologia), vinho misturado e pão. Atesta o costume cristão de se orar pelos mortos.
O epitáfio de Pectório, para alguns do início do séc. II, para outros do séc. III ou IV, fala do batismo, “fonte imortal das águas divinas”, da eucaristia, “alimento melífluo do Redentor dos santos”, “peixe que sustentas nas mãos”. Pectório pede a seus pais falecidos que se recordem dele “na paz do peixe”.
A quantidade de evangelhos e epístolas gnósticas que circulavam no segundo século é enorme: o Evangelho de Tomé, o Apocryphon de João, a carta de Tiago, o Evangelho de Maria, a Sabedoria de Jesus Cristo, os dois livros de Jeú, o Evangelho de Matias…
Também o número de apócrifos não-gnósticos (livros não-canônicos) é elevado: O Testamento dos doze patriarcas, o Martírio e a ascensão de Isaías, os Oráculos sibilinos, o Evangelho dos Nazoreus, dos ebionitas, dos hebreus, dos egípcios, de Pedro, a epístola dos Apóstolos, o Proto-evangelho de Tiago, a Narração da infância de Jesus, por Tomé, o Kerygma de Pedro, os Atos de Pedro, os Atos de São Paulo, os Atos de André, o Apocalipse de Pedro…
No meio de tantos livros, cada igreja possuía um esboço do que seria o cânone definitivo do Novo Testamento.