PEDRO AUGUSTO RAVAZZANO

Me chamo Pedro Augusto Ravazzano, nasci em Salvador, em 16 de Janeiro, o mesmo dia que, em 1910, Santa Teresa do Menino Jesus apareceu para a priora do Carmelo de Gallipoli. Fui batizado com aproximadamente dois anos, na paróquia de Santa Teresinha. Estudei e fui criado num ambiente “católico”. Coloco propositalmente entre aspas, já que, infelizmente, se encaixava no padrão de “não-praticante”, o que por si só é uma falácia.

Minha vida educacional se desenvolveu com os jesuítas e maristas. Mesmo sendo educado em instituições confessionais católicas nunca tive nenhuma formação que estruturasse a minha fé. O que nós aprendíamos da primeira até a quarta série, mesmo tendo uma grande dose de sentimentalismo, era até relevante. A partir da quinta as aulas de religião viravam doutrinação sociológica e “educação” sexual. Um ano depois passei a ficar incomodado com esse colégio e transferi-me para outro, conhecido na cidade e  tradicionalmente liberal. Nesse ambiente, com 14 anos, na sétima série, passei a me dizer agnóstico e daí surgiu, ironicamente, minha busca espiritual e religiosa, por incrível que pareça.

De maneira natural, reflexo da minha caminhada iniciada com o meu “agnosticismo”, estudei outras crenças durante anos; budismo, hinduísmo, islamismo. Claro que as religiões orientais geravam fascínio, principalmente por se colocarem como uma visual antípoda ao pensamento ocidental e, meu anti-clericalismo, me levava a isso. Importante fazer um parêntese sobre o islamismo. Aproximei-me estreitamente do pensamento islâmico e, através dele, conheci a filosofia perenialista, que por sua vez me levou ao cisma ortodoxo. Estudei profundamente ambas as religiões, chegando a vivenciar as respectivas espiritualidades em dados momentos. E é claro, sempre nutrindo uma tenra aversão ao catolicismo, visto como uma religião empobrecida, com perda de Tradição etc.

Os questionamentos, as dúvidas, as buscas, me levaram a religião católica. Foi um movimento cíclico. Saí da Igreja e, naturalmente, fui levado a ela novamente. Assim retornei ao lar, logo a minha fé materna, que estava à frente dos meus olhos, mas muito distante do meu coração.

Depois de voltar ao catolicismo me vi confrontado pela realidade religiosa brasileira. Tinha aversão ao pensamento TL e, como não conhecia a RCC, a julgava pelos abusos litúrgicos e o sentimentalismo exacerbado presente em alguns setores. A luz me pareceu o pensamento “tradicionalista”, no qual me vi incluso e defensor. Posteriormente conheci o VS e outros sites que esclareciam a crise pós-conciliar, a partir de então, mesmo tendo uma leve recaída “rad-trad” (nem tudo são flores), estou firme na fé e na defesa da Igreja.

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