Editora: Record (Rio de Janeiro-RJ)
Ano: 2002
Páginas: 529 pp.
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O autor do livro nasceu na cidade de Manchester (Inglaterra) em 1949, estudou Literatura na Universidade de Warwick. Foi integrante do Movimento dos Focolares na Inglaterra durante nove anos. Escreveu o livro em foco para denunciar pretensos abusos dos novos movimentos religiosos católicos, dos quais os principais são, segundo o autor, os Focolares (de Chiara Lubich), o Neocatecumenato (de Kiko Argüello) e a Comunhão e Libertação (de Don Giussani).
Gordon acusa tais movimentos (que ele muito impropriadamente chama “seitas”) de lavagem cerebral e destruição da personalidade, cerimônias secretas de iniciação, intimidação moral, cessão de bens… Tais movimentos seriam tão fechados que constituiriam “igrejas paralelas” com atividades missionárias que ultrapassariam todos os limites do Catolicismo tradicional. Após narrar vários casos que lhe parecem depor contra os movimentos, termina o seu livro dizendo que gostaria de os ver dissolvidos.
Para avaliar com precisão, devemos distinguir: (1) o estatuto de cada movimento; e (2) a execução prática do mesmo.
No tocante aos estatutos, verifica-se que pretendem corresponder à doutrina de Cristo e da Igreja, despertando os fiéis para uma vivência mais intensa do Evangelho segundo o carisma do(a) fundador(a), respondem às necessidades atuais da Igreja, congregando os leigos para dar um testemunho mais aceso da Boa-Nova.
A execução prática está sempre sujeita a falhas, como tudo o que é humano. Há nos novos movimentos exageros, intervenções inoportunas, desvios da parte até mesmo de algum dirigente… Estes males não nos devem levar a condenar globalmente os movimentos; a experiência os denuncia e contribui para afastá-los.
Ainda é de notar que à p. 275 o autor incide no erro de dizer que a Igreja anula casamentos. Na verdade, ela não pode anular um casamento validamente contraído e carnalmente consumado. Pode, sim, declarar nulo o matrimônio que nunca foi válido por causa de algum impedimento dirimente.