A Igreja Católica e as indulgências: o céu em liquidação – resposta ao CACP (Parte 1)

RESPOSTAS CATÓLICAS “IGREJA CATÓLICA E AS INDULGÊNCIAS O CÉU EM LIQUIDAÇÃO” PARTE I

Resolvemos escrever sobre mais um artigo do CENTRO APOLOGÉTICO CRISTÃO DE PESQUISAS – CACP, que mais uma vez resolve escrever sobre o que não conhece. Este artigo como outros artigos desta mesma entidade, confirma claramente que como o protestantismo “pentecostal” e “neo-pentecostal” vivem de difundir uma caricatura da Igreja Católica.

Artigo do CACP

IGREJA CATÓLICA E AS INDULGÊNCIAS O CÉU EM LIQUIDAÇÃO
O dogma do Purgatório, ensinado pela Igreja Católica (IC), é conhecido como a sua ?galinha dos ovos de ouro?. Ensinam os católicos que existem quatro lugares no outro mundo: Céu, Inferno, Purgatório e Limbo.

Para o Limbo vão as crianças que morrem sem batismo. E um lugar de sombras, sem penas, sem sofrimento, mas também sem alegria alguma. Porém, a Bíblia nada diz sobre o Limbo, sendo que o próprio Jesus declarou:

Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o relho dos céus. (Mt 19.14) Para Jesus, os meninos são do reino dos céus, mesmo sem batismo; mas a IC os manda para o Limbo.

Nossa Resposta

A própria Sagrada Escritura ensina que existem o Céu, o Inferno, o Purgatório e outros estados ou lugares intermediários. Quanto ao Céu e ao Inferno, não será necessário demonstrar porque suas existências são comumente aceitas por todos os cristãos.

Os chamados “crentes” ou “evangélicos”, vivem afirmando que só Jesus Salva. Como então se salvaram os Santos Profetas que morreram antes da vinda do Senhor?
Eles também deveriam ser salvos por Cristo, pois é Cristo o único Mediador entre Deus e os homens.

São Pedro ensina que estes justos foram salvos pela pregação do Senhor na mansão dos mortos:

“Pois para isto foi o Evangelho pregado [por Cristo] também aos mortos; para que, embora sejam condenados em sua humanidade de carne, vivam segundo Deus quanto ao espírito.” (cf.1 Pe 4,6)

Já que deveriam ser salvos por Cristo, onde ficaram seus espíritos até que Cristo cumprisse seu Ministério? Eles não poderiam ser lançados ao inferno pois eram homens Santos, mas também não poderiam ir para o céu, pois as portas do céu estavam fechadas, e só foram abertas após a Morte e Ressureição do Senhor.

São Pedro ensinou que só foram Salvos após a pregação do Senhor.
Onde estiveram então estas pessoas que viveram segundo a Justiça e morreram antes da vinda do Senhor?

É claro que isto exige um lugar distinto do Céu e do Inferno. Estavam no que chamamos de Limbo ou Seio de Abraão.

O CACP mente sobre o que a Igreja Católica ensina quanto ao destino das crianças que morrem sem batismo.

Sobre este assunto assim diz o Catecismo da Igreja Católica:

“Quanto às crianças mortas sem Batismo, a Igreja só pode confiá-las à misericórdia de Deus, como o faz no rito das exéquias por elas. Com efeito, a grande misericórdia de Deus, ?que quer que todos os homens se salvem? (1Tm 2,4), e a ternura de Jesus para com as crianças, que o levou a dizer: ?Deixai as crianças virem a mim, não as impeçais? (Mc 10,14), nos permitem esperar que haja um caminho de salvação para as crianças mortas sem Batismo. Eis por que é tão premente o apelo da Igreja de não
impedir as crianças de virem a Cristo pelo dom do santo Batismo.” (CIC Cânon 1261)

Assim, Igreja Católica não ensina que as crianças sem batismo vão para o Limbo.

Artigo do CACP

Sobre o Purgatório ensinam que: As almas do purgatório padecem um tormento muito semelhante ao das almas do inferno, com a única diferença de que as últimas nunca poderão sair do inferno, enquanto que, as do purgatório hão de sair de lá. (Concílio de Florença, em 1439).

De acordo com este ensino, as missas celebradas pelos parentes constituem o recurso para que as almas sejam aliviadas e deixem mais depressa o Purgatório. Naturalmente, as missas para sufrágios dos parentes mortos, são cobradas, constituindo-se na ?galinha dos ovos de ouro? do Catolicismo -sua rentabilíssíma indústria purgatoriana. A doutrina do Purgatório implica na admissão da insuficiência do sangue de Cristo, embora leiamos em 1 Jo 1.7 que o sangue de Jesus Cristo… nos purifica de todo o pecado. Repetindo: não de alguns pecados, mas de todo o pecado. Será que o fogo do purgatório é mais eficaz do que o sangue de Cristo? Para que serve então o sangue de Cristo?? A ?Grande Multidão? de Ap 7.9- 15 possuía algo em comum: todos tinham lavado suas vestiduras no sangue do Cordeiro e, por isso, estavam diante do Trono de Deus no céu. Não foi preciso o fogo de Purgatório para que se purificassem.

Nossa Resposta

Meu pai morreu em 16 de junho de 2002. Sua missa de sétimo dia foi rezada em diversos locais do Brasil e não foi pago um só centavo. Os protestantes mal-informados e de má fé, usam o argumento mentiroso de que a Igreja cobra pela celebração das missas de sétimo dia, para difamarem a Igreja Católica, já que não conseguem ganhar fiéis somente pela pregação do Evangelho.

No Catolicismo, as missas são celebradas diariamente, e ninguém precisa pagar por isso. Nenhum católico precisa pagar para participar de uma missa. Normalmente a missa católica inicia com a leitura das intenções da missa. Se um católico deseja que esta missa também seja celebrada pela alma de algum parente morto, só precisa preencher um papelzinho informando a intenção e dá-lo ao celebrante. Fácil não? Onde foi que entrou dinheiro nesta história?

Enquanto a “galinha dos ovos-de-ouro” da Igreja Católica é um mito, uma grande realidade é a extorsão de dinheiro que as seitas pentecostais e neo-pentecostais fazem com as pessoas que estão em suas fileiras.

Outro equívoco cometido pelo CACP é dizer que “A doutrina do Purgatório implica na admissão da insuficiência do sangue de Cristo”. Vejamos o que ensina a Igreja Católica quanto ao purgatório:

“Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados, embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu.

A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados. A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador” (Catecismo da Igreja Católica can 1030 e 1031)

O batismo nos livra da culpa de nossos pais (Adão e Eva), mas não nos liberta da natureza pecaminosa adquirida com o pecado deles. Nos livramos do apego ao pecado através da vivência da fé, isto é, através da prática da fé e das virtures, por isto São Tiago ensinou que a fé sem as obras (não confundir com as obras da Lei Mosaica, pelo amor de Deus!!!) é morta em si mesma (cf  Tg 2,14-17), pois é o exercício da fé (a prática das obras) que nos livra do apego ao pecado.

O purgatório como é ensinado pela Igreja Católica é o estado de purificação pelo qual passam os que já foram salvos por Cristo. A doutrina de que o Purgatório salva e não Cristo, não é da Igreja Católica, mas do CACP. Segundo ensina a Igreja Católica, o Purgatório não salva, quem salva é Cristo. Mas infelizmente pouquíssimos cristãos morrem em condições santas ou partem desta vida totalmente reconciliados com Deus e com os irmãos, isto é, não praticaram sua fé suficientemente para serem livres do apego ao pecado.

No céu não entra o pecado, assim é necessário que mesmo aquele que já esteja salvo, mas que ainda esteja apegado ao pecado, seja liberto deste apego, por isto existe o purgatório. O fogo purificador do purgatório, limpa a alma de todo apego do pecado, assim como o ferro exposto a altíssimas temperaturas é livre as impurezas. Durante esta purificação, as almas sofrem por causa da própria purificação e por causa de estarem privadas da presença de Deus. Este sofrimento a Igreja chama de pena temporal do pecado.

Assim diz o Catecismo da Igreja Católica:

“Para compreender esta doutrina [do purgatório] e esta prática da Igreja, é preciso admitir que o pecado tem uma dupla conseqüência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, conseqüentemente, nos torna incapazes da vida eterna; esta privação se chama ?pena eterna? do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, acarreta um apego prejudicial às criaturas que exige purificação, quer aqui na terra, quer depois da morte, no estado chamado ?purgatório?. Esta purificação liberta da chamada ?pena temporal? do pecado. Essas duas penas não devem ser concebidas como uma espécie de vingança infligida por Deus do exterior, mas, antes, como uma conseqüência da própria natureza do pecado. Uma conversão que procede de uma ardente caridade pode chegar à total purificação do pecador, de tal modo que não haja mais nenhuma pena.” (Catecismo da Igreja Católica cân. 1472).

Vejamos agora o que diz a Sagrada Escritura:

“Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes. Porque, a quem muito se deu, muito se exigirá. Quanto mais se confiar a alguém, mais se há de exigir.” (Lc 12,45-48).

Vejam que os administradores serão cobrados pelo seu Senhor “no dia em que não o esperar”, isto é, no dia de sua morte. O administrador infiel o Senhor o “mandará ao destino dos infiéis”, isto é, para o Inferno. No entanto o “servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu ” e o outro servo que “ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis” não serão enviados para o “destino dos infiéis”, como o mal adminstrador. Um “será açoitado com numerosos golpes” e o outro ” será açoitado com poucos golpes”, isto é, estão salvos, mas sofreram a pena temporal de seus pecados.

Vejam ainda:

“Eu porém vos digo: todo aquele que se encolerizar contra o seu irmão terá de responder no tribunal. Aquele que chamar a seu irmão: ‘cretino’, estará sujeito ao julgamento do Sinédrio. Aquele que lhe chamar: ‘louco’, terá de responder na geena de fogo (…) Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” (Mt 5,22.25-26).

Aqui Nosso Senhor recomenda-nos a nos livrarmos do apego ao pecado durante nossa caminhada terrena. Nosso Senhor fala daquele que será entregue ao Sinédrio (ao juiz) e aquele que irá para a “geena de fogo” ( para o Inferno). Aquele é que entrgue ao juiz, não sairá da prisão até que page “o último centavo”, isto é, quando ele pagar o último centavo, saírá da prisão. Esta parábola mostra claramente que o que será entregue ao juiz, é o que não merece ir para o inferno, está salvo, mas precisa pagar a pena temporal de seu pecado (pagar até “o último centavo”). Depois saírá da prisão (do purgatório) e então ganhará a liberdade, isto é, estará na presença de Deus, no céu, onde realmente estamos livres.

Vemos neste artigo do CACP total ignorância da doutrina católica do purgatório, bem como, total ignorância do ensinamento da Sagrada Escritura sobre esta doutrina

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