Como pregarão se não foram enviados?

ENVIADO: uma palavra importantíssima freqüentemente deixada de lado por muitas pessoas!

“Pois bem. Como invocarão Aquele em quem não creram? E como crerão n’Aquele sobre quem nada ouviram? E como ouvirão sem que haja alguém que pregue?”(Romanos 10,14).

Neste versículo, observamos que a fim de escutar corretamente a Palavra de Deus e nela crer, existe uma condição adjunta. Não podem “crer Nele” a menos que o tenham ouvido e ouvido através de um pregador.

Este versículo admite qualquer pregador, inclusive um falso (2Coríntios 11,12-15)? Não! Definitivamente não! A Sagrada Escritura ensina que não pode ser qualquer pregador, mas apenas aquele pregador que foi enviado por Deus. É o que ensina este próximo versículo:

“E como pregarão se não foram enviados? Como foi escrito (Isaías 52,7; Naum 1,15): ‘quão formosos são, sobre as montanhas, os passos daquele que traz a boa nova'”(Romanos 10,15). Note que “boa nova” é o exato significado da palavra “Evangelho”.

“E como os homens podem pregar exceto que tenham sido enviados?”. Enviados? Se alguém foi enviado é porque “alguém mais” o enviou, correto? E se alguém mais teve que enviar, a palavra “enviado” por si mesma implica em autoridade. Por simples dedução e sentido comum, surge a seguinte pergunta: Quem enviou os enviados?

Neste versículo podemos observar e escutar a cantata que desfere o golpe de misericórdia na falsa crença de “uma vez salvo, sempre salvo”.

A carta de São Paulo aos romanos foi escrita em grego e a palavra usada para “enviado” é “apostello” (em latim, “apostolus”). Não é esta uma palavra bíblica bastante familiar para nós? “Apostello” significa “enviar apropriadamente a uma certa missão”. De “apostellos” obtemos a palavra grega “apostolos”, que significa “Apóstolo”. E a palavra “apostolos” significa “aquele que foi enviado”.

Portanto, quem são “esses” que foram enviados e por quem foram “eles” enviados?

A mesma palavra grega, “apostello”, foi usada por Jesus Cristo quando Ele de dirigiu aos seus “apóstolos” em João 20,21:

“Novamente Jesus lhes disse: ‘A paz esteja convosco! Como o meu Pai me enviou, eu assim vos envio'”.

É óbvio que aqueles que foram enviados (“apostello”) por Deus receberam a autoridade Jesus Cristo, que é Deus. Essa autoridade foi delegada por Jesus Cristo apenas aos Apóstolos.

Mas Romanos 10,15 disse: “E como pregarão se não foram enviados?”. Devo perguntar: “enviados” por quem e com qual autoridade?

“E constituiu os Doze para que fossem seus companheiros e para enviá-los a pregar” (Marcos 3,14).

Pois bem. Aqueles que são enviados, são enviados com a autoridade outorgada a eles por Deus. Conseqüentemente, as únicas pessoas autorizadas a pregar são os Apóstolos e aqueles que os seguiram em uma longa linha de sucessão, pelo ofício dos Bispos (Salmos 109,8; Atos 1,20).

Isto foi dito por São Paulo: “Pois não serei confundido, embora possa me gloriar um pouco mais de nossa autoridade porque o Senhor a deu para edificação e não para a vossa destruição” (2Coríntios 10,8).

Além destes, a Bíblia menciona alguns outros que foram designados diretamente pelo Senhor, como os Setenta, que foram enviados em Lucas 10,1.

Existe uma outra palavra grega para “enviado”: “pempo”. “Pempo” é usada nos versículos onde “enviado” possui o significado de “enviado, mas não com a autoridade de Deus”, como em Mateus 14,10.

Com efeito, fica difícil para os pregadores não-católicos demonstrar que foram enviados com a autoridade de Deus, já que não estão na linha de sucessão que ascende até os Apostólos. Então, com que autoridade pregam estas pessoas? Elas não podem pretender isso com a estória de que “Deus me deu”, já que isto seria, no máximo, uma revelação particular e não pública. Logo, como poderia alguém “provar” que seu clamor do “Deus me deu” deve ser crida? Qualquer pessoa para usar a desculpa “Deus me deu”! E a História está repleta de hereges, criminosos, ditadores e déspotas que usaram esta expressão como uma suposta justificativa para os seus atos diabólicos.

Em Números 12,1-2, Miriam e Arão murmuram contra Moisés: “É, por acaso, unicamente pela boca de Moisés que Javé falou? Não falou também por nós? E o Senhor ouviu”. Agora leia o restante do capítulo e observe o que o Senhor fez contra eles por sua falsa reclamação. Deus sempre tem falado através de uma “figura paterna”, seja ela Noé, Abraão, Moisés, Davi, Pedro e, assim em linha descendente, através dos sucessores de Pedro nos últimos 2.000 anos. Deus é o mesmo ontem, hoje e sempre. Ele não fala através de múltiplicas figuras de pai, que não possuem a plenitude da verdade, mas o faz apenas por intermédio do Seu único Vigário de Cristo sobre a terra, que possui toda a autoridade para fazê-lo.

Em Lucas 10,16, Jesus disse: “Quem vos escuta a Mim me escuta; e quem vos rejeita, a Mim me rejeita. Pois bem. Quem rejeita a Mim, rejeita Aquele que me enviou”.

Este versículo é um versículo que demonstra a autoridade e, igualmente, um versículo que demonstra a infalibilidade. É também um versículo que deve ser obedecido por aqueles que foram enviados. Atualmente, existem mais de 36.000 seitas não-católicas, cada uma com pelo menos 1 (um) pregador e cada uma delas pregando algo diferente das outras. Ora, se pode haver apenas uma única verdade obediente a apenas uma única autoridade, qual entre essas dezenas de milhares é o modelo de obediência e possui autoridade e infalibilidade outorgada a ela ou elas pelo próprio Jesus Cristo? Qual dessas dezenas de milhares pode pleitear a propriedade de Lucas 10,16?

“…quem rejeita a Mim, rejeita Aquele que me enviou”. Que outra coisa poderia significar esta parte de Lucas senão sua aplicação àqueles que rejeitam os ensinamentos de Seus Apóstolos e dos sucessores destes através da única Igreja que Ele fundou?

“E ninguém toma esta honra para si senão o que é chamado por Deus, como o foi Aarão” (Hebreus 5,4).

Traduzido para o Veritatis Splendor por Carlos Martins Nabeto.

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