Correta celebração da missa (p&r) – parte 3

Quais as grandes partes da Santa Missa, no rito romano?

 

Duas grandes partes principais e duas acessórias, igualmente indispensáveis. As principais são a Liturgia da Palavra e a Liturgia Eucarística. Antes da primeira e após a segunda, estão os Ritos Iniciais e os Ritos Finais.

 

 

Que contém os Ritos Iniciais?

 

Fazem parte dos Ritos Iniciais a Entrada, o Saudação, o Ato Penitencial, o Kyrie, o Glória e a Coleta. Ocasionalmente, o Ato Penitencial e o Kyrie podem ser suprimidos quando há a cerimônia do Asperges.

 

 

Como deve ser feita a Entrada?

 

O sacerdote e os ministros ? concelebrantes, diáconos, acólitos, cerimoniários ? se dirigem ao presbitério, diretamente da sacristia ou em procissão do fundo da igreja. Durante esse tempo, é cantado um canto de entrada, ou a Antífona da Entrada, que, aliás, pode ser simplesmente dita.

 

Chegando ao presbitério, o celebrante e seus auxiliares genufletem, se houve sacrário, ou fazem vênia ao altar, se aquele estiver deslocado para uma capela lateral. Após a genuflexão ou a vênia, conforme o caso, deve o celebrante beijar o altar.

 

Na falta de canto de entrada, ou nas Missas sem povo, o sacerdote canta ou diz a Antífona da Entrada após a Saudação. Do contrário, segue diretamente para esta, após uma breve monição introdutória à Missa do dia.

 

Está proibido o uso de elementos, na procissão de entrada, que não apontem para a essência do ato sagrado, i.e., para o caráter sacrifical da Santa Missa, e que, por isso mesmo, não estão descritos nas rubricas. Dessa forma, os acólitos e demais ministros podem carregar, na entrada, o Missal ou o Evangeliário, o turíbulo com o incenso, e a cruz processional. Outros símbolos, como cartazes explicativos, por exemplo, mesmo que tenham significado religioso, não podem ser usados: primeiro por não estarem previstos nas normas litúrgicas; segundo por não apontarem para o caráter sacrifical da Missa.

 

 

Como deve ser feita a Saudação?

 

A Saudação é dirigida pelo sacerdote.

 

O sinal-da-cruz é feito por todos os fiéis, mas sua fórmula é dita somente pelo padre! Não se pode substituir a fórmula própria e tradicional por outra, ainda que pouca diferença ou com meros acréscimos àquela. Não se inventam ?musiquinhas? com a letra do sinal-da-cruz para uso na Missa! Os fiéis, à fórmula do sinal-da-cruz, respondem ?amém?.

 

Após, o sacerdote dirige a Saudação propriamente dita, segundo uma das fórmulas previstas no Missal Romano, a qual é respondida apropriadamente pelos fiéis, segundo as mesmas disposições das rubricas.

 

 

Pode o sacerdote saudar a assembléia dos fiéis com um ?bom dia? ou algo semelhante?

 

A Santa Missa é um sacrifício de Deus Filho a Deus Pai, na unidade de Deus Espírito Santo. Ainda que a humanidade, representada pelo povo que está na igreja, seja a beneficiária do sacrifício, Deus é o destinatário. É a Ele que a Missa é dirigida, e não aos fiéis, não à assembléia. Não está o sacerdote na Missa para dirigir um espetáculo ao povo. Tampouco é a Missa uma palestra do padre à assembléia em oração, ou uma exposição sua acerca do mistério da Cruz: ela é o próprio mistério da Cruz tornado novamente presente!

 

Dessa maneira, não é conveniente que o sacerdote cumprimente os fiéis, no início da Missa, como se fosse um mestre-de-cerimônias, ou como se a eles fosse a celebração dirigida. O padre está na Missa para oferecer um sacrifício ao Pai: é um diálogo do sacerdote com Deus, e não do primeiro com o povo. Aliás, as intervenções dialogadas entre o padre e os fiéis são uma motivação a estes para que, junto com o sacerdote, apresentem-se unidos a Cristo no sacrifício oferecido ao Pai. Os pólos da Missa não são o padre, de um lado, e o povo de outro, e sim esses dois ? padre e povo ? de um, e Deus de outro. É Deus quem deve ser ?cumprimentado?. A única saudação é a própria do início da Missa, que serve como uma bênção de Deus, através do sacerdote, para os fiéis que a Ele vieram oferecer Seu Filho.

 

 

Como deve ser feito o Ato Penitencial?

 

Convidando os fiéis a um ato de arrependimento, o sacerdote celebrante os introduz ao rito, com a fórmula prevista no Missal. Após uma breve pausa, utiliza uma das três fórmulas: a) o Confiteor; b) o ?Tende compaixão?; c) o Kyrie. Conclui com uma absolvição, que, por ser desprovida de força sacramental, não possui a eficácia do Sacramento da Penitência celebrado na confissão dos pecados ao sacerdote.

 

Podem ser cantadas músicas de Ato Penitencial, desde que a letra utilizada seja de alguma das formas prescritas. Quaisquer outros cantos, ainda que implorem o perdão de Deus e demonstrem arrependimento dos pecados, estão excluídos por não se encaixarem no ordinário da Missa, do qual o Ato Penitencial é integrante.

 

O Ato Penitencial é omitido quando se celebra, no início da Missa, o rito do Asperges, e também quando a celebração for imediatamente precedida de um ofício da Liturgia das Horas com caráter penitencial. Nos demais casos, muito mais comuns, é imprescindível!

 

 

Como deve ser feito o Kyrie?

 

Quando as invocações do Kyrie, ?Senhor, tende piedade de nós…?, não forem utilizadas no Ato Penitencial, devem ser proferidas após a absolvição que se segue àquele. Isso significa que sempre que o Ato Penitencial consistir no Confiteor (?Confesso a Deus todo-poderoso…?) ou no ?Tende compaixão?, o Kyrie é feito em um ato próprio.

 

?Depois do Ato Penitencial inicia-se sempre o ?Senhor, tende piedade?, a não ser que já tenha sido rezado no próprio ato penitencial. Tratando-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia, é executado normalmente por todos, tomando parte nele o povo e o grupo de cantores ou o cantor.? (Instrução Geral do Missal Romano, 52)

 

É possível que o ato do Kyrie seja substituído por uma música que tenha as invocações na letra.

 

 

Como deve ser feito o Glória?

 

O Glória deve cantado ou dito nos Domingos fora do Advento e da Quaresma, nas solenidades e nas festas. Seu texto antiqüíssimo não deve ser substituído por outro (cf. Instrução Geral do Missal Romano, 53). O costume, infelizmente disseminado em muitas paróquias, de substituir tal hino por um simples ?canto de glória? encontra expressa proibição na Instrução Geral. Nem mesmo o famoso ?canto de glória? com letra de louvor à Santíssima Trindade, que alguns afirmam ser suficiente, serve para ser executado nesse momento. O hino do Glória faz parte do Ordinário da Missa, e deve ser cantado ou dito integralmente, como está no Missal!

 

 

Como deve ser feita a Coleta, ou Oração do Dia?

 

Como deve ser feito o Asperges?

 

Que contém a Liturgia da Palavra?

 

 

Como devem ser feitas as Leituras?

?Quando possível, as demais leituras devem ser confiadas ao leitor que foi constituído para tal, ou a outro leigo espiritualmente preparado e tecnicamente treinado. A primeira leitura é seguida pelo salmo responsorial, o qual é uma parte integral da Liturgia da Palavra.? (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 2)

 

O calendário de leituras previsto pelo Lecionário Romano deve ser respeitado. Nos dias de semana do Tempo Comum que não sejam festas ou solenidades, entretanto, é possível que, por motivos especiais ou pastorais, as leituras sejam mudadas. Nunca, porém, nos Domingos, festas ou solenidades, ou ainda em qualquer dia no Advento, Natal, Quaresma e Páscoa.

 

Ordinariamente, há uma leitura do Novo ou do Antigo Testamentos, seguida pelo salmo, o qual precede o Evangelho. O ciclo de leituras é ditado pelo tempo litúrgico ou, às vezes, pela festa do dia. Quando o nível da festa sobre ao grau de solenidade, acrescenta-se mais uma leitura, restando uma antes do salmo e outra depois. Nos Domingos, também, em vez de uma leitura, são duas.

 

 

Como deve ser feito o Salmo?

 

Como deve ser feita a Aclamação ao Evangelho?

 

Como e por quem deve ser feita a proclamação do Evangelho?

 

?As leituras das passagens do Evangelho estão reservadas para o ministro ordenado, nomeadamente o diácono ou o sacerdote.? (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 2)

 

O Evangelho, como toda a Escritura, contém a Palavra de Deus, o Verbo de Deus, o próprio Cristo, Deus feito homem. Mais ainda do que outros trechos da Bíblia, o Evangelho é a narração das palavras e dos feitos de Jesus, Nosso Senhor. Eis a razão de que quem o proclame deva ser um ministro a Ele unido sacramentalmente pela Ordem: é Cristo quem proclama o Evangelho através do padre ou do diácono; é Cristo quem proclama Sua própria vida e Suas próprias palavras, mediante os ministros ordenados. Essa é uma das razões pelas quais só o sacerdote ou, melhor ainda, se houver, o diácono ? pela tradição litúrgica presente em todos os ritos nos quais a Missa é celebrada ?, é que podem proclamar o Evangelho. A outra é a própria norma, à qual somos obrigados, pelo direito, a aceitar.

 

 

Como e por quem deve ser feita a Homilia?

 

?O propósito da homilia é explicar aos fiéis a Palavra de Deus proclamada nas leituras e aplicar essas mensagens ao presente. Por conseguinte a homilia deve ser feita pelo sacerdote ou pelo diácono.? (Sagrada Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Instrução Inestimabile Donum, 3)

 

 

Como deve ser feita a Profissão de Fé?

 

Como deve ser feita a Oração Universal?

 

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